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terça-feira, 1 de novembro de 2022

DEPENDÊCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A contribuição do médium Chico Xavier para a confirmação da continuidade da vida além da morte do corpo físico, contem importantes informações para nossas reflexões. A principal que o Espírito conserva em si (refletindo-as no corpo espiritual ou períspirito), as desarmonias derivadas das dependências que desenvolvemos com a adoção de comportamentos reconhecidos pelas ciências como altamente prejudiciais ao corpo humano e a vida em sociedade. Um deles, resultado do consumo de bebidas alcóolicas, que por ser de acesso fácil e liberado, estimulado pela pressão exercida pela propaganda maciça, resulta, a médio prazo, na viciação. Conservando além dessa vida o anseio de satisfazer sua necessidade de sensação característica do vicio, busca se associar a encarnados que igualmente o possuem, em maior ou menos grau. Como a visão transferida por inúmeros depoimentos, é de que a existência cumprida nessa dimensão é apenas parte de um processo muito mais amplo objetivando nossa evolução, ou seja, o desenvolvimento de nossas potencialidades e atributos (memoria, inteligência, consciência, livre-arbítrio, vontade), o intervalo entre as diferentes encarnações não elimina os prejuízos impostos pela própria criatura no uso desse instrumento de trabalho incrível chamado corpo humano. Dessa forma, natural que as predisposições mórbidas abafadas pelo anestesiar da memória do passado, encontrem campo para se manifestar novamente a partir de estímulos gustativos, visuais ou auditivos. Há no Ser que renasce, a influência da hereditariedade genética, mas também da hereditariedade psicológica que prepondera sobre a primeira já que cada um de nós possui uma vibração característica (como um sinal eletromagnético), impregnado com nossos dados pessoais que, por sua vez, sintonizará a matriz genética da qual resultará a fecundação. Dessa Dimensão sairemos mais dia, menos dia, conservando os condicionamentos viciosos adquiridos (ou reforçados) aos quais deveríamos resistir ou que voltamos para eliminar através da resistência resultante da força de vontade que não conseguimos geralmente sustentar. Como o exemplo vale mais que mil palavras, destacaremos a seguir, um para ilustrar essa situação. Possível? Fantasia? Pense!..., Registrado num apartamento no bairro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro. Na sala principal, vamos encontrar o dono da casa, Claudio Nogueira, lendo um dos jornais do dia com atenção, portando entre os dedos da mão que descansava à beira do sofá em que se acomodava, um cigarro fumegante, quase rente ao móvel sobre o qual um cinzeiro repleto era silenciosa advertência contra o abuso da nicotina. O ambiente, apesar de modesto, denotava bom gosto no mobiliário e decoração, destoando apenas uma garrafa de uísque sobre uma mesa, emanando o aroma que podia ser notado no hálito do personagem descrito. Sem que percebesse, no mesmo ambiente, só que em outra faixa vibratória, dois desencarnados ali faziam sua morada agindo protegidos pela invisibilidade. Um deles tateou - lhe um dos ombros e gritou insolente: - Beber, meu caro, quero beber! Claudio, porém, não registrou o mínimo som, mantendo-se atento à leitura. Inalterável. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não demorou. Desviou a atenção do artigo político em que se entretinha, sem que talvez, conseguisse explicar o súbito desinteresse pela matéria, enquanto o outro insistia “- Beber! Beber!”, levando-o a abrigar a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque exclusivamente para si. O pensamento se lhe transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de força. “Beber,beber!”, e a sede de aguardente se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso coçou-lhe os gorgomilos. Indefinível secura constrangiu-lhe a garganta. O amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. Carícia leve, abraço envolvente, depois associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. Algo semelhante ao encaixe perfeito. Claudio-homem absorvia o desencarnado, a guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente incorporados um ao outro, na área estreita arrebatando o delgado frasco. Difícil especificar de quem era o impulso inicial, se a Claudio que admitia a instigação ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular. Ambos os dispsônamos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea. Desmanchou-se a parelha e, Claudio, desembaraçado, se dispunha a sentar, quando o outro colega, que se mantinha a distância, investiu sobre ele e protestou: “- eu também, eu também quero!”. Reavivou-se-lhe no ânimo a sugestão que esmorecia e, absolutamente passivo diante da incitação que o assaltava, reconstituiu mecanicamente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo o fenômeno da conjugação completa. Encarnado e desencarnado a se justaporem. Duas peças conscientes, reunidas em sistema irrepreensível de compensação mútua. Uma analise sobre até que ponto Claudio sofreria mentalmente com aquele processo de fusão, revelaria que ele continuava livre no íntimo, não experimentando qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro, simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria, nenhuma simbiose em que se destacasse por vítima. Associação implícita, mistura natural. Apelo e resposta, cordas afinadas no mesmo tom. No desencarnado, o pedido; no encarnado a resposta. Cedendo ao desejo do segundo, Claudio sorveu mais um gole e, desimpedido, estirou-se novamente no divã e retomou o jornal”. A descrição contida na obra SEXO E DESTINO (feb), reproduzindo informações do Espírito André Luiz, através de Chico Xavier, demonstra na prática a informação obtida por Allan Kardec na questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS segundo a qual “os Espíritos nos influenciam os pensamentos e atos muito mais que imaginamos e, invariavelmente, são eles que nos conduzem”. Estudando a revelação, Kardec, anos depois, n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, definiria a obsessão como sendo um fato comum na vida de todos os seres humanos, graças à percepção que denominou mediunidade. No caso citado, enquadrar-se-ia na chamada obsessão simples. Como se pode perceber, as influências resultantes do álcool persistem além da vida, após a morte física.


