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sábado, 1 de abril de 2023

MEDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Medo de crescer, medo do castigo dos pais, medo do resultado da prova para qual não se estudou, medo do vestibular, medo de viver, medo de morrer, medo da solidão, medo da separação, medo da perda de alguém querido, medo do desemprego, medo, medo, medo... Embora nem sempre verbalizado, sensações como as elencadas, ocorrem na vida da maioria das pessoas. Fatores os mais variados podem ser apontados como determinantes de tais vivencias. Trata-se, naturalmente, de repercussões exteriores dos conflitos interiores que refletem a condição momentânea dos Espíritos em evolução. O problema ultrapassa as barreiras vibratórias que delimitam o chamado Plano Material. Tanto que na obra NOSSO LAR, o médico identificado como André Luiz espanta-se quando a Benfeitora Narcisa fala no capítulo 42, sobre organizar programas com exercícios adequados contra o medo a serem utilizados nas novas escolas de assistência no Auxílio e núcleos de adestramento na Regeneração. O objetivo era o adestramento coletivo de trinta mil trabalhadores adestrados no serviço defensivo da Colônia que contava à época (1939) cerca de um milhão de abrigados. Em comentário específico, Narcisa explicou ser “elevada a porcentagem de existências humanas estranguladas simplesmente pelas vibrações destrutivas do terror, tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. Classificamos o medo como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas”. A preparação urgente de tão grande número de colaboradores para proteger a Colônia devia-se às ameaças decorrentes dos efeitos da grande Guerra que se iniciava em nossa Dimensão, gerando vibrações mento-emocionais de insegurança e intranquilidade dos encarnados e desencarnados atingidos direta ou indiretamente pelas mesmas. O problema do medo também se manifesta entre os que se preparam para voltar para o Plano em que nos encontramos, como revelado na abordagem do caso incluído no livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb,1945). Vencidas dificuldades operacionais para possibilitar a reencarnação de um personagem apresentado como Segismundo, o mesmo mergulha num clima de medo diante do programa que preparado para que ele se liberasse de comprometimentos assumidos passionalmente num relacionamento afetivo com mulher comprometida um século antes, exigindo a assistência terapêutica do Instrutor Alexandre a fim de não frustrar os planos em andamento. Em outras abordagens André Luiz expõe situações de medo resultante de desequilíbrios causados por processos de influenciação espiritual conhecidos entre os estudiosos da mediunidade como obsessão, causada pela presença e influência de desencarnados ligados a encarnados com eles comprometidos em outras encarnações, o que facilita até certo ponto a ação dissimulada pelo sem fio do pensamento invariavelmente vulnerável pela falta de postura mental mais equilibrada por parte da “vítima”. O Espírito Emmanuel através de Chico Xavier faz apreciações curiosas sobre a origem do medo em nós. Tecendo algumas reflexões sobre a o versículo dez do capítulo dois do APOCALIPSE do Apóstolo João“Nada temas das coisas que hás de padecer” -, diz que o sofrimento de muitos homens, na essência, é muito semelhante ao do menino que perdeu seus brinquedos. Numerosas criaturas sentem-se eminentemente sofredoras, por não lhes ser possível a prática do mal; revoltam-se outras porque Deus não lhes atendeu aos caprichos perniciosos”, concluindo: -“Não temamos, pois, o que possamos vir a sofrer. Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa”.




Como estamos passando pela experiência da Covid-19, que assustou o mundo, fomos buscar em nossos arquivos uma questão, apresentada anos atrás por uma ouvinte, e que está relacionada diretamente com o problema atual. Na época, o comentário da ouvinte foi o seguinte: “Sou espírita, mas confesso que tenho dificuldade em entender o que a ciência médica representa para o Espírito. Pelo que entendi do Espiritismo, acho que quando uma pessoa precisa passar por uma doença, seja ela qual for, porque essa doença está no seu plano de vida, nenhum recurso da medicina será suficiente para mudar o rumo de sua vida. Se essa pessoa tiver que morrer dessa doença, e isso está no seu carma, a medicina não conseguirá a cura. Gostaria de fizessem um comentário sobre este assunto”.

Um dos pilares da Doutrina Espírita é o princípio filosófico da fé raciocinada e, a partir dessa fé que sempre leva em conta os argumentos da razão, a doutrina deve marchar lado a lado com a ciência, donde se pode concluir que realmente nada acontece por acaso. Quando o Espírito reencarna, ele vem com um objetivo a ser atingido nesta vida, mas nem tudo que vai acontecer com ele está definitiva ou minuciosamente determinado. Por exemplo, o suicídio. Se o individuo decidir suicidar-se, com certeza, ele contrariou seu plano de vida, pois todos nascemos para aprender a amar e evoluir espiritualmente, e um ato violento como o suicídio contraria a lei do amor - a começar, do amor a si mesmo.

Ora, nós demos o exemplo do suicídio porque o suicídio é o fato mais chocante na vida de qualquer pessoa ou família, pois ele contraria frontalmente a lei da vida. Mas poderíamos falar também dos pequenos suicídios que cometemos no dia a dia, quando negligenciamos a saúde, quando nos entregamos aos excessos, comprometendo nossa segurança e nosso bem estar físico. Desse modo, seguindo esta linha de raciocínio, não é difícil entender que, quando deixamos de ter o devido cuidado com a saúde – seja com a nossa saúde, seja com a saúde dos outros – estamos transgredindo uma lei da natureza, que é a Lei de Deus. A vida na Terra, por mais curta que seja, deve ser vivida em toda sua extensão. Segundo o Espiritismo é a grande oportunidade de o Espírito desenvolver suas potencialidades em busca da perfeição.

