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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

NÃO EXISTE OUTRO CAMINHO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato? Quando essa arte (educação moral) for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisto está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. A analise feita por Allan Kardec em meados do século 19, continua sendo atual no século 21. No século 20, o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, manifestou-se ao final do primeiro livro escrito por ele dentro do programa a ser cumprido com o médium mineiro, enfatizando o ponto que, segundo ele é realmente o caminho para a construção de uma sociedade melhor. Diz ele: -“Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho. Como? – podereis objetar-nos. Pela educação, replicaremos. O plano pedagógico que implica esse grandioso problema tem de partir ainda do simples para o complexo. Ele abrange atividades multiformes e imensas, mas não é impossível. Primeiramente, o trabalho de vulgarização deverá intensificar-se, lançando, através da palavra falada ou escrita do ensinamento, as diminutas raízes do futuro. Toda essa demagogia filosófico-doutrinária, que vedes nas fileiras do Espiritismo, tem sua razão de ser. As almas humanas se preparam para o bom caminho. A missão do Cristianismo na Terra não era a de mancomunar-se com as forças políticas que lhe desviassem a profunda significação espiritual para os homens. O Cristo não teria vindo ao mundo para instituir castas sacerdotais e nem impor dogmatismos absurdos. Sua ação dirigiu-se, justamente, para a necessidade de se remodelar a sociedade humana, eliminando-se os preconceitos religiosos, constituindo isso a causa da sua cruz e do seu martírio, sem se desviar, contudo, do terreno das profecias que o anunciavam. Todas essas atividades bélicas, todas as lutas antifraternas no seio dos povos irmãos, quase a totalidade dos absurdos, que complicam a vida do homem, vieram da escravização da consciência ao conglomerado de preceitos dogmáticos das Igrejas que se levantaram sobre a doutrina do Divino Mestre, contrariando as suas bases, digladiando-se mutuamente, condenando-se umas às outras em nome de Deus. Aliado ao Estado, o Cristianismo deturpou-se, perdendo as suas características divinas. Sabemos todos que a Humanidade terrena atinge, atualmente, as cumeadas de um dos mais importantes ciclos evolutivos. Nessas transformações, há sempre necessidade do pensamento religioso para manter-se a espiritualidade das criaturas em momentos tão críticos. A ideia cristã se encontrava afeto o trabalho de sustentar essa coesão dos sentimentos de confiança e de fé das criaturas humanas nos seus elevados destinos; todavia, encarcerada nas grades dos dogmas, a doutrina de Jesus não poderia, de modo algum, amparar o espírito humano nessas dolorosas transições. Todas as exterioridades da Igreja deixam nas almas atuais, sedentas de progresso, um vazio muito amargo. (...) As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feição evangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano. Os estudiosos do materialismo não sabem que todos os seus estudos se baseiam na transição e na morte. Todas as realidades da vida se conservam inapreensíveis às suas faculdades sensoriais. Suas análises objetivam somente a carne perecível. O corpo que estudam, a célula que examinam, o corpo químico submetido à sua crítica minuciosa, são acidentais e passageiros. Os materiais humanos postos sob os seus olhos pertencem ao domínio das transformações, através do suposto aniquilamento. Como poderá, pois, esse movimento de extravagância do espírito humano presidir à formação da mentalidade geral que o futuro requer, para a consecução dos seus projetos grandiosos de fraternidade e de paz? A intelectualidade acadêmica está fechada no circulo da opinião dos catedráticos, como a ideia religiosa está presa no cárcere dos dogmas absurdos. Os continuadores do Cristo, nos tempos modernos, terão de marchar contra esses gigantes, com a liberdade dos seus atos e das suas ideias. Por enquanto, todo o nosso trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre dos preceitos e preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. (...) Toda a tarefa, no momento, é formar o espírito genuinamente cristão; terminado esse trabalho, os homens terão atingido o dia luminoso da paz universal e da concórdia de todos os corações.


Uma ouvinte de Garça, que não quis se identificar, telefonou domingo passado para o nosso programa, fez um comentário e uma pergunta. Primeiramente o comentário: Ela disse que esteve na França recentemente e visitou o túmulo de Allan Kardec, e o que mais lhe chamou a atenção foi o fato de haver sobre o túmulo várias placas com agradecimentos, de pessoas que estavam prestes a cometer o suicídio, mas desistiram dele, quando vieram a conhecer a Doutrina Espírita.

Uma das falas mais frequentes de Kardec - que trabalhou na elaboração da doutrina entre os anos 1854 e 1869 - refere-se ao papel do Espiritismo de trazer ao mundo a mensagem do Consolador, conforme promessa de Jesus. Esse caráter de doutrina consoladora, na verdade, é o que mais chama atenção, uma vez que a revelação espírita veio do plano espiritual para esclarecer e reconfortar as pessoas nas suas horas mais difíceis. Por essa razão, cara ouvinte, não são poucos aqueles que se reergueram de suas quedas ou que superaram seus problemas após conhecer o Espiritismo. Chegam a ser comoventes momentos como esses, que você viveu junto ao túmulo de Allan Kardec, no Cemitério Pére Lachese, em Paris.

E de onde vem esse conforto que a Doutrina Espírita dá aos que sofrem? Bem, na verdade, todos nós sofremos, pois essa é a condição de nosso mundo de provas e expiações. Não é que seja um mundo ruim, mas é um mundo que nos oferece experiências difíceis visando ao nosso crescimento espiritual. Enquanto a maioria das religiões afirmam que só temos uma única vida na Terra e que, depois dela, nossa sorte estará lançada (ou para a salvação, ou para a perdição), o Espiritismo afirma simplesmente que a vida continua, que esta não é a primeira e nem a última encarnação, que estamos sofrendo as consequências do ontem, e que vamos voltar à Terra para aprender novas lições de vida, rumo à perfeição.

Logo, existe apenas e tão somente um único destino para todos os Espíritos: Deus. Na obra divina nada se perde, pois o Pai é perfeito e assim como tudo dele proveio, assim para Ele tudo retorna; só que retorna perfeito. A obra é perfeita. As dificuldades de hoje não são castigos divinos, mas oportunidades de aprendizagem, resgate e reajuste. Ao longo de caminho, de encarnação em encarnação, cada um colhe o que planta: o bem gera o bem e o mal gera o mal. Logo, as dificuldades de hoje não existem para nos sufocar ou destruir, mas para dar um novo impulso ao nosso crescimento espiritual; é a forma pela qual a misericórdia divina se manifesta na sua obra.

Jesus afirmou: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito” e, em outra ocasião, “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”. Muitos, até hoje, não entendem a assertiva do Mestre, mas o Espiritismo mostra como as duas frases se complementam e mostram como se dá a nossa evolução. Por isso, buscando o entendimento da lei de Deus, não há porque nos desesperar ou nos revoltar diante da dor. A certeza de que caminhamos em direção a Deus, mesmo passando pelas maiores dificuldades, dá-nos bastante motivo para aprendermos a superar os nossos próprios limites e sair vitoriosos das mais intricadas situações.

O suicídio jamais seria solução, qualquer que seja a situação, mas simplesmente uma fuga da realidade, que nos comprometeria ainda mais. No entanto, a paciência e a resignação, sustentadas por uma fé racional e vigorosa, nos dão razões suficientes para encarar as dificuldades, que estão dentro de nós mesmos, para que possamos superá-las com o nosso próprio esforço. A mensagem do Espiritismo é a mensagem do otimismo, da autoconfiança, da fé em Deus e da certeza de um futuro melhor.



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