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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

9 MINUTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Contar sua própria experiência foi ideia que o Psiquiatra George G. Ritchie teve para auxiliar seu paciente diagnosticado como portador de carcinoma nos pulmões, com metástase para o cérebro, o que prenunciava pouco tempo de vida. Procurado por ele meses antes, com um quadro de depressão profunda que, aliado à tosse seca, o fumar ininterrupto durante as sessões, fizeram-no sugerir-lhe um exame físico completo, que revelou o problema, por sinal, inoperável. Vencida a resistência inicial, George começou a relatar o fato que acabou por entrar nos anais da História da Medicina por ser único no mundo, o que o levou a ser submetido a uma verdadeira inquisição na Universidade de Virgínia para que pudesse concluir sua formação em Psiquiatria. Contava, então, 21 anos, era um jovem alto e magro, cheio de idealismo sobre vencer a guerra contra os nazistas, razão pela qual saíra de Richmond, Virgínia, sua terra natal para o Acampamento Berkeley, em Abilene, no Texas, onde em torno de 250 mil homens estavam sendo treinados para entrarem na guerra contra Hitler. Na verdade era uma cidade de barracos de madeira estendendo-se pelo deserto texano. Tempestades de pó, chuvas, lama, vento e, por fim, três meses depois, frio de 10 graus abaixo de zero, resultaram para ele, a princípio, numa dor de garganta acompanhada de febre, que o recolheram no dia 11 de dezembro, ao “estaleiro”, como era chamado o hospital da base. O hospital era algo da ordem de cinco mil leitos, ocupando mais de duzentas construções em madeira, baixas, todas entrecortadas por corredores. Isolado em área apropriada pelo seu estado febril, mantinha fixa a ideia de que no dia 18, de folga, pegaria o trem de volta para sua cidade, a fim de visitar seus familiares. Mantido até o dia 17 em observação, foi transferido para a recuperação após o termômetro mostrar que a febre cedera, pôs-se a imaginar o quanto seria bom regressar à sua casa, por ocasião do natal, mesmo que por alguns dias. A última medição de temperatura, contudo, fez com que o removesse novamente para o isolamento, onde, amargurado pelas conjecturas com a viagem que começava a se frustrar, tossiu miseravelmente durante a noite toda. Somente na manhã do dia 19, apresentou melhoras, voltando à ala da recuperação e, muito agitado, após acompanhar companheiro de quarto ao cinema da base, sentindo-se febril, ingeriu alguns medicamentos obtidos com um contínuo de serviço, adormeceu. A perturbação com o aumento anormal da febre, a escarradeira onde cuspia o expelido pela tosse, a ida em maca ao setor de Raio X, o clique da máquina, um zumbido que aumentava continuamente, a lembrança de haver sentado sobressaltado no leito do cubículo minúsculo para o qual foi devolvido, a ideia fixa de haver perdido o trem, o desaparecimento de seus pertences, a constatação de ver um jovem, de cabelos curtos e castanhos, deitado, imóvel, no leito do qual acabara de sair era algo esquisito de se pensar. Os acontecimentos que se seguiram o deixaram estupefato: no corredor que interligava as enfermarias, viu um enfermeiro ignorar seus berros, vindo em sua direção, sem diminuir o passo, e, ultrapassá-lo, ignorando um esbarrão que não aconteceu; sentiu-se, a seguir, do lado de fora das instalações em que se encontrava, correndo velozmente como nunca fizera, sem as impressões de frio ou calor; via as copas de alguns arbustos; deslocando-se celeremente sobre o deserto frio e escuro; mentalmente – iniciara antes de se alistar curso preparatório de Medicina - negando o que estava acontecendo; a visualização de uma cidade passando sob ele feito relâmpago; um rio extremamente largo abaixo de si; a sensação de estar suspenso a mais ou menos uns 15 metros de altura; a tentativa frustrada de pegar a maçaneta da porta – como se tocasse em algo rarefeito -, de um bar em cidade desconhecida em que se viu parar; a incredulidade, a volta ao hospital refazendo o trajeto anterior, ao pensar no rapaz que vira sobre a cama; a identificação dos ambientes bem conhecidos desde dez dias antes, a busca aflita pela localização daquele que vira sobre a cama; a identificação em leito na sala de Raio X, do anel que lhe pertencia na mão de alguém cujo corpo estava coberto por um lençol, tendo apenas os braços descobertos. Foram os primeiros momentos da aterrorizadora, intensa, surpreendente e rica vivência de George, que, saberia depois através dos registros hospitalares, foi considerado morto e, quando começava a ter seu cadáver preparado por um auxiliar para o sepultamento, movimentou, a princípio, um dos braços e retornou à vida. Nove minutos apenas haviam se passado, mostrando que a variável tempo na Dimensão em que esteve é, realmente, muito diferente da realidade em que vivemos. O caso virou clássico no campo das chamadas EQMs Experiências de Quase Morte, estudadas desde os anos 70, do século XX.



