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segunda-feira, 24 de maio de 2021

SUICÍDIO ASSISTIDO, EUTANÁSIA E ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Já vos dissemos e repetimos, muitas vezes, que estais na Terra de expiação para completar as vossas provas, e que tudo o que vos acontece é consequência de vossas existências anteriores, as parcelas da dívida que tendes a pagar”, respondeu o Espírito Bernardim, quando perguntado se “deve-se por termo às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos desígnios de Deus, deixa-las seguir o seu curso?”, Conforme reproduzido no capítulo cinco d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. O desconhecimento disso, a não cogitação ou compulsões trazidas no inconsciente de encarnações passadas levam pessoas como Brittany Maynard a optarem pelo suicídio assistido como permitido pela legislação do Oregon e outros cinco Estados norte-americanos, ou a Eutanásia praticada por profissionais de saúde na Holanda, Bélgica e parte da Suíça. Jovem de 29 anos, casada recentemente acometida por tipo raro de câncer na cabeça, escolheu o que se convencionou chamar “morte digna”. No mesmo capítulo do livro citado, colocada a situação-problema de “um homem que agoniza, presa de cruéis sofrimentos, sabendo-se que seu estado é sem esperanças, seria permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim”, obteve-se da Espiritualidade a seguinte resposta: -“Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e lhe modificar os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões? (...) O materialista que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro”. Noutra resposta, alerta que “quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e, por conseguinte, há o suicídio de intenção, embora não haja de fato”. O caso da moça americana parece se enquadrar neste. Pergunta-se se a fé não poderia inspirar outra decisão. Provável. Ocorre que ninguém dá o que não tem. As gerações nascidas nas últimas décadas em várias regiões do Planeta, especialmente naquelas em que predomina a cultura materialista, as crianças cresceram e crescem sem qualquer referência sobre seu sentido espiritual, distantes da religião, atualmente incapaz nas escolas dominantes de oferecer respostas lógicas para as mentes argutas dos Espíritos que tem reencarnado. Brittany, como a esmagadora maioria das criaturas humanas ligadas aos processos e programas reencarnatórios, ignoram que “os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual”, e - como observa o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier - que o “homem vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, habitualmente não enxergando os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino”. Pelas regras, ou seja, pelos mecanismos da Lei da Causa e Efeito, a cada momento construímos o próprio destino, resolvendo ou complicando problemas criados com nossas ações deliberadas. E, não fugimos de nós mesmos. A facilidade com que se entregou ao suicídio mesmo que disfarçado de “morte suave”, bem como, a doença rara de que foi acometida, a idade em que se deu; sugerem estar ela presa a decisões radicais que, pela profundidade e extensão com que lesionam e traumatizam as áreas atingidas, plasmam dores e sofrimentos, acrescidos da compulsão para repetir o gesto. Apesar do amparo da lei humana, não conseguirá, porém, fugir das consequências espirituais de seu ato, decretando para si futura existência assinalada pelos efeitos causados na que interrompe, talvez agravados pelos que trazia do passado para se libertar. Sem falar do despertar no Plano Espiritual como observamos na obra LOUCURA E OBSESSÃO (1986, feb), psicografado por Divaldo Pereira Franco, onde o Espirito Manuel Philomeno de Miranda descreve visita feita com o Dr Bezerra de Menezes a um necrotério para auxiliar médium com que o Benfeitor trabalhava, cuja filha, suicida, debatia-se no cadáver enregelado, sem conseguir libertar-se dele, nem ser socorrida em sua aflição.



 Uma ouvinte, com quem conversamos pessoalmente, perguntou por que não colocamos mais orações neste programa. Apesar de termos conversado com ela sobre o assunto, pedimos licença para trazer a questão aos demais ouvintes, por julgarmos muito apropriada aos temas que aqui tratamos.

Quem conhece um pouco de Espiritismo sabe o quanto a prece ou oração é importante para sedimentar e nos fortalecer os bons sentimentos. Toda vez que conseguimos nos recolher,  de fato, no mais intimo da alma, com bons propósitos e com fé em Deus, podemos vivenciar um instante de contato com o que há de mais sagrado no mundo. Jesus nos ensinou a prática da verdadeira oração, quando nos trouxe a pequenina e singela oração que conhecemos como  Pai Nosso.

 Ele mesmo, o Mestre, costumava orar em alguns momentos para falar com o Pai no silêncio da alma, conforme relatam os evangelhos. Por isso mesmo, vendo à frente a multidão que ansiava pela proteção de Deus, recomendou: “Quando quiserdes orar, entrai em vosso quarto e, fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo (ou em silêncio) e vosso Pai, que sabe o que se passa em segredo, vos atenderá.”

 Ao final de cada edição de MOMENTO ESPÍRITA, colocamos uma prece na voz de Chico Xavier, esperando que cada os ouvintes  acompanhem o significado e o sentimento mais profundo das palavras, a fim de encontrar no coração esse ponto de contato com o amor que Jesus ensinou. Achamos que uma única prece no programa é suficiente, lembrando o mestre quando disse:

 “Não vos preocupeis em orar muito em vossas preces, como fazem os gentios, porque eles pensam que é pela multidão de palavras que serão ouvidos. Não vos torneis, pois, como eles, porque vosso Pai sabe do que necessitais antes mesmo de o pedirdes”.

Na verdade, estamos mais preocupados em levar os ouvintes à reflexão. Nosso programa é, sobretudo, informativo. Quando passamos a entender melhor a Lei de Deus, percebemos logo que não estamos neste mundo por acaso, que cada um de nós tem um papel nos planos divinos e, principalmente, que tudo que passamos faz parte de uma experiência importante para o nosso crescimento espiritual.

  A compreensão das leis de Deus clareia o nosso caminho e nos reconforta ao mesmo tempo, porque passamos a um sentido mais elevado à nossa vida, sabendo que nada acontece por acaso e que em nenhum momento da vida estamos sozinhos, por mais difícil a situação. Deus está conosco sempre, não tanto pelas orações, mas sobretudo pela nossa conduta.

 Está bem claro nos evangelhos  que Jesus nos pediu mais ação do que adoração, como na parábola do bom samaritano.  Aliás, não foi por outra razão que ele chamou os fariseus de hipócritas, afirmando que eles traziam a religião nos lábios (porque oravam muito), mas não no coração. Mas as coisas não mudaram muito depois de Jesus: o homem ainda prefere a adoração, como forma de se aproximar de Deus.

 O lado sublime da religião é a prática do bem, o exercício do amor, no dia a dia de nossa vida. Essa prática consiste  no esforço de cada um em conviver bem consigo mesmo e com as pessoas que estão à sua volta, desenvolvendo as virtudes da humildade, da compreensão e da solidariedade para com todos. É nisso que reside a felicidade dos que seguem realmente o Cristo.

 A prece, caros ouvintes, é um sublime encontro com Deus, quando está impregnada de nossos bons propósitos. Por isso, ela é um momento especial de intimo recolhimento, onde o melhor de nós se mostra ao Pai. A sublimidade desse momento não é medida pelo número ou pela duração da prece ou pelo tempo que ela ocupa, mas pela sinceridade do coração. Mais que a oração, no entanto, o bem que podemos fazer e mal que devemos evitar.


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