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terça-feira, 30 de setembro de 2025

COINCIDENCIAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Faltavam alguns minutos para o meio-dia da quarta-feira, 30 de janeiro, a primeira depois da tragédia de Santa Maria, quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o senhor Newton, amigo a quem nos ligamos pela admiração mútua, músico aposentado que ajudou a escrever  belas páginas na história da música popular brasileira. Frequentador eventual do Grupo Espírita em que proferimos regularmente palestras, informou estar nos procurando para saber da possibilidade de um fenômeno ocorrido na madrugada de segunda-feira passada (28/1), em sua casa. O que o fez se encorajar a fazer a ligação foi uma notícia veiculada pelo caderno COTIDIANO do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, daquele dia em que nos telefonava. Ante minha resposta sobre não haver lido o matutino, disse que matéria incluía o parecer do pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmando que junto com a fuligem e o monóxido de carbono resultante da combustão dos materiais usados no revestimento acústico de baixa qualidade da Kiss, apareceu o cianeto, um gás inodoro e incolor, capaz de matar em prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos. Segundo o médico, o mesmo gás usado pelo nazistas nas câmaras de extermínio da Segunda Guerra. Nosso interlocutor ficara impressionado com a notícia porque, ainda na noite de domingo, juntamente com sua esposa fizeram uma prece em favor dos vitimados do acidente, bem como, dos seus familiares, perguntando-se, reencarnacionistas que são, onde a origem daquela triste ocorrência. Dormiram e, em meio ao repouso, ele sonhou que se encontrava numa reunião onde um expositor explicava que os atingidos pela provação, eram pessoas comprometidas com a utilização das câmaras de gás usadas para eliminar judeus, ciganos, negros, homossexuais, deficientes mentais no cruel processo de purificação criado e alimentado pela, segundo entendiam, raça superior. Ao acordar no dia seguinte, impressionado com o sonho, comentando com a esposa sua experiência, ela, mais espantada ainda, disse que sonhara algo parecido, cuja essência era a mesma no que concerne à origem da tragédia atual. Pergunta o Sr. Newton: “-É possível?”. Respondemos que, embora raro, sim. O Espiritismo, das questões 400 a 412 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, informa que durante o sono, geralmente nosso Espírito vivencia experiências no Plano Invisível, e, em condições especiais conserva fragmentos ou a essência das mesmas. Foi o que se deu com eles, já que adormeceram mentalmente se perguntando sobre o “por quê?”. Lembramo-nos então do filme AMEM (2002), do diretor Costa Gravas, que denuncia a razão da omissão da religião predominante no continente europeu ante as atrocidades cometidas sob o comando de Hitler. Uma das cenas mais impressionantes recriava a visita de um oficial da SS, personagem principal da película, a um galpão onde eram executados pelo mórbido processo da inalação do cianeto, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, correndo desorientados, no ambiente fechado à procura de ar. Questão de poucos minutos, tal o poder letal da substância química. Muitas coincidências foram relacionadas pelo senhor Newton. Mas uma das que mais impressionam, chegou-nos ao conhecimento na segunda-feira, quatro de fevereiro. Durante visita a um amigo, ele assistia pelo YouTube, pronunciamento do ex-Secretário Geral da ONU, Ban kin Moon,  falando sobre a data escolhida para lembrar o Dia Internacional do Holocausto, a qual coincide com aniversário da libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O dia? 27 de janeiro. O mesmo da ocorrência de Santa Maria.


Um Espírito, que cometeu desatinos no passado e nasce com um grave defeito nesta vida; por exemplo. Sem uma perna. Mas, devido ao progresso científico, ele obtém uma perna mecânica, produto hoje muito avançado, e então via pode ter uma vida quase perfeita. Pergunto: o que foi feito da expiação? Ele não teria que sofrer essa deficiência a vida toda?

Não, de modo nenhum.  É onde entra a misericórdia de Deus. Tudo que podemos fazer pelos que sofrem faz parte da lei divina, que permite ao sofredor ser socorrido, diminuindo o peso suas dívidas morais.

Na lei de Deus, a intervenção humana é necessária e muito importante, porque podemos nos ajudar na caminhada evolutiva.

No caso, que você cita, trata-se de um recurso que a tecnologia nos propiciou – a perna mecânica - e, através da qual, podemos servir, auxiliando o beneficiado a entender que a caridade é lei da vida.

Quem hoje recebe está mais preparado para entender que ele também pode ajudar e que a nossa carga de sofrimento moral neste mundo será mais leve e suportável se soubermos nos ajudar uns aos outros.

Não é difícil compreender esse processo. Todos temos visto casos de pessoas que, enfrentando limitações físicas ou enfermidades, após serem atendidas, despertarem para a importância da solidariedade.

 

