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domingo, 27 de novembro de 2022

KARDEC, A FATALIDADE E A NUMEROLOGIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Questionado sobre o numero sete e sua recorrência no ensino das tradições sagradas do Cristianismo, o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier disse na resposta à pergunta 142 do livro O CONSOLADOR (1940, feb), “uma opinião isolada nos conduzirá a muitas análises nos domínios da chamada numerologia, fugindo ao escopo de nossas cogitações espirituais. Os números, como as vibrações, possuem a sua mística natural, mas, em face de nossos imperativos de educação, temos de convir que todos os números, como todas as vibrações, serão sagrados para nós, quando houvermos santificado o coração para Deus, sendo justo, nesse particular, copiarmos a antiga observação do Cristo sobre o sábado, esclarecendo que os números foram feitos para os homens, porém, os homens não foram criados para os números”. A propósito, Allan Kardec já havia se pronunciado a respeito, em longo artigo incluído na REVISTA ESPÍRITA, edição de julho de 1868, intitulado A CIÊNCIA DA CONCORDÂNCIA DOS NÚMEROS E A FATALIDADE. Dizendo não ter ainda se dedicado mais demoradamente sobre o assunto, reconhecendo existirem casos sugestivos sobre concordâncias singulares e as datas de certos acontecimentos, não ver razão para tal coincidência e que, “porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista”, visto “o que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã”. Considerando a proporcionalidade da Lei das Probabilidades, em suas considerações finais, acrescenta: “-Tendo o homem o livre arbítrio, em nada entra a fatalidade em suas ações individuais; quanto aos acontecimentos da vida privada, que por vezes parecem atingi-lo fatalmente, tem duas fontes bem distintas: uns são consequência direta de sua conduta na existência presente; muitas pessoas são infelizes, doentes, enfermas por sua falta; muitos acidentes são resultado da imprevidência; ele não pode queixar-se senão de si mesmo e não da fatalidade ou, como se diz, de sua má estrela. Os outros são inteiramente independentes da vida presente e parecem, por isto mesmo, devidos a uma certa fatalidade. Mas, ainda aqui o Espiritismo nos demonstra que essa fatalidade é apenas aparente, e que certas posições penosas da vida tem sua razão de ser na pluralidade das existências. O Espírito as escolheu voluntariamente na erraticidade, antes de sua encarnação, como provações para o seu adiantamento. Elas são, pois, produto do livre arbítrio, e não da fatalidade. Se algumas vezes são impostas, como expiação, por uma vontade superior, é ainda por força das más ações voluntariamente cometidas pelo homem em existência precedente, e não como consequência de uma lei fatal, pois que ele poderia ter evitado, agindo de outro modo. A fatalidade é o freio imposto por uma vontade superior à sua, e mais sábia que ele, em tudo o que não é deixado à sua iniciativa. Mas ela jamais é um entrave no exercício de seu livre arbítrio, no que toca as suas ações pessoais. Ela não pode impor-lhe nem o mal, nem bem; desculpar uma ação má qualquer pela fatalidade ou, como se diz muitas vezes, pelo destino, seria abdicar o julgamento de Deus, que lhe deu, para pesar o pró e o contra, a oportunidade ou inoportunidade, as vantagens e os inconvenientes de cada coisa. Se um acontecimento está no destino de um homem, realizar-se-á a despeito de sua vontade, e será sempre para o seu bem; mas as circunstâncias da realização, dependem do emprego que ele faça de seu livre arbítrio, e muitas vezes ele pode voltar em seu prejuízo o que poderia ser um bem, se agir com imprevidência, e se se deixar arrastar por suas paixões. Ele se engana mais ainda se toma o seu desejo ou os desvios de sua imaginação por seu destino”.





Neusa Rodrigues, do Jardim Paineiras, comenta o seguinte: “Recebi um desses folhetos, que as pessoas entregam na porta, dizendo que “o sofrimento acabará em breve”. Cita o Apocalipse, dizendo que, quando Deus acabar com a maldade e o sofrimento, a Terra será um paraíso, que os mortos ressuscitarão. Diz que o sofrimento decorre do pecado cometido por Adão e Eva por terem usado mal o livre-arbítrio, que o homem então saiu do governo de Deus e que o mundo está hoje tão ruim por causa do governo dos homens, que só herdarão no mundo aqueles que fizerem a vontade de Deus”.


De fato, Jesus falou que os mansos herdarão a Terra, Neusa. Não duvidamos disso. Ao contrário, o caminho do progresso espiritual nos leva a essa meta. Nos últimos séculos – especialmente no último – apesar do pessimismo de muitos, acreditamos que a humanidade vem amadurecendo em relação aos períodos anteriores. A Idade Média, com todos os seus problemas, foi melhor que a Idade Antiga, a Moderna melhor que a Média, e a Contemporânea superou a Idade Moderna. O mundo caminha para frente.


Nesse ponto, a Bíblia tem razão: a tendência do mundo é melhorar. Só não percebe disso quem desconhece ou não quer conhecer o passado da humanidade. Mas a explicação do folheto, que você leu, é muito simplista, porque considera que nós temos apenas uma vida na Terra. Assim, quem viveu 3 séculos antes de Cristo nunca teve a mínima noção de como seria viver no século em que vivemos hoje: foi um bruto em relação ao homem atual. Se essa pessoa voltasse a viver hoje na Terra, vindo diretamente do século 17, ficaria completamente perdida entre nós e talvez não tivesse condições de se adaptar ao mundo de hoje.


Portanto, não podemos cogitar de ressurreição dos mortos, mas, sim de reencarnação dos Espíritos. A ideia da reencarnação é bem mais lógica. Aqueles, que vivem hoje ( nós, por exemplo) já vivemos em séculos anteriores. Já entramos e saímos várias vezes da vida terrena, acompanhamos o progresso da humanidade, aprendemos e progredindo, participando na construção de um novo mundo. É nesse sentido que a Terra, aos poucos, veio melhorando, em direção aos seus objetivos maiores, ou seja, no esforço para se tornar algo como um paraíso. Não no sentido de paraíso, como ausência de trabalho e de problemas, mas de competência do homem para se tornar cada vez mais capaz de solucionar seus problemas através do trabalho.


Recentemente, um pesquisador da Universidade de Harvard, Estados Unidos, Steven Pinker, após minucioso estudo da História, lançou um livro mostrando que o mundo nunca esteve tão bem quanto agora em matéria de paz. Isso pode parecer um absurdo, mas não é. A história humana sempre foi marcada pela ignorância, pela violência, pela crueldade e pela guerra. No passado isso foi muito mais freqüente que hoje. Desse modo, como afirma o autor, nunca estivemos num período de tão poucas guerras. Nunca conhecemos, em toda a história, uma era em que estamos preocupados com os direitos humanos e com a defesa da natureza e com a busca da felicidade. Três séculos atrás, esses temas eram ignorados.


É claro que ainda não superamos a violência, pois ainda somos violentos. Mas, já andamos muito. Não somos mais um mundo primitivo. Restam-nos hoje os problemas que se acham mais profundamente arraigados no espírito humano. Isso, porém, requer tempo para ser superado. O maior desafio do homem é superar a si mesmo, é vencer seu orgulho e seu egoísmo. Contudo, isso não se dará facilmente, mas será alcançado a custa de muito sofrimento. Esperamos, no entanto, que nos próximos séculos, os homens de boa vontade acelerem essas mudanças, que redundarão naquela nova Terra a que Jesus se referiu há 2 mil anos atrás.


 

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