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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

ANTÍDOTO E CALMANTE: A PRECE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Tendo vivido por 64 anos entre a metade do século 17 e início do 18, François Fénelon foi um teólogo católico, escritor e poeta que se destacou pelas suas ideias liberais sobre política e educação contrapondo-se ao pensamento dominante. Entre suas obras literárias, destaca-se DIÁLOGO DOS MORTOS em que simula uma conversa com personalidades celebres do passado empenhadas em reavaliar atitudes e posturas próprias e alheias. Desencarnado no início de 1715, integrou a equipe de Espíritos que organizaram as primeiras obras do Espiritismo publicadas por Allan Kardec. Fechando a edição de julho de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se uma mensagem de sua autoria recebida na cidade de Bordeaux, enviada à redação por um correspondente de nome Sabò. O conteúdo naturalmente é de grande importância para os que ainda não conhecem a utilidade desse procedimento em meio às tribulações da vida. Escreve ele: -“Tempestade de paixões humanas, que abafais os bons sentimentos de que todos os Espíritos encarnados trazem uma vaga intuição no fundo da consciência, quem acalmará a vossa fúria? É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse oceano, cujo seio encerra os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio, da hipocrisia, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias. O dique que lhe opondes pela prece é construído com a pedra e o cimento mais duros e, impotentes para o transpor, esses monstros se esgotam em vãos esforços contra ele e mergulham, sangrentos e aflitos, nas profundezas abissais. Ó prece do coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se conhecessem tua força, quantos corações arrastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no momento da queda! Tu és o precioso antídoto que cura as chagas, quase sempre mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o veneno das sensações brutais. Mas como é restrito o número dos que oram bem! Acreditais que depois de haver consagrado grande parte do vosso tempo a recitar fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tereis merecido bastante de Deus? Desiludi-vos; a boa prece é a que parte do coração; não é prolixa; apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em angústias e em rogativas de perdão, como a implorar que venha em nosso socorro e os Espíritos bons a levem aos pés do Pai justo, pois esse incenso é para Ele de agradável odor. Então Ele os envia em grupos numerosos para fortalecer os que oram bem contra o Espírito do mal; assim, tornam-se fortes como rochedos inabaláveis. Vêem quebrar-se contra eles as vagas das paixões humanas e, como se comprazem nessa luta que os deve cumular de méritos, constroem, como a alcíone, seus ninhos em meio às tempestades”. Ampliando de certo modo essas informações, o Espírito André Luiz oferece duas observações importantes. A primeira no livro OS MENSAGEIROS (1944, feb) e a segunda na obra seguinte MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb, 1945). Diz ele:1- O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta”. 2- A oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder, favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita a tarefa de auxílio fraternal. Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em toda parte, em nome de Nosso Pai”.





Por que alguns Espíritos, quando se comunicam no centro, parece que ainda estão no seu corpo, sofrendo a situação que os levou à morte, agindo como se ainda estivessem encarnados?


Essa situação é até comum. Em geral, ela ocorre com Espíritos ainda muito presos à matéria; ou seja, aquelas pessoas que não conseguiram desenvolver valores espirituais e que se fecharam à ação de seus protetores. A morte, quase sempre, é um trauma para o Espírito – e para essas pessoas, mais ainda - devido à mudança que provoca, principalmente quando a morte se dá de maneira brusca, inesperada, como no caso de acidentes ou mesmo numa morte repentina.


Assim, é comum haver comunicação de Espíritos que ainda estão experimentando as emoções dos últimos momentos de sua vida, momentos sofridos, que ficam gravados mais fundo em sua memória. Como todos têm medo da morte, é natural que inconscientemente esses Espíritos resistam à idéia de desencarnar, e essa negação faz com que se agarrem aos momentos finais da existência terrena, como tábua de salvação. O medo da morte leva-os a prolongarem as sensações mais desconfortáveis. Para alguns, superar esse momento é muito complicado; para outros, basta uma presença de um familiar desencarnado ou de um amigo espiritual.


Entretanto, as pessoas mais espiritualizadas conseguem vencer com relativa facilidade os obstáculos dessa passagem, até porque, devido às suas vibrações mentais, estão mais próximas de Espíritos amigos ou familiares, que vêm ao seu encontro, ajudando-as a aceitar a grande mudança e a tomar consciência de que devem iniciar uma nova vida. Daí a importância de vivermos uma vida voltada para o seu sentido mais elevado, cultivando valores do espírito, agindo com responsabilidade, procurando ser útil ao semelhante, confiando em si mesmo e, sobretudo, em Deus. Quem vive uma vida reta e elevada cria em torno de si uma psicosfera luminosa.


Contudo, o desenvolvimento da religiosidade numa pessoa não quer dizer, necessariamente, que ela precise ter uma religião, mas, sim, que ela alimente um espírito solidário em relação àqueles que a cercam, que tenha uma participação positiva no meio em que vive – seja no âmbito da família ou da sociedade. Aqueles que só pensam em si mesmos, que nada fazem pelos outros, que só buscam as próprias vantagens – principalmente, vantagens de ordem material, em prejuízo do semelhante – estão mais sujeitos a situações traumáticas depois da morte, e por culpa deles mesmos.


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