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quarta-feira, 21 de abril de 2021

TEMA POLEMICO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A consulta foi objeto de matéria na REVISTA ESPÍRITA, edição de maio de 1858. Um assinante da mesma expôs duvida originada na comunicação espiritual do Espírito de sua esposa com que manteve harmônico relacionamento ao longo de vários anos, com o qual tivera seis filhos. Aproximando-se de grupo praticante das comunicações interdimensionais, descobrira que sua querida esposa encontrava-se feliz no Plano Espiritual, trabalhando pela felicidade dos que deixara em nossa Dimensão. Ocorre que num dos contatos estabelecidos, ouvira da esposa que a bondade e a honestidade que os caracterizava tinha sido a responsável pela convivência equilibrada, visto nem sempre terem o mesmo ponto de vista nas diversas circunstâncias da vida em comum, não sendo, todavia, metades eternas, união rara na Terra, embora pudessem ser encontradas. Indagada sobre se via sua metade eterna, respondeu que sim, estando encarnado como um pobre diabo na Ásia, devendo se reunir novamente na Terra mesmo, só daí a 175 anos, segundo o calendário terreno. Sugeriu então ouvisse duas entidades de nome Abelardo e Heloísa sobre a questão que afirmaram estar ligados desde Eras remotas, amando-se profundamente, embora conservando sua individualidade, unindo-se pela Lei da Afinidade, sem conotações sexuais, visto que na essência essa característica não existe. Em seus esclarecimentos informaram ainda que não existem almas criadas duplas; ser impossível duas almas reunir-se na Eternidade formando um todo; que ambos desde sua origem eram duas almas perfeitamente distintas, embora sempre unidas; que as criaturas humanas acham-se nas mesmas condições conforme sejam mais ou menos perfeitos; sobre as almas serem destinadas a um dia se unirem a uma outra, que cada Espírito tem a tendência para procurar um outro Espírito que lhe seja semelhante, fenômeno denominado simpatia. O desejo do missivista por maiores esclarecimentos sobre a Teoria das Metades Eternas foi submetido por Allan Kardec ao dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, através de sete perguntas, respondidas da seguinte forma: 1- Inexiste a figura da metade predestinada desde sua origem a se unir fatalmente. Não existe uma união particular, mas em graus diferentes, segundo a posição que ocupam, isto é, segundo a perfeição adquirida: quanto mais perfeitos, mais unidos. Da discórdia brotam todos os males humanos; da concórdia, a felicidade completa. 2- A expressão metade é inexata. Se um Espírito fosse metade de outro e dele separado, seria incompleto. 3- Todos os Espíritos que chegaram à perfeição, estão unidos entre si. Nas Esferas Inferiores, quando um Espírito se eleva não é mais simpático àqueles que deixou. 4- A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de suas inclinações e de seus instintos. Se um devesse completar o outro, perderia sua individualidade. 5- A identidade necessária à simpatia perfeita não consiste na similitude de pensamentos e de sentimentos nem na uniformidade de conhecimentos adquiridos, mas na igualdade do grau de elevação. 6- Os Espíritos que hoje não são simpáticos poderão sê-lo mais tarde. Todos, o serão. Assim, o Espírito que hoje se acha em tal Esfera inferior alcançará, pelo aperfeiçoamento, a Esfera onde reside o outro. Seu encontro dar-se-á mais prontamente se o Espírito mais elevado, suportando mal as provas a que se submeteu, demorou-se no mesmo estado. 7- Dois Espíritos simpáticos poderão deixar de o ser, se um deles for preguiçoso. Comentando o apurado, Allan Kardec acrescenta: -“A Teoria das Metades Eternas é uma figura referente à união de dois Espíritos simpáticos; é uma expressão usada mesmo na linguagem comum, tratando-se dos esposos, e que não se deve tomar ao pé da letra. Os Espíritos que dela se serviram certamente não pertencem a mais alta ordem: a Esfera de seus conhecimentos é necessariamente limitada e eles exprimiram o pensamento em termos de que teriam se servido na vida corpórea. É, pois, necessário rejeitar esta ideia de que dois Espíritos, criados um para o outro, um dia deverão unir-se na Eternidade, depois de terem estado separados durante um lapso de tempo mais ou menos longo”. O resultado obtido com a consulta, está incluído da edição definitiva d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, das questões 291 a 303a, publicado em 1860. Como se vê, a tese das chamadas “almas gêmeas”, encontra objeção não só nos argumentos apresentados pelos Espíritos Abelardo e Heloísa, como nos de São Luiz, sensata e sobriamente comentados por Allan Kardec. A sustentação de tal teoria naturalmente resulta da falta de um estudo mais aprofundado e meditado do conteúdo do Espiritismo sobre a questão evolutiva do Ser.

