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quarta-feira, 17 de abril de 2024

O VALOR DA PRECE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

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Um naufrágio marítimo ocorrido nas costas da Argélia povoou o imaginário dos leitores do jornal Siécle que reproduziu o relato de um dos sobreviventes do acidente detalhando os momentos angustiantes vividos pelos passageiros da embarcação.


Contou ele que “no mesmo instante, um estalido terrível, indefinível, se fez ouvir, acompanhado de abalos tão violentos, que caí por terra; depois ouvi um marinheiro que gritou: "Meu Deus! estamos perdidos; orai por nós!" Vínhamos de tocar o rochedo, e o navio se entrepartiu; a água entrava no porão, ouvia-se-lhe borbulhar. Os soldados, que dormiam na ponte, se salvam desordenadamente, não importa onde, dando gritos horríveis; os passageiros, seminus se lançam para fora das cabines; as pobres mulheres se agarram a todo o mundo, suplicando-lhes que as salvem. Ora-se ao bom Deus muito alto; dizia-se adeus. Um negociante arma uma pistola e quer destruir o cérebro: sua arma é arrancada. "Os abalos continuaram; o sino de bordo tocava o alarme, mas o vento mugia tão terrivelmente que o sino não era ouvido a cinquenta metros. Eram gritos, urros, preces; era não sei quê de terrível, de lúgubre, de assustador. Jamais vi nada, jamais li nada de cenas tão horríveis, tão pungentes. Estar lá, cheio de vida, de saúde, e em face de uma morte que se acreditava certa, e uma morte horrível! "Nesse momento supremo e indescritível, um padre, Sr. Moisset, nos deu a todos a sua bênção. A voz cheia de lágrimas do pobre sacerdote recomendava a Deus duzentos e cinqüenta infelizes que o mar iria engolir, comovia todas as entranhas."


Analisando o relato; Allan Kardec indaga: - Não há um grande ensinamento nessa espontaneidade da prece em face de um perigo iminente? Entre a multidão amontoada no navio, certamente, havia incrédulos e quase não pensaram antes nem em Deus nem em sua alma, e hei-los em presença de uma morte que acreditavam certa, voltando seus olhares para o Ser Supremo, como para sua única tábua de salvação. É que no momento em que se ouvia soar a última hora, involuntariamente, o coração mais endurecido pergunta o que se vai começar a ser.


Contudo, passado o perigo, quantos há que disso rendem graças ao acaso e à sua boa chance, ingratidão que cedo ou tarde pagarão caramente. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII, nO 8.)


Em semelhante circunstância, qual seria o pensamento do Espírita sincero? "eu sei, diz ele, que devo me esforçar para conservar a minha vida corpórea; farei, pois, tudo o que está em meu poder para escapar ao perigo, porque, se a ele me abandonar voluntariamente, isto seria um suicídio, mas se aprouver a Deus retirá-la de mim, que importa que isto seja de uma maneira ou de uma outra, um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde! A morte não traz para mim nenhuma apreensão, porque sei que só o corpo morre, e que é a entrada da vida verdadeira, da do Espírito livre, onde reencontrarei todos aqueles que me são caros."


Ele entrevê, pelo pensamento, o Mundo Espiritual, objetivo de suas aspirações, do qual apenas alguns instantes o separam ainda, e do qual a morte de seu corpo, que o retinha sobre a Terra, vai enfim lhe dar acesso; ele se rejubila em lugar de com isso se afligir, como o prisioneiro que vê se lhe abrirem as portas da prisão. Uma única coisa o entristece, é deixar aqueles que ama; mas com isto se consola pela certeza de que não os abandonará, e que estará mais frequentemente e mais facilmente junto deles do que durante sua vida, que poderá vê-los e protegê-los.


Ao contrário, se escapou ao perigo, dirá a si mesmo: "Uma vez que Deus me deixa viver ainda sobre a Terra, é que a minha tarefa ou as minhas provas nela não estão acabadas. O perigo que corri é uma advertência que Deus me dá para que esteja pronto para partir no primeiro momento, e de fazê-lo de sorte que isto seja nas melhores condições possíveis." Depois ele agradecerá pelo adiamento que lhe foi concedido, e se esforçará para pô-lo em proveito para o seu adiantamento.


