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terça-feira, 13 de abril de 2021

VAMPIRISMO: MAIS REAL DO QUE SE IMAGINA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O assunto acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs em várias versões o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, conhecido hoje como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias através de entidades chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando através de inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, nos quais descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas e ouvindo que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”; que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA VIDA e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.





  Pergunta do José Luiz Rocha: “Será que esse capitalismo que a gente vê aí, onde um quer devorar o outro, tendo por base o princípio de “quem pode mais sofre menos”, está preparado para mudar a Terra para um mundo de regeneração?”

 Com certeza não. José Luiz Regimes políticos e econômicos, como o capitalismo e o socialismo, da forma como se nos apresentaram até hoje, são criações humanas imperfeitas e, portanto, carregam consigo as limitações e os defeitos dos seres humanos. Por essa razão o caminhar da humanidade ao longo dos séculos observa no âmbito social aquilo que os indivíduos  mal conseguiram realizar. Assim sendo, os regimes de governo e os sistemas econômicos, no fundo, revelam nossas dificuldades de nos aceitarmos e nos amarmos uns aos outros.

 Mesmo que os teóricos da intrincada questão social sejam movidos pelas melhores intensões, se eles não conseguiram alcançar um mínimo de compreensão em relação à origem e ao destino do espírito imortal, suas criações permanecerão limitadas à estreita visão materialista e às necessidades e conveniências desta vida. No mais, precisamos considerar que a condição moral da humanidade, ainda muito impregnada de egoísmo e orgulho, não está permitindo um salto mais significativo no campo das conquistas sociais.

 Na obra VIAGEM ESPÍRITA EM 1862 ( Editora “O Clarim”) , Allan Kardec, em palestra proferida nas cidades de Lyon e Bordeaux, falou sobre  a problemática social de sua época, afirmando que “a caridade é a base, a pedra angular de todo o edifício social”, sem a qual “o homem construirá sobre a areia. É quando ele se referiu a homens bem intencionados que buscavam um remédio para a solução das profundas desigualdades sociais, mas falharam em suas pretensões.

 O tradutor dessa obra, em nota à referencia de Kardec, relata o caso  de uma experiência malograda de Robert Owen por volta de 1825, um homem de posses que, ansiando por uma nova ordem social, fundara uma colônia em que as famílias pudessem  se constituir numa única classe, trabalhando e vivendo em harmonia e com dignidade, em torno de uma fábrica. A experiência fracassou porque os indivíduos logo manifestaram suas tendências, alguns tirando vantagens sobre os outros, o que acabou comprometendo o equilíbrio do sistema idealizado para voltar á condição que sempre imperou na sociedade em geral. Um fato curioso sobre Robert Owen é que mais tarde ele acabou aceitando o Espiritismo.

 Experiências dessa natureza, articuladas por idealistas do chamado socialismo utópico, foram destinadas ao fracasso, o que levou Allan Kardec  a considerar: “... o móvel da abnegação e do devotamento é a caridade, isto é, o amor ao próximo.  Entretanto é preciso reconhecer que a base da caridade é a crença, que a falta de crença conduz ao materialismo. Um sistema que, por sua natureza, requer para sua estabilidade virtudes morais no mais supremo grau, haveria de ter seu ponto de partida no elemento espiritual”.

 Sobre os sistemas fundados sobre bases materialistas que fracassaram, diz Allan Kardec:  “A experiência aí está, diante de nossos olhos, para provar que eles não extinguem nem as ambições nem a cupidez. Antes de fazer a coisa para os homens é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar o trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui, os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação. Sob o egoísmo, o amor e a fraternidade são, como já dissemos, palavras vazias.”

 Assim se expressando, Kardec deixa claro quer, segundo a visão espírita, só o amadurecimento espiritual do homem – que certamente vai implicar no cultivo de uma nova crença e na vivencia de uma nova moral -  e, por consequência, dos grupos sociais e da humanidade, nos levarão aos poucos a superar os modelos políticos e econômicos existentes, fazendo com que conquistemos um novo paradigma. Daí a necessidade e a importância da atuação dos espíritas, num mundo que implora por profundas transformações.

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