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sábado, 1 de maio de 2021

O DIFÍCIL CAMINHO DA EVOLUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Riqueza, inteligência, beleza e autoridade segundo se deduz de casos mostrados pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier no livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945, feb), são experiências em meio às quais dificilmente se consegue manter o equilíbrio. Exemplo da veracidade dessa afirmação pode ser encontrado no número de outubro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Na seção Palestras Familiares de Além Túmulo, Allan Kardec reproduz, primeiro, a entrevista desenvolvida na reunião de 2 de setembro daquele ano, na Sociedade Espírita de Paris com o Espírito de um morador de Lyon, conhecido pela alcunha de Père Crépin, cuja morte fora noticiada por jornais locais. Considerado milionário era conhecido também pela avareza incomum. Nos últimos tempos de sua vida, passou a morar com um casal de nome Favre, que, além de abriga-lo, assumira a obrigação de alimentá-lo mediante ínfima importância, deduzida de aluguel com que lhes remunerava. Possuía nove casas, morando anteriormente numa delas, numa espécie de nicho que mandara construir debaixo da escada. No momento de anunciar o aluguel a locatários, arrancava os cartazes das ruas, os utilizando para suas contas. A determinação municipal que prescrevia a caiação periódica das casas lhe acarretava tremendo desespero; causando desentendimentos pelo seu intento de obter uma exceção, o que se mostrou inútil. Gritava estar arruinado, dizendo que se resignaria se tivesse uma única casa, acrescentando ter nove. Nas 21 perguntas a ele dirigidas, ao confirmar sua presença, exasperado, questionava se a intenção da evocação seria apropriarem-se de seu dinheiro que, por sinal, não via; dizia-se com saudades da vida terrena por não mais poder tocar, contar e guardar seu dinheiro; que quando vivo nunca pensara que não levaria nada deste mundo, tendo como ideia fixa o acúmulo de riquezas, não cogitando que se separaria delas; que o motivava era a volúpia de tocar suas posses, sentindo imenso prazer em fazê-lo, não tendo outra paixão na Terra; compreendendo agora que era um miserável, embora sentindo prazer em ver seu ouro, embora não podendo apalpá-lo, o que representava uma punição no vida em que se via; que não experimentara nenhum sentimento de piedade pelos infelizes que sofriam na miséria; que sabia ter sido um pastor, muito infeliz no corpo, mas feliz de coração em existência anterior à que terminara; que o primeiro pensamento ao saber-se no Mundo dos Espíritos, foi o de procurar suas riquezas, sobretudo o ouro, sentindo-se muito infeliz, coração dilacerado e, ao mesmo tempo remorso, parecendo-lhe que quanto mais o tempo passar, mais sofrerá por sua avareza terrestre; que reconhecia ter sido inútil a vida terminada para seus semelhantes; que não tivera amigos na Terra que, por sinal não pedira, merecendo o apoio apenas do seu Anjo da Guarda na realidade em que se vê; que sua mãe o recebera na reentrada no Mundo Espiritual; que construíra sua fortuna um pouco legalmente, mas explorara muito e roubara um pouco dos seus semelhantes. Na reunião da semana seguinte, nove de setembro, Allan Kardec consulta o dirigente espiritual dos trabalhos da Sociedade Espírita de Paris, a respeito das informações obtidas, apurando o seguinte: 1- Sobre o perfil de Père Crépin e a revelação de ter sido pastor em vida pregressa, ouve que “ele era ignorante, inexperiente; pediu a riqueza; ela lhe foi concedida, mas como punição a seu pedido; o que dificilmente repetiria”. 2- Focando a característica da avareza, Allan Kardec indaga: -“Há pessoas que não são avarentas senão para com os outros. Qual é o mais culpável: aquele que acumula pelo prazer de acumular e se priva até do necessário ou aquele que, de nada se privando, é avaro quando se trata do menor sacrifício para o próximo?, obtendo como resposta: -“É evidente que o ultimo é mais culpado, porque é profundamente egoísta. O primeiro, é lógico”. Finalmente, uma questão que, certamente, muitos se fazem: - “Nas provas que deve sofrer para chegar à perfeição, deve o Espírito passar por todos os gêneros de tentação, e poder-se-ia dizer que para Père Crépin a vez da avareza chegou por meio das riquezas que estavam à sua disposição e que ele sucumbiu?”. –“Isto não é regra geral, mas é exato no seu caso particular. Sabeis que há muitos que desde o começo tomam um caminho que os liberta das provas”. A regra geral, contudo, conduz as individualidades sob o controle do determinismo até que o amadurecimento permita ao Ser interferir no planejamento de futuras existências. Enquadram-se na situação exposta por Allan Kardec num dos números da REVISTA ESPÍRITA: -“Não é, pois, nem após a primeira, nem após a segunda encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a centésima ou milésima”.


 Há muito tempo, eu e meu marido tínhamos amizade com um casal que, por motivos de ciúme, acabou se separando. Antes, houve um grande desentendimento entre eles e tudo parecia claro para nós. Chegamos a tomar partido a favor da esposa.  Eles se separaram. Com o tempo, porém, as coisas se mostraram mais e clara para nós e, então, percebemos que estávamos errados, que o marido estava com a razão. Só que, agora, ele não nos aceita mais nossa amizade. (Ouvinte anônima)

 “A vida ensina” – alguém disse isso. Na verdade, cara ouvinte, todos nós, Espíritos reencarnados neste mundo de provas e expiações, estamos sujeitos a cometer erros. Erramos em nossos julgamentos, erramos em nossos atos. Todos deveríamos ter muita consciência disso, porque, então, passaríamos a nos conduzir com mais cuidado em relação aos erros dos outros. Dependendo da situação, o terreno pode ser muito escorregadio e nos pegar de surpresa.

 Muitas vezes, porém, um pequeno deslize – um erro que consideramos menor, quase insignificante – pode causar um grande prejuízo para alguém, prejuízo que, certamente, não sabemos avaliar, porque não fomos nós que o sofremos. Mas, dependendo do dano moral sofrido, ele pode ser causa de muitos problemas. Quando percebemos o erro, mesmo que nos esforcemos para consertar, querendo reatar a amizade ( como é o seu caso), quase nada resta fazer.

 Todos nós, portanto, devemos nos conscientizar de que, em algum momento da vida, podemos ser decepção para os amigos, mesmo que estejamos agindo com honestidade e com a melhor das intenções. Embora honestos, podemos cometer erros graves, principalmente quando nos precipitamos, envolvendo-nos indevidamente num problema que não é nosso.

 Neste caso, só nos resta compreender a dor de um coração ferido por nossa culpa e orar por ele. Há nos corações sempre razões que ainda não podemos entender. Dê tempo ao tempo. Não haja com precipitação de novo. É possível que a situação venha a mudar. Para isso devemos nos conduzir com discrição e cautela para não complicarmos mais ainda o problema.

  

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