Sutil e discretamente, o assédio vai abrindo caminho para a manifestação de um processo revelado em resposta obtida por Allan Kardec dos Espíritos que o auxiliavam a compor o livro base do Espiritismo: -“Os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos muito mais que se imagina, invariavelmente, conduzindo as pessoas”. Essa ação, em grande parte é motivada pelas necessidades conservadas pelos que morrem de experimentar as sensações derivadas das dependências desenvolvidas durante a permanência no corpo físico. Como a propiciada pelo cigarro, pelo álcool, pelas drogas aditivas e, até mesmo o sexo. Há, todavia, as enraizadas em vidas passadas onde relações mal encaminhadas resultaram em prejuízo moral ou material de alguém - ou alguns – que buscam a vingança do sofrimento experimentado. Muitos evoluem para transtornos psiquiátricos. Embora prevista, há alguns anos, pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação Internacional das Doenças, ainda não se dá importância para avaliações estatísticas. Os que lidam com a problemática humana nas Casas Espíritas, porém, afirmam que a quantidade de pessoas com o problema é dominante. Enquadram-se nos níveis definidos por Allan Kardec como obsessão simples – que não tem motivações remotas -, a fascinação e a subjugação, quadros originados nas ligações passadas. A exposição da mente das pessoas veiculadas através, por exemplo, da televisão, à enorme quantidade de informações e imagens da realidade, ou mesmo, o estilo de vida do mundo moderno em que as questões espirituais não fazem parte da preocupação da maioria é fator predisponente à influencia dos dependentes sensoriais. Explicações contidas nas obras da série NOSSO LAR, construída pelo Espírito André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, informam que o “pensamento é a base. “Além dos pensamentos comuns (experiência rotineira), emitimos com mais frequência os pensamentos nascidos do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade”. Acrescentam que “somos (seres humanos) fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção”. “Cada um, é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo”. “obsessão é um processo semelhante ao da hipnose”. Pesquisando os livros citados, destacamos 6 eloquentes exemplos: CASO 1-CARACTERÍSTICA - Homem, com Espírito parcialmente desligado do corpo físico, revelando posição de relaxamento, semelhante aos viciados em entorpecentes. CAUSA – Presença de três entidades femininas em atitudes menos edificantes, atraídas para a atmosfera pessoal do encarnado no dia que terminava, por meio de mentalizações na área da sexualidade desequilibrada. CASO 2 - CARACTERÍSTICA – Homem, 45 anos presumíveis, abatido, acometido de tremores, suando, corpo encharcado de álcool, do qual é dependente. CAUSA - Ação de quatro entidades desencarnadas que o submetiam aos seus desejos, alternando-se, uma a uma, para experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no que sentiam singular prazer. CASO 3 - CARACTERÍSTICA- Mulher, jovem, revelando angústia e inconsciência, sob forte irritação, desarmonizando o ambiente para preocupação dos encarnados presentes. CAUSA – Ação de diversos perseguidores desencarnados, impondo-lhe terríveis perturbações, secundando um outro, que revelava um quadro psicológico de satânica lucidez, maneiras cruéis, vingando-se de gesto assumido em existência passada em que ela, por simples capricho vendeu-lhe esposa e filhos, à época escravos de sua propriedade. CASO 4 - CARACTERÍSTICA - Mulher desconfiada e abatida, corroída pelo ciúme em relação ao marido que procura controlar com perguntas e cobranças em relação ao seu tempo. CAUSA – Ação de entidade feminina, ignorante e infeliz, a ela imantada, perseguindo e subjugando-a, para conseguir deplorável vingança, inclusive durante o sono físico, através do qual se serve para controlar-lhe a vontade, por meio de diálogos em que emprega toda sua astúcia em argumentos convincentes. CASO 5 - CARACTERISTICA – Mulher, idade avançada, cabelos grisalhos, corpo magro, rosto enrugado, aparentando senilidade mental nas falas aparentemente desconexas proferidas com voz alterada. CAUSA – Presença espiritual mediúnicamente registrada ao seu lado, na cama que ocupava, o qual ali se instalara desde muitos anos, logo após sua morte aparentemente acidental durante caçada esportiva com amigos. CASO 6 -CARACTERÍSTICA – Homem maduro, casado, acusando agoniada indisposição , como se estivesse sob o impacto de súbito desfalecimento, durante encontro que mantinha com mulher bem mais jovem em casa noturna. CAUSA – ação de espírito desencarnado – seu sogro na presente existência -, esmurrando-lhe a face, ao surpreendê-lo em atividade extraconjugal durante a madrugada com mulher bem mais jovem, enquanto sua esposa experimentava os sofrimentos físicos e morais do câncer que evoluia em seu corpo físico.
