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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A RESPOSTA AO PRINCIPE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Os regimes Monárquicos ainda prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes, através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo as respostas as 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos considerados por ele como fundamentais para esclarecer algumas outras dúvidas: 1- Fora do mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais. É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa, evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os julgar.  9- O Espírito encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo, que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições. 10- Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê. 12- Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.




M.R., inconformada com os problemas que vinha passando, disse que chegava a duvidar que Deus existe, pois não pode entender que um Pai Bom e Misericordioso pode deixar seus filhos sofrerem tanto. Não haveria uma forma mais branda de promover a evolução? Ela citou a dor que faz parte de vários dramas humanos e questionou por que as pessoas precisam sofrer tanto para aprender. Não seria mais fácil, mais humano e mais divino que não precisássemos passar por isso?
A ideia de que tudo podemos aprender sem esforço e sem sacrifício é algo muito bonito e fascinante, mas que não funciona de forma absoluta para nós, Espíritos encarnados neste planeta, que nos encontramos na fase das provas e expiações. Sem dúvida, nossa maior aspiração é escapar do sofrimento e da morte, por isso é que são esses nossos maiores medos.
O que é inconcebível, dentro da filosofia espírita, é o fato de que, além dessa gama imensa de sofrimento que varre o mundo, o homem possa ter pela frente uma condenação eterna. Isso, sim, é inconcebível diante do conceito que temos de um Deus bom e misericordioso. No entanto, o Espiritismo nos explica que as experiências difíceis fazem parte de nosso crescimento, pois se trata de uma etapa passageira.
Entretanto, esse anseio de vida sem sofrimento, sem desconforto, sem dor, uma vida de paz e serenidade, existe em todos nós, porque é para essa condição ideal que caminhamos, mas que, na verdade, só existe em mundos superiores. Não foi por outra razão que Jesus proclamou: “Bem aventurados os aflitos porque serão consolados”. Como estamos ainda distantes de alcançar tal condição, podemos imaginar que isso seria o ideal, embora distante de nossas atuais conquistas.
Deus nos criou imperfeitos para que nós próprios construíssemos, ao longo do tempo, a própria perfeição. Se nos tivesse feito seres perfeitos, nada nos restaria a fazer, pois a perfeição é o ponto final e o objetivo de tudo, é a plenitude do ser; além dela nada existe e, portanto, nada resta a fazer. Todavia, a obra divina é tão maravilhosa e tão perfeita, que faz com que da imperfeição surja a perfeição, do mal surja o bem,  e para isso é necessário um trabalho, um longo processo de aperfeiçoamento.
  Se não houvesse o que construir, cara ouvinte, não haveria necessidade de construtores; se não houvesse doentes não haveria necessidade de médicos; se não houvesse alunos não haveria necessidade de professores; se não houvesse fome, não haveria necessidade de comida e nem de agricultores; se não houvesse problemas, não haveria necessidade de pensar e tampouco de buscar soluções em qualquer setor da vida. Ou seja, se tudo estivesse plenamente resolvido, não teríamos razões para viver.
  Nós só somos capazes de pensar, porque sempre tivemos necessidade do pensamento para resolver nossos problemas; nós só falamos porque temos necessidade de nos comunicar; só andamos, temos pernas e braços, porque a evolução desenvolveu em nós a capacidade de agir na procura de alimentos, de abrigo, de proteção, de amizade e de amor. Nada existiria, se tudo estivesse pronto, pois, se tudo tivesse chegado ao auge da perfeição, nós não seríamos nós mesmos, donos de uma identidade e de uma personalidade própria.
A mais completa felicidade que um ser humano pode alcançar numa existência é o de sentir sua capacidade de realização pessoal, de ter chegado ao que chegou usando seus próprios recursos, pensando pela sua própria cabeça, resolvendo seus próprios problemas, pois é esse sentimento de auto realização pessoal que faz com que ele se sinta dono de si mesmo e construtor de seu próprio destino. Mas, paras isso, teve que pensar, teve que se movimentar, teve que se esforçar, teve que se sacrificar, passando pelas mais difíceis experiências.

  Aí está a grandeza da criação, o fato de que cada Espírito é o modelador de si mesmo, perfazendo ao longo de sua evolução – constituída de altos e baixos – um caminho que só ele foi capaz de fazer e que, portanto, é diferente de todos os demais. Para nós, o sofrimento já não é totalmente indesejável, pois sabemos que, sem ele, não vamos conquistar determinadas metas e, portanto, não seremos felizes. É por essa razão, que os Espíritos Benfeitores costumam nos dizer que o sofrimento é uma bênção, do mesmo modo que o remédio amargo ou a cirurgia dolorida são soluções para nossos problemas de saúde.




















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