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segunda-feira, 10 de maio de 2021

ALÉM DO QUE SE IMAGINA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Reportando-se a fatos que precederam o lançamento do livro NOSSO LAR em 1943, abrindo caminho para uma série de importância ainda não reconhecida  até mesmo por muitos espíritas, Chico Xavier registrou em carta datada de 12 de outubro de 1946 e endereçada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas, então presidente da Federação Espírita Brasileira, mantenedora da editora através da qual todos os título foram publicados: “-Desde fins de 1941, o Espírito Emmanuel se dedicava, afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de ‘algumas autoridades espirituais’ que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio, com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no ‘outro lado’, e, desde então, onde me concentrasse, via sempre aquele ‘cavalheiro espiritual, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois anos, antes de NOSSO LAR”. A partir daí os livros foram surgindo, de uma forma frenética. Cinco em cinco anos. Não obras qualquer, mas trabalhos substanciais, verdadeiros documentários sobre a vida depois desta e suas interações com a desta Dimensão. E, o mais impressionante através de um moço com apenas formação primária, trabalhador humilde de uma venda desde os quinze anos, cumprindo uma extenuante carga de trabalho.  A princípio rejeitadas por uma parcela de seguidores do Espiritismo por considerarem as informações contidas nos primeiros livros como materializadas demais, venceram o tempo e, como preconizado pelo engenheiro Hernani Guimarães Andrade - importante figura dedicada aos aspectos científicos da Doutrina Espírita -, os livros da série já são objeto de estudo em grupos universitários brasileiros. Além dos interessantes relatos, nas obras encontramos sugestivas informações. Comentando sobre a interação entre habitantes de diferentes Dimensões vibratórias, o Instrutor Alexandre, personagem central do MISSIONÁRIOS DA LUZ (1944,feb), diz que “os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”.  Ante a admiração de André Luiz, explica-se melhor, acrescentando: - “Tanta admiração, somente por vê-los tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o próprio homem encarnado, recebe mais de setenta por cento da alimentação comum através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal”. Alguns capítulos à frente, é a vez de uma entidade de nome Apuleio, revelar -“ Eles se alimentam, diariamente, de formas mentais, sem utilizarem a boca física, valendo-se da capacidade de absorção do organismo perispirítico (corpo espiritual), mas ainda não sentem a extensão desses fenômenos em suas experiências diárias. No lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o magnetismo pessoal de cada um. Dessa alimentação dependem, na maioria das vezes, mormente para a imensa percentagem de encarnado que ainda não alcançaram o domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto, de  prazer ou sofrimento. Segundo você pode observar, também o homem absorve matéria mental, em todas as horas do dia, a ambientado dentro de si mesmo, nos círculos mais íntimos da própria estrutura fisiológica. Em sua experiência última na Crosta, quando envergava os fluidos carnais, nunca sentiu a perturbação do fígado, depois de um atrito verbal? Jamais experimentou o desequilíbrio momentâneo do coração, recebendo uma notícia angustiosa? Por que a desarmonia orgânica, se a hora em curso era muitas vezes, de satisfação e felicidade. É que em tais momentos, o homem recebe ‘certa quantidade de força mental’ em seu campo de pensamento, como fio recebe a ‘carga de eletricidade positiva’. O ponto de recepção está efetivamente no cérebro, mas se a criatura não está identificada com a Lei de Domínio Emotivo, que manda selecionar as emissões que chegam até nós, ambientará a força perturbadora dentro de si mesmo, na intimidade das células orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis”.  O próprio Apuleio considera “muito difícil explicar aos homens encarnados fatos rotineiros como esses a que se referiu, repetidos pelos homens dezenas de vezes, durante cada dia de luta carnal”.


Um ouvinte, que não se identificou, fez o seguinte questionamento:  Li um livro que contava sobre as dificuldades que um Espírito passou num ambiente de trevas, logo depois que desencarnou. Fico pensando, então, se o Espírito vê o mundo como nós vemos. Se ele estava na escuridão é porque perdera a visão. Então é pela visão que ele vê. É isso mesmo?

 Allan Kardec trata deste assunto n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. A  resposta à questão 246 afirma que para ver eles não têm necessidade de luz exterior, a não ser o Espírito esteja passando por uma expiação – ou seja, quando a falta da visão decorre de um problema que ele causou em si mesmo quando encarnado. A resposta deixa claro que a percepção dos Espíritos não se dá através de sentidos como os nossos, os encarnados.

  Logo, não é difícil concluir que essa percepção depende de seu estágio de desenvolvimento espiritual. Kardec explica que “ a faculdade de ver, nos Espíritos, é uma propriedade inerente à sua natureza em que reside em todo o seu ser, como a luz reside em todas as partes de um corpo luminoso. É uma espécie de lucidez universal -diz Kardec – que se estende a tudo, envolve a uma só vez o espaço, o tempo e as coisas e para a qual não há trevas nem obstáculos materiais.

 Para nós, os encarnados – que dependemos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) para perceber o mundo exterior – é difícil entender que um Espírito possa perceber sem o uso desses canais. Contudo, devemos considerar que o perispírito leva consigo as impressões do mundo material e até a forma de perceber as coisas, o que parece acontecer com as pessoas mais apegadas à matéria. O mesmo não acontece com os Espíritos Superiores que já estão num estágio mais elevado de desenvolvimento.


 

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