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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

MEMÓRIA E CONSCIÊNCIA; ATRAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




 Alguém que se identifica por Alfa de Ômega pergunta:  “Na Bíblia consta que Jesus retornaria à Terra em triunfo e glória, e que esse maravilhoso acontecimento se daria ainda naquela geração. É claro que nada disso aconteceu, nem naquela geração e nem qualquer outra que veio depois, e isso até hoje. Ora, se a palavra de Jesus é a verdade, como o Espiritismo vê essa afirmação?”

  O Espiritismo tudo examina à luz da razão e, por isso não pode simplesmente fazer uma interpretação ao pé da letra para tudo o que se escreveu sobre Jesus. Você sabe que Jesus nada escreveu. Sua passagem por este mundo foi muito rápida; nem que se propusesse, ele não teria tempo para isso. Sua mensagem, portanto, foi oral e foi através da palavra falada que as notícias sobre eles se espalharam nos anos seguintes. Logo, o que sabemos hoje  sobre Jesus decorre da narrativa de pessoas que escreveram sobre o que viram ou ouviram dizer.

Em geral, os livros muito antigos, especialmente os chamados livros sagrados, de todos os povos, se prestam a muitas formas de interpretação, até porque a escrita era rara e muito difícil na antiguidade, e os textos sofriam muitas alterações quando copiados, visto que a impressão gráfica só passou a existir a partir do século XVI. Com certeza, os evangelhos, cujos originais ninguém conhece, passaram por esse longo processo até o surgimento e difusão da imprensa com Gutemberg.

Por isso, Allan Kardec na introdução ao EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, recomenda que tiremos dos evangelhos a sua essência – ou seja, o que há de mais profundo e significativo. E, sem dúvida, o mais profundo e significativo nos evangelhos é o ensino moral de Jesus, aquele que ele recomenda o amor ou a prática incondicional do bem uns aos outros que seria, em última instância, a verdadeira forma pela qual podemos demonstrar nosso amor a Deus.

  No caso que você cita, sabe-se que os judeus acreditavam na ressurreição e no juízo final há pelo menos dois séculos e que, certamente, essa crença influiu na forma como interpretaram Jesus. A expectativa de um fim do mundo prestes a ocorrer fazia parte do clima social da época, de modo que seus seguidores, que também eram judeus, deram a certas palavras de Jesus a conotação de mais uma profecia sobre o fim do mundo.

Desse modo, eles esperavam que o reino de que Jesus falava se consolidaria nos próximos anos com a sua volta gloriosa, numa espécie de apoteose final, à semelhança de Moisés quando, séculos atrás,  se impusera aos egípcios, conforme narrava a tradição; que, ao final, quando o plano de Deus se consolidasse na Terra de forma definitiva,  os inimigos dos judeus seriam castigados e os amigos recompensados para participarem de seu reino. 

Porém, nada disso aconteceu, nem naquele século e nem nos séculos seguintes, pois, na verdade não era a isso que Jesus se referia.  Jesus falava das grandes e profundas transformações que o mundo conheceria mediante muito sofrimento e, ao dizer de sua volta, ele queria referir-se à retomada de seus ensinamentos no futuro, quando a humanidade já pudesse penetrar num período de mais compreensão de sua mensagem.

O Espiritismo coloca esta questão em face do processo evolutivo pelo qual a humanidade vem passando. A Terra é ainda um mundo de provas e expiações onde o mal predomina. Mas chegará um tempo, após certos avanços morais para os quais estamos encaminhando, em que a Terra dará importante passo no caminho da regeneração, quando aqui ficarão apenas os Espíritos que conseguiram alcançar certo nível de desenvolvimento moral. Os demais migrarão para mundos ainda inferiores à Terra para recomeçarem nova jornada. Ninguém está perdido.


















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