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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

ESCRAVO E JUIZ DE SI MESMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

No processo evolutivo do Espírito, as personalidades construídas a cada nova encarnação vão extravasando as imperfeições carregadas por cada um. Pelo que o Espiritismo revela, o desenvolvimento da inteligência gera o conhecimento através da experiência, dotando o Ser da noção de responsabilidade que, por sua vez, vai expandindo a consciência. A noção de erro se manifesta e a culpa vai, a partir do remorso e arrependimento, levando-o a desejar a liberação dos registros gravados no inconsciente profundo com vistas a acessar a felicidade e a paz. Sem maior estudo do Espírito em sua estrutura profunda, a ciência mental não conseguirá entender a questão da origem dos transtornos. Na continuidade, algumas considerações de Allan Kardec capazes de nos auxiliar nessa busca: 1- Como se constrói no Espírito em evolução o mecanismo da culpa? Dominado pelo instinto - uma espécie de inteligência irracional - o Espírito começa a desenvolver a inteligência racional a partir das experiências que vai vivenciando. Os conhecimentos resultantes, registrados na memória de profundidade ou inconsciente, vão compondo um acervo de informações que cria a noção de responsabilidade que, por sua vez, vai expandindo a consciência, instrumento indutor e controlador da evolução. Nasce a compreensão do dever, a obrigação moral, primeiro consigo mesmo e depois com os outros. O dever começa precisamente no ponto em que alguém ameaça a felicidade ou tranquilidade do próximo, e termina no limite que não se deseja seja transposto em relação a si mesmo. O Espírito cumprindo seu dever é a um só tempo, juiz e escravo na sua própria causa. As ações intencionalmente executadas geram - quando contrárias às referências preservadas no Ser imortal ou Espírito - desarmonias que chamamos culpa conduzindo num primeiro momento ao remorso, no segundo ao arrependimento determinando o desejo da expiação e a necessidade de reparação para a dissipação daquilo que representa a dor de consciência. 2- Considerando valido que “na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos”, em que ponto os valores adquiridos e incorporados vão influenciando positivamente o trabalho evolutivo? À medida que as sensações corporais se tornam maiores, mais aperfeiçoadas, suas sensações espirituais também despertam e crescem. Então começa o trabalho moral e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior. Esse estado de igualdade de aspirações materiais e espirituais não é de longa duração. Logo o Espírito se eleva acima da matéria e suas sensações não mais podem ser satisfeitas por ela; necessita mais; precisa de melhor. Nesse ponto, tendo sido o corpo levado à perfeição sensitiva, não pode acompanhar o Espírito que, então, o domina e dele se desprende cada vez mais, como de um instrumento inútil. 3- Na escala de seres humanos presentes na Terra, o início da evolução se localiza entre os chamados selvagens? Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, o Espírito encarnado é submetido à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. O Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa.


Este comentário foi feito por uma ouvinte de iniciais A.M.S., que considera o tema muito importante. “Uma coisa, que me preocupa hoje – disse ela - é ver este mundo virado de cabeça pra baixo. Parece que não existe mais limite para nada, principalmente em questão de sexo. Cinquenta anos atrás até esta palavra “sexo” era proibida. Hoje vemos sexo toda hora na televisão e de forma vergonhosa, como uma coisa banal, os crimes estão aumentando por causa disso e a mulher, que era tão recatada, está tão envolvida quanto o homem. Não vejo esperança para a humanidade.

Quando Chico Xavier se apresentou na televisão para o famoso pinga-fogo, há mais de 40 anos atrás, uma questão muito semelhante a esta foi formulada por um jornalista ao Chico. E veja, cara ouvinte, que estávamos ainda na década de 1970, mais de 40 anos atrás, quando os valores morais eram diferentes dos de hoje. Naquele tempo, a questão sexual ainda era vista com muita reserva e poucos ousavam tratar o assunto num programa de televisão.

Pois, bem! O jornalista em questão perguntou ao Chico para onde caminhava a humanidade diante da nova onda do “sexo livre”, que era como se chamava na época a prática sexual sem compromisso e fora do casamento. Chico Xavier encarou com serenidade a questão, e respondeu. Segundo ele, Emmanuel estava lhe dizendo que aquilo (referindo-se ao sexo) que fora tratado até então com tanto preconceito, que foi reprimido com excessivo rigor durante séculos e milênios, criando um ambiente de muita tensão, agora eclodia de forma violenta.

Essa violenta eclosão estava apenas produzindo seus primeiros efeitos na sociedade, mas ela certamente causaria muito mais problemas do que podíamos imaginar, com repercussões por muito e muito tempo, até que a humanidade, colhendo resultados desagradáveis, aos poucos encontrasse um caminho mais seguro para saber lidar com o problema. Chico queria dizer que tudo é aprendizado, que nós criamos os problemas e precisamos encontrar soluções, mas que a solução viria com sofrimento e com o avanço moral da humanidade.

Alguém perguntou quanto demoraria para que a questão sexual atingisse um estágio de mais equilíbrio e menos problema. Ele respondeu isso demoraria, pelo menos, uns dois séculos. Nesta resposta do Chico podemos perceber o processo de transformação que acontece no mundo através da História. Nada muda de um momento para outro. Tudo aquilo que depende do homem – principalmente em termos de educação – exige muito tempo, porque implica em várias fases de desenvolvimento. Pelo que disse o Chico, portanto, não é para as próximas gerações que veremos soluções adequadas a este tipo de problema.

No entanto, prezada ouvinte, precisamos compreender a Lei de Deus. Se considerarmos que a vida humana é curta, que já vivemos antes e vamos continuar vivendo depois, que somos Espíritos imortais, vamos perceber que todos estamos aqui neste mundo para ajudar no progresso moral do planeta e que esse progresso ainda é lento por causa de nossas limitações e, principalmente, por causa de nossa acomodação. Todos temos participação nisso e precisamos incrementar a educação educando-nos. Os pais e os educadores, principalmente, tem um papel muito importante na formação de uma nova consciência moral para o futuro.

Logo, não devemos descrer da humanidade. Quando Jesus renasceu em nosso mundo, há 2 mil anos atrás, embora a população do planeta fosse bem menor, os problemas eram muito mais complicados do que os de hoje, a vida humana era bem mais sofrida e mais curta, havia mais intolerância e mais violência, mais perseguição e mais ignorância. Nem por isso Jesus desistiu de investir na humanidade e sacrificando a própria vida, deixou-nos uma lição de amor e sabedoria que nos ajudará a vencer outros grandes obstáculos.

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