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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

DUVIDA COMUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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O problema foi apresentado a Allan Kardec em carta reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de agosto de 1863, por um espírita de Lucarno, pequena cidade turistica da Suíça, mas constitui-se na dúvida de muitos: -“Porque Deus permite que os bem intencionados sejam enganados pelos que os deveriam esclarecer? Com aquela ponderação característica o Mestre lionês responde: -“O mundo corpóreo, retornando ao mundo espírita pela morte, e o mundo espírita, fazendo o caminho inverso pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos, razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos mundos mais adiantados, onde o bem reina sem limite, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num país de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto isto, é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair, senão fica nela”.



O tema de que vamos tratar agora tem sido levantado por muitos pais. Pais que se sentem fracassados diante do rumo que seus filhos tomaram na vida, principalmente os que se envolveram com drogas. Esses pais, que frequentemente questionam a sua própria atuação, pedem que apontemos onde eles erraram e, diante da situação, se ainda podem fazer alguma coisa para salvar os filhos...

Quem somos nós para apontar os erros dos pais? Nós também somos pais e, com certeza, cometemos nossos erros. Mas cada caso é cada caso, único e incomparável. Por trás de uma tomada de decisão – ou por trás da falta de providência no momento oportuno – existe muita causa, que não conhecemos. Julgar é fácil; enfrentar uma adversidade dessa natureza, que envolve os jovens, é extremamente difícil.

Geralmente, os pais querem uma resposta, como se fosse fácil responder. No entanto, são eles mesmos que devem buscar a própria resposta, - e sabemos que não é simples: é, sobretudo, dolorido. Quando nos deparamos como um problema que envolve entes queridos, precisamos buscar conhecimentos em primeiro lugar, que nos possam abrir a mente para uma compreensão mais larga da vida, de nós mesmos, e do problema que estamos enfrentando.

É para isso que existe a Doutrina Espírita: para nos ajudar a entender o caminho que viemos percorrendo e sobretudo o nosso desempenho ao longo das encarnações. As doutrinas, que pregam uma vida única, não têm mais o que explicar à luz da Justiça Divina, porque, se a vida começa e acaba aqui numa única curta existência, as oportunidades de reabilitação e de aperfeiçoamento espiritual são excessivamente raras. Muitos pais acordam para seus erros só quando os filhos já cresceram e aí sentem que não têm mais o que fazer.

Por outro lado, não são raras os filhos que despertam para a realidade, que percebem o mal que fizeram para si mesmas, quando já se acham no final da vida, sem tempo para reabilitação. Ora, se Deus perdoasse esses que despertam tardiamente, como ficaria sua justiça diante daqueles que se sacrificaram a vida toda para alcançar um objetivo nobre em sua vida? Certamente, não estaria usando da mesma medida para julgar um e outro.

Dentro da concepção espírita, a vida é uma escola e não apenas uma única série de um curso, pois a evolução do Espírito pressupõe que ele passe de vida em vida, de experiência em experiência, num processo constante de aprendizado e crescimento, através das reencarnações, onde cada um terá chance de ser pai e filho. Aprendemos talvez mais com os erros do que com os acertos, porque os erros nos custam caro. Se cada um fizer essa busca – se for atrás de sua própria resposta, mas de forma sincera e espírito aberto – com certeza vai encontrá-la e encontrará uma resposta diferente das respostas de todos os demais.

Não somos perfeitos. Ninguém o é. Temos culpas? Sim, temos culpa; mas também temos méritos. Na casa da culpa há pelo menos dois moradores: a ignorância e a negligência. A ignorância – como o próprio nome indica – é o que não sabíamos, mas devíamos saber e, por isso, erramos. A negligência é a falta de decisão e principalmente de ação no momento preciso, quando nos faltou muitas vezes coragem.

Hoje, mais do que nunca, sabemos que prevenir é melhor que remediar. E a prevenção é toda educativa, é formar no espírito da criança principalmente, idéias e valores, que a habilite a viver bem consiga mesma e com os outros, sem prejudicar e sem prejudicar-se. Neste ponto, lembramos da importância da formação espiritual de nossos filhos – que deve ser mais considerada – e, portanto, mais urgente – do que apenas e tão somente a educação intelectual. Já ouvimos uma mãe dizer que preferiria ver seu filho doente ou deficiente do que com saúde na prisão, respondendo por um assassinato. Vejam a que ponto chegamos.

Muitos pais pensam que podem delegar aos outros a formação moral de seus filhos – às babás ou aos professores. Não podem. A formação moral deve ser comandada pelas pessoas quem mais os amam – ou seja, pelos próprios pais. Mas esses pais, além de saberem disso, precisam se preparar, precisam de orientação, de conhecimentos e de apoio, razão pela qual milhares de famílias atuam no escuro em matéria de educação dos filhos.

As crianças necessitam de exemplos vivos. Não é nada fácil descobrir na vida os caminhos tortuosos que percorremos em matéria de educação. O amor é seu principal ingrediente. Mas mesmo o amor precisa ser bem exercido, para não se transformar em apego excessivo, em permissividade ou licença. Os pais desempenham o papel de professores, a quem Deus delega autoridade e condições para encaminhar os Espíritos que vêm através de suas mãos. Eles sempre poderão fazer mais pelos filhos, pois a vida continua e as oportunidades de serviço sempre aparecem.

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