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quarta-feira, 26 de abril de 2023

O QUE A HISTÓRIA NÃO MOSTROU ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Zona rural da cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo, 04 de dezembro de 1961. O casal Alberto e Angélica Fortunato e seus três filhos foram convidados para passarem o fim de semana na Fazenda Bela Vista, arrendada por José, ex vizinho na Zona Leste da capital paulista que arrendara as terras da propriedade para produção de hortaliças. Era um dia ensolarado e os três rapazes, Jair (com 13 anos), Osmar (15) e José (16), além de um menininho filho do anfitrião resolveram se divertir na piscina da Fazenda. Não havia nenhum adulto por perto e, Jair, aniversariante do dia, o primeiro a entrar na piscina, começou a se afogar, o que levou os outros irmãos a mergulharem para salvá-lo; debateram-se na água e morreram juntos, apesar da tentativa de salvamento do japonesinho, com uma vara de bambu. O choque emocional para as duas famílias foi muito grande, transformando em poucos minutos um fim de semana feliz e festivo numa dolorosa tragédia. Vinte e um anos depois, em 19 de fevereiro de 1982, o casal Fortunato compareceu à reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, MG, onde manteve rápido diálogo com Chico Xavier. O médium, para surpresa e alegria de ambos, visualizou ao lado deles as entidades espirituais Maria Justina, avó do Sr. Alberto; Angelina, avó da Sra. Angélica e um senhor japonês, o velho amigo do casal que abalado pela depressão surgida após o acidente em sua casa, desencarnara pouco tempo depois do mesmo. Horas mais tarde, no desenrolar da reunião, Chico psicografou elucidativa carta de José, um dos três filhos do casal Fortunato, revelando as razões profundas do acidente coletivo que colocou os três irmãos no caminho da redenção. Na emocionada carta, além da descrição do que ninguém viu, a explicação da origem do fato ocorrido: -“Quando caímos nas águas da grande piscina, o Osmar, o Jair e eu estávamos sendo conduzidos pelos Desígnios do Senhor a resgatar o passado que nos incomodava. Nada posso detalhar quanto ao fim do corpo de que nos desvencilhamos, como quem se vê na contingência de trocar a veste estragada e de reajuste impossível. O sono compulsivo que nos empolgou os três foi algo inexplicável de que voltamos à forma da consciência, dias após o estranho desenlace. Estávamos os três alarmados e infelizes no hospital a que fomos transportados, quando duas senhoras se destacaram dos serviços de enfermagem para nos endereçarem a palavra... No fundo, queríamos apenas regressar à casa e retornar ao cotidiano, porque aquele debate com as águas fora para nós, naquele despertar, uma espécie de brincadeira de mau gosto, na qual supúnhamos haver desmaiado... Aquele instituto devia ser uma casa de pronto socorro como tantas... Entretanto, as duas senhoras se declararam nossas avós Maria Justina e Angélica, e nos informaram, com naturalidade e sem qualquer inflexão de voz agressiva, que havíamos voltado ao Lar, ao Grande Lar de nossa família na Vida Espiritual. Os irmãos e eu choramos, como não podia deixar de acontecer... Fomos conduzidos à nossa casa e vimos os pais amargurados. (...) Nosso pranto se misturou ao da Mamãe Angélica e do Papai, do Antônio e do Carlos Alberto, e muitos dias e meses correram nessa situação de incompreensão e de dor... Dois anos passados, fomos visitados por um amigo de nossa família que se deu a conhecer por Miguel Pereira Landim, respeitado e admirado por nossos familiares da Espiritualidade. Nossa avó Maria Justina nos permitiu endereçar-lhe perguntas e todos os três indagamos dele a causa do sucedido em nossa ida a Mogi. Ele sorriu e marcou o dia em que nos facultaria o conhecimento do acontecido em suas causas primordiais. Voltando a nós, na ocasião prevista, conduziu-nos, os três, à Matriz do Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. Entramos curiosos e inquietos. A igreja estava repleta de militares desencarnados. Muitos traziam as medalhas conquistadas, outros ostentavam bandeiras. Em meu coração passou a surgir a recordação que eu não estava conseguindo esconder. De repente, vi-me na farda de que não me lembrava, junto dos irmãos igualmente transformados em homens de guerra e o nosso olhar se voltou inexplicavelmente para as cenas que se nos desenrolavam diante dos olhos. Envergonho-me de confessar, mas a consciência não me permite recuos. Vi-me com os dois irmãos numa batalha naval, que peço permissão para não mencionar pelo nome, quando nós, na condição de brasileiros, lutávamos com os irmãos de república vizinha... Afundávamos criaturas sem nenhuma ligação com as ordens belicistas nas águas do grande rio, criaturas que, em vão, nos pediam misericórdia e vida... Replicávamos que em guerra tudo resulta em guerra... Foi então que o chefe Landim apontou para uma antiga imagem de Jesus, do Senhor Bom Jesus, e falou em voz alta que aquela figura do Cristo viera do forte Itapura com destino à nossa cidade e que, perante Jesus, havíamos os três, resgatado uma dívida que nos atormentava, desde muito tempo. Aqueles companheiros presentes passaram a nos felicitar, explicando-nos que se haviam transformado em servidores das legiões de Jesus Cristo. O que choramos, num misto de alegria e sofrimento, não sabemos contar. Fique, porém, esta informação para os queridos pais e para os irmãos queridos, a fim de que todos saibamos que a injustiça não é de Deus e que os nossos sofrimentos e provas se efetuam a pedido de nós mesmos, para que a nossa vida espiritual, a única verdadeira, se torne mais aceitável e mais ajustada às Leis Divinas que a todos nos regem”. A íntegra desta e outras mensagens poderá ser lida na obra “RETORNARAM CONTANDO” (ide).