domingo, 28 de setembro de 2025

A JUSTIÇA PERFEITA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os 33 artigos do Código Penal da Vida Futura apresentados no capítulo 7 do livro O CÉU E O INFERNO dão uma ideia dos mecanismos da Justiça Divina Segundo o Espiritismo. A vasta literatura produzida através de milhares de médiuns notadamente no Brasil exemplificam baseados em casos reais como nossa vida está inexoravelmente presa aos efeitos de nossas ações intencionalmente praticadas na relação da Individualidade consigo mesma, com a família e com a sociedade. Nos estudos levados a efeito pelo Espírito Emmanuel e transmitidos à nossa Dimensão pela psicografia de Chico Xavier em 1965 no livro JUSTIÇA DIVINA (feb, 1965) para comemorar o primeiro centenário da obra de Allan Kardec, recolhemos inúmeros elementos para refletir sobre o assunto. Um dos capítulos intitulado DESLIGAMENTO DO MAL, o Instrutor oferece revelações que atendem ao interesse daqueles que se perguntam como ficam os que infringiram os dispositivos do Código citado há pouco. Considerando o princípio segundo o qual “ninguém foge de si mesmo”, percebemos ser a única forma de oferecer a Ser em evolução a oportunidade de se redimir perante os delitos arquivados na sua indelével memória. Escreve Emmanuel: Antes da reencarnação, no balanço das responsabilidades que lhe competem, a mente, acordada perante a Lei, não se vê apenas defrontada pelos resultados das próprias culpas. Reconhece, também, o imperativo de libertar-se dos compromissos assumidos com os sindicatos das trevas. Para isso partilha estudos e planos referentes à estrutura do novo corpo físico que lhe servirá por degrau decisivo no reajuste, e coopera, quanto possível, para que seja ele talhado à feição de câmara corretiva, na qual se regenere e, ao mesmo tempo, se isole das sugestões infelizes, capazes de lhe arruinarem os bons propósitos. 1- Patronos da guerra e da desordem, que esbulhavam a confiança do povo, escolhem o próprio encarceramento da idiotia, em que se façam despercebidos pelos antigos comparsas das orgias de sangue e loucura, por eles mesmos transformados em lobos inteligentes; 2- Tribunos ardilosos da opressão e caluniadores empeçonhados pela malícia pedem o martírio silencioso dos surdos-mudos, em que se desliguem, pouco a pouco, dos especuladores do crime, a cujo magnetismo degradante se rendiam, inconscientes;  3- Cantores e bailarinos de prol, imanizados a organizações corrompidas, suplicam empeços na garganta ou pernas cambaias, a fim de não mais caírem sob o fascínio dos empreiteiros da delinquência; 4- Espiões que teceram intrigas de morte e artistas que envileceram as energias do amor, imploram olhos cegos e estreiteza de raciocínio, receosos de voltar ao convívio dos malfeitores que um dia elegeram por associados e irmãos de luta mais íntima; 5- Criaturas insensatas, que não vacilavam em fazer a infelicidade dos outros, solicitam nervos paralíticos ou troncos mutilados, que os afastem dos quadrilheiros da sombra, com os quais cultivavam rebeldia e ingratidão;6- Homens e mulheres, que se brutalizaram no vício, rogam a frustração genésica e, ainda, o suplício da epiderme deformada ou purulenta, que provoquem repugnância e consequente desinteresse dos vampiros, em cujos fluidos aviltados e vômitos repelentes se compraziam nos prazeres inferiores. Se alguma enfermidade irreversível te assinala a veste física, não percas a paciência e aguarda o futuro. E se trazes alguém contigo, portando essa ou aquela inibição, ajuda esse alguém a aceitar semelhante dificuldade, como sendo a luz de uma bênção. Para todos nós, que temos errado infinitamente, no caminho longo dos séculos, chega sempre um minuto em que suspiramos, ansiosos, pela mudança de vida, fatigados de nossas próprias obsessões.




 É verdade que Espíritos maldosos que viveram séculos atrás ainda se comunicam no centro espírita? Se, depois de tanto tempo, eles até agora não melhoraram, como se pode explicar que na sessão espírita eles vão se arrepender do que fizeram?

No livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, André Luiz relata o caso de José Maria, um espírito dementado que foi trazido por amigos espirituais para ser recebido pela médium Celina numa sessão espírita.

Ele fora um fazendeiro cruel e desumano que vivera no século XVIII, mas ainda trazia a mente estagnada no seu próprio egoísmo.

Estava tão centrado em si mesmo que só percebia os quadros terríveis de tirania e perversidade contra seus escravos, contra os quais instalou um ambiente de sofrimento e terror.

Quando faleceu, no final daquele século, encontrou muitos de suas vítimas que se converteram em terríveis vingadores, passando a torturar sua mente.

No entanto, nem assim, percebia que já não pertencia mais a este mundo, julgando-se prisioneiro martirizado aqui mesmo na Terra por escravos a quem impingira os maiores sofrimentos.

Depois de mais de um século de martírio, chegou o momento em que alguém intercedeu em seu favor e ele foi trazido ao centro espírita para retomar o contato com os encarnados.

Celina foi escolhida para sua médium pelas suas altas qualidades morais e capacidade de doação, pois não seria nada fácil intermediar a comunicação de um Espírito que ainda trazia na alma a marca da maldade.

  De fato, não foi fácil para Celina desempenhar seu papel, pois a diferença de qualidade vibratória era muito grande.

Médium educada e extremamente zelosa de seu papel, Celina se pôs em vigilância, amparada por Espíritos amigos, e não deixou que José Maria extravasasse sua agitação e seu conformismo, fazendo com que ele se contivesse durante o contato mediúnico.

Aliás, a presença do ex-fazendeiro nos trabalhos espíritas era justamente para estabelecer esse primeiro contato com os encarnados, que se tornava necessário para ajudá-lo a compreender sua situação e a conter seus impulsos. 

Após essa manifestação, controlada por Celina e dirigida pelo coordenador dos trabalhos mediúnicos, José Maria pôde ser removido para ser internado numa instituição educativa no plano espiritual.

Semelhante providência ainda não resolveria de todo a situação, pois, para completar o curso ele teria de reencarnar algumas vezes em condição sofrida, certamente entre vítimas do passado, para valorizar o próximo e compreender melhor as leis da vida.

Desse modo, a sessão mediúnica não traz, como muitos podem pensar, a solução definitiva dos problemas dos Espíritos que ser comunicam.

Trata-se de um instrumento que vai ajudar os Espíritos a encontrarem o caminho de se equilíbrio ou de sua regeneração, que contará com a intervenção de mentores espirituais, mas só se completará de fato em novas experiências reencarnatórias.

