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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

UMA ANÁLISE SOBRE A REALIDADE DA HUMANIDADE TERRENA (PARTE 1); EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

1 – “Um século em nosso Calendário é comparável a um relâmpago na Eternidade” segundo O ESPÍRITO DA VERDADE n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Como a Espiritualidade avalia a saída do Século 20 e a entrada no Terceiro Milênio ante os momentos tumultuados que marcam a realidade da Terra atualmente?

- A Humanidade terrena, atualmente, é como um grande organismo coletivo, cujas células, que são as personalidades humanas, se envolvem no desequilíbrio entre si, em processo mundial de reajustamento e redenção. Criminosos agarram-se a criminosos, doentes associam-se a doentes. A Humanidade terrena aproximou-se, dia a dia (no século que encerrou o Milênio), da Esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no ambiente humano. A Ciência progride vertiginosamente no Planeta, e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições das almas. Os jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa. Os assassínios da guerra, apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos. Não existe em país algum preparo espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse conforto tende a aumentar naturalmente. O homem dominará, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades de cima e vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a Esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta Planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno. (M,1) Sopros imensos da onda evolucionista varrem os ambientes da Terra. Todos os dias ruem princípios convencionais, mantidos a titulo de invioláveis durante séculos. A mente humana, perplexa, é compelida a transições angustiosas. A subversão de valores, a experiência social e o processo acelerado de seleção pelo sofrimento coletivo perturbam os tímidos e os invigilantes, que representam esmagadora maioria em toda parte... (NMM,1 )

2- Por que os temas espirituais não empolgam as criaturas humanas tanto quanto os assuntos sensoriais e materiais?

Estamos ainda presos às aglutinações celulares dos elementos físio-perispiríticos, tanto quanto a tartaruga permanece algemada à carapaça. Imergimo-nos dentro dos fluidos carnais e deles nos libertamos, em vicioso vaivém, através de existências numerosas, até que acordemos a vida mental para expressões santificadoras. Somos quais arbustos do solo planetário. Nossas raízes emocionais se mergulham mais ou menos profundamente nos círculos da animalidade primitiva. Vem a foice da morte e sega-nos os ramos dos desejos terrenos; todavia, nossos vínculos guardam extrema vitalidade nas camadas inferiores e renascemos entre aqueles mesmos que se converteram em nossos associados de longas eras, através de lutas vividas em comum, e aos quais nos agrilhoamos pela comunhão de interesses da linha evolutiva em que nos encontramos. A vida física é puro estágio educativo, dentro da Eternidade, e a ela ninguém é chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor e, sim, à moldagem viva do céu no santuário do Espírito, pelo máximo aproveitamento das oportunidades recebidas no aprimoramento de nossos valores mentais, com o desabrochar e evolver das Sementes Divinas que trazemos conosco. O trabalho incessante para o bem, a elevação de motivos na experiência transitória, a disciplina dos impulsos pessoais, com amplo curso às manifestações mais nobres do sentimento, o esforço perseverante no infinito bem, constituem as vias de crescimento mental, com aquisição de luz para a vida imperecível. Cada criatura nasce na Crosta da Terra para enriquecer-se através do serviço à coletividade. Sacrificar-se é superar-se, conquistando a vida maior. Por isto mesmo, o Cristo asseverou que o maior no Reino Celeste é aquele que se converter em servo de todos. Um homem poderá ser temido e respeitado no Planeta pelos títulos que adquiriu à convenção humana, mas se não progrediu no domínio das ideias, melhorando-se e aperfeiçoando-se, guarda consigo mente estreita e enfermiça. Em suma, ir à matéria física e dela regressar ao campo de trabalho em que nos achamos presentemente, é submetermo-nos a profundos choques biológicos, destinados à expansão dos elementos divinos que nos integrarão, um dia, a forma gloriosa. Voltemos ao símbolo da árvore. O vaso físico é o vegetal, limitado no espaço e no tempo, o corpo perispirítico é o fruto que consubstancia o resultado das variadas operações da árvore, depois de certo período de maturação, e a matéria mental é a semente que representa o substrato da árvore e do fruto, condensando-lhes as experiências. A criatura para adquirir sabedoria e amor renasce inúmeras vezes, no campo fisiológico, à maneira da semente que regressa ao chão. E quantos se complicam, deliberadamente, afastando-se do caminho reto na direção de zonas irregulares em que recolhem experimentos doentios, atrasam, como é natural, a própria marcha, perdendo longo tempo para se afastarem do terreno resvaladiço a que se relegaram, ligados a grupos infelizes de companheiros que, em companhia deles, se extraviaram através de graves compromissos com a leviandade ou com o desequilíbrio. (L)