 


Não consigo entender como é amar o inimigo, justamente aquele que me odeia e me quer ver infeliz. Já é difícil amar o amigo que, muitas vezes, nos trai e nos decepciona. Esse idealismo já foi cultivado por muita gente no mundo, mas todos aqueles que tentaram percorrer esse caminho se deram mal. Posso citar Sócrates, o próprio Jesus ou Gandhi.(YJM)

Acreditamos que, mesmo do ponto de vista materialista – aquele que não concebe a alma imortal e muito menos Deus – já não se pode hoje contestar a necessidade e a importância do amor incondicional. Nisso, a humanidade, embora ainda muito carente de amor, já deu um passo significativo e o primeiro dele foi quando o homem percebeu que a vingança nunca foi solução para os conflitos humanos.

Num passado distante, quando ainda não existia código civil ( que só surgiu em 1808), quando o poder se concentrava nas mãos dos mais fortes, que decidiam tudo para todos a seu bel prazer, as desavenças se perpetuavam por gerações em atos de violência uns contra os outros, e a justiça por vingança era apenas e tão somente a expressão do ódio e da violência que vinha confirmar mais ainda a injustiça.

Foi a evolução política e moral que tirou de cada cidadão o poder de fazer justiça com as próprias mãos para atender a uma finalidade maior, que é de preservar a paz e os direitos de todos. Nisso houve um notável progresso, principalmente a partir do século XVII, fazendo com que a sociedade entendesse que mais importante que as desavenças pessoais é o bem-estar da coletividade.

As lições de Jesus, por força do progresso moral e intelectual, foram aos poucos influenciando nas reformas da legislação humana, até alcançar a compreensão que, diante da sociedade, todos são iguais. Por isso, até hoje, quando ainda não somos capazes de resolver nossos conflitos pessoais, buscamos o auxílio do Estado: para evitar a perpetuação da vingança que gera mortes inconsequentes.

Não se justifica a violência, nem mesmo para combater a própria violência. Aliás, Gotama Buda, século VI antes de Cristo, já afirmava que violência com violência gera mais violência e que só o amor pode combater a violência. Jesus de Nazaré, no auge de seus ensinamentos morais, proclamou o amor aos inimigos, que vinha contrariar a tradição de agressões e de vinganças que caracterizava a história de seu povo. Sobre esta questão, nunca encontramos uma abordagem tão feliz como a que Allan Kardec apresenta no capítulo XII de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de 1864.

Amar os inimigos não é ter para com eles uma afeição que não está na natureza, porque o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira bem diferente do de um amigo; é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente o mal que nos fazem; é não opor nenhum obstáculo à conciliação; é desejar-lhes o bem em lugar de desejar-lhes o mal; é regozijar-se em lugar de se afligir pelo bem que alcançam; é estender-lhes a mão segura em caso de necessidade; é abster-se em palavras e ações de tudo que possa prejudicá-los; enfim, é lhes retribuir em tudo o mal com o bem, sem intenção de os humilhar. Quem quer que faça isso cumpre as condições do mandamento: amai os vossos inimigos”. 


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