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quarta-feira, 23 de março de 2022

UM CASO DE CURA COM FLUIDOS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Antoine Demeure, médico homeopata, convertido ao Espiritismo desde seu surgimento, desencarnou em 21 de janeiro de 1865, na comuna de Albi, a 80 quilômetros de Toulouse, sudoeste da França. Queridissimo na cidade em que vivia pelos exemplos de caridade no exercício de sua profissão, o Dr Demeure revelando sua condição espiritual já no dia seguinte se comunicava mediunicamente na cidade de Montauban, a 87 quilometros da localidade em que viveu. O mais extraordinário, contudo foi o fenômeno atribuído a ele, da cura de uma das médiuns dali por meio do magnetismo espiritual, apenas pela ação fluídica. Como explica o Espiritismo, certos Espíritos continuam a dedicar-se às suas ocupações terrenas, sem terem consciência de seu estado, sempre se julgando vivos; é próprio dos Espíritos pouco adiantados. O Dr. Demeure, contudo, se reconheceu imediatamente e agia voluntariamente como Espírito com a consciência de, neste estado, ter maior força. O fato se deu no dia 10 de fevereiro conforme relatado na edição de abril de 1865 da REVISTA ESPIRITA. A beneficiada que lhe fora paciente desconhecia a morte do conhecido médico e, por orientação de Espíritos seus integrantes estavam reunidos para assisti-la por ter sido acometida por forte entorse num dos pés. Relataram a Allan Kardec as testemunhas: - Tão logo caiu em sonambulismo, a dama soltou gritos lancinantes, mostrando o pé. Eis o que se passava: A Sra. G... via um Espírito curvado sobre sua perna, mas sua fisionomia ficava oculta; realizava fricções e massagens, exercendo de vez em quando uma tração longitudinal sobre a parte doente, absolutamente como teria feito um médico. A manobra era tão dolorosa que a paciente por vezes vociferava e fazia movimentos desordenados. Mas a crise não durou muito; ao cabo de dez minutos toda a marca de entorse havia desaparecido, não mais edema, o pé havia recobrado sua aparência normal. A Sra. G... estava curada. Quando se pensa que para curar completamente uma afecção desse gênero, os mais dotados magnetizadores e os mais experientes, sem falar da medicina oficial, que ainda não chegou a uma solução, é necessário um tratamento cuja duração nunca é inferior a trinta e seis horas, consagrando três sessões por dia, com uma hora de duração cada uma, esta cura em dez minutos, pelo fluido espiritual, pode bem ser considerada como instantânea, com tanto mais razão, como diz o próprio Espírito numa comunicação que encontrareis a seguir, quanto era de sua parte uma primeira experiência feita com vistas a uma aplicação posterior, em caso de êxito. Entretanto, o Espírito ficava sempre oculto ao médium, persistindo em não mostrar suas feições; dava mesmo a impressão de querer fugir, quando, de um salto só, nossa doente, que minutos antes não podia dar um passo, se lança no meio do quarto para pegar e apertar a mão de seu médico espiritual. Dessa vez o Espírito virou-se para ela, colocando sua mão na dela. Neste momento a Sra. G... solta um grito e cai desfalecida no assoalho: acabava de reconhecer o Sr. Demeure no Espírito curador”. Analisando o caso, Allan Kardec observa que a cura reportada acima é um exemplo da ação do magnetismo espiritual puro, sem qualquer mescla com o magnetismo humano. Por vezes os Espíritos se servem de médiuns especiais, como condutores de seu fluido. São esses os médiuns curadores propriamente ditos, cuja faculdade apresenta graus muito diversos de energia, conforme sua aptidão pessoal e a natureza dos Espíritos que os assistem. (...) Seria, pois, um erro acreditar que, pelo fato de se ter obtido uma cura, mesmo difícil, podem ser obtidas todas, em virtude de o fluido próprio de certos doentes ser refratário ao fluido do médium; a cura é tanto mais fácil quanto mais naturalmente se opera a assimilação dos fluidos. (..) A mediunidade curadora está exclusivamente na ação fluídica mais ou menos instantânea. Não se deve confundi-la nem com o magnetismo humano, nem com a faculdade que têm certos médiuns de receber dos Espíritos a indicação de remédios. Estes últimos são apenas médiuns receitistas, como outros são médiuns poetas ou desenhistas.