 

 

 

 

sábado, 27 de setembro de 2025

O ESPIRITISMO E O PSIQUIATRA AMERICANO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Obviamente o pesquisador Allan Kardec e o Psiquiatra Brian Weiss não se conheceram, pois, um século separa a passagem dos dois por nossa Dimensão. O segundo, por sinal nem dá sinais de ter tido conhecimento sobre as conclusões do primeiro. Todavia, as experiências acidentalmente iniciadas pelo Dr Weiss no início dos anos 80, confirmam a precisão das informações preservadas em escritos de Allan Kardec. No livro A CURA ATRAVÉS DA TERAPIA DE VIDAS PASSADAS (editora salamandra), publicado em 1996, dezesseis anos após ter iniciado suas reveladoras experiências, diversos pontos relevantes e coincidentes são apresentados. No sentido de confirmar o acerto de nossa percepção, destacamos apenas três: 1- “Das experiências que alguns de meus pacientes tem no estado de “entrevida”, passei a acreditar que é antes do nascimento que escolhemos a família de cada existência. Escolhemos viver os padrões de comportamento melhor propiciarão nosso crescimento, com as almas que reproduzirão  situações de aprendizagem. Com frequência, são almas que conhecemos e com quem interagimos de muitas maneiras em outras existências”. 2- “...aprenderam que a morte não é absoluta. Esse conhecimento é sem dúvida o grande curador. O ente querido não se perdeu. Após a morte, permanece uma ligação com aquela pessoa. Quem passa por essa experiência ou conhecimento aprende que a morte é menos um fim do que uma transição”. 3- “Com frequência a alma retorna para uma nova existência com os mesmos talentos e capacidades de uma vida anterior. Às vezes, as pessoas descobrem até talentos desconhecidos na vida atual após recordarem a existência desses talentos em existência anteriores”.

Allan Kardec em comentário à resposta de um Espírito no livro OBRAS PÓSTUMAS, afirma que “frequentemente, renascem na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem os seus erros recíprocos. Pelas mesmas considerações de uma ordem mais geral, frequentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para continuar, com os elementos já elaborados, os estudos que se fizeram, se aperfeiçoar, prosseguir os trabalhos começados, que a brevidade da vida, ou as circunstâncias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo meio é a causa do caráter distintivo de povos e raças; tudo melhorando, os indivíduos conservam a nuança primitiva, até que o progresso os haja transformado completamente”. Embora possa parecer sermos apologistas da técnica conhecida como regressão a vidas passadas, na verdade, acreditarmos ser ela – nas mãos de pessoas habilitadas – se constitui num dos mais fortes instrumentos de confirmação da veracidade da reencarnação. Como Allan Kardec escreveu na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, “trabalhamos para dar fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores que os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmão, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião pública ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, fraternidade e deveres sociais”. Afinal, como percebeu o Dr. Weiss, “é por meio dos relacionamentos que aprendemos a expressar e receber amor, perdoar, ajudar e servir”.


Um ouvinte pergunta: “Por que Allan Kardec afirma que o Espiritismo não é da alçada da Ciência”?

 Antes de responder propriamente à pergunta, precisamos dizer ao nosso ouvinte que, na época de Kardec, somente as ciências da natureza – como a Física, a Química e a Biologia – eram consideradas ciências, por serem experimentais e poderem proclamar a verdade a partir de pesquisas em laboratório.

Ainda não haviam integrado o rol das ciências a Psicologia, a Sociologia e a História, por exemplo, havendo uma forte resistência, portanto, quanto à formação de um grupo que hoje classificamos como Ciências Humanas.

Logo é preciso considerar que o conceito de ciência mudou de Kardec para cá, de modo que, diante da Ciência o Espiritismo, hoje, pode ser visto de outro ângulo.

 É claro que existiam os fenômenos de efeitos físicos – como a produção de movimentos de objetos, materialização, por exemplo – e nesse sentido a pesquisa espírita podia ser comparada aos estudos das ciências naturais.

 Mesmo assim, Kardec considerava que os estudos espíritas precisam ser considerados a partir de uma nova postura e com outra metodologia.

“As ciências vulgares – afirma Kardec – repousam sobre as propriedades da matéria que se pode experimentar e manipular à vontade; os fenômenos espíritas repousam sobre a ação de inteligências que tem sua própria vontade e nos mostram a cada instante, portanto, que elas não estão à disposição de nossos caprichos”.

 E continua: “ A Ciência, propriamente dita, como ciência, é incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo; não tem que se ocupar com isso e seu julgamento, qualquer que seja, favorável ou não, não poderia ter importância”.

  Mais adiante, ele completa questionando: “O anatomista, dissecando o corpo humano, procura a alma e porque não a encontra com o seu bisturi, como se encontrasse um nervo, e porque não a vê fugir como um gás, conclui que ela não existe. Segue-se daí que ele esteja com a verdade contra a opinião universal? Não. Vedes, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência”

 Devemos considerar ainda que Allan Kardec estava mais interessado nos fenômenos de efeitos inteligentes, como ele mesmo afirmou em várias ocasiões e, nesse sentido, trabalhar apenas com informações ainda não integrava a metodologia científica.


 