3- As Religiões tradicionais que teoricamente deveriam trabalhar pelo despertar da consciência espiritual das criaturas parece terem se contaminado em demasia com os interesses sensoriais e materiais em detrimento do Espiritual afastando os Seres Humanos de sua destinação evolutiva. Há uma forma de atenuar ou reverter esse quadro?

É preciso oferecer no mundo os instrumentos adequados às retificações espirituais, habilitando os encarnados a um maior entendimento do Espírito do Cristo. Para consegui-lo necessário colaboradores fiéis, que não cogitem de condições, compensações e discussões, mas que se interessem pela sublimidade do sacrifício e de renunciação com o Senhor. Quem não deseje servir, procure outros gêneros de tarefa. A Comunicação não comporta perda de tempo nem experimentação doentia, sem grave prejuízo dos cooperadores incautos. Acima de trabalhadores, precisamos de servidores que atendam de boa vontade,M O Espiritualismo, nos tempos modernos, não pode restringir Deus entre as paredes de um templo da Terra, porque sua missão essencial é a de converter toda a Terra no templo augusto de Deus.

4- Numa população de mais de 20 bilhões de Seres Espirituais em que um terço se renova em experiências materiais constantemente, há colaboradores em numero suficiente para fazer frente a problemas de Dimensões tão gigantescas?

A codificação do Plano Mental das criaturas ninguém jamais impõe: é fruto de tempo, de esforço, de evolução; e o edifício da sociedade humana, no atual momento do mundo, vem sendo abalado nos próprios alicerces, compelindo imenso número de pessoas a imprevistas renovações. Em face do surto da inteligência moderna, que embate na paralisia do sentimento, periclita a razão. O progresso material atordoa a alma do homem desatento. Grandes massas, há séculos, permanecem distanciadas da luz espiritual. A Civilização puramente científica é um Saturno devorador e a Humanidade de agora se defronta com implacáveis exigências de acelerado crescer mental. Daí o agravo de obrigações no setor da assistência. As necessidades de preparação do Espírito intensificam-se em ritmo assustador. O acaso não opera prodígios. Qualquer realização há que planejar, atacar, por a termo. Para que o homem físico se converta em homem espiritual, o milagre exige muita colaboração do Plano Invisível.

5 - Uma apreciação da situação Global sugere a ideia de que o barco está à deriva, afundando, como se estivéssemos entregues à própria sorte. Isso é um falso ou verdadeiro?

O desequilíbrio generalizado e crescente invade os departamentos da mente humana. Contudo, Soberanas e indefectíveis leis nos presidem aos destinos. Somos conhecidos e examinados em toda parte. As facilidades concedidas aos Espíritos santificados, que admiramos, são prodigalizadas a nós, por Deus, em todos os lugares. O aproveitamento, porém, é obra nossa. As máquinas terrestres podem alçar-vos o corpo físico a consideráveis alturas, mas o voo espiritual, com que nos libertaremos da animalidade, jamais o desferiremos sem asas próprias. A consolação e a amizade de Benfeitores encarnados e desencarnados enriquecer-vos-ão de conforto, quais suaves e abençoadas flores da alma; entretanto, fenecerão como as rosas de um dia, se não fertilizarmos o coração com a fé e o entendimento, com a esperança inquebrantável e o amor imortal, sublimes adubos que propiciem o desenvolvimento no terreno do nosso esforço sem tréguas. Não cobicemos o repouso das mãos e dos pés; antes de abrigar semelhante propósito, procuremos a paz interior na suprema tranquilidade da consciência. Abandonemos a ilusão, antes que a ilusão nos abandone. Deixemos plantado o Bem na esteira de nossos passos. Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução; só os que se banham no suor da responsabilidade conseguem cunhar novas formas de vida e de ideal renovador. Os demais, chamem-se monarcas ou príncipes, ministros ou legisladores, sacerdotes ou generais, entregues à ociosidade, classificam-se na ordem dos sugadores da Terra; não chegam a assinalar sua permanência provisória na Crosta do Planeta; adejam como insetos multicores, tornando à poeira de que se alçaram por alguns minutos.(segue)



O Cristiano faz a seguinte colocação: “Existe Lei de Ação e Reação para os Animais? Como o Espiritismo entende as doenças e consequentemente o sofrimento dos animais?”

