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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

PORQUE ESQUECEMOS O PASSADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

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Se vivi outras vidas, sofro em consequência das decisões e ações insensatas delas e essas pessoas às quais estou ligado fazem parte de experiências mal sucedidas delas, por que não lembro de nada? Argumento comum entre aqueles que preferem a lei do mínimo esforço, presos à filosofia do “achismo”. Em artigo do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec ressalta alguns pontos importantes da questão: -“A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, pois isso nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação, no interesse da Humanidade; mas, a vida espiritual não sofre solução de continuidade. Tanto como desencarnados, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve fazer. Se não a escuta, então é culpa sua. Além disso, o Espiritismo dá ao homem um meio de remontar ao seu passado, se não aos atos precisos, ao menos aos caracteres gerais desses atos que ficaram mais ou menos desbotados na sua vida atual. Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta e dizer: -‘Se sou punido, é porque pequei’. E a mesma punição lhe dirá o que fez. Citemos uma comparação. Suponhamos um homem condenado a tantos anos de prisão, sofrendo um castigo especial, mais ou menos rigoroso conforme sua falta: suponhamos, ainda, que ao entrar na prisão perca a lembrança dos atos que para lá o conduziram. Poderá dizer: -‘Se estou nesta prisão, é que fui culpado, pois não se condena gente virtuosa. Tratemos, pois, de nos tornarmos bons, para não voltarmos quando daqui sairmos’. Quer ele saber o que fêz? Estudando a lei penal, saberá quais os crimes que para ali conduzem, porque não se é posto a ferros por uma maluquice; da duração e severidade da pena, concluirá o gênero do que deve ter cometido. Para ter uma ideia mais exata, terá apenas que estudar os artigos para os quais irá sentir-se instintivamente arrastado. Saberá, então, o que daí em diante deverá evitar para conservar a liberdade e a isso será ainda excitado pelas exortações dos homens de Bem, encarregados de o dirigir e instruir no bom caminho. Se não aproveitar, sofrerá as consequências. Tal a situação do homem na Terra onde, como condenado, não pode ter sido posto por suas perfeições, desde que é infeliz e obrigado a trabalhar. Deus lhe multiplica os ensinamentos proporcionais ao seu adiantamento. Adverte-o incessantemente e o fere, até, para o despertar de seu torpor; e o que permanece no endurecimento não pode desculpar-se com a arrogância”. Através do médium Chico Xavier, o Espírito André Luiz registrou importantes apontamentos sobre o tema: 1: -“O obscurecimento das memórias pregressas, não é senão um fenômeno temporário, mais ou menos curto ou longo, conforme o grau de evolução que tenhamos atingido. Até certo ponto, uma dilatada hipnose. A passagem pelo claustro materno, o novo nome escolhido pelos familiares, os sete anos de semi-inconsciência no ambiente fluídico dos pais, a recapitulação da meninice, o retorno à juventude e os problemas da madureza, com as responsabilidades e compromissos consequentes, estruturam em nós – a individualidade eterna -, uma personalidade nova que incorporamos ao nosso patrimônio de experiências”. 2- Os Espíritos encarnados, tão logo se realize a consolidação dos laços físicos, ficam submetidos a imperiosas leis dominantes na Crosta (...). Sem a obliteração temporária da memória, não se renovaria a oportunidade”. 3 – “Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o”. 4 - Imaginemos a mente como sendo um lago. Se as águas se acham pacificadas e límpidas, a luz do firmamento pode retratar-se nele com segurança. Mas  se as águas vivem revoltas, as imagens se perdem ante o movimento das ondas móveis, principalmente quando o lodo acumulado no fundo aparece à superfície”.

 




Amor e Caridade. Mais uma vez este tema , agora estimulado pelo Mário Jorge Gianoti, de Marília, que pergunta: “No Evangelho Segundo o Espiritismo temos uma citação do Apóstolo Paulo, sobre caridade, no capítulo “Fora da Caridade não há salvação”. Eu já vi essa mesma citação em outros livros, inclusive numa tradução da Bíblia, mas que no lugar da palavra caridade vinha a palavra amor. Não me parece que é a mesma coisa. Vocês explicaram no programa que amor é sentimento e caridade é ação. Com que finalidade, então, alguns autores usam a palavra amor no lugar de caridade e vice-versa? Isso não seria uma distorção?

Não é uma coisa tão simples de se tratar, Mário. Mas, ao que tudo indica, as religiões que valorizam a fé e não as obras – ou melhor dizendo, aquelas que proclamam a salvação exclusivamente pela fé - tendem a fazer esse ajuste da palavra amor, porque não suportam a palavra caridade. Não é o caso, por exemplo, da famosa tradução de João Ferreira de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, que coloca a palavra “caridade” na boca do apóstolo Paulo.

No entanto, quanto à tradução, é possível empregar a palavra “amor”, sim, quando essa palavra “Amor” significa fazer o bem, auxiliar, ajudar, solidarizar-se, colocar-se ao lado daquele que precisa, seja ele quem for – sem exigir condições e sem esperar recompensa – porque foi o que Jesus quis ensinar, quando contou a Parábola do Bom Samaritano e quando proferiu o maior dos mandamentos: “Um grande mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros como eu vos amo “

Aliás, a palavra amor pode ter diversas conotações – como, por exemplo, o amor ente o homem e a mulher, o amor entre os familiares, o amor correspondido, etc. Contudo, o amor ágape, aquele que Jesus ensinou, não é apenas um sentimento que deve permanecer vivo no coração, mas é a expressão desse sentimento nas prática de nossa vida diária, em nossas relações uns com os outros, sem esperança de retribuição - ou seja, aquilo que o Espiritismo chama de caridade.

Repare que Kardec não afirmou que fora do Espiritismo não há salvação, mas deixou bem claro que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Logo a caridade está acima de qualquer religião, pode ser exercida até por uma pessoa que nem religião tem. Porém, muita gente, quando ouve a palavra “caridade”, ainda pensa em esmola, em gestos casuais de benevolência para quem está passando por necessidade. Todavia, para o Espiritismo – como para Jesus o Amor Ágape – caridade é um modo de vida, é a forma como convivemos e nos relacionamentos com toda e qualquer pessoa que esteja ao nosso lado, e que Jesus chamou de amor próximo.

A caridade material é mais fácil, a caridade moral é mais difícil. É fácil prestar um auxílio financeiro a alguém, num momento de necessidade Difícil, porém, é tolerar injúrias, perdoar ofensas, compreender os que erram contra nós, viver no dia a dia exercitando atos de compreensão e de bondade para aqueles que erram contra nós, caminhar ao lado de quem precisa de nossa palavra, de nosso apoio e de nossa colaboração.

A máxima de Jesus, “a cada um segundo as suas obras”, diz tudo. Jesus só estava interessado na melhoria moral do homem, pois é assim que o homem tende a se aproximar de sua perfeição – quer dizer, de sua felicidade. Amar, portanto, no sentido que ele nos ensinou, não é uma mera situação contemplativa, de adoração, rituais e louvores ( porque isso tudo é fácil e não contribui para o nosso crescimento espiritual). Amar é amar-se, buscar a felicidade no próprio coração, independente do que possa estar acontecendo ao redor.

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