Situada
na Costa Sudeste do Continente Africano, local de visita de marinheiros que
vieram da Arábia durante o século XV; descoberta pelos Portugueses que não se interessaram por ela; Colônia Holandesa
(1638–1710), Colônia Francesa (1715–1810), a Ilha Mauricia tornou-se
uma possessão Britânica em 1810, assim permanecendo até 1968, ano em que
alcançou a independência. Na REVISTA
ESPÍRITA de julho de 1867, Allan
Kardec publica interessante artigo intitulado EPIDEMIA NA ILHA MAURÍCIA onde relata que alguns
meses antes um dos médiuns da Sociedade Espírita de Paris, sr
T...., caindo em sonambulismo
espontâneo, sob a magnetização dos Espíritos, informou que a Ilha Maurícia,
estava, naquele momento – já há 2 anos - , devastada por uma epidemia terrível, que dizimava
a população. Em carta datada de 8 de maio, procedente da referida
Ilha, um dos correspondentes da publicação dirigida por Kardec, dava conta do
seguinte:- “Vários Espíritos nos anunciaram,
alguns claramente, os outros em termos proféticos, um flagelo destruidor
prestes a nos atingir. Tomamos essas revelações do ponto
de vista moral e não do ponto de vista físico. Súbito uma doença estranha eclodiu sobre nossa pobre ilha;
uma febre sem nome, que reveste todas as formas, começa docemente, hipocritamente,
depois cresce e derruba todos aqueles que pode atingir. É agora uma verdadeira
peste; os médicos dela não entendem nada; todos aqueles que dela foram
atingidos não puderam se curar até o presente. São acessos terríveis que nos cansam
e nos torturam durante doze horas, pelo menos, atacando em sequência cada órgão
importante; depois, o mal cessa durante um dia ou dois, deixando a doença
coberta até seu próximo retorno, e se caminha assim, mais ou menos rapidamente,
para o termo fatal. Por mim, vejo nisto tudo um desses flagelos anunciados, que
devem retirar do mundo uma parte da geração presente, e destinados a operar uma
renovação tornada necessária. Vou vos dar um exemplo das
infâmias que se passam aqui. A quinina,
em dose fortíssima, susta os acessos por alguns dias somente; é o único específico
capaz de deter, momentaneamente pelo menos, o progresso da cruel doença que nos
dizima”. Relata o missivista que ‘os negociantes e os farmacêuticos tinham dela
uma certa quantidade que lhes chegava a quase 7 francos e como esse remédio estava amplamente comprado
por todo o mundo, esses senhores aproveitaram a ocasião para elevarem o preço
da poção de um indivíduo, progressiva e rapidamente até atingir valores de 675
e 800. Só os ricos podiam, pois, dela se proporcionar, e esses comerciantes
viam com indiferença os milhares de infelizes expirarem ao redor deles, por
falta de dinheiro necessário para se proporcionar esse medicamento levando
muitos pobres morrerem olhando com olhar desolado esse tesouro que não podem
alcançar’! Comentado o assunto na reunião de 21/6/1867, através do
médium Sr Morin, um Espírito, entre outras coisas disse que ‘a hora
avança, a hora marcada no grande e perpétuo relógio do Infinito, a hora na qual
vai começar a se operar a transformação de vosso Globo para fazê-lo gravitar
para a perfeição. Foi-vos dito, frequentemente, que os mais terríveis flagelos
dizimariam as populações; não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas o
que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria, o Espírito não
morre: ele não faz senão mudar de habitação. Observai, e vereis começar a
realização de todas essas previsões’. Em carta do ano seguinte,
destacam-se os seguintes trechos: 1- ‘A terrível epidemia dizima nossa população. Já são SESSENTA MIL ALMAS que
partiram!’ 2- ‘A doença tomou tantas formas múltiplas, que os médicos
jamais puderam ficar de acordo: cada um segue um método particular’. 3- ‘Disse o doutor Demeure (Espírito), que chegamos ao período da transformação dos
habitantes da Terra, por seu adiantamento moral’. No número de outubro da REVISTA ESPÍRITA um artigo inclui duas ponderações de Allan Kardec
que se ajusta a efeitos como a Pandemia vivida hoje: 1- Nas crises em