O biólogo britânico Richard Dawkins é um dos articuladores de um movimento ateísta que procura ganhar corpo em todo o mundo. Foi desse movimento que surgiu aquela campanha, primeiramente em Londres – depois em cidades da Espanha e da Itália – que colocou cartazes nos ônibus, questionando a existência de Deus. Esses cartazes queriam dizer que não vale a pena crer em Deus e viver atormentado pela idéia do mal; o melhor é viver despreocupado e aproveitar a liberdade para viver. A questão, que se coloca, é a seguinte: para que tipo de sociedade o ateísmo nos levaria? Será que ele nos daria uma sociedade melhor do que aquela que a religião nos deu? Kardec trata dessa questão em OBRAS PÓSTUMAS, no capítulo intitulado “As 5 Alternativas da Humanidade”.


Richard Dawkins já escreveu alguns livros sobre o assunto. Ele insiste em criticar os rumos que a humanidade tomou, baseando-se no fato de que a religião, ao longo da História, deixou um rastro de intolerância, violência e sangue, pelas inúmeras vítimas que causou. Quanto a isso, não temos dúvida de que muitos erros foram cometidos. Mas a pergunta é a seguinte: existiria outro caminho para a humanidade? Dawkins não quer reconhecer que o sentimento religioso está no homem, que o ser humano nasceu com isso e é, quando se apega a Deus, que se sente protegido, uma vez que nesta – e em todas as épocas – o poder do homem é limitado e suas intenções nem sempre confiáveis. O que é mais seguro: confiar no homem ou em Deus?


Quando o escritor russo, Dostoievsky, na obra “Os Irmãos Karamazov”, diz que “se Deus não existisse, tudo seria permitido”, com certeza, ele se baseia no sentimento da maioria dos homens que, ainda, vê em Deus o ideal do Bem e da Verdade. Isso quer dizer que aqueles que, em nome da religião agiram com violência e perpetraram crimes hediondos ao longo da História, são uma minoria dominadora – não a maioria dos homens. No entanto, é pelo fato de essa maioria acreditar num Bem Supremo, numa Verdade Suprema e numa Justiça Suprema, que ainda se contém e aspira à sua verdadeira felicidade, pois acredita que a vida não termina com a morte e que, cada um de nós, mais cedo ou mais tarde, vai ter de prestar contas pelo mal que fez ou pelo bem que deixou de fazer.


Se a vida fosse exclusivamente esta que estamos vivendo e se tudo terminasse com a morte – já dizia Sócrates, 5 séculos antes de Cristo – os maus seriam vitoriosos, porque o mal que eles fizeram não lhes custaria nada, depois da vida e jamais sofreriam pela injustiça e pelo sofrimento que causaram. Enquanto isso, os bons – que se esforçaram para vencer suas más tendências, que lutaram com honestidade e respeito humano, que se dedicaram ao bem e defenderam os interesses da coletividade, que se sacrificaram e até morreram pela felicidade de seus irmãos – esses seriam os grandes derrotados, as grandes vítimas, porque, não havendo outra vida, não teriam oportunidade de colher os frutos de sua devoção ao Bem, à Verdade e à Justiça.


Tirar Deus da concepção humana é destruir os maiores ideais da humanidade, aqueles que são responsáveis pelas mais notáveis realizações e pelos mais extraordinários exemplos de vida neste planeta, em todos os tempos e lugares. Assim, também é em nome da religião, que se realizaram e se realizam as grandes obras – não só os templos, onde as pessoas vão orar – mas as instituições e os movimentos que trabalham e lutam pelos direitos mais fracos e que defendem os interesses dos injustiçados. A idéia de Dawkins, desse modo, não pode prevalecer, sob o risco de abrirmos uma espaço maior para a libertinagem e para a maldade, destruindo no coração do homem o único e verdadeiro ideal de Vida: Deus.







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