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sexta-feira, 24 de julho de 2020

PROFETIZARÃO E FARÃO PRODÍGIOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Fechando a edição de julho de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta mensagem obtida em Grupo Espírita da cidade de Sétif, na Argélia, em que o Benfeitor Espiritual identificado como Santo Agostinho esclarece dúvida acalentada por muitos sobre porque mensagens de conteúdos elevados ou reveladores são recebidas por médiuns que pessoalmente não demonstram nem cultura, nem conhecimentos, nem conduta que os credencie a ser porta-vozes de Espíritos Superiores? O Espiritismo, por sinal, ao definir a mediunidade como meio inerente a qualquer criatura humana, revela-a tão neutra como a inteligência, como os olhos que podem contemplar o belo e o feio, o certo e o errado. O conceito de moral, como se sabe, é extremamente relativo. Afirma o Instrutor Espiritual:-“Muitas vezes vos admirais ao ver faculdades mediúnicas, físicas ou morais e que, em vossa opinião deveriam ser prova de mérito pessoal, em criaturas que, pelo caráter moral, estão colocadas abaixo de semelhante condição. Isso se deve à falsa ideia que fazeis das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O que é invariável é o objetivo. Os meios variam ao infinito, para que seja respeitada a vossa liberdade. Este possui uma faculdade; aquele, outra; um é levado pelo orgulho, outro pela cupidez e um terceiro pela fraternidade. Deus emprega as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas esferas respectivas; e do próprio mal sabe fazer sair o Bem. Os atos dos homens, que vos parecem tão importantes, para ele nada são; é a intenção que, aos seus olhos, faz o mérito ou demérito. Feliz, pois, aquele que é guiado pelo amor fraterno. A Providência não criou o mal: tudo foi feito em vista do Bem. O mal só existe pela ignorância do homem e pelo mau uso que faz das paixões, das tendências, dos instintos adquiridos em contato com a matéria. Grande Deus! Quando lhe tiverdes inspirado a sabedoria para ter em mãos a direção desse poderoso móvel – a paixão – quantos males desaparecerão!. Quanto Bem resultará dessa força, da qual hoje não conhece senão o lado mau, que é sua obra. Continuai ardentemente a vossa obra, meus amigos; que, enfim, a Humanidade entreveja a rota na qual deve por o pé, a fim de atingir a felicidade que lhe é dado adquirir nesta Terra! Não vos admireis se as comunicações que vos dão os Espíritos elevados, inteiramente apoiadas na moral do Salvador, vô-la confirmando e a desenvolvendo, vos oferecem tantos pontos de contato e de similitude com os mistérios dos Antigos. É que os Antigos tinham a intuição das coisas do Mundo Invisível e do que deveria acontecer  e que diversos tinham por missão preparar os caminhos. Observai e estudai com cuidado as comunicações que recebei; aceitai o que a razão não recusar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida. Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros. Trabalhai, tornai-vos úteis aos vossos irmãos e a vós próprios. Nem podeis prever a felicidade que o futuro vos reserva pela contemplação de vossa obra”. Em comentário posterior, Allan Kardec observa: -“Esta comunicação foi obtida por um jovem, médium sonâmbulo iletrado. Foi-nos enviada por membro da Sociedade Espírita de Paris, residente em Sétif, informando que o sensitivo ignora o sentido da maioria das palavras e relacionando o nome de dez pessoas notáveis, presentes à reunião. Os médiuns iletrados que recebem comunicações acima do seu alcance intelectual são muito numerosos. Mostraram-nos há pouco uma página verdadeiramente notável, recebida em Lyon, por uma senhora que não sabe ler nem escrever, não conhecendo uma palavra do que escreve; seu marido, que é quase como ela, o decifra por intuição, no correr da sessão, o que lhe é impossível no dia seguinte. Outras pessoas a leem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação das palavras do Cristo: -“Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e farão prodígios?”. Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e poesia que não se o sabe? Pedis sinais materiais? Ei-los. Dirão os incrédulos que é efeito da imaginação? Se o fosse, haveria que convir que tais pessoas tem a imaginação na mão e não no cérebro. Ainda uma vez, uma teoria só é boa com a condição de explicar todos os fatos. Se um só a contradisser, é que é falsa ou incompleta”.





