Verdade ou mentira? Fantasia ou realidade? Uma amiga comentou há poucos dias que, embora não goste de ir a enterros, atendeu ao pedido de colega para darem uma passada no de pessoa de seu relacionamento visto estar próximo do horário do enterro. Acedendo, embora não tenha entrado no recinto onde se dava o velório, enquanto aguardava o retorno da amiga, médium que é, começou a ouvir os pedidos de socorro da entidade desperta ainda ligada ao corpo do qual estava em processo de desencarnação, gritando estar viva, perguntando por que não a atendiam ou ouviam. Apesar de intimamente guardarmos a certeza de que a vida continua, mesmo, por vezes, seguidores do Espiritismo, preferimos ignorar o conteúdo substancial oferecido pela Doutrina que, ao contrário, de inúmeras outras, fala de forma clara e objetiva sobre os detalhes dessa transição de nossa Dimensão para aquela para a qual nos dirigiremos. O Espírito Emmanuel, respondendo a uma das inúmeras questões a ele dirigidas pelo jornalista Clementino de Alencar para o jornal O GLOBO – ver o livro NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide)-, enquanto opinava a respeito da cremação, esclareceu que em condições normais, o desligamento do corpo espiritual do corpo físico a ser abandonado pelo fenômeno da morte, demanda em média 50 horas. O próprio Emmanuel havia dito na obra O CONSOLADOR (feb,1940), que “a situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada” e o Espírito Abel Gomes, em mensagem contida na obra FALANDO Á TERRA (feb,1954), pondera que “somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”. Chico Xavier, em comentário registrado na obra INESQUECÍVEL CHICO XAVIER (geem), “revela que oitenta porcento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem a Planos Elevados. Apenas vinte porcento gravitam para Esferas mais altas”. Isso nos lembra depoimento de um empresário desencarnado através do próprio médium, na noite de 14 de junho de 1955. Disse, entre outras coisas: -“Industrial, administrador e homem público, em atividade intensa e incessante, não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava-me a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouvi gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minhalma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo...Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo-, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidade distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação publica”...Depois de detalhar interessantes lances da exposição publica do seu velório, o Doutor G, acrescentou: -“Estava inegavelmente morto e vivo (...). Curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado (...). A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Chamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo (...). Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas do industrial e político haviam terminado (...). Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova”.
Do ponto de vista espírita que consequências têm os crimes cometidos
contra um órgão que beneficia milhões de aposentados? Quem vai pagar por isso?
Como você sabe, tudo que
fazemos neste mundo sempre terá consequências, segundo a lei de causa e efeito.
Um ato bom terá consequências boas e agradáveis; um ato mal, consequências
desagradáveis. É uma lei da natureza.
Segundo o Espírito Clélia Duplantier,
que esclareceu Kardec nesse ponto, nossos atos podem prejudicar pessoas. Sendo
assim, cedo ou tarde, é diante dessas determinadas pessoas que vamos responder.
Mas, quando nossos atos prejudicam a
sociedade, estaremos cometendo um crime de lesa-sociedade, e responderemos,
cedo ou tarde, perante essa sociedade.
Como isso acontece? Você vai perguntar.
A lei humana – vamos dizer assim, a lei brasileira – tem todo um aparato
judicial, que começa na investigação policial dos culpados até a condenação,
incluindo as responsabilidades do órgão pagador.
Para isso existem os órgãos da justiça,
desde o órgão local até o supremo tribunal, que são acionados para promover a
justiça, e isso implica em promotores, juízes, advogados, etc.
A lei divina não tem nada disso. O
primeiro órgão da justiça divina é a própria consciência de cada um dos culpados.
É ela que é acionada desde o momento do crime ou até antes, quando o crime ainda
está sendo planejado.
O homem criminoso (geralmente vários) pode
fugir da justiça humana, pode se defender de tal forma que o crime em si não
pareça mais crime e, então, ele é absolvido.
Contudo, diante da sua consciência moral,
ele sabe muito bem o mal que praticou e, muitas vezes, talvez na maioria delas,
procura se convencer de que não praticou mal nenhum.
Mas a sua consciência não se comove com
isso. Ela apenas registra o fato e a motivação que deu origem ao fato, de tal
forma que o criminoso, cedo ou tarde, vai ter que se enfrentar a si mesmo, e
disso não tem como escapar.
Então, não é Deus que nos julga. Deus
não precisa nos julgar e muito menos nos condenar. Ele já nos conhece e sabe do
que somos capazes. O julgamento implacável virá de nossa consciência moral ou
do nosso superego, na linguagem freudiana.
Quando se trata de um crime solidário –
ou seja, quando muitos estão envolvidos no mesmo crime – acontece o mesmo com
cada um e geralmente esses Espíritos criminosos tendem a responder
solidariamente pelo mal que fizeram.
É claro que existem as diferenças
individuais. As pessoas são diferentes e, dependendo de cada um, ele pode
responder na mesma ou em outra encarnação das mais diferentes formas. Não dá
para enumerá-las agora.
Mas, uma forma muito conhecida de
expiação ou provação coletiva, é quando esses Espíritos se reúnem no futuro, em
outra encarnação, para responderem todos ao mesmo tempo, sendo vítimas de
flagelos naturais ou desastres provocados, que acabam causando grande comoção
na sociedade.


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