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terça-feira, 27 de julho de 2021

CHOCANTE, MAS LÓGICO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Considerando o perfil dos Espíritos ligados ao Planeta Terra no seu processo evolutivo apresentado no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, entende-se parte da realidade observada atualmente. Acrescentando a isso o fato de que numa hipotética existência de 60 anos, apenas v20 são aproveitados, visto que 20 dispende-se no sono físico, e outros 20 no processo de ascensão à vida adulta, deduz-se quanto é moroso o progresso da Individualidade.  A análise de Allan Kardec reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1864 em resposta a um leitor dá uma dimensão do problema: -“Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. (...) Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (...) A Terra já foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados em sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estão em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse encarnar neste Globo Que se julgue agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transpor todos os degraus que os separam da mais adiantada civilização; todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem solução de continuidade e se pode segui-los observando as nuances que distinguem os diferentes povos; só o começo e o fim aí não se encontram; para nós o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Aliás, isto pouco importa, pois tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à nossa felicidade futura; portanto, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.”


 

  O que vocês me dizem de uma pessoa que diz estar se preparando para morrer e já mandou construir seu até seu próprio túmulo? (ANÔNIMO)

 Há muitos anos atrás, Chico Xavier estava passando por um dos períodos mais críticos de sua vida em termos de saúde. Seu estado era muito delicado, pois tinha um comprometimento cardíaco, entre outras coisas, e estava se submetendo a um rigoroso tratamento, abatido e aparentemente fraco. Corri a  notícia que ele não viveria muito, que ele estava perto da morte. Por isso mesmo, um dia, muito preocupado – porquanto tinha ainda muita coisa a fazer – ele perguntou a Emmanuel, se estava chegando seu dia.

 Emmanuel, que certamente já esperava a pergunta (pois, estava a par do que se falava a respeito do Chico), voltou-se para ele e disse: “Chico, vou lhe dar um conselho: acorde cada dia com o mesmo entusiasmo como se fosse o primeiro dia de sua vida, mas com tanta responsabilidade como se fosse o último”. E silenciou. Chico entendeu que, para quem tem um compromisso com a vida, é sempre inoportuno falar de morte, até porque sabemos que vamos morrer um dia e a nossa preocupação não vai alterar a ordem das coisas.

 Huberto Rhoden, no seu precioso livrinho “De Alma para Alma” , tem uma página a esse respeito. E lá, diz o filósofo, que a morte é o corolário da vida. Daí porque, se queremos ter uma boa morte, devemos nos preocupar em ter uma boa vida e fazer o máximo ao nosso alcance. Aguardar a morte, ficar contando os dias, preocupar-se demasiado com ela, ficar falando sobre isso, é uma atitude mórbida, doentia, já que temos tanta coisa a fazer neste mundo, que nos pede uma participação constante.

 Aldous Huxley, memorável escritor britânico, no livro “A Ilha” de sua autoria, conta que, após um naufrágio, um jornalista chegou  a uma ilha, e foi socorrido por uma mulher. Na verdade, ele iria conhecer um mundo novo, (vamos dizer assim, um paraíso), onde havia uma civilização mais adiantada e mais feliz que a nossa. Percebeu, no entanto, que enquanto conversava com a mulher, alguns pássaros (que pareciam papagaios) sobrevoavam a ilha, gritando  insistentemente, “Aqui e Agora! Aqui e Agora!...’.

Intrigado, o jornalista perguntou a respeito dos estranhos pássaros, e o porque eles só diziam aquilo todo momento. A mulher respondeu que esses pássaros foram treinados a dizer e repetir essa frase, que é para as pessoas estarem atentas para o que está acontecendo aqui e os que elas devem fazer agora. A mensagem é para tornar a vida mais objetiva e não se esquecer de que sempre a algo a fazer, aqui e agora.


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