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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

NECESSIDADE URGENTE ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-“Quando a sociedade humana não tem outro objetivo de atividade senão a prosperidade material e o prazer dos sentidos, ela mergulha no materialismo egoísta, aprecia todas as ações segundo o Bem que delas retira, renuncia a todos os esforços que não levam a uma vantagem palpável, não estima senão aqueles que possuem, e não respeita senão a força que se impõe. Quando os homens não se preocupam senão com os sucessos imediatos e lucrativos, perdem o senso de honestidade, renunciam à escolha dos meios, calcam aos pés a felicidade íntima, as virtudes privadas, e cessam de se guiar segundo os princípios de justiça e de equidade. Numa sociedade lançada nessa direção imoral, o rico leva uma vida de ociosidade ignóbil, embrutecedora, e o deserdado nela arrasta uma existência dolorosa e monótona, da qual o suicídio parece ser a última consolação!”. Essa avaliação não se constitui num verdadeiro retrato falado, um diagnóstico perfeito da realidade observada na atualidade do mundo? Ocorre que ela foi publicada na abertura do número de setembro de 1863 da REVISTA ESPÍRITA. O editor, Allan Kardec a reproduz pela qualidade dos argumentos elaborados pelo autor, identificado como F. Herrenschneider, sobre a necessidade da aliança entre a Filosofia e o Espiritismo. Diante do quadro desenhado pelas palavras iniciais, acrescenta que “contra semelhante disposição moral, pública e privada, a filosofia é impotente. Não que os argumentos lhe façam falta para provar a necessidade social de princípios puros e generosos, não que ela não possa demonstrar a iminência da responsabilidade final, e estabelecer a perpetuidade de nossa existência, mas os homens não têm, geralmente, nem o tempo, nem o gosto, nem o espírito bastante refletido, para prestar atenção à voz de suas consciências e às observações da razão. As vicissitudes da vida, aliás, frequentemente, são muito imperiosas para que se decida ao exercício da virtude pelo simples amor ao Bem. Quando mesmo que a filosofia tivesse sido, verdadeiramente, o que deveria ser: uma doutrina completa e certa, jamais teria podido provocar, só pelo seu ensino, a regeneração social de maneira eficaz, uma vez que até este dia não pôde dar, à autoridade de sua doutrina, de outra sanção senão do amor abstrato do ideal e da perfeição. É que aos homens é preciso, para convencê-los da necessidade de se consagrarem ao bem, fatos que falem aos sentidos. Preciso lhes é o quadro impressionante de suas dores futuras, para que consintam em subir novamente a rampa funesta onde seus vícios os arrastam; é-lhes preciso tocar com o dedo as infelicidades eternas que se preparam por seu desleixo moral, para que compreendam que a vida atual não é o objetivo de sua existência, mas o meio que o Criador lhes deu de trabalhar pessoalmente no cumprimento de seus destinos finais. Também é por esse motivo que todas as religiões apoiaram seus mandamentos sobre o terror do inferno e sobre as seduções das alegrias celestes. Mas, desde que, sob o império da incredulidade e da indiferença religiosa, as populações se tranquilizaram sobre as consequências últimas de seus pecados, uma filosofia fácil e inconsequente ajudando o culto dos sentidos, dos interesses temporais e das doutrinas egoístas, acabou por prevalecer. Hoje os homens esclarecidos, inteligentes e fortes se afastam da Igreja e seguem suas próprias inspirações; a autoridade necessária lhe faz falta para recobrar sua influência vinte vezes secular. Pode-se, pois, dizer que a Igreja é tão impotente quanto a filosofia, e que nenhuma nem outra exercerão influência salutar sujeitando-se, cada uma em seu gênero, a uma reforma radical. (...). É, pois, o Espiritismo que nos revela nossos destinos futuros, e, quanto mais for conhecido, mais a regeneração moral e religiosa ganhará em impulso e em extensão. A união do Espiritismo com as ciências filosóficas nos parece, com efeito, de uma alta necessidade para a felicidade da Humanidade e para o progresso moral, intelectual e religioso da sociedade moderna; porque não estamos mais no tempo em que se podia afastar a ciência humana e preferir-lhe a fé cega. A ciência moderna é muito sábia, muito segura de si mesma, e muito avançada no conhecimento das leis que Deus impôs à inteligência e à Natureza, para que a transformação religiosa possa ter lugar sem seu concurso. Conhece-se muito exatamente a exiguidade relativa de nosso Globo para conceder à Humanidade um lugar privilegiado nos desígnios providenciais. Aos olhos de todos, não somos mais do que um grão de pó na imensidade dos mundos, e sabe-se que as leis que regem essa multidão indefinida de existências são simples, imutáveis e universais”.



