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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

DESENCARNAR; MEDO DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 Uma de nossas leitoras solicita uma interpretação desta afirmação de Jesus: “Em verdade vos digo que sempre que o fizestes a um desses pequeninos, a mim mesmo o fizestes”.

  A que Jesus estava se referindo? Esta citação faz parte de um texto do evangelho de Mateus, capítulo 25, conhecido como “sermão profético”, assim narrado pelo autor: “Quando vier o filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, assentar-se-ão no trono de sua glória. E todas as nações serão reunidas em sua presença e ele separará um dos outros, como o pastor que separa os cabritos das ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda, e dirá para os da direita:  - Vinde, benditos do meu Pai, entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo, porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era estrangeiro e me hospedaste, estava nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, preso e me fostes ver.

 Então, perguntarão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro e te hospedastes? Ou nu e te vestimos? E quanto te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O rei, respondendo, lhes dirá: - Em verdade vos digo que sempre que o fizestes a um deste pequeninos a mim mesmos o fizestes.”

  Muito elucidativa esta parábola, pois, na verdade, como podemos ver pela redação de Mateus, ela tem toda a características de uma das histórias que Jesus contava ao seu povo, quando queria deixar  um ensinamento. Nos evangelhos não é tão simples diferenciar o que foi um fato do que foi uma parábola, pois Jesus usava de uma linguagem figurada, cheia de comparações e poesia e os próprios evangelistas nem sempre cuidaram de deixar as coisas mais claras. Outra característica de sua fala era a repetição das palavras e das frases, como vemos nesta oportunidade. A repetição era necessária para que os ouvintes pudessem memorizar a história. Na verdade, não há novidade na fala de Jesus, porque tudo que ele diz aqui, conforme a narrativa de Mateus, encaixa plenamente no princípio do amor ao próximo, que é o ponto alto de sua doutrina.

 Trata-se, portanto, de mais um reforço de suas ideias, que podiam assim se resumir: fazer o bem sem olhar a quem. Reparem que o rei fala a todas as nações, ou seja, à  humanidade toda, pessoas de todas as procedências e de todas as religiões. Os pequeninos, a que se refere, são os necessitados – quer dizer, aqueles cuja situação de necessidade justifica uma atenção, uma ajuda, um socorro, uma providência qualquer. Nesse caso, Jesus citou várias situações, as que eram mais comuns na época ( e também não diferencia muito das dos dias de hoje): o do faminto, o do sedento, o do desabrigado, do enfermo e do presidiário. Pessoas nessas condições eram para quem devia se dirigir a atenção dos verdadeiros seguidores de Jesus – ou seja, de quem realmente quer ser seu discípulo, assumindo sua doutrina, não só na palavra, mas sobretudo na AÇÃO.

 Essa parábola desenha com traços mais fortes e pronunciados a ideia simples da caridade, que já fora bem ilustrada por Jesus quando contou a parábola do bom samaritano. Aqui, porém, ele retorna ao tema numa dimensão mais ampla, porque se refere a todos os necessitados do mundo. E quem não é necessitado? Todos necessitamos uns dos outros. O mais rico necessita de esclarecimento e conforto diante de seus muitos conflitos; o mais pobre, de recursos para a própria sobrevivência; o doente, da presença solidária e amiga, o preso do apoio moral dos que querem vê-lo reconduzido à vida social com dignidade, e assim por diante.

 O julgamento a que Jesus se refere é a consequência inevitável da Lei de Causa e Efeito, que aqui ratifica sua afirmação “a cada um segundo as suas obras”, tanto quanto as tantas referências que fez em relação aos que acreditam que estão agradando a Deus, vivendo apenas de louvores e adorações, como era o caso específico dos fariseus, a quem tanto criticou. É claro que, quando lemos os evangelhos, não podemos nos ater apenas e tão somente ao sentido literal das palavras, das coisas que faziam parte do cenário da vida daquele povo e nem dos seus costumes concepções que estão adequados às novas descobertas e conhecimentos da humanidade, mas transferir essa situação alegórica para os dias de hoje, entendendo, sobretudo, que a volta de Jesus é, na verdade, a retomada de seus ensinos de forma a mudar o panorama moral do mundo.DESENCARNAR; TEMOR















 

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