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sábado, 6 de janeiro de 2024

CHOCANTE, MAS LÓGICO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Considerando o perfil dos Espíritos ligados ao Planeta Terra no seu processo evolutivo apresentado no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, entende-se parte da realidade observada atualmente. Acrescentando a isso o fato de que numa hipotética existência de 60 anos, apenas v20 são aproveitados, visto que 20 dispende-se no sono físico, e outros 20 no processo de ascensão à vida adulta, deduz-se quanto é moroso o progresso da Individualidade. A análise de Allan Kardec reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1864 em resposta a um leitor dá uma dimensão do problema: -“Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. (...) Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (...) A Terra já foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados em sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estão em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse encarnar neste Globo Que se julgue agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transpor todos os degraus que os separam da mais adiantada civilização; todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem solução de continuidade e se pode segui-los observando as nuances que distinguem os diferentes povos; só o começo e o fim aí não se encontram; para nós o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Aliás, isto pouco importa, pois tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à nossa felicidade futura; portanto, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.”



Uma ouvinte nos passou a seguinte questão, sem querer identificar-se. “Gostaria que vocês falassem um pouco de “culpa”. Por que a gente tem tanta dificuldade de se livrar de uma culpa? Confesso que já passei por psicoterapias e nada resolveu e, embora eu saiba que já paguei o que devia, por que ainda me sinto culpada?”

Queremos esclarecer nossa ouvinte que não temos a pretensão de estar com a verdade plena. Por isso, o que dizemos é aqui provém de nosso conhecimento espírita, das próprias experiências de vida e de algumas luzes que ciência psicológica vem nos oferecendo há algum tempo. Logo, as nossas respostas não têm o condão da verdade absoluta, razão pela qual convidamos a ouvinte a refletir conosco e anos questionar, se necessário.

Primeiramente, não sabemos de que você se sente culpada, prezada ouvinte. Mas não é difícil presumir que se trata de algum relacionamento em seus círculos de relações, notadamente na família. Logo, a nossa apreciação será de forma generalizada, para você perceber se se trata do problema que você vem enfrentando e, neste caso, se esta reflexão pode ajudá-la a se reconciliar consigo mesma, alcançando, por fim, o que conhecemos por autoperdão.

Partimos do seguinte pressuposto. Numa relação conflituosa entre duas pessoas podem existir o ofensor ou autor do prejuízo de um lado e o ofendido, prejudicado ou vítima, de outro. O ofendido herda a mágoa, que se instala quase que instantaneamente na sua mente. Seja qual for a espécie de dano causado, se o ofendido fica indignado ou revoltado, ele passa a carregar na alma essa carga negativa de aflição, enquanto não perdoar.

Do outro lado, o autor do prejuízo moral não precisa necessariamente se sentir culpado logo após o cometimento da ofensa. Geralmente, o sentimento de culpa vem depois – depois que ele refletiu, analisou e teve condições de se colocar no lugar de sua vítima. Esse processo de culpa, quase sempre, demora – pode ocorrer nos seus últimos momentos de vida e até na vida espiritual. Felizes dos que se sentem culpados desde agora!... Mas quando a culpa se instala na alma a carga de aflição ainda é maior do que a mágoa que acomete a vítima.

No cômputo geral é melhor ser ofendido que ofender, nesse sentido; no sentido de que a culpa tem uma ação mais devastadora que a mágoa. Só existe um remédio para curar a mágoa: o perdão. No entanto, o perdão do magoado pode aliviar, mas não elimina a culpa do ofensor que, muitas vezes, até se sente mal com o perdão, passando a se sentir mais culpado ainda.

Em Doutrina Espírita – conforme está em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec – aprendemos que o processo para eliminar a culpa tende a ser mais longo do que o processo que procura eliminar a mágoa. Após a culpa vem o sentimento de responsabilidade. O culpado precisa, em primeiro lugar, arrepender-se. Mas só se arrepender não basta: ele tem necessidade de reparar o mal que causou. De que forma? Cada caso é um caso, mas enquanto ele não sentir que pagou tudo o que devia, não se livrará da acusação implacável de sua própria consciência.

Podemos errar de suas grandes maneiras: fazendo o mal ou deixando de fazer o bem que está ao nosso alcance. Qualquer uma destas situações, mais cedo ou mais tarde, nos levará ao banco dos réus no tribunal de nossa consciência moral. É a ela que devemos prestar contas. Mas não é a Deus? – você perguntaria. Os Espíritos respondem: as Leis de Deus estão em nossa consciência.

Sofrer a condenação da consciência é pior do que sofrer a condenação do ofendido. Às vezes, preferimos que ele nos acuse e nos condene – sem nos perdoar – do que deixar para a nossa consciência moral resolver esse problema. E como nos livrar dele?

Buscando Deus no próprio coração, aprendendo as leis de Deus. E não só isso: redirecionando o próprio caminho, tendo em mãos esses princípios morais que nos ajudam a praticar o bem. Se possível, diretamente àquele a quem prejudicamos. Se não for possível, fazê-lo indiretamente, a outros que precisem de nós. Aqui lembramos da afirmação do apóstolo Paulo: “O amor cobre a multidão de pecados.”

Amar não é só desejar o bem, amar é sobretudo praticar o bem, mas fazer isso, não por obrigação, mas empregando toda carga de amor possível, para que o amor que trazemos no coração seja dado àqueles que dele precisam. Assim, o exercício do bem ao próximo é o remédio mais eficaz para alcançarmos o autoperdão – isto é, a libertação da culpa que nos corrói por dentro.

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