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O QUE A HISTORIA NÃO MOSTROU; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Zona rural da cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo, 04 de dezembro de 1961. O casal Alberto e Angélica Fortunato e seus três filhos foram convidados para passarem o fim de semana na Fazenda Bela Vista, arrendada por José, ex vizinho na Zona Leste da capital paulista que arrendara as terras da propriedade para produção de hortaliças.    Era um dia ensolarado e os três rapazes, Jair (com 13 anos), Osmar (15) e José (16), além de um menininho filho do anfitrião resolveram se divertir na piscina da Fazenda.  Não havia nenhum adulto por perto e, Jair, aniversariante do dia, o primeiro a entrar na piscina, começou a se afogar, o que levou os outros irmãos a mergulharem para salvá-lo; debateram-se na água e morreram juntos, apesar da tentativa de salvamento do japonesinho, com uma vara de bambu. O choque emocional para as duas famílias foi muito grande, transformando em poucos minutos um fim de semana feliz e festivo numa dolorosa tragédia. Vinte e um anos depois, em 19 de fevereiro de 1982, o casal Fortunato compareceu à reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, MG, onde manteve rápido diálogo com Chico Xavier.  O médium, para surpresa e alegria de ambos, visualizou ao lado deles as entidades espirituais Maria Justina, avó do Sr. Alberto; Angelina, avó da Sra. Angélica e um senhor japonês, o velho amigo do casal que abalado pela depressão surgida após o acidente em sua casa, desencarnara pouco tempo depois do mesmo.  Horas mais tarde, no desenrolar da reunião, Chico psicografou elucidativa carta de José, um dos três filhos do casal Fortunato, revelando as razões profundas do acidente coletivo que colocou os três irmãos no caminho da redenção. Na emocionada carta, além da descrição do que ninguém viu, a explicação da origem do fato ocorrido: -“Quando caímos nas águas da grande piscina, o Osmar, o Jair e eu estávamos sendo conduzidos pelos Desígnios do Senhor a resgatar o passado que nos incomodava. Nada posso detalhar quanto ao fim do corpo de que nos desvencilhamos, como quem se vê na contingência de trocar a veste estragada e de reajuste impossível. O sono compulsivo que nos empolgou os três foi algo inexplicável de que voltamos à forma da consciência, dias após o estranho desenlace. Estávamos os três alarmados e infelizes no hospital a que fomos transportados, quando duas senhoras se destacaram dos serviços de enfermagem para nos endereçarem a palavra... No fundo, queríamos apenas regressar à casa e retornar ao cotidiano, porque aquele debate com as águas fora para nós, naquele despertar, uma espécie de brincadeira de mau gosto, na qual supúnhamos haver desmaiado... Aquele instituto devia ser uma casa de pronto socorro como tantas... Entretanto, as duas senhoras se declararam nossas avós Maria Justina e Angélica, e nos informaram, com naturalidade e sem qualquer inflexão de voz agressiva, que havíamos voltado ao Lar, ao Grande Lar de nossa família na Vida Espiritual. Os irmãos e eu choramos, como não podia deixar de acontecer... Fomos conduzidos à nossa casa e vimos os pais amargurados. (...)  Nosso pranto se misturou ao da Mamãe Angélica e do Papai, do Antônio e do Carlos Alberto, e muitos dias e meses correram nessa situação de incompreensão e de dor... Dois anos passados, fomos visitados por um amigo de nossa família que se deu a conhecer por Miguel Pereira Landim, respeitado e admirado por nossos familiares da Espiritualidade. Nossa avó Maria Justina nos permitiu endereçar-lhe perguntas e todos os três indagamos dele a causa do sucedido em nossa ida a Mogi. Ele sorriu e marcou o dia em que nos facultaria o conhecimento do acontecido em suas causas primordiais. Voltando a nós, na ocasião prevista, conduziu-nos, os três, à Matriz do Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. Entramos curiosos e inquietos. A igreja estava repleta de militares desencarnados. Muitos traziam as medalhas conquistadas, outros ostentavam bandeiras. Em meu coração passou a surgir a recordação que eu não estava conseguindo esconder. De repente, vi-me na farda de que não me lembrava, junto dos irmãos igualmente transformados em homens de guerra e o nosso olhar se voltou inexplicavelmente para as cenas que se nos desenrolavam diante dos olhos. Envergonho-me de confessar, mas a consciência não me permite recuos. Vi-me com os dois irmãos numa batalha naval, que peço permissão para não mencionar pelo nome, quando nós, na condição de brasileiros, lutávamos com os irmãos de república vizinha... Afundávamos criaturas sem nenhuma ligação com as ordens belicistas nas águas do grande rio, criaturas que, em vão, nos pediam misericórdia e vida... Replicávamos que em guerra tudo resulta em guerra... Foi então que o chefe Landim apontou para uma antiga imagem de Jesus, do Senhor Bom Jesus, e falou em voz alta que aquela figura do Cristo viera do forte Itapura com destino à nossa cidade e que, perante Jesus, havíamos os três, resgatado uma dívida que nos atormentava, desde muito tempo. Aqueles companheiros presentes passaram a nos felicitar, explicando-nos que se haviam transformado em servidores das legiões de Jesus Cristo. O que choramos, num misto de alegria e sofrimento, não sabemos contar. Fique, porém, esta informação para os queridos pais e para os irmãos queridos, a fim de que todos saibamos que a injustiça não é de Deus e que os nossos sofrimentos e provas se efetuam a pedido de nós mesmos, para que a nossa vida espiritual, a única verdadeira, se torne mais aceitável e mais ajustada às Leis Divinas que a todos nos regem”. A íntegra desta e outras mensagens poderá ser lida na obra “RETORNARAM CONTANDO” (ide).


Na vida e nas histórias bíblicas, falamos normalmente de religião, de pecadores, de salvação. Mas não damos atenção a uma condição humana que foge à regra, os doentes e os deficientes mentais. Por que Deus criaria pessoas marcadas por esses problemas e que sofrem igualmente ou mais que todo mundo, vivendo esta vida atribulada da Terra? Que lugar eles ocupam? Por que eles estão aqui, sofrendo preconceito e sofrendo mais do que os outros? Como podemos situar essa incongruência diante da justiça de Deus?

Se acreditamos  que  existe uma só vida para cada um de nós neste mundo, essas condições de deficiência e doença mentais chegam a ser revoltantes.

As estatísticas apontam para uma taxa de 1,5 a 2% de portadores de deficiência e de cerca de 14% de pessoas com doenças mentais – números muitos expressivos na população mundial.

Ao atribuirmos a Deus a causa desses problemas, não podemos entende-Lo da forma como Jesus O via, como um Pai bom e misericordioso.

Não é possível que Deus tenha criado alguns para sofrerem limitações desde o berço, outros para sofrerem de doenças mentais, e outros ainda para serem saudáveis e gozarem de uma vida relatividade feliz.

Só a reencarnação pode explicar a Justiça Divina e nos mostrar que as diferenças entre nós- hoje mais de 8 bilhões de pessoas no mundo - não é obra de Deus.

Mas, como não? Tudo depende de Deus... Claro, tudo depende de Deus, mas acontece que Deus não criou uma obra perfeita: tudo no universo está por se fazer... Até mesmo o universo.

É justamente aí que está a grandeza da criação. Deus criou os Espíritos simples e ignorantes para que cada um tivesse o mérito de se fazer a si mesmo.

Se Deus nos criasse prontos, não teríamos o que fazer para nos auto-realizar. Nesse caso, Ele seria a causa de nossos defeitos e dos males que fazemos, e não nós.