Um dos mais curiosos episódios desse drama é o fato desse passageiro que queria destruir o cérebro, dando-se assim uma morte certa, ao passo que correndo as chances do naufrágio, poderia surgir um socorro inesperado. Que móvel poderia levá-lo a esse ato insensato? Muitos dirão que tinham perdido a cabeça, o que seria possível; mas talvez tivesse sido movido, com seu desconhecimento, por uma intuição da qual não se dava conta. Embora não tenhamos nenhuma prova material da verdadeira explicação que foi dada acima, o conhecimento das relações que subsistem entre as diferentes existências lhe dá pelo menos um grande grau de probabilidade.


A propósito, duas comunicações mediúnicas foram recebidas na sessão da Sociedade de Paris de 12 de janeiro. Diz a primeira:


- A prece é o veículo dos fluidos espirituais mais poderosos, e que são como um bálsamo salutar para as feridas da alma e do corpo. Ela atrai todos os seres para Deus, e faz, de alguma sorte, a alma sair da espécie de letargia em que ela é mergulhada quando esquece seus deveres para com o Criador. Dita com fé, ela provoca naqueles que a ouvem o desejo de imitar aqueles que oram, porque o exemplo e a palavra levam também fluidos magnéticos de uma força muito grande. As que foram ditas sobre o navio naufragado, pelo sacerdote, com o acento da convicção mais tocante e da resignação mais santa, tocaram o coração de todos esses infelizes que acreditavam chegada sua última hora. Quanto a esse homem que queria se suicidar em face de uma morte certa, esta ideia lhe veio de uma repulsão instintiva pela água, porque é a terceira vez que morre dessa maneira, e suportou, em alguns instantes, as mais horríveis angústias. Nesse momento, teve a intuição de todas as suas infelicidades passadas, que lembrou vagamente em seu Espírito: foi porque quis acabar diferentemente. Duas vezes tinha se afogado voluntariamente, e tinha arrastado toda a sua família com ele. A impressão confusa que lhe restou dos sofrimentos que tinha suportado lhe deu a apreensão desse gênero de morte. Orai por esses infelizes, meus bons amigos; a prece de várias pessoas forma um feixe que sustenta e fortifica a alma para a qual é feita; dá-lhe a força e a resignação. SAINT BENOÍT (méd. Sra. DELANNE).


- Não é raro ver pessoas que, há muito tempo, não tinham pensado em orar, fazê-lo quando estão ameaçadas de um perigo iminente e terrível. De onde pode, pois, vir esta propensão instintiva a se aproximar de Deus nos momentos críticos? Dessa mesma tendência que leva a se aproximar de alguém quando se sabe poder nos defender estando num grande perigo. Então, as doces crenças dos primeiros anos, as sábias instruções, os piedosos conselhos dos pais, retornam como um sonho na memória desses homens trêmulos que há pouco achavam Deus muito longe deles, ou negavam a utilidade de sua existência. Esses Espíritos fortes, tornados pusilânimes, sentiam tanto mais as angústias da morte, quanto por muito tempo não creram em nada; não tinham necessidade de Deus, pensavam, e poderiam bastar a si mesmos. Deus, para fazê-los sentir a utilidade de sua existência, permitiu que fossem expostos a um fim terrível, sem a esperança de serem ajudados por nenhum socorro humano. Lembram-se, então, que outrora oraram, e que a prece dissipa as tristezas, faz suportar os sofrimentos com coragem, e abranda os últimos momentos do agonizante. Tudo isto lhe aparece, a esse homem em perigo; tudo isto o incita a orar de novo Aquele a quem orou na sua infância. Ele se submete, então, e pede a Deus do mais profundo do seu coração, com uma fé viva que tem uma espécie de desespero, lhe perdoar os desvios passados. Nessa hora suprema ele não pensa mais em todas as vãs dissertações sobre a existência de Deus, porque não a coloca mais em dúvida. Nesse momento ele crê, e está aí uma prova de que a prece é uma necessidade da alma; que, fosse ela sem outro resultado, pelo menos o aliviaria e deveria, por isso mesmo, ser repetida mais frequentemente; mas, felizmente, ela tem uma ação mais positiva, e é reconhecida, assim como isto vos foi demonstrado, que a prece tem para todos uma imensa utilidade: para aqueles que a fazem, como para aqueles a quem se aplica. O que disse não é verdadeiro senão na maioria; porque, ai! aos que não recobram assim a fé na sua hora última; que, o vazio na alma, querem ser, crêem, afundados no nada e, por uma espécie de frenesi, querem eles mesmos nele se precipitar. Esses são os mais infelizes, e vós que sabeis toda a utilidade e todos os efeitos da prece, orai sobretudo por eles. ANDRÉ (méd. Sr. CHARLES B.). (RE/2/66)




