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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

As Sutilezas da Lei


Em curiosa apreciação sobre se os Espíritos reencarnam onde querem, Allan Kardec afirma que “frequentemente, renascem na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem laços de afeição, ou repararem erros recíprocos. Pelas considerações de uma ordem mais geral, frequentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para continuar, com os elementos já elaborados, os estudos feitos, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados, que a brevidade da vida, ou as circunstancias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo meio é a causa do caráter distintivo entre povos e raças; tudo melhorando,(...) até que o progresso os haja transformado completamente”. Exemplo envolvendo importante personagem do meio espírita, contudo, demonstra que a Lei que nos encaminha o progresso espiritual promove circunstâncias que vão além do que imaginamos. Foi preservado pelo advogado César Burnier, que, em 1938, dois dias após a súbita morte de um filho de 6 anos incompletos, teve seu primeiro contato com o então jovem médium Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG). Desesperado ante o imprevisto e trágico fato, conforme relatado no livro de Jorge Damas, UM AMOR, MUITAS VIDAS (lachatre), Burnier, à época radicado em Belo Horizonte (MG), foi levado juntamente com a esposa ao encontro do médium na vizinha cidade. Nasceria – ou se reataria – uma amizade de outras eras, que resultaram no desabrochar posterior da surpreendente mediunidade de Burnier, segundo se revelaria mais tarde, personagem importante da Revolução Francesa, na verdade Georges Danton, um dos mentores da reviravolta política da nação francesa, posteriormente, guilhotinado em 5 da abril de 1794. Pesquisador sério e profundo conhecedor da página que mudou a História recente da Humanidade, Burnier conta em carta escrita em 30 de março de 1973, a Hermínio Correia de Miranda, reproduzida no raríssimo livro EU SOU CAMILLE DEMOULLINS (lachâtre) que “ao tempo da Grande Revolução, Chico Xavier era uma moçoila um tanto caipira da cidade de Arras. Chamava-se Jeanne D'Arencourt, protegida de Andréa de Tavernay, Condessa de Charny, que a introduziu na corte de Maria Antonieta. Sua permanência nela, porém, foi muito curta, visto que Jeanne, sem jeito e extremamente acanhada, quebrou logo o protocolo real pisando nos pés da rainha, alias, sua sorte e felicidade, pois, este afastamento da alta nobreza, evitou-lhe a morte na guilhotina, mas não  que a lâmina cortasse a  cabeça de seu pai, pequeno nobre da terra de Robespierre. Amiga de Danton, Jeanne pediu ajuda para o ardoroso tribuno, conhecido como “Incorruptível”. Levando-a à presença do poderoso líder, aconselhou-a sobre como proceder diante de Robespierre, que na culminância de seu orgulho e arrogância, sugeriu procurasse o Comitê de Salvação Pública, o que mostrou-se vão, pois, no dia seguinte o pai de Jeanne perdeu sua cabeça. As anos rolaram e Robespierre reencarnou  no Brasil na figura de uma médica – a mudança de sexo objetivava dar-lhe novas perspectivas da vida, especialmente no campo do sentimento - de Minas Gerais, casando-se com um médico, tendo várias filhas, vivendo pobremente. Sombras do passado, todavia os perseguia e, materialistas, inclinados a princípios negativistas, combinaram o suicídio de ambos, através de um pacto sinistro que previa a morte das filhas pela ingestão de cianureto de potássio nas suas veias. A Providência Divina, conseguiu reverter parte do plano e, uma série de coincidências aproximou a médica de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, embora só na quinta tentativa tenha conseguido conversar com ele. E isso, por interferência do pai de Chico, o senhor João Cândido". E, nesse ponto,  a correspondência com o argumento levantado por Kardec no início desses comentários: João Cândido, pai de Chico na encarnação atual, foi o pai guilhotinado de Jeanne D’Arencourt. A médica por quem ele interviu agora, o mesmo Robespierre que, prepotente e insensível, omitiu-se ante a perspectiva da execução sumária a que o genitor de outrora estava fadado.


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