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sexta-feira, 19 de junho de 2020

INFLUÊNCIAS INCESSANTES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Falando sobre a existência do Mundo Invisível, Allan Kardec afirma que o Espiritismo “prova sua existência por fatos patentes, irrecusáveis, como o microscópio provou a existência do mundo dos infinitamente pequenos. Tendo, pois, demonstrado que o Mundo Invisível nos envolve, que é essencialmente inteligente, pois se compõe das almas dos homens que viveram, concebe-se facilmente que possa representar um papel ativo no mundo visível e produza fenômenos de uma ordem particular”. Adiciona mais dizendo que “o Espiritismo não só demonstra a sua existência, mas o apresenta sob um aspecto tão lógico que não há lugar para a dúvida de quem quer que se dê ao trabalho de estuda-lo conscienciosamente”. Desenvolvendo raciocínios para explicar a influência exercida sobre o Plano dos Encarnados, ou seja, deste em que momentaneamente estamos vivendo, Allan Kardec escreveu na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1862 : - “O primeiro ponto que importa bem se compenetrar, é da natureza dos Espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o Espírito de um perverso de súbito se transforme. Do contrário seria desnecessário o castigo na vida futura. A experiência confirma esta teoria ou, melhor dito, a teoria é fruto da experiência. Com efeito, mostram-nos as relações com o Mundo Invisível, ao lado de Espíritos sublimes de sabedoria e de conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da Humanidade. Após a morte, a alma de um homem de Bem será um bom Espírito; do mesmo modo, encarnando-se, um bom Espírito será um homem de Bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso dará um Espírito perverso ao Mundo Invisível. E, assim enquanto o Espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de se melhorar. Porque, uma vez entrado na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos: eleva-se gradativamente na hierarquia dos Espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, pois Deus não pode ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os Mundos Visível e Invisível se penetram e alternam incessantemente; se assim podemos dizer, alimentam-se mutuamente; ou melhor dito, esses dois mundos na realidade constituem um só, em dois estados diferentes. Essa consideração é muito importante para melhor compreender-se a identidade entre ambos existente. Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado errante, quanto encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem. Daí a predominância do mal na Terra. Ora, sendo a Terra, ao mesmo tempo, um mundo de expiação, é o contato do mal que torna os homens infelizes, pois se todos os homens fossem bons, todos seriam felizes. É um estado ainda não alcançado por nosso Globo; e é para tal estado que Deus que conduzi-lo. Todas as tribulações aqui experimentadas pelos homens de Bem, quer da parte dos homens, quer da dos Espíritos, são consequências deste estado de inferioridade. Poder-se-ia dizer que a Terra é a Botany-Bay dos mundos: aí se encontram a selvageria primitiva e a civilização, a criminalidade e a expiação. É, pois, necessário imaginar-se o Mundo Invisível como formando uma população inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitando no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos encarnados ocupam a parte inferior, onde se agitam como num vaso. Ora, assim como o ar das partes baixas é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, porque corrompido pelas emanações dos Espíritos impuros. Para resistir a isso são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor. Digamos, entre parênteses, que tal estado de coisas é inerente aos mundos inferiores. Mas estes seguem a Lei do Progresso e, atingindo a idade precisa, Deus os saneia, deles expulsando os Espíritos imperfeitos, que não mais se reencarnam e são substituídos por outros mais adiantados, que farão reinar a felicidade, a justiça e a paz. É uma revolução deste gênero que no momento se prepara(...). Assim, facilmente nos damos conta da natureza das impressões que recebemos, conforme o meio onde nos encontramos. Se uma reunião for composta de pessoas de maus sentimentos, estas enchem o ar ambiente do fluido impregnado de seus pensamentos. Daí, para as almas boas, um mal estar moral análogo ao mal estar físico causado pelas exalações podres: a alma fica asfixiada. Se, ao contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua atmosfera como se num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o mesmo num ambiente cheio de Espíritos, conforme sejam bons ou maus”.