Pode um médium dar uma comunicação dele mesmo numa sessão espírita, sem saber e nem se lembrar de nada do que está dizendo? (Ivanilde Cataldi)


Pode. Isso é perfeitamente viável., Ivanilde. Esse tipo de comunicação existe mais do que podemos imaginar. Trata-se do que chamamos em Espiritismo de “comunicação anímica”. Neste caso, não está havendo mediunidade, ou seja, a pessoa não está servindo de intermediário para um Espírito desencarnado; ela está comunicando seus próprios conteúdos inconscientes, ou seja, é ela própria que está dando comunicação. Assim, numa sessão mediúnica pode haver dois tipos de comunicação: a comunicação mediúnica ( do Espírito) e a comunicação anímica (a que vem do próprio médium).


Para você entender melhor, vamos lhe explicar o seguinte: a mente humana ( hoje, isso está mais do que provado) tem uma parte consciente e uma inconsciente. Consciente é o que estamos lembrando agora e o fato de saber onde estamos e o que estamos fazendo. Inconsciente é a ação automática da mente, aquela que podemos fazer sem saber o que estamos fazendo ou sem precisar prestar a mínima atenção no que estamos fazendo. Os estudos, hoje, comprovam que a parte consciente é a menor, mas a parte inconsciente é aquela que possui toda a nossa história, todo o nosso passado, desta e de outras encarnações; portanto, é significativamente maior.


O inconsciente pode se manifestar e, geralmente, se manifesta em nossa vida, sem que o percebamos. Os sonhos, por exemplo, acontecem em nível inconsciente. Eles mostram conteúdos mentais de que não nos lembrávamos mais: assim, para você sonhar com uma pessoa que há muito não via, não precisa necessariamente estar lembrando dela. Portanto, esses conteúdos inconscientes geralmente se apresentam em estado de sono natural ou provocado, como na hipnose. E eles podem se apresentar também durante o estado de transe, que a pessoa vivencia na sessão mediúnica.


As comunicações anímicas a que você se refere, ao contrário do que se pode pensar, têm seu valor. Muitas vezes, expressando problemas e dificuldades inconscientes do próprio médium, ela pode ser trabalhada na sessão pelo doutrinador, trazendo alívio ou até mesmo resolvendo um conflito íntimo que a pessoa do médium, sem saber, estava vivendo. De outras vezes, a comunicação anímica pode trazer informações a respeito do passado do médium, quando ele está revelando facetas de sua personalidade em outra encarnação, situações não resolvidas que afloram na sua mente para serem devidamente tratadas.


Nem sempre é possível verificar, apenas por uma única comunicação, se ela é anímica ou mediúnica. Isso depende de seu conteúdo e da perspicácia do dirigente da sessão. Mas nem sempre isto é importante, pois, seja o Espírito, seja para o próprio médium que está dando a comunicação, as orientações serão sempre moralmente elevadas e os ajudarão na solução ou no encaminhamento da solução de seu problema. Entretanto, queremos fazer uma observação final, Ivanilde: nas comunicações anímicas o médium está inconsciente ou semi-consciente; na verdade, ele não sabe o que está acontecendo Mas, se houver uma comunicação em que o médium está sabendo o que faz, então já não é mais animismo: trata-se de uma falsa comunicação, de uma mistificação, de um embuste ou fraude.


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