No entanto, Deus, na sua Infinita Sabedoria, criou seres para se realizarem a si próprios e com isso conquistarem a felicidade pelos seus próprios méritos.



quinta-feira, 25 de setembro de 2025

AQUI QUE É COMO LÁ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

“-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.


  A Giuliana, que faz parte da equipe de apresentadores de MOMENTO ESPÍRITA, pede para explicar aos ouvintes, em se tratando de Espiritismo, qual a diferença entre divulgação da doutrina e proselitismo. Repetimos: qual a diferença entre divulgação e proselitismo.

  Primeiramente, precisamos dizer o que é divulgar uma doutrina e o que é fazer proselitismo.

Divulgar ou propagar uma ideia é apresentar publicamente essa ideia para que ela seja conhecida.

  Que interesse existe atrás disso? Essa ideia deve ser importante, porque só se justifica a sua propagação, se ela trouxer algum benefício para a coletividade.

É assim que os órgãos de saúde, por exemplo, costumam divulgar informações sobre como combater a dengue, como prevenir o câncer de mama, como combater o diabetes.

  Ao fazer isso, eles não estão fazendo mais do que a obrigação, pois, sendo órgãos públicos, eles se devem cuidar que a população esteja bem informada em matéria de saúde pública.

Dentro de um Estado democrático como o nosso, qualquer pessoa pode se pôr a divulgar aquilo que é do interesse da população, porque a verdade não deve ficar oculta.

Proselitismo é outra coisa. A palavra prosélito quer dizer seguidor, adepto, partidário.

Proselitismo quer dizer arrebanhar pessoas para uma religião, para engrossar as fileiras de uma seita ou de um partido, como fazem certos segmentos religiosos.

  No proselitismo há duas fases. A primeira é de levar a informação às pessoas, individual ou coletivamente. A segunda fase é de trazê-las para integrar um grupo ou uma igreja.

Se o proselitismo for intenso e vigoroso, no sentido de forçar o convencimento das pessoas para aceitar a doutrina ou religião que pregam, dizemos que se trata de proselitismo de arrastamento.

É claro que o Espiritismo, por ser uma doutrina de prega e ensina a liberdade religiosa, não pode fazer proselitismo, sob pena de contradizer seus próprios princípios.

Você deve estar perguntando? Mas, o Espiritismo não tem interesse em aumentar o número de seguidores?

É claro que tem. Mas essa conquista não se faz por meio de propaganda agressiva, enganosa ou por coação.  Os novos espíritas serão aqueles que, por escolha própria, despertarão para a verdade espírita de uma forma livre e tranquila.

  A verdade não deve permanecer oculta, como dissemos, lembrando aquela famosa frase de Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade nos libertará”.

No entanto, seja qual seja essa verdade, ela não pode se impor, constrangendo as pessoas a aceitá-la, mas, ao ser divulgada, vai pedir de cada um a ouça com atenção, analise e decida pela própria cabeça.

Assim faz o Espiritismo em relação à divulgação de suas ideias, colocando essa divulgação como prioridade, mas nunca como imposição, como fez Jesus em relação à sua doutrina.  


 

 

 

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

A RESPOSTA AO PRINCIPE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os regimes Monárquicos ainda prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes, através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo as respostas as 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos considerados por ele como fundamentais para esclarecer algumas outras dúvidas: 1- Fora do mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais. É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa, evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os julgar.  9- O Espírito encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo, que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições. 10- Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê. 12- Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.



Todo dia a gente liga a televisão e vê com tristeza que os crimes estão acontecendo por toda parte. São assassinatos, assaltos, sequestros, estupros, praticados por pessoas que parece que não são humanos, que empregam atos de violência e crueldade sem limites, muitas vezes, chocando a própria polícia. Vendo isso, fico pensando como tais criminosos podem ser considerados filhos de Deus. Como poderíamos amar uma criatura dessas, que fazem tantas vítimas indefesas – pais de família, crianças, idosos, mulheres - que ficam à mercê desses homens violentos?

O seu questionamento dever o mesmo de muita gente. Como amar os criminosos? Evidentemente, pela nossa condição espiritual, ainda temos muita dificuldade de compreender a profundidade da mensagem de Jesus.

Mas o que ele ensinou tem lógica; por isso podemos dizer que Jesus estava coberto de razão. Se Deus é Pai de todos nós, ele é pai de todos os homens, dos bons e dos maus, e como Pai que ama seus filhos, jamais esquece ou deserta qualquer um deles.

 “Se um filho vos pedir um pão, com certeza não lhe darás uma pedra. Se vos pedir um peixe, não lhe darás uma serpente. Ora, se vós, que sois maus e imperfeitos, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, o que não vos dará o Pai que está nos céus, que é bom e perfeito, e que manda a chuva para os bons e para os maus, e o sol para os justos e para os injustos?”

Vamos analisar esta fala de Jesus. Sim, a nossa imperfeição e a nossa maldade ainda não são suficientes para evitar que queiramos bem aos nossos filhos, ainda que eles ajam com maldade. Que dirá Deus, que é a Perfeição, a Bondade e a Misericórdia!

A nossa condição espiritual faz com que estejamos disputando lugar num mundo de maldade e violência. Ainda não podemos compreender que um homem seja tão mal a ponto de roubar e de matar sem piedade o seu irmão. E, quando isso acontece, enchemo-nos de revolta e o que queremos mesmo é devolver a esse homem o mal que ele praticou.

No entanto, pense bem, prezado ouvinte. Se esse homem maldoso e impiedoso, que fez tanta gente sofrer, fosse seu filho? Será que você se voltaria contra ele, esquecendo que você é seu pai ou sua mãe e que, por isso, pede que a lei seja tão severa com ele, a ponto de condená-lo à morte?

Certa vez, no calor de uma discussão sobre pena de morte, por causa de um crime bárbara que acontecera contra uma jovem atriz, o apresentador do programa perguntou aos participantes quem era a favor que a pena de morte fosse aplicada ao assassino. A maioria levantou a mão.

