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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O Poderoso Marketing Religioso

Desde que o Cristianismo foi considerado não subversivo pelo poderoso e decadente Império Romano, a mensagem e história de Jesus foram objeto de desvirtuamentos que somente a imperfeição espiritual humana pode justificar. A chamada Reforma não foi capaz de restabelecer a verdade e chegamos ao século 21 ainda presos a ideias que não conseguem sensibilizar milhares de seguidores para o caminho da espiritualidade, mantendo-os presos ao formal convencionalismo ou à letra, sem penetrar no sentido profundo desta. Da primeira parte do Antigo Testamento, Allan Kardec ressalta os chamados Dez Mandamentos, considerando-o invariável, enquanto a outra parte é apropriada aos costumes e ao caráter do povo que liderava, se modificando, portanto, com o tempo. Explica que o Decálogoé de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais leis foram estabelecidas por Moises, obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater alguns abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito (estimada em mais de 300 anos). Para dar autoridade às suas leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a ideia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, em que só o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos “não matarás”  e “não farás mal a teu próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório”. Os séculos se sucederam porém e, o poderoso marketing religioso, sustentou a ideia de que o conteúdo da obra representava a palavra de Deus, quando, na verdade, somente fale sobre ela. Inúmeros são os exemplos de que fatos por ela relatados são apenas repetição de outros semelhantes, presentes em culturas e Civilizações anteriores, algumas remotas. A história do Dilúvio, por exemplo, escrita por Moises no século 5 A.C., fora contada pelo Sumeriano Gilgamés no século 25 A.C, em doze lâminas de barro, através de inscrições cuneiformes descobertas em biblioteca existente nas ruinas do Palácio de Ninive, na Babilônia. Nelas o Noé hebreu chamava-se Atrachasis observando-se as mesmas expressões de arrependimento de Deus encontráveis de forma mais sintética na narrativa do GÊNESIS. Os escritos de Gilgamés, contudo, reproduzem narrativa do MAHABARATA das tradições bramânicas da Índia, que contam a história de Vaiswasvata – o Noé hindu. Apoiado naquele senso que caracteriza todas suas análises, Kardec considera que “o dilúvio bíblico, também designado o grande diluvio, é uma fato de existência incontestável. Deve ter sido ocasionado pelo levantamento de uma parte das montanhas desse continente, como o do México. O que vem em apoio dessa opinião é a existência de um mar interior que se estendia outrora do Mar Negro ao Oceano Boreal, atestado pelas observações geológicas. O mar de Azoff, o mar Cáspio, cujas águas são salgadas, apesar de não comunicarem com outro mar, o lago Aral e muitos lagos espalhados nas imensas planícies da Tartária, e as estepes da Rússia, parecem ser o resto desse antigo mar. Para os homens de então, que só conheciam uma extensão limitadíssima da superfície do Globo, e não concebiam ideia alguma de sua configuração, desde o momento em que a inundação invadisse as regiões conhecidas, isso lhes devia parecer toda a Terra. Juntando-se a essa crença, a forma imaginada e hiperbólica peculiar ao estilo oriental, ninguém deve surpreender-se pelo exagero das narrativas bíblicas”.



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