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quinta-feira, 9 de abril de 2020

COMÉRCIO DA MEDIUNIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Orientações espirituais de autores conhecidos revelando contradição entre o próprio pensamento antes de desencarnar e o atual. Caso típico foi abordado por Allan Kardec no número de dezembro de 1864, da REVISTA ESPÍRITA. Envolvia suposta manifestação de um entusiasmado estudioso e seguidor do Espiritismo desencarnado em fins de 1861, o senhor Jobard, na verdade Jean Baptiste Marcelin Jobard. Radicado na Belgica por nomeação do governo francês, Jobard, era engenheiro, e, patenteou ao longo de sua vida 73 inventos no campo da iluminação, aquecimento, alimentação, transporte, balística, tendo sido diretor do Museu da Industria de Bruxelas. Quando do surgimento da Doutrina Espírita, converteu-se à mesma, correspondendo-se com Kardec de quem se tornou amigo e colaborador, sendo citado nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, em sete números e dezessete passagens. A questão envolvia uma médium que, afirmando-se assistida pelo Espírito do senhor Jobard, recebera uma comunicação dele dirigida a outro médium, aconselhando cobrar as consultas dos ricos e dar gratuitamente aos pobres e aos operários, sugerindo-lhe o emprego do dia, sem poupar elogios a suas eminentes faculdades e sua alta missão. Kardec escreve que “tendo alguém levantado dúvidas sobre a autenticidade dessa mensagem, sabendo que o Espírito do senhor Jobard se manifestava frequentemente à Sociedade Espírita de Paris, pediu uma avaliação. Para maior segurança, dirigimos imediatamente estas simples palavras a seis médiuns, sem informar-lhes a razão, de modo que cada um se julgou o único chamado a resolver a questão: -“Tende a bondade de perguntar ao Espírito do Sr Jobard se ele ditou à senhora X..., em sonambulismo magnético, uma comunicação para outro médium, que aconselha a explorar sua faculdade. Necessitava esta resposta para amanhã”. Nas respostas obtidas no dia 20 de outubro de 1864, o Espírito Jobard, de forma unanime, nega a autoria de tal sugestão. Na primeira, pelo médium Leymarie, depois de interessantes considerações, finaliza: -“Quanto à mim, caro mestre, responderei àqueles ou àquelas que querem comerciar com meu nome que, por mais paspalhão que pudesse ser, jamais o seria bastante para apor minha assinatura em títulos falsificados sacados contra vosso devotado”. No teor da segunda, pela médium Sra Costel, “em princípio reprovo a exploração da mediunidade, pela razão muito simples que o médium, não gozando de sua faculdade de maneira intermitente e incerta, jamais pode algo prejulgar ou fundar sobre ela”. Na  terceira, pelo médium Sr Rul., “como poderiam crer que aquele que, em todas as suas comunicações, recomendou a caridade e o desinteresse, hoje viria contradizer-se?”. Na quarta, pelo médium Sr Vézy, “o Espiritismo não se ensina a tanto por lição. Que aquele que não pode levar nossas palavras a seus irmãos senão em detrimento de seu próprio salário, fique em casa e peça à sua ferramenta ou à sua agulha que lhe continue o pão de cada dia(...). Sempre encontramos muitos homens de boa vontade para desempenhar a tarefa que lhes pedimos”. Na quinta, pela médium Sra Delanne, “não meus amigos, o Espiritismo não deve ser explorado por Espíritos sinceros e de boa fé. Pregais contra os abusos desta natureza, que desacreditam a religião; não podeis praticar aquilo que condenais, porque afastais aqueles que o vosso desinteresse poderia trazer a vós”. Na sexta, pelo médium Sr D’Ambel, “quem sabe se, nalguns, não é uma volta ao passado, um resto dos hábitos antigos? Então, tanto pior para os que caem na mesma armadilha! Não tirarão lucro e lamentarão que um dia tenham tomado o caminho errado. Tudo o que vos posso dizer é que, não estando, absolutamente, nesse negócio, bem o sabeis, lavo as mãos e lamento a pobre Humanidade, porque ainda recorre a semelhantes expedientes”. Em comentário com que termina a matéria, Kardec observa:-“É impossível que todo espírita sincero, compreendendo a essência e os verdadeiros interesses da Doutrina, se torne defensor e suporte de um abuso que, inevitavelmente, tenderia a desacreditá-la. Nós os convidamos a desconfiar das armadilhas que os inimigos do Espiritismo lhes tentassem armar sob tal propósito. Sabe-se que em falta de boas razões para o combater, uma de suas táticas é buscar arruiná-lo por si mesmo. Assim, vê-se com que ardor espiam as ocasiões de o apanhar em falta ou contradição consigo mesmo. É por isto que os Espíritos nos dizem, sem cessar, que vigiemos e nos mantenhamos de guarda”.

