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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

COINCIDÊNCIAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Faltavam alguns minutos para o meio-dia da quarta-feira, 30 de janeiro, a primeira depois da tragédia de Santa Maria, quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o senhor Newton, amigo a quem nos ligamos pela admiração mútua, músico aposentado que ajudou a escrever belas páginas na história da música popular brasileira. Frequentador eventual do Grupo Espírita em que proferimos regularmente palestras, informou estar nos procurando para saber da possibilidade de um fenômeno ocorrido na madrugada de segunda-feira passada (28/1), em sua casa. O que o fez se encorajar a fazer a ligação foi uma notícia veiculada pelo caderno COTIDIANO do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, daquele dia em que nos telefonava. Ante minha resposta sobre não haver lido o matutino, disse que matéria incluía o parecer do pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmando que junto com a fuligem e o monóxido de carbono resultante da combustão dos materiais usados no revestimento acústico de baixa qualidade da Kiss, apareceu o cianeto, um gás inodoro e incolor, capaz de matar em prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos. Segundo o médico, o mesmo gás usado pelo nazistas nas câmaras de extermínio da Segunda Guerra. Nosso interlocutor ficara impressionado com a notícia porque, ainda na noite de domingo, juntamente com sua esposa fizeram uma prece em favor dos vitimados do acidente, bem como, dos seus familiares, perguntando-se, reencarnacionistas que são, onde a origem daquela triste ocorrência. Dormiram e, em meio ao repouso, ele sonhou que se encontrava numa reunião onde um expositor explicava que os atingidos pela provação, eram pessoas comprometidas com a utilização das câmaras de gás usadas para eliminar judeus, ciganos, negros, homossexuais, deficientes mentais no cruel processo de purificação criado e alimentado pela, segundo entendiam, raça superior. Ao acordar no dia seguinte, impressionado com o sonho, comentando com a esposa sua experiência, ela, mais espantada ainda, disse que sonhara algo parecido, cuja essência era a mesma no que concerne à origem da tragédia atual. Pergunta o Sr. Newton: “-É possível?”. Respondemos que, embora raro, sim. O Espiritismo, das questões 400 a 412 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, informa que durante o sono, geralmente nosso Espírito vivencia experiências no Plano Invisível, e, em condições especiais conserva fragmentos ou a essência das mesmas. Foi o que se deu com eles, já que adormeceram mentalmente se perguntando sobre o “por quê?”. Lembramo-nos então do filme AMEM (2002), do diretor Costa Gravas, que denuncia a razão da omissão da religião predominante no continente europeu ante as atrocidades cometidas sob o comando de Hitler. Uma das cenas mais impressionantes recriava a visita de um oficial da SS, personagem principal da película, a um galpão onde eram executados pelo mórbido processo da inalação do cianeto, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, correndo desorientados, no ambiente fechado à procura de ar. Questão de poucos minutos, tal o poder letal da substância química. Muitas coincidências foram relacionadas pelo senhor Newton. Mas uma das que mais impressionam, chegou-nos ao conhecimento na segunda-feira, quatro de fevereiro. Durante visita a um amigo, ele assistia pelo YouTube, pronunciamento do ex-Secretário Geral da ONU, Ban kin Moon, falando sobre a data escolhida para lembrar o Dia Internacional do Holocausto, a qual coincide com aniversário da libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O dia? 27 de janeiro. O mesmo da ocorrência de Santa Maria.



Os espíritas dizem que não existe castigo divino. Mas, n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS existem várias referências a castigo, falando, inclusive, que Deus castiga. Não é contraditório isso? Por que Allan Kardec não suprimiu essa palavra? (Adriana)


Se você tem O LIVRO DOS ESPÍRITOS à mão, Adriana, aproveite para ler e analisar as considerações da questão 964. O tema da questão 964 é “Intervenção de Deus nas penas e recompensas”, e diz o seguinte: “Deus tem leis que regulam todas as vossas ações. Se as violais, a culpa é vossa. Sem dúvida, quando um homem comete um excesso, Deus não faz um julgamento contra ele para dizer, por exemplo: “Foste guloso, vou punir-te”. Mas traçou um limite. As doenças e, muitas vezes, a morte, são conseqüência dos excessos. Eis o castigo. Ele é o resultado da infração à lei. Isso vale para tudo.”


Nesta questão fica bem claro que sofremos conseqüências desagradáveis pelos erros que cometemos. Mas essas conseqüências não são um castigo no sentido de que Deus se zangou conosco e está nos punindo por desobediência, como se Deus fosse um pai humano, impaciente, enérgico e intransigente. Mas pode ser considerado como castigo no sentido de que sofremos sempre que desrespeitamos a lei da natureza. Allan Kardec utilizou o termo “castigo” , porque naquela época, 150 anos atrás, era a forma pela qual os leitores ( na expressiva maioria, católicos) poderiam entender de que estava tratando. A linguagem humana é limitada, nem sempre traduz com fidelidade aquilo que estamos pensando.


Desse modo, ao utilizar a palavra “castigo”, Kardec estava se referindo a toda conseqüência desagradável da lei de causa e efeito, diante dos erros que cometemos. O exemplo, dado pelos Espíritos, deixa bem claro isso: comer demais, de fato, como qualquer excesso que cometemos, pode ocasionar a doença e até mesmo a morte. Não porque Deus fica com raiva de nós e quer que soframos, mas porque precisamos aprender a ter limites, Adriana, pois os limites fazem parte das leis da natureza e é o regulador de nossa felicidade. Entretanto, esta explicação que aqui colocamos, só pode ser entendida pelas pessoas que, como você, aceita a reencarnação.


Só a reencarnação pode explicar todos os nossos sofrimentos, pois a reencarnação é o mais eficaz instrumento da justiça e da educação, que nos coloca tudo em pratos limpos. Da justiça, porque cada um sempre colhe o que plantou; e da educação, porque, experimentando os efeitos de suas ações, cada um acaba aprendendo, mais cedo ou mais tarde, nesta ou noutras vidas, a caminhar conforme as leis de Deus. As conseqüências de nossos erros são, portanto, educativas. Elas nos dão o referencial da lei, mostrando o caminho mais adequado para a nossa felicidade.



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