 Do jeito que as coisas vão – afirma a Zélia Regina -  parece que as pessoas perderam a noção da responsabilidade no casamento. Elas casam-se e se separam sem nenhum constrangimento. O casamento está ameaçado.
  No Espiritismo não costumamos fazer previsões, a não ser a perspectiva de que estamos a caminho de um mundo melhor. Jesus, no seu tempo, já falava num novo céu e numa nova Terra. Quando isso vai acontecer, ou seja, quando vamos dar um passo decisivo na transformação moral da humanidade, ainda não sabemos.  Sabemos, contudo que, de acordo com as leis da natureza, no caminho da evolução, não há volta.
As crises, que hoje acontecem nos variados setores da vida humana, são apenas reflexos de uma grande transformação que está acontecendo, assim  como uma grande reforma num edifício deteriorado. O casamento, como instituição social, conforme diz O LIVRO DOS ESPÍRITOS, foi uma grande conquista para a  humanidade, a fim de manter a estabilidade da família. Mas, nessa caminhada longa que percorremos através dos séculos, Zélia, sabemos que não há uma solução definitiva, pronta, acabada e perfeita para nada, pois a evolução é um processo demorado e complexo. Como temos dito, ela não segue uma linha reta; trata-se de um emaranhado de caminhos que se cruzam, cada vez num nível superior de realização.
  Quando olhamos o panorama social e vemos tantas contradições na vida humana, a impressão é que a humanidade está caminhando para trás. De certo modo e em certos momentos ou em determinados trechos do caminho, isso realmente acontece. É que na evolução existem avanços e recuos, pois o processo é feito de altos e baixos. Kardec perguntou sobre isso aos Espíritos e eles responderam que, ao analisar a história da humanidade, devemos levar em conta o conjunto das mudanças e não fatos isolados em si. Fatos isolados, que acontecem aqui e ali, hoje e amanhã, não têm um valor absoluto, mas contribuem para mudanças gerais.
 Nos últimos 60 ou 70 anos, Zélia, a sociedade humana e especialmente a família  – salvo alguns redutos mais conservadores – sofreram um grande impacto, principalmente por causa da busca de direitos, até então esquecidos ou sufocados, como é o caso dos direitos da mulher. Evidentemente, as mudanças vêm causando um grande transtorno por causa do choque de valores e a quebra de tabus e preconceitos, com consequências muitas vezes desagradáveis, mas que se fazem necessárias para que aprendamos a lidar com as mudanças e contradições.
 Nada é fácil e nem todas as mudanças são boas, é claro. Mas é aí que entra o grande desafio, de saber discernir as que nos convêm e as que devemos rejeitar. Precisamos cultivar uma mente aberta para mudanças, mas dentro de um critério de compromisso com o bem geral. A crise na família está no cerne dessas mudanças e as decisões, que estão sendo tomadas, são apenas ensaios para que venhamos a encontrar melhores soluções no futuro. Eis porque não podemos permanecer indiferentes às mudanças, mas tomar cuidado para que sigam o melhor caminho.
 Estamos partindo para uma nova ordem de coisas e isso vai ter um alto custo social, como já está acontecendo. No entanto, vamos perceber que uma nova mentalidade ( que não é mais a antiga e tampouco a mais arrojada) estará surgindo para colocar as coisas nos seus devidos lugares. Esperamos que todos nós, preocupados em dias melhores, procuremos contribuir com a nossa parte, principalmente no cumprimento de nossas obrigações, pois tudo pode mudar, menos o compromisso moral que temos com a humanidade e conosco mesmos.


















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