Entretanto, quando o mesmo apresentador perguntou se eles ainda seriam a favor da pena de morte fosse aplicada ao criminoso, mesmo que o criminoso fosse seu filho, surpreendidos, os mesmos que haviam levantado as mãos se calaram. 

Na verdade, quando o amor entra na questão, tudo muda. Tanto assim que as mães, ainda que seus filhos estejam nos presídios por conta dos crimes praticados, elas não os deixam de visitar e defende-los quando acusados.

Imagine Deus, no seu infinito amor! Todavia, nós humanos ainda não conseguimos entender como isso se dá e a depender de nós os maus e os criminosos todos seriam condenados ao fogo eterno.

Mas para o Pai de Amor e Perfeição ninguém se perde, porque todos somos seus filhos amados, embora estejamos em diferentes etapas de progresso moral.

Tanto assim que, entre nós, existem aqueles que dão tudo de si para a felicidade do próximo, como Francisco de Assis, como existem os que ainda não entenderam o que é amor.

No caminhar da humanidade pela longa estrada da evolução, de encarnação em encarnação, ninguém se perderá. E aqueles que hoje ainda se enlameiam na violência e no crime hão de se redimir de suas quedas para glorificar a Deus amando seus semelhantes.

 

 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

A VERDADE SOB OUTRO ANGULO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

'Eu não acredito em reencarnação - Eu sei! ", afirmou a  PHD em Psicologia Hellen Wambach, em 1978, quase duas décadas após ter iniciado uma pesquisa criteriosa e profunda objetivando destruir a ideia da reencarnação. Uma das pioneiras na aplicação das regressões de memória com fins terapêuticos, escreveu alguns livros significativos nessa área como, VIDA ANTES DA VIDA e REVIVER VIDAS PASSADAS – EVIDÊNCIAS SOB HIPNOSE. Em dez anos, 1088 indivíduos foram estudados levando-a a concluir que as lembranças reveladas pelos analisados eram tão precisas que a “fantasia e a memória genética não poderiam explicar os padrões que surgiram”. Um questionário com onze perguntas era o roteiro submetido às pessoas regredidas aos período imediatamente anterior ao do seu nascimento na vida atua. Eram elas: 1- Foi sua a decisão de nascer? 2- Alguém o ajudou a decidir? Em caso positivo, qual o seu relacionamento com seu conselheiro? 3- Como você se sente ante a perspectiva de viver a próxima existência? 4- Há alguma razão pela qual você tenha escolhido nascer na segunda metade do século XX? 5- Foi você que escolheu o sexo? Se não foi, porque você decidiu ser homem ( ou mulher)?  6- Qual o seu objetivo nesta vida? 7- Caso você tenha conhecido sua mãe em alguma existência anterior, que tipo de relacionamento tiveram? 8- E seu pai? Se você o conheceu em alguma existência anterior, que tipo de relacionamento tinham? 9- Concentre-se no feto. Você sente que está dentro dele ou fora? Ou entrando e saindo? Em que momento sua consciência passa a funcionar no feto? 10- Você tem consciência das atitudes e sentimentos de sua mãe pouco antes de você nascer? 11- O que você sentiu ao emergir do canal do nascimento?. O erudito Hermínio Correia de Miranda no excelente trabalho NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS (lachâtre), alinha alguns dos resultados obtidos pelas incursões no inconsciente dos voluntários pesquisados: 1- 81% dos pacientes disseram que eles próprios haviam decidido renascer, enquanto 19% que não tinham lembrança de nenhuma decisão; 2- 68% declararam-se relutantes, tensos ou resignados ante a perspectiva de viver nova existência, enquanto 26% consideravam a nova oportunidade com certo otimismo, esperando alcançar alguma conquista evolutiva; 3- 90% informaram que as mortes foram experiências agradáveis, mas que os nascimentos constituem momento de desventura e tensão; 4- 87% declararam haver conhecido seus pais, amantes, parentes e amigos de uma ou outra vida anterior. 5-  51% declararam ter decidido nascer após a década de 50 por causa de seu grande potencial para maturação espiritual já que muitas grandes almas estavam vindo juntas para a elaboração de uma Era de Ouro, na qual mudanças monumentais ocorrerão;  5- Muitos, contudo, vieram por causa de suas ligações com outros seres, que aqui se encontravam ou estavam para nascer, objetivando melhor entrosamento com elas, reparar faltas cometidas contra essa pessoas no passado, ou doar algo de si a alguém ou à Humanidade; 6- Quanto aos objetivos e finalidades das vidas, a tônica de forma coerente, sólida e de concludente convergência entre os entrevistados era o aprendizado ou reaprendizado do amor fraterno; 7- O momento de ligação com o corpo em formação, mostrou-se variável, refletindo, provavelmente o que a pessoa se lembra e não o que aconteceu, já que 89% disseram que somente se tornaram parte do feto ou se envolveram com ele após seis meses de gestação”.  Um dado importante apurado é que os entrevistados disseram “ter consciência de que existiam como uma entidade à parte do feto e até mesmo depois de seis meses. Muitos relataram que “as sensações físicas em emergindo do canal do parto era perturbador e muito desagradável, existindo a alma em um ambiente completamente diferente no estado entre a vida”. A tão desgastada palavra reencarnação associada naturalmente a escolas religiosas institucionalizadas que, infelizmente, continuam  nada fazendo  em favor do despertar espiritual das criaturas, encontram nas pesquisas da Dra Hellen Wambach importante referencial a favor da confirmação deste importante instrumento facilitador do progresso da individualidade que cada um de nós constitui. Como enfatizado pelo competente Hermínio Correia de Miranda, em suas investigações, “a Dra Wambach não estava fantasiando, nem se dirigindo a uma ‘coisa’, a uma abstração ou hipótese, mas falando com uma pessoa normal, inteligente, consciente, responsável, capaz de observar, concluir e expor ideias coerentemente, como qualquer adulto razoavelmente sensato e equilibrado”.

