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sexta-feira, 28 de maio de 2021

DUROS DE CORAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Procedimento terapêutico como Constelação Familiar desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger demonstra o acerto da revelação apresentada pelo Espiritismo ainda no século 19 sobre o fato de que “um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos”. Por sinal, a informação de Allan Kardec, vai além, dizendo que embora compromissos assumidos por famílias, não são resgatados por descendentes, visto que ninguém paga pelos erros de outrem, mas, sim, reencarnando no mesmo grupo familiar, o infrator ressurge como, por exemplo, bisneto de si mesmo, no sentido de retificar insensatas ações.  O desconhecimento dessa visão da família resulta, porém, em muitos fracassos nos programas evolutivos cumpridos em nossa Dimensão, bem como, na morosidade com que o Ser avança mais alguns passos no caminho do progresso espiritual. Prova disso nos é oferecido no excelente livro FILHOS DA DOR (inteLitera, 2010), do professor e Mestre em Direito Penal, além de Delegado de Polícia Vilson Disposti e que sensibilizado pelos casos que observava no exercício de uma de suas atividades em prol da garantia de Lei, fundou uma instituição denominada Casa do Caminho Ave Cristo, na cidade  de Birigui, interior de São Paulo.  A obra prefaciada pelo médium Divaldo Pereira Franco, constitui-se num dos mais bem escritos trabalhos a respeito de um dos avassaladores e crescentes problemas – na verdade, um sintoma -, enfrentado pela sociedade contemporânea: a dependência química. Expõem não só o fato da sua origem ser repercussão do modelo familiar vivenciado por parte da sociedade desde o final do século XX, mas, também a dureza de corações nele reunidos. Isso fica patente, sobretudo, nalguns dos exemplos selecionados pra ilustrar os argumentos do inspirado e experiente escritor. Num deles, “os pais de um rapaz de 25 anos, que lutavam para afastar o filho da dependência, crendo que a retirada do mesmo do meio social em que vivia solucionaria o problema, decidiram enviá-lo a outro país, e tendo adotado as providências necessárias, inclusive do emprego garantido, às vésperas da viagem, viram o filho desaparecer por duas semanas com o dinheiro reservado e o único carro da família, após o que o impediram de entrar em casa, decidindo que deveria ser excluído da família, o que o levou a morar na rua, disputando com outros viciados, a guarda de carros estacionados, e, mesmo convencido por amigos a internar-se no Centro Ave Cristo, abandonou a terapia, preferindo a condição de morador de rua, recusando-se a qualquer tratamento”. Noutro, repete a resposta de um dos assistidos da instituição que “indagado se saberia dizer o que o teria levado às drogas explicou ter sofrido muito com a separação de seus pais, que seu genitor constitui nova família, não lhe dando mais atenção, limitando-se ao pagamento obrigatório da pensão alimentícia. Executivo de uma das maiores construtoras do país, quando comunicado de sua dependência química aos 15 anos, ignorou, pedindo para não ser aborrecido com esse assunto, dizendo que só vai para a droga quem quer. A razão de ter procurado a clínica era sair das drogas para mostrar a ele ser capaz, na esperança que o pai ainda sinta orgulho dele”. Três meses após a internação demonstrando evidentes sinais de sua recuperação, questionado sobre o que de tristeza em seu semblante, desabafou dizendo de sua ansiedade por uma carta ou ligação telefônica de seu pai, infelizmente frustrada, indagando se ele havia feito contato com a clínica. Procurado, agradecendo pela tentativa de ampará-lo, o genitor declarou ser o filho maior de idade, nada mais podendo fazer por ele. Quanto à mãe, às vésperas da liberação do moço dos oito meses do bem sucedido tratamento, antecipando-se à manifestação do filho em tenso diálogo que mantinham, declarou: - “Desejaria deixar claro uma coisa: eu não vou abrir mão da minha cervejinha diária. Em minha geladeira, sempre guardo algumas de reserva e agora esse menino vem com essa conversa de que tem medo de não se segurar por causa disso. Assim, ele não poderá voltar a morar comigo”. Como dito pelo psicanalista Eduardo Kalina, várias vezes citado pelo Dr Vilson Disposti, “o desejo pelo tóxico é induzido socialmente, para diminuir as ansiedades geradas pelas frustrações afetivas”. O livro é permeado por outros impactantes exemplos, constituindo-se em importante instrumento de avaliação do grave problema social, não só no seu enfrentamento, mas quem sabe também da sua prevenção.


 

  Eu nunca prestei atenção naquela história de Jesus ter transformado água em vinho.  Agora, quando ouvi um comentário do programa sobre isso, é que fui acordar para essa questão. Então pergunto: se a bebida alcoólica é um mal, porque levam as pessoas ao vício, chegando a ser um problema social dos mais graves, por que Jesus fez esse milagre? Não deveria ser o contrário, transformar o vinho em água?

   Independente da questão se Jesus estava ou não incentivando a bebida, quando lemos os evangelhos ou quaisquer dos livros da antiguidade, incluindo os da Bíblia, devemos considerar alguns pontos importantes: o tempo que nos separa dos fatos, a falta de precisão dos textos que foram escritos muitos anos depois dos fatos, as ideias e as crenças e as interpretações da época e as alterações que devem ter ocorrido nos próprios textos, antes da invenção da imprensa.

 Vamos citar, aqui, o texto do evangelho de João, que diz o seguinte: “No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava ali; Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Respondeu Jesus: “Que temos nós em comum, mulher? A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele lhes mandar”.

 Ali perto havia seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações cerimoniais; em cada pote cabiam entre oitenta e cento e vinte litros[. Disse Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda. Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”. Eles assim fizeram, e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água.

 Então chamou o noivo  e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora”. Este sinal miraculoso, em Caná da Galiléia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele.”

   Embora o texto tenha sido escrito cerca de 50 anos depois do acontecimento, João fora discípulo de Jesus quando ainda muito jovem. Contudo, ele foi o único dos evangelistas a narrar esse episódio. Por ter sido considerado o primeiro milagre de Jesus, é estranho que os outros evangelistas o tenham omitido.  Além do mais, se trata de um simples fato material, uma demonstração de poder mágico. E é também estranho que Jesus, cujos ideais eram tão sublimes, se sujeitasse a praticar atos de magia, sem visar a um propósito mais nobre.

Allan Kardec, no livro A GÊNESE ( que trata, entre outras coisas, dos milagres do evangelho) chega a dizer que pode se tratar apenas de mais de uma parábola, como a parábola (um tanto contraditória) da figueira que secou, e que acabou sendo transformada em fato real.  Todavia, considerando que a descrição correspondesse ao fato - pois, sempre há uma tendência ao exagero em torno da figuras emblemáticas, como Jesus  - mesmo assim, devemos levar em conta que o vinho fazia parte da mesa do judeu do primeiro século e a vinicultura, que é a cultura a uva, era uma das forças econômicas daquela nação. Além do mais, é bem possível que o melhor vinho fosse feito à base do suco de uva, sem a adição de álcool, como acontece hoje em dia

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