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sexta-feira, 23 de julho de 2021

INTERVENÇÃO DA CIÊNCIA NO ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Mais de um século e meio se passou e a questão continua inalterada: a indiferença de parte dos representantes da chamada ciência em relação aos fenômenos mediúnicos. Já os rotularam de espíritas, metapsíquicos, paranormais. E o público leigo continua a se esconder nesta situação para justificar seu descrédito quanto à autenticidade dos fatos, notadamente os explicados com base nas interpretações do Espiritismo. Allan Kardec deparou-se com os argumentos desprovidos de sentido e conteúdo à sua época como se deduz de artigo escrito e inserido por ele na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1859. Deste trabalho, destacamos alguns tópicos para sua apreciação. Escreve o autor: -“Para começar, é um erro muito grave afirmar que todos os cientistas estejam contra nós, considerando-se que o Espiritismo se propaga justamente na classe esclarecida. Só existem cientistas na ciência oficial e nos corpos constituídos? Pelo fato de o Espiritismo não desfrutar ainda dos direitos de cidadania no âmbito da ciência oficial, poder-se-ia prejulgar a questão? É conhecida a circunspeção daquela em relação às ideias novas. Se a Ciência jamais se tivesse enganado, sua opinião poderia pesar na balança; a experiência, infelizmente, prova o contrário. Não repeliu como quimeras uma imensidão de descobertas que, mais tarde, ilustraram a memória de seus autores? Por isso deve-se concluir que os sábios sejam ignorantes? Isso justifica os epítetos triviais à custa do mau gosto que certas pessoas se aprazem em prodigalizar-lhes? Não, certamente. Não há ninguém de bom-senso que não faça justiça aos sábios, embora reconhecendo que não são infalíveis e que seu julgamento, assim, não representa a última instância. Seu erro é resolver certas questões um pouco levianamente, confiando demasiado em suas luzes, antes que o tempo se tenha pronunciado, e assim se expondo a receber os desmentidos da experiência. Cada um só tem competência para julgar o que conhece. Se quisermos construir uma casa, chamaremos um músico? Se estivermos doentes, seremos tratados por um arquiteto? Se tivermos um processo, buscaremos a opinião de uma dançarino? Enfim, se se tratar de uma questão de teologia, pediremos a sua solução a um químico ou a um astrônomo? Não; cada qual no seu ofício. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que podemos manipular à vontade; os fenômenos que ela produz têm como agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm como agente inteligências que possuem sua independência, seu livre-arbítrio, e de modo algum se submeteriam aos nossos caprichos; escapam, dessa forma, aos nossos processos anatômicos e laboratoriais, bem como aos nossos cálculos e, assim, não são da competência da ciência propriamente dita. A Ciência se enganou ao querer experimentar os Espíritos como se o fizesse a uma pilha voltáica; partiu de uma ideia fixa, preconcebida, à qual se aferra, e quer forçosamente ligá-la à ideia nova. Fracassou, e assim devia acontecer, porque agiu tendo em vista uma analogia que não existe. Depois, sem ir mais longe, concluiu pela negativa: julgamento temerário que o tempo diariamente se encarrega de reformar, como reformou tantos outros, e aqueles que o pronunciaram muito se envergonharão por haverem levianamente assumido uma falsa posição contra o poder infinito do Criador. Assim, pois, as corporações científicas não devem, nem jamais deverão pronunciar-se sobre o assunto; ele não é da sua alçada, assim como também não o é o direito de decretar se Deus existe. É, pois, um erro constituí-las em juiz. Mas quem será o juiz? Os Espíritos se julgam no direito de impor suas idéias? Não; o grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias. Deixai passar uma geração e, com ela, os preconceitos do amor-próprio que se obstina, e veremos dar-se com o Espiritismo o mesmo que se deu com tantas outras verdades combatidas, que atualmente seria ridículo pôr em dúvida.

Numa  novela de TV, o Dr. Ricardo tem visões da outra encarnação e reconhece que a Vitória de hoje, que ele quer que seja mãe de seu neto, era sua mulher naquela vida. A pergunta é a seguinte: isso realmente acontece? Por que todos não lembramos de vidas anteriores? Não seria mais fácil para sabermos com resolver nossos problemas? No caso da novela, por exemplo, essa lembrança não ajuda os dois a se reaproximarem? (Bete, da Rebelo)

 Bem, Bete, casos de lembrança de vidas passadas por parte de adultos são muito raros. É, pelo menos, o que se levantou até aqui através dos mais destacados estudiosos de reencarnação, como o Dr. Hernani Guimarães Andrade( brasileiro) e o Dr. Ian Stenvenson (americano), ambos falecidos. Esses pesquisadores, juntamente com suas equipes de trabalho, estudaram milhares de casos, que sugerem reencarnação, mas todos em crianças. Isso porque aqueles que anteriormente  vinham estudando lembranças em adultos sempre encontraram grandes dificuldades, além do que os resultados de suas pesquisas não eram convincentes.

 Os estudos de reencarnação em criança, que mais deram certos, foram aqueles que se referiam a casos em que o Espírito havia desencarnado recentemente. Como o espaço entre a desencarnação e o novo nascimento era relativamente curto, isso facilitava a lembrança, até porque a criança ( e quanto mais nova melhor) ainda está bastante ligada ao plano espiritual e a memória da encarnação anterior não está registrada no seu cérebro atual, mas no perispírito.

 Contudo, há registros, ainda que raros, de lembranças de vida passada em adulto. Mas, convém esclarecer que tais lembranças, na verdade, são apenas flashes de cenas da vida anterior, que surgem na mente, primeiramente de forma desordenada e confusa e que podem, com o tempo, ser resgatadas com um pouco mais de nitidez. Sobre isso, há um filme, baseado num fato real, que retrata uma situação inusitada de uma mulher, que conseguiu encontrar, ainda encarnados, vários filhos de sua vida anterior. Trata-se do filme MINHA VIDA NA OUTRA VIDA, que merece ser visto e discutido.

 Lembranças de vidas passadas, embora em certos casos possam servir como terapia, na maior parte das vezes, além de não ajudar, acabam gerando problemas. Não fosse assim, todos lembraríamos de encarnações anteriores. Entretanto, durante o período em que nos achamos encarnados, a regra é o completo rompimento com o passado, pois cada vida é sempre uma oportunidade se começar tudo de novo e, para isso, nada melhor do que esquecer os males que já causamos ou que sofremos, principalmente em relação àqueles que, hoje, estão convivendo conosco, como sejam os membros de nossa família.


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