Gostaria de entender essa questão da fé. Conheço pessoas religiosas, que mostram que tem muita fé, e outras, que não têm nem religião. Parece que a fé é uma aptidão, que algumas pessoas já nascem com ela e outras não. Neste caso, que culpa tem a pessoa de não ter fé? A culpa não seria delas, mas de Deus. ( Alexandre)
Kardec faz uma ampla abordagem sobre a fé, no capítulo do EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, “A fé transporta montanhas”. Leia este capítulo. Primeiramente, ele trata da fé como uma condição inerente ao espírito humano. Fé, aqui, no sentido amplo de acreditar, de confiar em alguém ou em alguma coisa para se obter um resultado. A fé faz parte de nossa vida emocional e ela se impõe pelas circunstâncias da vida, como – por exemplo – a criança que tem fé na mãe, que dela sempre cuida com muito carinho; a fé que a criança vai aprendendo a ter nas próprias pernas e que se consolida, quando ela já aprendeu a andar.
Logo, todos nascemos com essa disposição, que vai se desenvolvendo, à medida que vivemos as mais diversas experiências. Mas, a fé em Deus que, geralmente, nos é ensinada pelos pais em casa, também se desenvolve, e de conformidade com nossas experiências de vida. Enquanto a criança não desenvolveu o pensamento crítico, ela vive quase que exclusivamente daquilo que acredita; isto é, da fé. Mas, quando ela começa a pensar e descobrir que pode encontrar a própria verdade e até contestar as verdades dos outros, aí, então, começa a haver um confronto entre a fé e a razão.
As bases da fé religiosa, portanto, aprendemos em casa, mas o rumo que ela vai tomar no futuro depende da capacidade de pensar e questionar a própria fé. Assim, há pessoas que, ao questionarem a fé, tornam-se materialistas, desacreditam de tudo que a religião lhe ensinou. Em outras, porém, o questionamento as ajuda a fortalecer a fé que já possuem, e que vai se assentando sobre uma base racional: esta é a fé que o Espiritismo proclama, a fé que tem por base a razão, ou seja, a compreensão daquilo em que se acredita. Logo, o desenvolvimento da fé depende de uma busca, que a pessoa faz, para entender mais profundamente o sentido da vida. É um mérito seu.
Como concebemos a reencarnação, e sabemos que a criança de hoje foi o homem de ontem, acreditamos que as pessoas nascem com mais ou menos disposição para cultivar a fé em Deus, dependendo das experiências de vidas passadas. Aquelas que, no passado, foram prejudicadas e até perseguidas pelo autoritarismo religioso, geralmente renascem com uma resistência à fé religiosa, como é natural que aconteça; e aquelas, para quem a religião foi boa e salutar, são mais propensas a nascer dispostas a ter mais uma experiência religiosa.
Cada um, no entanto, constrói o próprio caminho, e a fé se torna mais um desafio que pode superar com interesse e dedicação, sabendo que a fé se constitui num ponto de sustentação de sua vida íntima, principalmente para pode enfrentar, com certa serenidade, os problemas mais intricados da vida. Para desenvolver a fé, devemos procurar as religiões e, entre elas, aquela que mais atende às nossas necessidades e aspirações, sob a ótica da razão.
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