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terça-feira, 27 de abril de 2021

ANTROPOFAGIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vez ou outra circulam pela mídia impressa e eletrônica, noticias sobre a descoberta de crimes cometidos por serial-killers que além da violência imposta a suas vítimas, acabam devorando parte dos seus corpos por eles  fragmentados. Muitas possíveis explicações são cogitadas para gestos tão extremos. O Espiritismo tem sua visão própria sobre tais fatos e, na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1866, encontramos comentário de Allan Kardec sobre o que se poderia chamar de recrudescimento da prática nalgumas ilhas do Oceano Pacífico, mais especificamente pertencentes à Oceania. A informação, publicada no jornal Le Monde, dá conta que em um ano toda a tripulação de quatro navios foram devorados pelos antropófagos das Novas Híbridas (hoje, Arquipélago das Vanuatu), da baia de Jérvis ou da Nova Caledônia, obrigando o almirantado inglês expedir às cidades marítimas que fazem armamentos para a Oceania uma circular aconselhando aos capitães de navios mercantes a tomar todas as precauções necessárias para evitar que suas tripulações sejam vítimas desse horroroso costume. Como explicar o comportamento de seres humanos capazes de devorar seus semelhantes? Segundo Allan Kardec, o “Espiritismo lhe encontra a mais simples solução, e a mais racional, na LEI DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, a que todos os seres estão submetidos, e, em virtude da qual progridem. Assim a alma dos antropófagos ainda estão próximas de sua origem, as faculdades intelectuais e orais são obtusas e pouco desenvolvidas e nelas, por isso mesmo, dominam os instintos animais. Allan Kardec observa, porém, que “essas almas não estão destinadas a ficar perpetuamente nesse estado inferior, que as privaria para sempre da felicidade das almas mais adiantadas. Crescem em raciocínio; esclarecem-se, depuram-se, melhoram, instruem-se em existências sucessivas. Revivem nas raças selvagens, enquanto não ultrapassarem os limites da selvageria. Chegadas a certo grau, deixam esse meio para encarnar-se numa raça um pouco mais adiantada; desta a uma outra e assim por diante, sobem em grau, em razão dos méritos que adquirem e das imperfeições de que se despojam, até atingirem o grau de perfeição de que é suscetível a criatura. Segundo ele, “a via do progresso a nenhuma está fechada; de tal sorte que a mais atrasada das almas pode pretender a suprema felicidade. Mas uma, em virtude do seu livre arbítrio, que é o apanágio da Humanidade, trabalham com ardor por sua depuração e sua instrução, em se despojar dos instintos materiais e dos cueiros da origem, porque a cada passo que dão para a perfeição veem mais claro, compreendem melhor e são mais felizes. Essas avançam mais prontamente, gozam mais cedo: eis a sua recompensa. Outras, sempre em virtude de seu livre arbítrio, demoram-se em caminho, como estudantes preguiçosos e de má vontade, ou como operários negligentes; chegam mais tarde, sofrem mais tempo; eis a punição ou, se se quiser, o seu inferno. Assim se confirma, pela pluralidade das existências progressivas, a admirável Lei da Unidade e de Justiça, que caracteriza todas as obras da Criação. Comparai esta Doutrina com outras, sobre o passado e o futuro das almas e vede qual a mais racional, mais conforme a Justiça Divina e que melhor explica as desigualdades sociais. Seguramente a antropofagia é um dos mais baixos degraus da escala humana na Terra, porque o selvagem que não mais come o seu semelhante já está em progresso. Mas de onde vem a recrudescência desse instinto bestial? É de notar, de saída, que é apenas local e que, em suma, o canibalismo desapareceu em grande parte da Terra. É inexplicável sem o conhecimento do Mundo Invisível e de suas relações com o Mundo Visível. Pelas mortes e nascimentos, alimentam-se um do outro, se derramam um no outro. Ora, os homens imperfeitos não podem fornecer no Mundo Invisível almas perfeitas e as almas perversas, encarnando-se, não podem fazer senão homens maus. Quando as catástrofes, os flagelos atingem de uma vez grande número de homens, há uma chegada em massa no mundo dos Espíritos. Devendo essas almas reviver, em virtude da lei da natureza, e para o seu adiantamento, as circunstâncias podem igualmente trazê-los em massa de volta para a Terra. O fenômeno de que se trata depende, pois, simplesmente da encarnação acidental, nos meios ínfimos, de um maior número de almas atrasadas, e não da malícia de Satã, nem da palavra de ordem dada ao povo da Oceania. Ajudando o desenvolvimento do senso moral dessas almas, durante a vida terrena, o que é missão dos homens civilizados, elas melhoram. E quando retomarem uma nova existência corpórea para progredir ainda, serão homens menos maus do que foram, mas esclarecidos, de instintos menos ferozes, porque o progresso realizado não se perde nunca. É assim que gradualmente se realiza o progresso da Humanidade.