Por outro lado, Deus sempre nos deu condições para que pudéssemos estender o máximo nossa vida na Terra. É bem verdade que, num passado muito distante, o ser humano vivia bem menos do que vive hoje, tinha menos capacidade de compreender suas próprias necessidades e lutava contra muitas adversidades. Mesmo assim, como ele ainda se encontrava na infância de seu desenvolvimento intelectual, desde cedo descobriu meios que o ajudavam a estender sua vida na Terra pelo maior tempo possível. Por exemplo: os índios – os nossos índios brasileiros – descobriram na natureza os recursos curativos das plantas, que muito os ajudaram a enfrentar enfermidades ou a curar ferimentos. A busca pelo remédio está na natureza humana.

Ninguém desconhece que, nas tribos primitivas – fossem do Brasil ou de qualquer parte do mundo – contavam com os feiticeiros, pajés ou xamãs - homens dotados de percepções aguçadas e de faculdades mediúnicas, que descobriam meios para aliviar as dores, combater as doenças, além de dar mais segurança ao povo. Ora, Deus, na sua infinita sabedoria e misericórdia, nunca nos deixou desamparados, embora – é claro! - no passado distante, por causa de nosso atraso intelectual, a vida era mais simples e estávamos muito expostos a mais agentes nocivos da natureza.

Com o tempo – principalmente com o advento da civilização – veio a medicina. Não com uma verdade pronta e acabada, definitiva e perfeita, mas como um caminho que, ao longo dos séculos, o homem teria que percorrer para aperfeiçoá-la, sempre descobrindo novos recursos terapêuticos, capazes de atenuar o sofrimento humano no enfrentamento de epidemias e toda sorte de enfermidade. Espíritos de elevado conhecimento reencarnaram na Terra para a missão de ajudar o homem a viver mais tempo e alcançar melhor qualidade de vida.

Nunca tivemos uma medicina tão capacitada como nos dias de hoje. Basta considerarmos o descobrimento das vacinas anticovid ; e, por certo, daqui a cinquenta, cem, duzentos anos e mais, a medicina ainda contará com muito mais recursos do que atualmente, porque, como tudo na vida humana, ela também segue o caminho da evolução. Logo, a medicina é uma dádiva de Deus que vem através do próprio homem para servir-lhe como protetora de saúde, como guia de uma vida saudável e responsável.

Porém, isso não quer dizer que a medicina reúne todos os poderes, até porque a cura depende mais do paciente do que propriamente do médico. É o paciente que se cura, como dizia Santo Tomás de Aquino – teólogo católico. “A tua fé te curou” – dizia Jesus, para mostrar que, na vida, cada um é responsável por si mesmo, tanto para se curar, como se matar, tanto para se ajudar como para se prejudicar. É que a saúde não se restringe somente ao corpo, pois o ser humano é um ser integral, corpo e alma. Desse modo, para todo tratamento médico sempre deve haver um correspondente tratamento espiritual. A oração é um poderoso fator de cura. Não era isso que faziam os curandeiros das tribos antigas?

Porém, num momento como este que estamos vivendo, a primeira providência para a cura espiritual é a intervenção da medicina, que não devemos desprezar, pois desprezar as recomendações da medicina é o mesmo que subestimar a nossa saúde e nos condenar à enfermidade ou à morte prematura. Devemos seguir as orientações das autoridades médicas e, ao mesmo orar, não só por nós, mas muito em favor de todos os professionais da saúde que se mobilizam no mundo todo com seus esforços para encontrar o melhor caminho para o nosso bem-estar.

Por outro lado, todos sabemos do elevado nível de espiritualidade de Chico Xavier, um homem que, apesar de todos os sofrimentos que passou, concluiu plenamente sua missão e viveu nada menos que 92 anos. Como ele sempre viveu doente – quando não era de uma coisa, era de outra – não raro alguém lhe perguntava sobre seu estado saúde. Perguntavam ao Chico porque ele, que tinha uma missão tão nobre, de total devotamente ao próximo, não era curado pelos Espíritos. Mas Chico respondia que ele não gozava de nenhum privilégio, pois era um ser humano como qualquer outro. E sobre a medicina, a que recorria constantemente, ele disse:

Os Espíritos acham que a medicina é uma ciência, que nos foi concedida pela Providência Divina, para que os males orgânicos sejam aliviados e curados. Sabemos que medicina está evoluindo cada vez mais para medicina psicossomática, compreendendo a importância da mente sobre a vida orgânica. E os Espíritos amigos admitem que esse progresso da ciência médica, neste setor, caminha para uma amplitude cada vez maior”.

E continuou Chico: “Nos casos de problemas infecciosos ( como a COVID 19, acrescentamos) em tempo algum poderíamos dispensar os recursos da medicina curativa ou preservativa, através da vacinação, com os ensinamentos da higiene, tão completos quanto seja possível em benefício da humanidade. Os Espíritos nos ensinam a valorizar cada vez mais a influência da oração em nossos processos de curam, mormente quando estamos sob impactos emocionais muito fortes, que podem determinar a eclosão de muita moléstia obscura”.

Mas, ao mesmo tempo, os amigos espirituais consideram que, com a permissão da Divina Providência, a ciência de curar, professadas pelos homens, adquiriu inimaginável adiantamento com pesquisas de amplo sucesso que nós não podemos desprezar. Especialmente em cirurgia, o avanço da medicina, nos últimos anos, é francamente espantoso”.

Desse modo, percebemos o quanto devemos à medicina e aos cuidados que elas nos proporciona, não só para obter curas, mas principalmente, nos dias de hoje, como o próprio Chico diz, para evitar doenças, cabendo cada um de nós o esforço necessário para preservar a sua saúde, contribuindo assim para a sua saúde em para o bem estar da coletividade.



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