 

 Uma participante de nossos estudos de segunda-feira, no Caminho de Damasco, Garça (SP) levantou esta questão: Como é amar a Deus?  É fácil entender que devemos amar o próximo como a amamos a nós mesmos. Afinal, nós e o próximo são os mais próximos de nós. É o que podemos ver e sentir ao nosso lado. Mas, por mais que imaginemos Deus na sua grandeza e perfeição, não conseguimos entende-lo e muito menos o temos materialmente junto de nós.

 Parece-nos que o esforço de Jesus foi justamente no sentido de fazer com que os homens de seu tempo pudessem sentir Deus bem perto de si para poder amá-lo de verdade. Afinal, segundo a tradição religiosa, Deus estava longe das pessoas. Pelo menos, era assim que elas sentiam, pois, durante séculos, ele foi tratado como um rei, um soberano, num patamar inatingível, que só se comunicava por meio de um profeta.

O esforço de Jesus, portanto, foi fazer com que as pessoas passassem a sentir Deus como Pai sempre presente e diretamente ligado a cada um de seus filhos em qualquer momento. Observem como ele ensinou a oração do Pai Nosso. Não era mais preciso procurar Deus no altar do templo, nem usar de rituais cerimoniosos para alcançá-lo. Não era preciso mais intermediários para poder estabelecer essa relação. Deus, o Pai, estava ali para proteger cada filho, no seu quarto, na sua intimidade. Imaginando-o assim, era possível amá-lo.

Não era difícil amar um pai humano. O pai, na cultura hebraica, era o provedor da família, aquele que fazia de tudo para manter seus filhos, procurando dar-lhes o que tinha de melhor. E Jesus dizia: “Se vós, que sois maus e imperfeitos, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial, que é bom e perfeito!” Com essa comparação, Jesus queria dizer que devemos amor a quem nos dá o necessário, a quem nos provê na vida, que é o nosso pai terreno, e, com mais forte razão, a Deus, que é o Pai Supremo, que tudo nos dá. A ele devemos mais amor ainda. Afinal ele nos ama igualmente a todos.

 Contudo, como Deus quer o bem de todos os seus filhos, com certeza, quer que seus filhos sejam felizes e que exista um forte laço de amor entre eles. Qual pai não quer que seus filhos se amem e se entreajudem? Ora, o Pai celestial também quer que nos amemos uns aos outros. Logo, amar o próximo, que é nosso irmão, também é uma forma de amar a Deus.  Aliás, Jesus fala em amar até os inimigos, porque os inimigos também são nossos irmãos, também são filhos de Deus, que o sol para bons e maus, que manda a chuva para justos e injustos.

 Amar a Deus, portanto, é amar tudo que é de Deus, é amar a natureza, amar as leis da natureza,  amar a vida e amar a humanidade. Para isso, devido à nossa limitação e à nossa pequenez, precisamos pôr em prática o que Jesus recomendou, “amar o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas”. É claro que, na prática, é mais fácil amar o próximo, que vemos ao nosso lado, do que amar a Deus a quem não vemos como pessoa.

 Nesse sentido, é João Evangelista que vai  lembrar mais tarde, analisando esta questão,. chamou a atenção para o sentido amplo do amor fraterno ao dizer: “Se vós não sabeis amar o próximo a quem podeis ver, como quereis amar a Deus a quem não vês?”
















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