Na revista “Seleções” do mês de abril de 2008, página 154, no artigo “Cura à Distância”, diz que rezar por uma pessoa, que está doente, realmente funciona, de acordo com pesquisa da Universidade Estadual do Arizona. Então, eu pergunto: “o contrário também funciona? Alguém, com pensamentos rancorosos, invejosos, etc., pode nos prejudicar? O que devemos fazer para receber melhor os bons pensamentos, de cura e evitar pensamentos ruins, de inveja, etc. (ANA ROSA PINHEIRO GONÇALVES, JARDIM PAULISTA), via e-mail)


De fato, experiências têm sido feito nesse sentido, Ana Rosa; inclusive aqui, na Universidade de Brasília, conforme a imprensa noticiou. Neste sentido, foi feito o seguinte experimento: os pesquisadores dividiram pacientes crônicos em dois grupos – um que receberia a oração e outro não. Entretanto, nenhum paciente sabia o que estava acontecendo; portanto, os pacientes não foram informados de nada. Um grupo de pessoas religiosas, acostumadas à oração, foi encarregado de fazer a prece em determinados horários e dias em favor dos pacientes. Depois de certo tempo, os pacientes foram reavaliados e verificou-se que o grupo, que recebeu prece, teve uma reação significativamente melhor do que aquele que não recebeu.


O Espírito André Luiz, na obra “Mecanismos da Mediunidade”, psicografada por Chico Xavier, afirma que o pensamento é matéria. Não essa matéria comum, que conhecemos, é claro! mas um tipo de energia muito tênue e poderosa ( semelhante às ondas eletromagnéticas do rádio e televisão), que se propaga no espaço, formando em torno das pessoas uma espécie de atmosfera mental, que André Luiz dá o nome de psicosfera. Cada um de nós tem a sua própria psicosfera, ou seja, um campo mental formado pelos seus pensamentos, pelos seus sentimentos ( ou seja, pelo que a pessoa costuma pensar e sentir no seu dia-a-dia).


Quem cultiva um padrão mais elevado de pensamento tem mais condições tanto de fazer quanto de receber o bem e suas preces são mais poderosas nesse sentido. Quem tem pensamentos de baixo padrão moral, tem mais chances de fazer ou de receber o mal pelo pensamento. Acontece que é esse campo mental ou psicosfera ( de que fala André Luiz) que favorece a presença de Espíritos bem ou mal intencionados, que são para ele atraídos, dependendo do padrão de pensamento que a pessoa costuma emitir.


O campo mental, que cada pessoa cria com seus pensamentos, portanto, seleciona o tipo de pensamento que nos enviam, e nisso está a condição para merecermos boas preces ou maus pensamentos. Logo, se alguém nos manda sentimentos elevados, votos de saúde ou desejos de melhora, se estivermos abertos para isso, com certeza, vamos receber, e esses pensamentos vão nos favorecer de alguma forma. Não quer dizer que eles, por si somente, vão resolver nossos problemas, mas certamente vão nos ajudar. O que determina o padrão de pensamento de uma pessoa é o tipo de vida que ela leva, pois as nossas atitudes e atos refletem, no dia-a-dia, o que nós pensamos.


Explicando a experiência com os pacientes, podemos dizer que, no caso de uma pessoa doente, devemos considerar que ela está mais protegida pelos seus próprios pensamentos que, nesses momentos, são sempre mais contidos e mais puros. Daí porque um grupo de paciente de um hospital é mais sensível às preces do que um grupo de pessoas saudáveis. Mas a resposta final, Ana Rosa, é que, no caso de pensamento negativo, o mal vai atingir com mais facilidade quem têm um campo mental povoado de idéias e sentimentos negativos, como ódio, e inveja, e impulsos de hostilidade contra o próximo.



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