   Maria Helena Rodrigues, do Jardim dos Eucaliptos, pede considerações sobre o drama que vem experimentando ao longo de sua vida. Maria Helena, mãe de nove filhos, já perdeu sete deles e restam-lhe duas filhas. E isso, evidentemente, sob muita dor, muito sofrimento ao longo dos anos. Diante de uma situação tão dramática quanto essa, ela, na condição de mãe – que perdeu seus filhos nas mais variadas e sofridas situações – fica perguntando a si mesma o que Deus quer dela, o que lhe está reservado nesta vida e o que ela pode esperar de tudo isso.

 Sem dúvida, a missão de mãe é uma das mais importantes. Não apenas pelo fato de a mulher trazer o Espírito para nova encarnação, mas principalmente pelo seu papel de protege-lo e educa-lo para a vida. Valorizar a vida é, portanto, uma atribuição das mães. Amar seus filhos é o seu mais elevado atributo. Em face disso, as mães - que perdem filhos – com certeza, devem ser as criaturas que mais sofrem. Chico Xavier costumava dizer que não há sofrimento tão grande como o de uma mãe que perde um filho...
 É comum acontecer o contrário, ou seja, os filhos perderem as mães. Na ordem natural das coisas, a tendência é o mais velho partir primeiro. Contudo, a perda de filhos na história de uma mãe deve ter um significado muito especial, principalmente no seu caso, Maria Helena, que já passou por essa experiência sete vezes e continua buscando um sentido mais profundo para sua vida. Faz muito bem; é assim que, aceitando os revezes do destino, buscamos Deus, cujos desígnios, muitas vezes, estão acima de nossa capacidade de compreensão.
 Devem haver razões para as mães que perdem filhos – alguns ainda crianças e outros, como seu caso, já adultos. Mas, como são muitas as razões, vamos nos deter apenas no que chamamos de prova e de missão. Isso porque você é uma pessoa resignada e se mostra de bem consigo mesma. Apesar de tudo por que passou até hoje, continua lutando para se manter em pé, na certeza de que Deus lhe concedeu a grande oportunidade de demonstrar sua capacidade de auto superação.
 Você, que se diz espírita, bem sabe que nada acontece por acaso e sabe também que uma carga de responsabilidade não é dada senão a quem tem condições de sustentá-la, mesmo que seja a duras penas. Queremos dizer com isso que é possível que você , antes de reencarnar, tenha assumido um compromisso com esses Espíritos que vieram a ser seus filhos, sabendo de antemão que a trajetória seria muito difícil, que exigiria muito de você, mas que, ao mesmo tempo, lhe conferiria a sensação de estar cumprindo bem sua  missão.
É fácil se chegar a uma meta quando todas as condições são favoráveis. Seria fácil ser mãe, se os filhos forem Espíritos com tendência apenas para o bem, se não derem nenhum grande trabalho, se forem dóceis e afáveis e se aprenderem, desde cedo, a caminhar com seus próprios pés. Neste caso perguntaríamos, com certeza, o papel de mãe fica reduzido ao essencial, pois esses filhos vieram mais para dar-lhe alegria do que para exigir preocupações e cuidados.
 Com certeza, não foi o seu caso, Maria Helena. A sua jornada, desde cedo, tem sido marcada por uma dificuldade atrás da outra. Evidentemente, cada um deles tem a sua individualidade, alguns mais maduros e mais determinados, outros mais inseguros e fragilizados. E você, desde jovem, teve que administrar toda a família, dando-lhes compreensão e amor. As perdas vieram cedo, mas com Jesus no coração você caminhou firme e chegou até aqui, sentindo que deve haver um sentido elevado e nobre para tudo que lhe aconteceu.
 Continue assim, Maria Helena. Você sabe que não está sozinha. Deus provê suas necessidades através daqueles que estão ao seu lado: seu companheiro, os filhos que lhe restam, as pessoas amigas. Mas tem, sobretudo, o pessoal que está do lado de lá, protetores e amigos desencarnados, que não se cansam de envolve-la com manifestações de amor e carinho, dizendo que prossiga na sua marcha para que sua jornada na Terra seja coroada de pleno êxito.

















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