Pergunta proposta pelo, Diogo. O Espiritismo diz que criminosos são Espíritos atrasados que não conseguem conviver na sociedade e, por isso, é que existem os crimes hediondos. Mas, sempre ouço dizer que a maioria dos crimes vêm das péssimas condições sociais em que as crianças vivem, vítimas da miséria e da violência. Se essas crianças tivessem um bom atendimento e uma boa educação, não virariam bandidos...
Na verdade, caro ouvinte, não pomos dúvida quanto ao peso que têm essas causas sociais na condução de muitas crianças ao mundo do crime. Aliás, temos falado sobre isso neste programa, e vamos encontrar interessantes referências sobre esta questão nas obras básicas da Doutrina Espírita. Basta abrir O LIVRO DOS ESPÍRITOS e lá vamos encontrar nas Leis Morais oportunas abordagens por parte dos mentores espirituais.
 Há um capítulo intitulado “Lei de Justiça, Amor e Caridade”, que é o capítulo  9º das Leis Morais, embora este tema – responsabilidade sociais em relação aos Espíritos reencarnantes  – perpasse praticamente todos os demais capítulos da 3ª parte d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Mas a questão “justiça social” é a que mais incide sobre o compromisso que temos com a educação dos Espíritos que reencarnam na Terra.
 Estudos realizados por psicólogos, sociólogos e antropólogos demonstram que há uma relação muito próxima entre as condições sociais em que as crianças crescem e o seu comportamento futuro. No entanto, para o Espiritismo, esta é apenas uma faceta da questão, já que nem todos os que passam pelas mesmas experiências vão ter o mesmo destino. Por exemplo, numa favela dominada pelo tráfico de drogas e pela violência crescem centenas de milhares de crianças, mas quantas delas serão efetivamente delinquentes?
 Segundo as estatísticas o Brasil possui cerca de 12 milhões de favelados, 2 milhões dos quais no Rio de Janeiro. Os estudos demonstram que a expressiva maioria dos favelados são famílias de bem que, embora, sofrendo a pressão de um ambiente hostil, assim mesmo conseguem superar tal situação, enfrentando a pobreza e, muitas vezes o assédio de grupos criminosos. Evidentemente, um Espírito que reencarna num ambiente de violência e descaso pela vida humana corre sério risco de se embrenhar por esse caminho.
 Renascer numa favela onde existe muita violência e, pior ainda, numa família comprometida com o crime, é uma das mais difíceis condições a que um Espírito possa se submeter. Muitas vezes, porque não tem condições de reencarnar numa condição social melhor e, de outras, porque ele próprio escolheu esse tipo de experiência, seja para testar sua capacidade de auto superação, seja porque tem alguma missão específica na comunidade.  No entanto, a maioria consegue driblar as situações e atuar na vida como cidadão de bem.
 Portanto, as causas sociais – como a miséria e a violência – de fato são fatores que concorrem para a criminalidade, mas não são os únicos. Segundo a visão espírita, são as tendências do Espírito que mais influirão no seu destino, e o fato de se entregar ao crime é sempre causado por um conjunto de fatores e não por um só.
 Com isso não queremos justificar a miséria e a violência, mas dizer que a sociedade tem uma responsabilidade muito grande em relação aos Espíritos que estão reencarnando. Se ela não oferecer condições adequadas para que muitos se reergam do crime, mas (pelo contrário), não der o necessário atendimento para as comunidades pobres, com certeza, estará estimulando a violência desde a infância.

 A reencarnação é a grande oportunidade de o Espírito de reabilitar, quando ele já vem de um passado comprometido na marginalidade. É quando ele pode reconstruir seu caminho, despertar para novos valores e avançar em inteligência e moralidade, se for bem acolhido e tiver uma voa educação. Mas, se ele não encontra o apoio e a proteção de que necessita, se a sociedade o recebe com indiferença ou descaso, deixando-a à margem da educação, com certeza ele terá muita dificuldade de se recuperar e será estimulado a prosseguir nos mesmos erros que vinha incorrendo.
















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