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segunda-feira, 1 de abril de 2024

VITIMA DE 'SAIDINHA' DE BANCO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Modalidade de delito que vitima centenas de pessoas diariamente, algumas fatais, é praticada tanto em grandes centros como em pequenas localidades. O fato seguinte deu-se em 16 de novembro de 1992, em São Caetano do Sul, São Paulo. Naquele dia, após sacar dinheiro em agência bancária para saldar compromissos empresariais, o advogado Cláudio Giannelli, foi perseguido por assaltantes, abordado a poucos metros de sua residência e atingido por um disparo efetuado por um dos bandidos. Socorrido, chegou vivo ao hospital para onde foi levado, falecendo antes de medidas mais efetivas para salvá-lo. Cláudio, 45 anos, casado, pai de cinco filhos, dias antes de desencarnar, deixava transparecer em vários comentários a familiares uma insistente preocupação de que a sua partida deste Plano Terreno estaria prestes a se cumprir. Cláudio rapidamente se refez na Espiritualidade. Alguns meses após o ocorrido, seus irmãos Odília e Gilberto, estavam em Uberaba, na esperança de alguma informação de Chico Xavier. Da emocionante e emocionada carta por ele psicografada destacamos: -“Estou bem, no entanto, ver a esposa tão atribulada não me permite um passo a mais na renovação de que necessito. A morte do corpo é mudança de vestimenta, sem alterar-nos naquilo que realmente somos. (...) Para esclarecimento, especialmente à nossa Zilda­, comuniquem a ela que estive consciente, embora plenamente anulado, até o Hospital São Caetano. Quando me vi cercado por médicos e enfermeiros, um homem chegou, de leve, até onde me achava estirado e se aproximou de meus ouvidos, dizendo-­me: “Filho, não tenha medo! Jesus não nos abandona. Não se aflija com a agressão de que foi vítima! Descanse o seu pensamento que a dor esfacela e pense na Bondade de Deus! Entregue a esposa e os filhos à Misericórdia Divina e repouse...” Quem me falava assim no tom que não posso esquecer? Ele respondeu-me: “Estamos juntos. Sou o seu pai Mario que volta a você para transportá-lo comigo!” Ao ouvir aquelas palavras as lágrimas me brotaram dos olhos e procurei a tranquilidade na oração última. Então, senti que, enquanto ali se preocupavam com o meu corpo ensanguentado pelo tiro que me alcançara, meu pai ali estava comigo auxiliando-me a confiar em Deus. Uma bênção de paz me desceu ao coração, e, entreguei-me aos braços de meu pai, que se fazia acompanhar de outros amigos. Retiraram-me do corpo devagarzinho, como se para ele houvesse, voltado a ser criança. Colocou-me de pé e abraçou-me como se eu estivesse nos dias da primeira infância e, tão pacificado me vi, que entrei num sono calmante para mim naquela hora incompreensível. Em seguida, carregando-me nos próprios braços, notei que deixávamos o Hospital e nos puséramos a caminho. Chegamos, seguidos pelos amigos que lhe partilhavam aquele maravilhoso transporte e fui internado numa clínica de grande tamanho, numa paisagem que não era mais a nossa. Ali, com a passagem de algumas horas, meu pai informou-me quanto a minha nova situação. Fiquei ciente de que alguém projetara sobre mim uma bala mortífera. Mas quando tive o primeiro impulso de revolta, meu pai asserenou-me, pedindo que eu entregasse tudo a Deus e de nada me queixasse. Segui aqueles conselhos que me tocavam a alma e pude esperar que passassem alguns dias até o momento de rever Zilda e os filhos. Chegou esse momento, em dezembro, (...) Cheguei emocionado em nossa casa da Rua Thomé de Souza e achei a querida Esposa tão ferida no íntimo que não suportei o pranto que se represava dentro de mim. Chorei ou choramos juntos e, até agora, estou trabalhando para asserenar-lhe o pensamento de mãe que enfrenta as provações da viuvez. (...)Cláudio Giannelli”.