Muito oportuna a questão, Cristiano. Ela nos coloca, frente a frente, com a questão da Justiça Divina. Em geral, as religiões não pensaram nisso, elas se preocupam unicamente com o sofrimento humano e, consequentemente, com o nosso destino espiritual. E os animais? Em que termos podemos colocar os animais no cenário do mundo? Eles têm uma finalidade especial? Por que existem? Por que sofrem? Deus não estaria sendo injusto deixar que os animais sofram?

Presume-se que o homem, ao longo de sua história, sofre por causa de seus muitos pecados; que, em razão disso, seu destino será definido por uma lei de justiça para salvação ou para a perdição. E os animais? Por que sofrem? Não são eles seres vivos? Que lugar lhes está reservado no cenário do mundo? É claro que para entender esta questão, não podemos esquecer que existe uma Lei de Evolução, segundo a qual tudo caminha para uma meta e, portanto, tudo tem finalidade nos planos de Deus.

A Doutrina Espírita esclarece que nós, seres humanos, passamos pela vida, do mesmo modo que o estudante passa pela escola. Já vivemos antes em outras experiências, estamos vivendo agora e viveremos depois. Cada existência na Terra é como uma série ou grau na escalada evolutiva do Espírito. Estamos aprendendo a viver, com nossos erros e acertos, adequando-nos o quanto possível às leis da vida, pois é esse o sentido da evolução: vamos nos adaptando às leis e, por conseguinte, aperfeiçoando-nos para uma finalidade elevada. A obra de Deus é perfeita.

Os animais fazem parte da criação, mas eles representam apenas etapas inferiores da escalada evolutiva, pois também devem ter um destino. Tudo que sofremos neste mundo decorre da necessidade de aprendizado, tanto os seres humanos quanto os animais. A maior parte do sofrimento humano, porém, decorre de erros: aliás, qualquer erro implica em sofrimento; basta você bater o martelo no dedo ou invés de bater no prego, e vem uma dor. Isso é causa é efeito, isso é ação e reação ou lei de causalidade.

Existem, no entanto, os erros morais, que os animais não têm, erros que implicam em fazer o bem ou o mal. O nível de consciência dos animais ainda não é suficiente para discernir o bem do mal. Por isso, os animais não sofrem por erros morais como nós, que erramos sabendo o que devemos ou que não devemos fazer. Esse tipo de sofrimento, em virtude de nossas infrações às leis morais, é o que chamamos de expiação. Os animais não sofrem por expiação.

Mas, então, por que sofrem? Eis a pergunta do Cristiano. Os animais sofrem unicamente por necessidade de evolução. A vida em si é uma experiência evolutiva; todo ser vivo sofre: sofre para nascer, sofre para viver, sofre para morrer. Mas esse sofrimento ocorre porque a vida é transformação constante e cada transformação provoca um tipo de desconforto. Os animais, que ainda vivem o mundo dos instintos, estão aprendendo a se adaptar à vida, estão se transformando física e espiritualmente e, por isso, sofrem.

É claro que o sofrimento do animal não é o sofrimento humano, pois o animais não tem a consciência que temos sofre a vida, sofre suas finalidades, sobre seus valores ( como o bem, a verdade e a justiça). O maior sofrimento humano, portanto, não é o sofrimento físico, mas o sofrimento moral, decorrente de seu grau de consciência. O homem, além da dor física, sofre desesperadamente a dor moral, que acaba se constituindo a maior parte de seu padecimento na Terra. Além do mais, não podemos esquecer que nós, seres humanos, ao longo de nosso caminhar evolutivo, já passamos pela fase animal.


 

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