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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

REALISMO FANTÁSTICO OU REALIDADE PROVÁVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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-“A experiência social na Terra vive tão distraída nos jogos de máscara, que a visita da verdade sem mescla, a qualquer agrupamento humano, por muito tempo ainda será francamente inoportuna”, comenta em mensagem psicografada por Chico Xavier, um industrial, administrador e homem público identificado, pela inicial G., por razões compreensíveis. A visão imediatista da vida em nossa realidade existencial certamente é a causadora dessa distorção compartilhada pela maioria das criaturas humanas que habita o planeta Terra. Mas, a, como ele diz, verdade sem mescla, representada pela morte aguarda a todos na esteira do tempo que vai se acumulando no nosso histórico de vida. As marcas do desgaste do revestimento chamado corpo físico se evidenciam na comparação imagem do espelho com a foto de anos atrás. Avaliado pelos critérios de nossa Dimensão como político e administrador de méritos indiscutíveis, G. não se sentia dessa forma após a transposição para outro Plano Existencial. Confessa que “não admitia que o sepulcro o requisitasse tão apressadamente à ‘meditação’. A angina, porém, espreitava-o, vigilante, e fulminou-o sem que pudesse lutar. Recorda-se de haver sido arremessado a uma espécie de sono que não lhe furtava a consciência e a lucidez, embora lhe aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouviu os gritos dos seus e sentiu que mãos amigas lhe tateavam o peito, tentando debalde restituir-lhe a respiração. Não saberia precisar quantos minutos gastou na vertigem que lhe tomara de assalto, até que, em sua aflição por despertar, notou que a forma inerte o retomava a si, que sua alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se agora entre os seus afeiçoados e a sua palavra ressoante, que ninguém atendia... Inexplicavelmente assombrado, em vão pedia socorro, mas acabou por resignar-se à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Após alguns minutos de pavoroso conflito que a palavra terrestre não consegue determinar, teve a impressão de que lhe aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-lhe todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurou libertar-se e viu-se fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo. Contudo, buscando afastar-se, reparou que fio tênue de névoa branquicenta ligava sua cabeça móvel à sua cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de si para consigo -, no entanto, aquele sonho o dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de sua identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que o vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-o indizível receio. Sensações de terror neutralizavam seu raciocínio. Mesmo assim, concentrou suas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria para reaver-se. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, viu-se exposto à visitação pública. Mas, ele que se sentia singularmente repartido, observou que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante dele, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos seus familiares em pranto: - Meus pêsames! Perdemos um grande amigo... E o pensamento se lhes esguichava da cabeça, atingindo-o como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: -“Não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer”. Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: -“Meus sentimentos! O doutor G morreu moço, muito moço. E acrescentavam, refletindo: -“Morreu tarde...Ainda bem que morreu.. Velhaco! Deixou uma fortuna considerável... Deve ter roubado excessivamente”. Outras ainda, comentavam junto à carcaça morta: -“Homem probo, homem justo!...E falavam de si para consigo: -“Político ladrão e sem palavra! Que aterra lhe seja leve e que o inferno o proteja!”.(...). Humilhado, aguardei paciente as surpresas da nova situação. Estava inegavelmente morto e vivo. O caixão não favorecia qualquer dúvida. Curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante, arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo estranho cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado. A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. (...). Clamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo”. Diante de tão minuciosa narrativa deixamos com você a pergunta: - Realismo fantástico ou realidade provável?






Um ouvinte, que não quer revelar o nome, passou-nos a seguinte situação. Conheço uma pessoa que não para em nenhuma religião. Ela vive pulando de uma igreja para outra e acaba criticando todas elas. Será que isso é um sintoma de distúrbio mental ou esse é um jeito próprio de viver?

É muito difícil fazer uma avaliação desse tipo de comportamento, sem conhecer a vida dessa pessoa. Mas, ao que tudo indica, pelos poucos dados que você nos passou, podemos dizer que é um comportamento que foge à regra e que pode advir de um desajuste ou transtorno emocional. Pode ser também fruto de um sentimento de egoísmo muito intenso.

É claro que todo mundo é livre para buscar a religião que quiser, para mudar de religião quando isso lhe aprouver. Mas sair falando mal das igrejas que frequenta não é um comportamento nem moral e nem socialmente aceitável. Se eu não me agrado de uma determinada religião, o máximo que tenho a fazer é me afastar dela e procurar outra. Se vi alguma coisa errada e eu mesmo não puder ajudar com minhas opiniões ou sugestões, não me compete espalhar críticas, apenas pelo prazer de criticar.

No entanto, há pessoas que, na vida, estão sempre procurando milagres. Elas não estão interessadas em cultivar um ideal superior, em vivenciar Deus no coração e tampouco em se tornarem melhores. Elas querem é resolver seus problemas de maneira fácil e imediata. Como o papel da religião é de ajudar e não de resolver problemas, elas saem frustradas. Quereriam que Deus, através daquele religião, fizesse tudo por ela. Mas elas mesmas não se ajudam. Por isso, desapontadas - e, sobretudo, revoltadas – disparam críticas ofensivas.

A Doutrina Espírita nos esclarece que os caminhos, oferecidos pelas religiões, são muitos. Mas, seja ele qual for, não é o caminho em si o mais importante, mas, sim, a forma como cada um vai andar por esse caminho. Uma pessoa cheia de revolta tanto pode estar numa religião como em outra, nenhuma delas vai servir aos seus interesses, porque não é isso que ela quer. Para que possa mudar, ela precisa amadurecer o espírito e, para isso, o melhor remédio é o sofrimento.

Dores e decepções decorrentes do egoísmo, do orgulho, e da teimosia em não reconhecer as próprias necessidades morais, infelizmente, são o único remédio para os Espíritos obstinados. Nós, seres humanos, não estamos neste mundo senão para viver e aprender a viver cada vez com mais equilíbrio e competência. Felicidade é vencer obstáculos, principalmente aqueles que construímos dentro de nós mesmos, como é o caso do egoísmo e do orgulho.

Lembramos da antiga fábula, “A raposa e as uvas”. Conta Esopo que a raposa viu lindos cachos de uva, que pendiam de uma parreira. Salivando de vontade, como a parreira era alta, ela tentou alcançá-los mas não conseguiu. Decepcionada, a única reação que teve foi comentar: “Essas uvas estão verdes”. Em Psicologia, trata-se de um mecanismo conhecido por “racionalização”. Infelizmente, há uma tendência humana em querer justificar o próprio fracasso, apelando para a crítica...

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