Se uma senhora tem uma conduta honesta, se é dedicada à família, cumpre com suas obrigações, e sabe dar amor e carinho aos filhos, mas, mesmo assim, é incompreendida e sofre muita incompreensão – aliás, só conheceu sofrimento nesta vida – isso tudo é porque ela errou muito na vida passada? O que ela poderia fazer para sofrer menos?


Embora seja comum ouvir dos espíritas que o que funciona é a lei de causa e efeito, que essa lei explica todos os problemas humanos, nós não devemos chegar ao exagero de afirmar que todos os sofrimentos, pelos quais uma pessoa venha a passar, decorram única e exclusivamente de erros que ela tenha cometido em encarnações passadas. Não. Pensar assim é querer simplificar muito a lei de causa e efeito.. A questão é um pouco mais complexa. O sofrimento decorre de várias causas ao mesmo tempo; e uma dessas causas são os erros do passado.


Os sofrimentos, que decorrem de erros, são conhecidos no Espiritismo como expiação; no hinduismo como carma. Mas, os problemas da vida, de um modo geral, todos os problemas, provém – como dissemos – de vários fatores. Há dificuldades que decorrem de compromissos que o Espírito assumiu – ou com pessoas ou com coletividades, ou mesmo com uma causa, com um ideal que abraçou. Esses compromissos podem ser chamados de “tarefas” ou de “missões”, dependendo de sua dimensão. Os grandes Espíritos, por exemplo, têm missões – como foi o caso de Jesus – e essas missões, em geral, são sofridas, mas elas têm por objetivo impulsionar o progresso moral da humanidade.


Em geral, em toda família, há sempre Espíritos abnegados, que renascem naquele meio com o compromisso de ajudar os outros a crescer espiritualmente. São mães ou pais, que se esforçam, que lutam, que até se sacrificam, para poderem auxiliar Espíritos – que, muitas vezes, vêm na condição de filhos, netos ou outros parentes – para serem estimulados ao bem, para se recuperarem de suas quedas morais do passado. Tais situações são, muitas vezes, difíceis e sofridas, mas que, ao final, vão acrescentar a essas almas abnegadas um merecimento muito especial, proporcionando-lhes grandes recompensas espirituais.


No Espiritismo, aprendemos que as dores humanas – principalmente as chamadas dores morais – não decorrem, portanto, apenas dos erros, mas podem ser escolhas que o Espírito faz antes de reencarnar – em forma de provas, de tarefas e missões: isso, sem contar que todos nós, passando por esta experiência planetária, ainda estamos sujeitos à chamada “dor-evolução”, ou seja, aquelas dificuldades naturais de nosso caminho, que têm por objetivo estimular o nosso próprio desenvolvimento moral e intelectual. Precisamos considerar que a grande parte dos problemas corriqueiros do dia-a-dia provém da falta de habilidade para viver melhor.


No caso em questão, tudo leva a crer que se trata de um compromisso assumido por esse Espírito com as pessoas que a rodeiam. Se fosse expiação – ou seja, se fosse efeitos de erros do passado, ela estaria intranqüila, insatisfeita e até revoltada com a situação, mas, pelo que você diz, não é o que acontece, demonstrando que ela já alcançou um grau considerável de evolução.


Se essa pessoa sofre muito em favor daqueles a quem ama, com certeza, ela está fazendo o melhor que pode. E se ela conhecer o Espiritismo, souber como funciona a lei de causa e efeito, com certeza, vai tomar consciência de que todo bem que está fazendo, não só ajudará aqueles a quem ama, mas será fator de crescimento e merecimento especial dela mesma que, na verdade, estará garantindo sua promoção especial na espiritualidade. Isso lhe servirá de lenitivo e, ao mesmo tempo, de estímulo para prosseguir serena e confiante no seu progresso espiritual.


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