Li uma reportagem falando de uma pesquisa com jovens numa universidade.  A preocupação era com o uso de drogas e álcool. A pesquisa estudou centenas de estudantes, tanto os que usavam drogas como os que não usavam e, ao final, concluiu que a maioria dos estudantes que não usavam droga nem álcool tiveram educação religiosa quando criança, participando com seus pais de atividades e liturgias. Gostaria que falassem sobre isso.  (Ronaldo)

  Parece que existem vários estudos nesse sentido, relacionando dependência de álcool e drogas em jovens com a forma como foram educados na infância.   Nesse sentido encontramos um estudo da doutora Michelle Porche da Universidade Chester, no Reino Unido.  Os pesquisadores concluíram que uma infância religiosa contribui para que o futuro jovem não tenha comportamentos de risco e acrescenta que “a religiosidade pode ser especialmente protetora durante o período de transição da adolescência à fase adulta”.

 A pesquisa não se refere apenas ao fato de o jovem crer em Deus ou aceitar sua religião, mas ao fato de ter uma participação direta na vida religiosa, como celebrações, cultos, missas, etc.  Esses pais, não só participavam ativamente da religião que professavam, mas levavam ou estimulavam seus filhos a participar. Aliás, é assim que funciona a educação. A melhor forma de ensinar é promover um ensino ativo, principalmente na idade infantil.

 No meio espírita, por exemplo, a grande preocupação dos pais deveria ser de encaminhar, desde cedo, a criança para atividades de evangelização. Mas não somente isso. Os pais devem ser os primeiros a dar exemplo de religiosidade, não apenas participando de reuniões, estudos e palestras, mas procurando um meio de prestar serviços nas atividades sociais do centro. É muito fácil entender a importância da caridade; o difícil, porém, é colocar a caridade em ação.

Para isso os centros espíritas, geralmente, promovem uma série de atividades além do estudo da doutrina. Serviços é que não faltam: desde o atendimento espiritual a pessoas necessidades de apoio, reconforto e orientação, até atividades sociais em favor de pessoas e famílias que passam por dificuldades financeiras. Esta fase de integração dos pais nas atividades do centro, porém, tem muito a ver com a educação que eles pretendem dar aos filhos.

 A caridade, no sentido amplo que o Espiritismo dá a essa palavra, não é apenas dar o pão material, mas sobretudo exercitar o amor no dia a dia, principalmente no seio da própria família. A criança, que ouve falar de amor, também precisa presenciar dentro de casa atitudes coerentes com o sentido amplo dessa palavra. Respeito, cooperação, tolerância e compreensão por parte dos adultos são atitudes que exercem influência nas crianças.

 É por meio delas que a criança encontra apoio moral nos pais e, adquirindo segurança e  auto-domínio, aprendem a respeitá-los e amá-los de verdade. Com o passar dos anos, elas também se integram cada vez mais nas atividades do centro, participando inclusive da mocidade espírita, alimentam uma fé sólida e racional, e aprendem a se preservar dos perigos a que muitas vezes se veem expostas no meio social.


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