aparência as mais anormais que dizimam alternativamente as diferentes regiões
do Globo, nada está deixado ao acaso; 2- Elas são preparadas
de longa data, e sua causa é, por conseguinte, perfeitamente normal’. Sugerimos
a leitura do livro TRANSIÇÃO PLANETÁRIA
do Espírito Manuel
Philomeno de Miranda pelo médium Divaldo Pereira
Franco que em sua primeira parte
descreve os preparativos dos que se envolveriam nos possíveis resgatados entre
os quase 400 mil mortos no Tsunami do Oceano Indico em 2004. Voltando à
Epidemia da Ilha Maurícia, na reunião de 16/10/1868, o Espírito Clélie DUPLANTIER deixou o seguinte recado: - “Maurice
vai renascer! o ano novo verá se extinguir o flagelo do qual foi a vítima, não pelo
efeito dos remédios, mas porque a causa terá produzido o seu efeito; outros
climas sofrerão, a seu turno, os apertos de um mal da mesma natureza ou de toda
outra, determinando os mesmos desastres e conduzindo aos mesmos resultados. Uma
epidemia universal teria semeado o pavor na Humanidade inteira e detido por muito
tempo o voo de todo o progresso; uma epidemia restrita, atacando
alternativamente e sob formas múltiplas cada centro de Civilização, produzirá
os mesmos efeitos salutares e regeneradores, mas deixará intactos os meios de
ação dos quais a ciência pode dispor. Aqueles que morrem são feridos pela
impossibilidade, mas aqueles que veem a morte em sua porta procuram novos meios
de combatê-la. O perigo desperta a criatividade; e, quando todos os meios
materiais estiverem esgotados, todos serão constrangidos a pedir a saúde aos
meios espirituais. É assustador, sem dúvida, pensarem perigos dessa natureza,
mas, uma vez que são necessários e não terão senão felizes consequências, é preferível,
em lugar de esperá-los tremendo, preparar-se para afrontá-los sem medo, quaisquer
que sejam os resultados. Para um materialista, é a morte horrenda e o nada em
sua consequência; para o espiritualista e em particular para o Espírita, que
importa o que ocorrerá! Se escapa ao perigo, a prova o encontrará sempre
inabalável; se morre, o que conhece da outra vida lhe fará encarar a passagem
sem empalidecer. Preparai-vos, pois, para tudo, e quaisquer que sejam a hora e
a natureza do perigo, estai compenetrados desta Verdade: que a morte não é senão
uma palavra vã, e que não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam
dominar. Aqueles nos quais o mal for insuportável serão somente aqueles que o
terão recebido com o riso nos lábios e a negligência no coração, quer dizer,
que se crerão fortes em sua incredulidade”. Na reunião da semana
seguinte, 23/10/1868, pronunciando-se sobre o fim da Epidemia, o Espírito do médico Dr Demeure, entre outras coisas pondera: - “Mas qual será a sua influência sobre os habitantes de Maurice que terão
sobrevivido ao desastre? Que consequências deduzirão das manifestações de todas
as naturezas das quais foram testemunhas involuntárias? As aparições, das quais
um grande número foram objeto, produzirão o efeito que se tem direito de
esperá-lo? As resoluções tomadas sob o domínio do medo, do remorso e das
censuras de uma consciência perturbada, não
serão reduzidas a nada quando a tranquilidade renascer? Seria de desejar que a lembrança
dessas cenas lúgubres se gravassem de maneira indelével em seu Espírito e os
obrigasse a modificarem sua conduta reformando suas crenças; porque eles devem
estar bem persuadidos de que o equilíbrio não se
restabelecerá de maneira completa senão quando os Espíritos estiverem tanto
despojados de sua iniquidade, quanto a atmosfera será purificada dos
miasmas deletérios que provocaram o nascimento e desenvolvimento do mal. Entramos
cada dia mais no Período Transitório que deve levar à transformação orgânica da
Terra e à regeneração de seus habitantes. Os flagelos são os instrumentos dos
quais se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado
a caminhar em frente, os
elementos gangrenados que lhe provocaram as desordens incompatíveis com o seu novo estado. Cada órgão,
ou melhor dizendo, cada região, será alternativamente remexida por flagelos de naturezas diversas.