Bilhões de pessoas existem no mundo. Milhões delas estão orando neste momento, pedindo proteção a Deus e cada uma se dirige a Deus como se fosse se ela fosse a única que estivesse orando, como se Deus estivesse ali ao seu lado somente para ela, para atendê-la. Não é assim que acontece? Eu pergunto: como que Deus, que é um só, pode estar ali para atender cada uma dessas milhões de pessoas?

Sua pergunta tem algo de lógico, mas, ao mesmo tempo, questiona a existência de Deus.

Quem nos ensinou a orar foi Jesus. Para Jesus orar (como o próprio sentido da palavra está dizendo) é falar, falar com Deus, a quem ele chamou amorosamente de Pai.

Nós sempre dizemos que a grande revolução que Jesus provocou na religião foi trazer Deus do palácio (onde ele era rei) para dentro de casa, onde passa a ser nosso Pai.

Há uma diferença entre rei e pai, naturalmente. O rei está longe, no palácio. Se você quiser falar com ele, você precisa ir lá, marcar audiência e, se possível, ser recebido.

Para falar com seu pai, você nem precisa sair de casa, porque o pai está ali, no dia a dia, ao seu lado, e sabe mais do que você de que realmente você precisa. Veja, portanto, a grande diferença.

Logo, Jesus comparou Deus ao pai justamente para colocá-lo ao lado de cada um e mostrar como é fácil falar com ele. Aliás, Jesus mostrou que “falar com Deus” é a coisa mais fácil do mundo.

É até mais fácil do que falar com o pai humano, porque o pai humano nem sempre está disponível e, às vezes, nem está atento ao que você está falando. Isso não acontece com Deus, que o nosso Pai Maior.

Mas, como Deus pode estar em todos os lares, ao lado de cada um? – você pergunta.

Deus é a causa e a razão de tudo. Na verdade, ele não pode ser uma pessoa como nós, porque uma pessoa quando está aqui, não está ali. Deus, porém, está em tudo, porque tudo que existe provém dele e está nele.

Essa concepção é filosófica, porque, como dizia o Hegel, filósofo alemão, Deus, sendo um ser perfeito, possui todas as perfeições, e a onipresença é uma perfeição.

Allan Kardec também se preocupou com esta questão que você levanta, ao perguntar aos Espíritos: “Deus se ocupa pessoalmente de cada homem? Ele não é muito grande e nós muito pequenos para que cada indivíduo em particular tenha alguma importância aos seus olhos”?

Veja a resposta à questão 964 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “Deus se ocupa de todos os seres que criou, por menores que sejam. Nada é muito pequeno para sua bondade”.

E quando Kardec insiste, perguntando se Deus estaria atento quanto aos nossos atos, para nos recompensar ou punir, eles respondem: ”Deus tem suas leis que regulam todas as vossas ações; se as violais é vossa falta”.

O fato de Deus ser o Criador ( a causa não causada, segundo Aristóteles) e o mantenedor que tudo que existe faz com que tudo esteja nele e nada acontece que não lhe diz respeito.

Seu comando é sua vontade, razão por que Jesus afirmou “ não cai um só fio de cabelo de vossa cabeça sem que Deus o saiba”.

Por isso, Ele está aqui e ali, está em tudo e em todos. Nenhum fato, por mais insignificante nos pareça, está fora de seus domínios. O universo está em Deus e tudo acontece de acordo com suas leis.

Em razão disso, ninguém está tão perto de nós quanto o Pai de Amor e Misericórdia que Jesus ensinou, motivo pelo qual não precisamos nem mesmo falar quando oramos, em qualquer lugar que estivermos. Basta pensar e já estamos nos comunicando com Deus.


 

 

 

 

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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

REMORSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Convivendo com o infortúnio de encarnados e desencarnados por muitas décadas, o médium Chico Xavier comentou que “tudo passa, mas o remorso faz com que o tempo pare dentro da gente. O relógio não espera ninguém, mas a consciência culpada se recusa a avançar”. O caso seguinte comprova esta afirmação. Começa com uma manifestação psicofônica havida ao final da reunião de 13 de maio de 1954, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Usando a mediunidade de Chico, comunicou-se um Espírito identificado apenas pelas iniciais J.P. que, curiosamente, ligava-se a uma das integrantes do grupo ali presente, a qual, meses antes da mensagem, revelava todos os sintomas de uma gravidez aparente e dolorosa, tendo sido tratada espontaneamente em várias reuniões sucessivas por um dos Benfeitores Espirituais que, carinhosamente, a libertou, através de passes magnéticos, das estranhas impressões de que se via possuída. Com grande surpresa para todos, soube-se que o Espírito J.P., era o candidato ao renascimento que não chegou a positivar-se. A história de J.P. talvez possa ser iniciada pela noite/madrugada de março de 1866, após o mesmo ter retornado de uma reunião de que participara na Câmara Municipal de Vassouras (MG), a convite de amigo pessoal para tratar de assunto que lhe era inteiramente desagradável: “a adoção de medidas compatíveis com a campanha abolicionista, então na culminância”. Admitindo que o negro havia nascido para o eito, não cogitando de concessões nem transações, apoiado  por outros que lhe partilhavam das opiniões, viu sua causa vencedora, em meio a acalorados debates. Retornando à sua propriedade, todavia, tomou conhecimento que a inspiração da providencia sugerida partira inicialmente de um dos servos de sua casa, Ricardo, a quem presumia dedicar sua melhor afeição. A ele se ligara desde pequeno por profunda simpatia por sua inteligência invulgar, propiciando-lhe condições de uma formação esmerada que o tornara hábil tradutor do francês. Afeiçoado ao rapaz, tornara-o companheiro, confidente, amigo, tudo, reconhecia hoje, por implacável egoísmo, por admirar-lhe as qualidades inatas, aproveitando-lhe o concurso, como quem se reconhece dono de uma animal raro, querendo-o como se não passasse de mera propriedade sua. Enraivecido, disposto a castiga-lo apesar do horário, determinou sua imediata prisão, contra a qual não houve nenhuma resistência e, após interrogatório encarado com calma, resignação e bondade, que só fez atiçar a ira do que se julgava seu senhor, ordenou que a prisão no tronco fosse transformada em suplício comandado através de gritos, para que sua gente por meio de violentas pancadas, dilacerassem o dorso nu de Ricardo que, apesar do jorro abundante de sangue, mergulhara em lacrimoso silêncio. À face daquela resistência tranquila, induziu o capataz a massacrar-lhe mãos e pés, recomendação imediatamente cumprida, após o que os grilhões foram dasatados. Recorda J.R., que “aquele homem, que parecia guardar no peito um coração diferente, ainda teve forças para arrastar-se, nas vascas da morte e, endereçando-me inesquecível olhar, inclinou-se à maneira de um cão agonizante e beijou-me os pés”... Acrescenta “não haver quem possa compreender o martírio de um Espírito que abandona a Terra, não posição em que deixei. Um pelourinho de brasas que me retivesse por mil anos sucessivos talvez me fizesse sofrer menos, pois desde aquele instante a existência se me tornou insuportável e odiosa”. Sem noção de tempo, em dado instante, na treva em que se debatia, a voz de Ricardo se fez ouvir aos seus pés: -Meu filho!..Meu filho!...Conta que “num prodígio de memória, em vago relâmpago na escuridão de minh’alma, recordei cenas que haviam ficado a distância, quadros que a carne da Terra havia conseguido transitoriamente apagar. Com emoção indizível, vi-me de novo nos braços de Ricardo, nele identificando meu próprio pai, meu próprio pai que algemara cruelmente ao poste de martírio e a cuja flagelação eu assistira, insensível, até ao fim... Não posso entender os sentimentos contraditórios que então me dominaram... Envergonhado, em vão tentei fugir de mim mesmo. Em desabalada carreira, desprendi-me dos braços carinhosos que me enlaçavam e busquei a sombra, qual o morcego que se compraz tão somente com a noite, a fim de chorar o remorso que meu pai, meu amigo, meu escravo e minha vítima não poderia compreender. No entanto, como se a Justiça, naquele momento, houvesse acabado de lavrar contra mim a merecida sentença condenatória, após tantos anos de inquietação, reconheci, assombrado, que meus pés e minhas mãos estavam retorcidos. Procurei levantar-me e não consegui. A Justiça vencera”. O testemunho de J.R. prossegue, narrando outras desventuras que experimentou a partir daquele dia, provocadas por cativos que lhe conheceram a truculência, até que, décadas depois, no calendário de nossa Dimensão, começasse a ser preparado para nova reencarnação a se efetivar em breve, possibilitando-lhe expiar o tenebroso e triste passado.