 A nossa ouvinte de Ribeirão Preto, Gisleine Maria de Almeida, manda-nos o texto de um livro que comenta aquela assertiva de Jesus, quando se dirigia à multidão, dizendo:  Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz;  pois, nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. “

 No final do comentário que a Gisleine envia, há uma observação interessante, quando diz o seguinte: “Não deixe que a dor e o sofrimento apaguem a sua luz. Saiba, antes de tudo, que é a luz brilhando que vai tirá-lo do sofrimento”.

  Jesus era um mestre. Ele falava ao povo com muito cuidado, a fim de que as pessoas pudessem captar a sua mensagem. Por isso usava  parábolas e metáforas, que são recursos de linguagem que podemos nos valer para fazer as pessoas entenderem melhor o que queremos dizer. Sabemos que a candeia é uma espécie de lampião, de lamparina, que se usava para iluminar à noite. Jesus se valeu dessa imagem, a candeia, comparando a luz que ilumina com o bem e a verdade.

 Ora, o bem e a verdade são valores universais, que devem ser respeitados e difundidos para que todos os vejam. Um dos grandes males da humanidade foi o de manter o povo na ignorância, porque não lhe negavam essa luz. No passado, como agora, sempre houve grandes líderes que manipulavam o povo, negando-lhe o conhecimento do bem e da verdade, tapando-lhe os olhos do espírito para que não os percebesse - quer dizer, escondendo a candeia embaixo de um vaso ou sob a cama.

 Nessa passagem, Jesus ensina duas coisas importantes: , primeiro, que toda pessoa tem sua própria luz ( ou seja, a sua parte de bondade e de verdade). Em segundo lugar que ela não deve deixar que essa luz fique escondida ou seja encoberta, mas que apareça, pois esta será a forma como ela vai contribuir para o bem do próximo, mostrando sua própria luz.

  Não existe ninguém neste mundo que não tenha um bom sentimento, uma boa intenção, que não tenha algo de bom para mostrar e ensinar. Todos sentimos que temos coisas valiosas em nosso coração. O que nos falta é coragem para revelar esse bem que existe em nós, para revelar a verdade que existe em nós. Como? Pelas nossas atitudes, pelos nossos atos. Falar em nome do bem e da verdade é uma coisa; esforçar-se para ser bom e verdadeiro no dia a dia é outra bem diferente. Jesus recomenda que façamos o bem, não só para que sejamos bons, mas também para ajudar os outros a seguir o mesmo caminho.

  Problemas e dificuldades, decepções e desenganos, todos temos. Mas essas pedras de nosso caminho não devem ser motivo para que recuemos de nossos bons propósitos. Jesus foi o primeiro a dar o exemplo. Tudo o que ele nos ensinou decorreu dos grandes obstáculos que encontrou pela frente. Aliás, ele só encontrou obstáculos. Mas esses obstáculos não foram suficientes para apagar a sua luz e deixar que ela resplandecesse para todos nós. Ele quer que sigamos esse exemplo.

O caminho da felicidade nunca é fácil. Mas é aí que está o mérito de cada um. Se fosse fácil, não teríamos o que aprender. No entanto, com a nossa luz, podemos descobrir, pouco a pouco, o melhor caminho, sem nos deixar precipitar no abismo das desilusões e do sofrimento. Com toda certeza, nos sentiremos bem melhor conosco mesmos, nos amaremos mais e, com isso, estaremos iluminando, não apenas o nosso caminho, mas o caminho daqueles que estão caminhando ao nosso lado.


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