Aqui, a epidemia sob todas as
suas formas, em outra parte a guerra, a fome. Todos
devem, pois, se preparar para suportar a prova nas melhores condições
possíveis, em se melhorando, em se instruindo, a fim de não ser surpreendido pelo
imprevisto. Já algumas regiões foram provadas, mas seus habitantes estariam num
erro completo se se fiassem na Era de calma que vai suceder à tempestade, para tombarem seus antigos
erros. É um tempo de descanso que
lhes é concedido para entrarem um caminho melhor; se não o aproveitam, o
instrumento de morte os
provará até conduzi-los ao arrependimento. Felizes aqueles que a prova feriu primeiro, porque terão para se
instruir, não só os males que sofreram, mas o espetáculo daqueles dos quais seus irmão em humanidade
serão atingidos ao seu turno. Esperamos que um tal exemplo lhes seja salutar, e que entrem, sem hesitar,
no caminho novo que lhes
permitirá caminhar de acordo com o progresso. Seria de desejar que os habitantes de Maurice não
fossem os últimos a aproveitarem
a severa lição que receberam. Doutor DEMEURE. Finalizando o artigo, Kardec
escreve: - O Espiritismo abre à Ciência Médica horizontes inteiramente novos em
demonstrando o papel preponderante do elemento espiritual na economia e num
grande número de afecções, onde a Medicina fracassa, porque ela se obstina em
não procurar-lhe a causa senão na matéria tangível. O conhecimento da ação do perispírito
sobre o organismo acrescentará um novo ramo à Patologia, e modificará
profundamente o modo de tratamento de certas enfermidades, cuja verdadeira
causa não será mais um problema.
Depois que li alguns livros espíritas, me convenci de que não fui
boa para minha irmã mais nova, nem na infância e nem em nosso tempo de
juventude. Tentei me aproximar dela, mas percebi que ela não me aceita por
perto, não confia mais em mim. Eu não fico bem nessa história. Será que vou
conseguir reconciliar com minha irmã ainda nesta vida?
Este
desafio pode não depender somente de você mas, com certeza, depende muito de
seu empenho para poder reaver sua irmã ainda nesta encarnação. A maturidade
serve muito para isso: a gente não se cuida quando jovem, comete desatinos e
depois se arrepende. Ainda bem que se arrepende. E o arrependimento é uma
bebida amarga que nos faz sentir culpados. Você sabe bem disso.
Mas
não desanime. Você não sabe o quanto feriu sua irmã. Cada pessoa, dependendo de
suas condições espirituais, tem um grau de sensibilidade maior ou menor. E não
é só isso: ela deve ter prevenção contra você, tem medo que você volte a
feri-la e por isso fica na defensiva.
Portanto, aja com cautela. Seu desafio, agora, é convencê-la de que você
mudou, que você não aquela mesma pessoa que a feriu no passado.
Sua
missão, portanto, é reconstruir o que você destruiu. Não pense que seja fácil,
mas também não pense que seja impossível. Seria muito cômodo, se ela a
recebesse de braços abertos, facilitando suas intenções; talvez isso diminuísse
o valor de sua mudança, pois esse tipo de mudança exige sobretudo humildade.
Logo, esse desafio, que você está enfrentando agora, oferece duplo obstáculo
que, se você souber encarar com paciência e humildade, poderá superá-lo.
É
claro, torcemos para que isso aconteça logo, ainda nesta encarnação. Se
voltarmos ao evangelho, vamos ver Jesus dizer: “Reconcilie-se com seu
adversário, ainda quando estás a caminho com ele”. Nessa afirmação, Jesus pede que nos esforcemos
o máximo possível para obter a reconciliação nesta mesma vida. Mas, se essa
reconciliação for difícil – não por sua causa, mas por resistência de sua irmã
– então, lhe resta esperar pela próxima oportunidade. Pelo menos você terá o
consolo de que está tentando consertar as coisas.
Continue lendo livros espíritas, leia o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, capítulo intitulado “Bem aventurados os Misericordiosos”. Suas palavras nos ajudam a visualizar melhor nosso caminho, a compreender melhor nosso oponente, sem falar que nos estimula as disposições para não recuarmos diante das barreiras, pois assim saberemos valorizar ainda mais as transformações que estão ocorrendo conosco.
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