É muito difícil para a gente não se revoltar, quando vê o sofrimento e a agonia de crianças inocentes. Cenas chocantes de criancinhas vítimas da guerra e de terremotos, banhadas de sangue ou com os olhos estalados de fome, como a televisão costuma mostrar, são tão violentas e cruéis que mexem com a gente, deixando a impressão que Deus não se importa com elas ou, até mesmo, que Deus não existe.

  Com certeza, não existe nada tão chocante aos olhos humanos do que o sofrimento de uma criança. Se o sofrimento do adulto nos comove, o de uma criança pode até nos revoltar.

Diante dessa realidade, quando vemos o sofrimento de uma criancinha ensanguentada, macerada, retirada de escombros quase sem vida, é natural que perguntemos: por que isso, meu Deus?

Que fez uma criança para merecer tamanho castigo? O que se esconde atrás desse fato terrível, que comove o coração mais endurecido?

Se nós humanos – que somos maus e imperfeitos, que choramos diante do inevitável, por que Deus – que é o Pai poderoso, bom e perfeito – ainda usando as palavras de Jesus – permite que isso aconteça?

Não muito tempo atrás, ao visitar o campo de concentração Auschwitz, na Polônia, o Papa Bento XVI, onde aconteceram as maiores atrocidades contra os judeus, exclamou: “Onde estava Deus naqueles momentos?”

 Seria absurdo pensar que Deus, um Pai bom e amoroso, não estivesse presente em algum lugar ou mais precisamente no lugar onde inocentes são sacrificados; que Ele fosse responsável pelos sofrimentos e atrocidades humanas e nada fizesse para evitar.

 Seria mais do que contraditório afirmar que o sofrimento e a agonia de uma criancinha indefesa acontecesse simplesmente porque Deus quer que assim seja.

 Isso nos faz lembrar um episódio da vida de um jovem americano que, diante do silêncio da mãe para explicar a morte cruel e sofrida de um bom amigo, afirmou: “Se esse Deus quer assim, mãe, melhor que Ele não existisse”.

 No entanto, podemos afirmar que esse Deus indiferente ou ausente realmente não existe, e que o Deus que existe, aquele que Jesus chamou de Pai, não tem nada com isso, porque, de acordo com suas Leis, todos estamos aprendendo com os próprios erros.

Sem a crença na reencarnação, caros ouvintes, não há como explicar e tampouco se conformar com os dramas humanos, sejam de uma criança ou de um adulto. Sem a reencarnação, atribuindo a Deus os males que nos acontecem no mundo, contradiz frontalmente a ideia de um Pai bom e misericordioso, conforme Jesus ensinou.

Vendo esta vida como única, não vamos entender os males que nos acontecem. Mas vendo a vida, pela ótica da reencarnação, vamos entender que esta vida é apenas um pequeno trecho da longa jornada do Espírito ao longo de sua caminhada evolutiva.

Logo, a criança que é retirada quase sem vida dos escombros , aquelas que nascem com deficiências ou experimentam a dor de uma doença insidiosa, todas elas, na verdade, apenas estão aprendendo a viver, porque logo se libertarão desses terríveis constrangimentos, mas continuarem na sua gloriosa jornada.

Isso, porém, não nos deve colocar apenas na condição de meros espectadores, porque na Lei de Deus todos estamos sendo convocados para todo momento a agir em favor do próximo para dar-lhe uma melhor condição de vida.

Todos os males que nos acontecem, portanto – quer sejamos crianças ou adultos – não procede da vontade de Deus, mas dos equívocos que já cometemos ou de nossas próprias necessidades evolutivas.