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terça-feira, 2 de setembro de 2025

LÁ É COMO AQUI; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

“-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.




   Por que será que o mundo continua tão violento? Será que não é falta de Deus na vida das pessoas? ( Aparecida Fortes Guimarães, Marília)

Com certeza, Aparecida, o que falta para essas pessoas é o sentimento de humanidade. A grande maioria tem religião, que deveria conduzi-las no caminho do respeito humano e do amor ao próximo. Entretanto, a religião continua falhando nesse sentido. Na maioria das vezes, a religião só se preocupa com a outra vida, esquecendo-se que o alicerce da salvação está nesta vida que estamos vivendo aqui e agora.  Preocupa-se mais com a liturgia, com as orações, os louvores e com as ofertas – que são símbolos mágicos que teriam o condão de criar um caminho para o céu -  mas, ao contrário de Jesus, se esquecem da melhoria moral de seus seguidores.

A religião, para ser religião de verdade, no sentido amplo e profundo que Jesus ensinou, precisaria mudar o foco de suas preocupações para o dia a dia da vida de seus fiéis. Deveria mostrar que, para Deus, o mais importante não é a cor religiosa e muito menos o fato de a pessoa viver uma vida mística e distante da realidade material, mas, sim, o de buscar a alegria de viver no contato com todos seus irmãos, fazendo o bem e evitando o mal por onde passe.

  Embora nascido e educado numa religião de forte tradição, Jesus quis desvincular o sentimento religioso da prática desta ou daquela religião específica, dando a entender que os seres humanos só serão felizes quando romperem com todas as barreiras que os separam, para se aproximarem e se amarem, sem condições. E isso podemos fazer todo dia, a toda hora, sem precisarmos estar num templo ou lugar sagrado, pertencer a esta ou àquela religião. Somos todos irmãos, filhos de um mesmo Pai.

Sagrado, para Jesus, é a própria vida, no sentido de ser valorizada pela prática do amor, uns aos outros. Nesse sentido, ao contar a parábola do bom samaritano, ele definiu, de uma vez por todas, que o mais importante em nossa vida são as relações de solidariedade que devemos ter uns em relação aos outros. Veja que, nessa parábola, o sacerdote e o levita ( que eram os mais religiosos e tidos como os mais próximos de Deus) falharam redondamente, enquanto que o samaritano ( que era considerado um herege) foi o único que fez a vontade de Deus, ao socorrer o homem ferido.

Desse modo, Aparecida, se a religião se voltasse predominantemente para esse aspecto da vida moral de seus seguidores, ela acabaria ensinando Deus de verdade. Quem sabe, se assim fizesse, ela não estimularia mais as pessoas a pensar e agir com base nos ensinos de Jesus e estimular a prática do bem no seio das comunidades. Ela cumpriria melhor o papel que lhe cabe, contribuindo, inclusive, para que destruíssemos as barreiras dos preconceitos e dos privilégios, que só servem para separar as pessoas e instaurar nos corações não só a descrença, mas, sobretudo, um sentimento de ódio e de revolta contra tudo e contra todos, causa principal da violência que ainda impera no mundo.

 

 

  

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