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quinta-feira, 15 de abril de 2021

ABRAHAM LINCOLN E O SEU MATADOR ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Poucos dias após a posse no início de 1865, para um segundo mandato, Abraham Lincoln, eleito para ser o decimo sexto presidente norte-americano, morreu aos 56 anos, atingido por um tiro na cabeça desferido por um inimigo politico, enquanto assistia a uma peça de teatro. Unificador dos Estados do Norte e do Sul, libertador dos escravos, Lincoln, nascido no Kentucky, de origem humilde, depois de abandonar as rudes tarefas na fazenda do pai aos 21 anos, fixou-se em New Salem, ali vivendo por cinco anos, trabalhando como empregado de fábrica, caixeiro de armazém, agente de correios, até mudar-se para Springfield, onde passou a trabalhar como advogado entrando definitivamente para a politica, que o conduziu ao primeiro mandato de Presidente em 1861. Antevira em sonho premonitório vivido dias antes, seu próprio assassinato. Lincoln e a esposa participaram também de várias sessões com a médium Nettie Colburn Maynard, conforme relatos publicados por ela em 1891, mais tarde recuperados e traduzidos para o português pelo erudito Wallace Leal Rodrigues e publicados sob o título SESSÕES ESPÍRITAS NA CASA BRANCA (clarim). A morte do grande estadista repercutiu no mundo todo, gravando seu nome na História como um exemplo de politico íntegro e honesto. Dois anos depois, Allan Kardec na edição de março de 1867, publicava uma matéria extraída do BANNER OF LIGHT, de Boston, EUA, que, por sua vez, veiculou a análise de uma comunicação de Abraham Lincoln, por um médium chamado Ravenswood. Pelo que se confirma no seu conteúdo, títulos ou posições ocupados na nossa Dimensão, não fazem nenhuma diferença na transição dela para o Plano Espiritual em consequência da morte física. Vamos ao texto: “-Quando Lincoln voltou de seu atordoamento e despertou no Mundo dos Espíritos, ficou surpreendido e perturbado, porque não tinha a menor ideia de que estivesse morto. O tiro que o feriu suspendeu instantaneamente toda sensação e não compreendeu o que lhe havia acontecido. Esta confusão e essa perturbação, contudo, não duraram muito. Ele era bastante espiritualista para compreender o que é a morte e, como muitos outros,  não ficou admirado da nova existência para a qual foi transportado. Viu-se cercado por muitas pessoas que sabia de há muito tempo mortas e logo soube a causa de sua morte. Foi recebido cordialmente por muita gente por quem tinha simpatia. Compreendeu sua afeição por ele e, num olhar, pôde abarcar o mundo feliz no qual tinha entrado. No mesmo instante experimentou um sentimento de angústia pela dor que devia experimentar sua família, e uma grande ansiedade a propósito das consequências que sua morte poderia ter para o País. Seus pensamentos o trouxeram violentamente à Terra. Tendo sabido que William Booth estava mortalmente ferido, veio a ele e curvou-se sobre o seu leito de morte. Nesse momento Lincoln tinha recuperado a perfeita consciência e a tranquilidade de Espírito, e esperou com calma o despertar de Both para a Vida Espiritual. Booth não ficou espantado ao despertar, porque esperava sua morte. O primeiro Espírito que encontrou foi Lincoln; olhou-o com muita afoiteza, como se se glorificasse do ato que havia praticado. O sentimento de Lincoln a seu respeito, entretanto, não alimentava nenhuma ideia de vingança, muito ao contrário; mostrava-se suave e bom e sem a menor animosidade. Booth não pode suportar este estado de coisas, e o deixou cheio de emoção. O ato que cometeu teve vários motivos; primeiro, sua falta de raciocínio, que lho fazia considerar como meritório e, depois, seu amor desregrado aos elogios que o tinham persuadido que seria cumulado deles e olhado como mártir. Depois de ter vagado, sentiu-se de novo atraído  para Lincoln. Às vezes, enchia-se de arrependimento, outras seu orgulho o impedia de emendar-se. Entretanto compreendia quanto seu orgulho era vão, sabendo, sobretudo, que não pode ocultar como em vida, nenhum dos sentimentos que o agitam, e que seus pensamentos de orgulho, vergonha ou remorso são conhecidos pelos que o rodeiam. Sempre em presença de sua vítima e não recebendo dela senão sinais de bondade, eis o seu estado atual e sua punição”. Comentando essas informações Kardec comenta: “-A situação destes dois Espíritos é, em todos os pontos, conforme aquela que diariamente vemos exemplos nos relatos de além-túmulo. É perfeitamente racional e está em relação com o caráter dos dois indivíduos”.



Comentário de uma ouvinte. “Conheci um homem que para todo mundo era uma ótima pessoa -  muito educado e religioso -  até que um dia, sem querer, vi uma cena que me chocou, quando ele, muito descontrolado, maltratava a esposa...”

  Pra você ver como é fácil julgar. As pessoas, em geral, julgam esse homem pelo que ele demonstrava ser fora de casa, quando enverga uma capa de respeitoso e educado para com todos. No entanto, e para sua surpresa – se é que você não se enganou -  viu uma cena que mostrou um lado desse homem que parece que não conhecia. E é com base no seu testemunho, que nós, agora, passamos a julgá-lo. Não seria para nos perguntar até que ponto podemos estar fazendo um julgamento justo apenas pelo que vimos ou ouvimos falar?

 No capítulo “Bem aventurados os brandos e pacíficos” d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, numa de suas mensagens, o Espírito Lázaro, fala sobre a afabilidade e a doçura, um texto curto que merece toda nossa atenção. Fomos buscar justamente esse texto, porque o exemplo que você deu parece se aplicar bem ao caso. O texto, para o qual convidamos os ouvintes a ler ou a reler, fala  sobre pessoas aparentemente educadas no meio social em que vivem, mas que são verdadeiros carrascos dentro da própria casa. Nesse sentido  o Espírito Lázaro afirma:

 “O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração, que são brandas contanto que nada as machuque, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, dourada quando falam face a face, se transforma em dardo venenado quando estão por detrás.(...) A essa classe – continua Lázaro – pertencem ainda esses homens benignos por fora e que, tiranos domésticos, fazem sofrer sua família e seus subordinados...”

 O apontamento de Lázaro é bem incisivo e pode, até mesmo, envolver muitos de nós, principalmente pelo fato de nem sempre prestarmos a devida atenção na forma como tratamos o próximo mais próximo, nossos familiares.  Precisamos tomar cuidado na arte da convivência, a mais difícil de todas as artes. É fácil lidar com os diferentes que vivem distante de nós e com os quais só esporadicamente temos contato. O difícil mesmo é a convivência diária com as pessoas que estão ao nosso lado e cujos defeitos não queremos suportar.

  Ao recomendar o amor aos inimigos, Jesus se referia também às pessoas que não pensam como nós, especialmente aquelas com quem convivemos no dia a dia. Neste particular, nem sempre prestamos atenção que somos diferentes e que, entre os diferentes, devem existir no mínimo respeito, quando for possível se amarem. O desafio, portanto, é sabermos conviver com elas, sem cair no exagero do desrespeito e da violência. Afabilidade e doçura são virtudes da alma, que só se configuram de verdade, quando a convivência é difícil.  

 

 


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