Maria Marta Honorato, do Jardim Paineiras, telefonou perguntando se a pessoa que se suicida vai para o inferno.

Cara ,Maria Marta, antes queremos agradecê-la pela participação em nosso programa. Você certamente deve conhecer aquela afirmação de Jesus quando, dirigindo à multidão, afirmou: “Se vós, que sois maus e imperfeitos, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto não vos dará o Pai Celestial, que é bom e perfeito, quando lhe pedirem?”

Devemos compreender, pois, que sendo Deus bom e perfeito, bom e perfeito é o amor que Ele tem por todos os seus filhos e que, portanto, nenhum deles, por mais distante esteja do bom caminho, pode ser esquecido ou desprezado pelo Pai. Ninguém foi criado para se perder, todos fomos criados para amar e sermos amados. Desse modo, Maria Marta, Deus, na sua infinita bondade, não poderia criar nenhum de seus filhos para a perdição.

Certamente você imagina que Deus conhece o presente, o passado e o futuro de todos nós. Logo, desde o momento em que Ele cria cada Espírito, ele já sabe exatamente qual será o seu destino. Então, raciocine conosco: como que um Pai, bom e perfeito (como afirmou Jesus), poderia criar um filho, sabendo que esse filho iria se perder para sempre, para um inferno de sofrimento eterno?

Esta criação, Maria Marta, se por acaso existisse, jamais poderia ser um ato de bondade, mas sim um ato de maldade, pois nós, que somos humanos, nós que somos maus e imperfeitos, não queremos que nada de mal aconteça para os nossos filhos, quando mais o Pai, que é bom e perfeito, na definição de Jesus. Que mãe ou que pai humanos gostariam que um de seus filhos se transformasse num problema irremediável? É claro que, se esse pais de antemão já soubessem disso, ele prefeririam não ter esse filho. Imagina Deus!...

Logo, Maria Marta, não há perdição eterna para ninguém. Podemos nos perder no caminho de nossa evolução, cometendo equívocos – e até tirando a nossa própria vida – mas não escaparemos desse caminho, que sempre nos oferecerá novas oportunidades de reabilitação, porque o Espírito não morre e, depois que ele deixar seu cadáver na Terra, voltará outras tantas vezes, para se reabilitar.

Com isso, não estamos concordando com o suicídio, mas, muito pelo contrário: cada passo em falso que damos no caminho da vida custa-nos uma cota de sofrimento e aflição. Deus nos dá a liberdade de decisão, mas nós somos responsáveis pelos erros que cometemos e, com toda certeza, vamos responder por eles, vamos ter que corrigi-los, vamos ter que nos corrigir, muitas vezes, a duras penas; alguns mais cedo, outros mais tarde. Assim ninguém está irremediavelmente perdidos. Podemos nos perder momentaneamente; no entanto, ao longo das encarnações, saberemos encontrar o nosso caminho.

Se a mãe ama seu filho, se o pai ama seu filho ( o que é muito natural), Deus, que o Pai de todos nós, nos ama muito mais, porque seu amor é infinito, ao passo que o nosso é limitado. Então, perguntamos, Maria Marta: a qual dos filhos os pais mais se dedicam? Com certeza, ao que lhes dá mais preocupação, ao que se desviou por um caminho tortuoso; enfim, ao mais complicado, ao mais problemático. O mesmo acontece em relação a Deus. São justamente os mais sofredores que dele mais precisam.

E o suicídio, Maria Marta, é a forma mais sofrida pela qual um Espírito deixa esta vida, até porque, o suicida, antes de dar cabo à sua vida, ele já está no inferno, num inferno de angustias e aflições, pois, geralmente se trata de pessoas que perderam o sentido da própria existência, que se sentem impotentes e infelizes, que não acreditam mais em nada e em ninguém, que não acreditam nem em si mesmos e tampouco em Deus, e que, muitas vezes, no desespero, alimentando auto-rejeição e revolta, creem que podem fugir do sofrimento pela porta enganosa do suicídio.

São esses Espíritos justamente o que mais precisam de ajuda, são eles que mais precisam de Deus e, portanto, são esses a quem o Pai de Amor e Misericórdia dá nova oportunidade de reabilitação, mesmo que essa reabilitação lhes custe muitas aflições. São eles, portanto, os que mais precisam de nossas preces. Se pudermos ser úteis a alguém, que esteja à beira de cometer esse ato insano, devemos nos apressar para ajudar essa pessoa, com a nossa presença, com a nossa orientação e com o nosso apoio moral. Jamais devemos julgá-las, mas sim compreendê-las. É o caso de perguntarmos: nestes casos, o que faria Jesus em nosso lugar?


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