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sábado, 9 de janeiro de 2021

PERISPÍRITO; SOBREVIVERAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 





 

Sonia Regina Domingos dos Santosresidente aqui em Garça, na Chácara Arco Iris, nos telefonou domingo passado, pedindo que falássemos sobre Bezerra de Menezes, uma das figuras mais citadas e comentadas no meio espírita brasileiro.

 Imagine, Sônia, o Brasil há mais de 160 anos atrás, ainda no século XIX., em pleno regime imperial, sob o comando politico do Imperador D. Pedro 2º.  Evidentemente não tínhamos os serviços de saúde que temos hoje: hospitais, postos de saúde, farmácias, médicos, e tampouco o sistema de saúde que, aos poucos, vai se aperfeiçoando. Durante o regime imperial, as pessoas tinham uma vida muita curta, viviam bem menos que hoje. Crianças e adolescentes morriam cedo, porque as doenças eram muitas.

 A higiene era precária. Não existia vacinação para proteger a população.  A vacinação no Brasil tem uma história muito triste, principalmente no início de sua introdução em nosso país. Ela passou a ser utilizada pelas autoridades sanitárias a partir do início do século XX, quando entrou em cena a figura impar do grande sanitarista brasileiro, na época Secretário da Saúde Pública, Dr. Oswaldo Cruz.

As condições de vida eram as piores possíveis para grande parte da população, abandonada e esquecida. Não havia nem rádio nem televisão para divulgar os problemas da sociedade como temos hoje , o que obrigava a pobreza a viver desinformada, calada e continuar sofrendo. Quando uma pessoa chegava a ser internada num hospital ( e isso era privilégio de muito poucos) era nos seus últimos dias de vida; uma grande parte não resistia às operações cirúrgicas a que eram submetidas e a medicina encontrava-se num patamar bem inferior ao de hoje..

 No Brasil imperial, portanto, destacava-se um médico muito generoso, entre os raros médicos que existiam na época. A sociedade, de um modo geral, era bem mais preconceituosa que a de hoje, de um modo que havia um verdadeiro abismo entre as classes sociais, criando privilégios e injustiças.  E para piorar, as leis brasileiras daquela época defendiam até mesmo a escravidão,. Essa degradante condição moral a que um ser humano pode ser submetido existia em nosso país e acabou se tornando o mais grave ato de injustiça que já se cometeu no Brasil por vários séculos.

No geral, entre os homens livres ( ou seja, aqueles que não eram escravos), muito poucos tinham condições financeiras de  recorrer a médicos. A grande maioria tratava as doenças com remédios caseiros, usando ervas e produtos da natureza, quando não recorriam a benzedeiras e curandeiros, que eram muito comuns naquele tempo. Raramente um pobre ou uma pessoa que vivia de seu salário podia ao médico, porque não tinha como pagar sequer uma consulta. A medicina era para os ricos.

 Conta-se que, certo dia, uma senhora procurou um médico, conhecido pela sua generosidade, para que atendesse sua filha que ardia em febre, dizendo que não tinha como pagá-lo. Assim mesmo, esse médico a consultou, diagnosticou a doença e receitou um medicamento. Mas a mãe aflita disse que não tinha dinheiro para comprar o remédio. Então, o médico procurou algum dinheiro nos próprios bolsos, mas não achou nada. Não teve dúvidas, ante o espanto da mãe angustiada, ele tirou o seu próprio anel de formatura do dedo e deu-lhe, dizendo que com aquilo ela conseguiria comprar o remédio de que precisava.

 Esse médico chamava-se Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Era um homem extremamente generoso, que não media esforços para atender a quem quer que fosse, independente se ia remunerado ou não. Por isso mesmo, na maioria das vezes, ao invés de cobrar o valor da consulta, ele perguntava ao cliente quanto podia pagar, mas como era grande a quantidade de pobres, Bezerra atendia a maioria das pessoas de graça. No entanto, ele mesmo teve uma vida atribulada, com muitos problemas familiares, enfrentando as situações com resignação e coragem.

 No exercício de sua atividades profissional foi um missionário. Bezerra olhava primeiro a condição e a necessidade da pessoa. Preferia dar atenção aos que mais necessitavam. Não se importava em acordar de madrugada para socorrer alguém e não media sacrifícios para fazer com que todos os seus clientes recebessem um bom tratamento. Por isso mesmo, como quase nada recebia de seus serviços médicos, viveu sempre na pobreza, passando a ser conhecido como Médico dos Pobres.

 Essa opção de Bezerra de Menezes se deveu muito ao fato de ele ter se tornado espírita, assim que começou a estudar o Espiritismo. Ele nascera numa família católica e veio para o Rio de Janeiro estudar, quando teve a oportunidade de conhecer a doutrina e, mesmo contrariando os interesses da família, abraçou os ideais espíritas. O que mais o fascinava era a forma como o Espiritismo encara Jesus, valorizando sobretudo o amor ao próximo, a partir de seu principal lema “Fora da Caridade não há Salvação”.

Em determinado momento da vida, percebeu que podia ser útil na política, ocupando o cargo de deputado federal. Como deputado, só defendeu os direitos dos pobres e lutou ardorosamente pela abolição dos escravos, seguindo assim os princípios libertários da Doutrina Espírita. Sua presença na Câmara dos Deputados marcou época, e ele jamais se rendeu a outros interesses que não fosse defender a justiça e o bem estar de todo cidadão.

- Por isso mesmo, foi respeitado e admirado pelo seu caráter e pelo amor à sua pátria. Atuou intensamente no movimento espírita e foi inclusive presidente da Federação Espírita Brasileira. Escreveu artigos, mensagens e livros espíritas, que até hoje são lidos. Bezerra de Menezes nasceu em 29 de agosto de 1931 – portanto há 187 anos e desencarnou em 11 de abril de 1900.

 Após sua desencarnação, engajou-se imediatamente no seu trabalho no mundo espiritual e entre os Espíritos que trabalham pelo progresso espiritual do Brasil, manifestando-se por vários médiuns, mas sobretudo pelo médium Chico Xavier. 

 Passou a ser um verdadeiro pai espiritual do povo brasileiro, não importando a religião. Por isso, é um dos Espíritos mais lembrados e mais conhecidos, que hoje coordena uma grande equipe de Espíritos benfeitores em nosso país. Em muitas cidades do Brasil existem hospitais, escolas e outras instituições que levam seu nome.

 Se você quiser saber mais sobre Bezerra de Menezes, podemos lhe indicar alguns dos muitos livros que existem a seu respeito, alguns dos quais temos na Biblioteca Batuíra  “Bezerra de Menezes – O Médico dos Pobres” de Francisco Acquarone;  “Bezerra de Menezes – Fatos e Documentos, de Luciano Klein Filho;  “Lindos Casos de Bezerra de Menezes”, de Ramiro Gama.















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