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quarta-feira, 14 de abril de 2021

NÃO É POR SERMOS TODOS MÉDIUNS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A maioria dos seres humanos ignora, mas, como explicado e provado pelas pesquisas desenvolvidas por Allan Kardec, “muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das criaturas perversas na sociedade”. Em artigo com que abre a edição de janeiro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec esclarece como é possível aos Espíritos desencarnados exercer influência sobre o indivíduo, sem que este tenha consciência disso ou seja médium desenvolvido. Explica ele: - Pela natureza fluídica e expansiva do períspirito (corpo espiritual), Espírito atinge o indivíduo sobre o qual quer agir, rodeia-o, envolve-o, penetra-o e o magnetiza. O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. Elas se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. Essa influência difere, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; é como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça, constringe. Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. Como se vê, isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina. Ora, assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do Mundo Invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição de experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. Todo indivíduo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso mesmo pode dizer-se que todo o mundo é médium. Mas é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. É, pois, uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevivem ao corpo. Se se tratasse da descoberta de uma substância material e não inteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do homem é para eles superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela mediunidade, remontarmos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos efeitos, concluir pela similitude das causa”.


 Como fica a situação de um pai que, nem bem acaba de desencarnar, enquanto os filhos já estão brigando por causa de herança?

 O quadro é realmente lamentável para quem observa de fora. Contudo, a repercussão que esse conflito pode causar no pai desencarnado vai depender muito desse pai. Primeiramente, não sabemos se ele já havia tomado consciência de que está no final da vida. Se a desencarnação ainda está em curso ( até porque algumas pessoas demoram até dias para completá-la) é possível que ele nem saiba o que está acontecendo, mas, assim mesmo, vibrações de ódio entre os filhos podem causar-lhe perturbação nesse momento, por provirem do coração de entes queridos.

  Talvez, o problema tenha maior repercussão nesse Espirito bem mais à frente, quando ele souber o que realmente aconteceu em razão de sua partida deste mundo. Nenhum pai ou mãe se sentiria bem diante de uma contenda dessa natureza pelas pessoas que eles mais amam, e que envolve bens materiais em torno de seu nome, por mais descuidado que esse pai ou essa mãe tenha sido na educação dos filhos.

 Eis o maior problema. Aliás, um problema que colocamos para todos nós, pais que ainda estamos no exercício de nossa missão na Terra. Será que estamos educando convenientemente nossos filhos para que eles aprendam que os bens mais preciosos do mundo são os bens espirituais? Será que estamos demonstrando aquilo que queremos que eles demonstrem diante do mundo em termos de sentimento, de respeito e de amor uns pelos outros?

  Se não valorizamos as pessoas, os sentimentos, o ideal de vida, a fé em Deus, como queremos que nossos filhos cresçam e se desenvolvam para a vida? Filhos, que não viram nos pais o cultivo do bem e a valorização do respeito humano, dificilmente conseguirão adotar em suas vidas uma forma digna de viver, principalmente diante das dificuldades e surpresas do caminho. Filhos que brigam por herança, cada qual exigindo o melhor para si, não aprenderam a valorizar os pais e nem mesmo a se valorizarem como pessoas humanas.

 Muitas vezes, os conflitos por motivo de herança acabam repercutindo negativamente nos pais que já se encontram no mundo espiritual, neles despertando, não apenas o sentimento de reprovação pela atitude egoísta e gananciosa de seus filhos, mas sobretudo arrependimento e até remorso por não terem cumprido com sua missão de pais,  deixando de   conferir aos filhos necessária educação espiritual, seja qual for a religião. Chico Xavier costuma dizer: “Nunca deixe de falar em Deus aos seus filhos”.

  Pessoas amigas, que tenham proximidades com esses filhos, poderiam interceder, ajudando-os a despertar para o lado espiritual que estão desprezando. Mensagens espíritas poderiam ajudar nesse sentido para evitar que futuramente tenham que responder perante a própria consciência por lhes faltarem, no mínimo, o necessário gesto de respeito e dignidade perante a partida de um ente querido.


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