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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Inesperada Revelação

O 21 de abril de 1983, assinalava o vigésimo sétimo aniversário de casamento de Maria José e Lourival Maffei, residentes em Sorocaba, interior de São Paulo. O dia, contudo, passaria, desde então, a ser lembrado não pela alegria do dia de sua feliz união, mas pela dor da perda do filho mais velho Luiz Ricardo Maffei, em consequência de inesperado e, até então desconhecido, quadro de Lúpus Agudo, que aniquilou sua resistência física em poucos dias. Nem os conhecimentos do Espiritismo que conheceram - também num 21 de abril -, uma década antes, conseguiu evitar a profunda depressão em que mergulhou o casal, especialmente seu pai.  Contudo, Luiz Ricardo, um jovem Engenheiro Eletrotécnico;  que estava noivo;  irmão de Mario Sérgio ao qual era muito ligado; reencontraria os pais de forma mais objetiva, quase três meses depois, numa reunião publica ocorrida na noite madrugada de 7 de julho, nas dependências do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba (MG). A forma, uma carta, psicografada pelo médium Chico Xavier, intermediário na mesma ocasião, de mensagens de outros Espíritos desencarnados. Na verdade, foi a primeira de uma série de 13 cartas que escreveria, pelo mesmo processo, nos anos seguintes, parte delas incluídas nos livros DÁDIVAS ESPIRITUAIS (ide) e ESPERANÇA E ALEGRIA (ceu). Logo no início, admite sua surpresa em estar se comunicando tão cedo, reconhecendo que o equilíbrio demonstrado por ele diante da morte física eminente, deveu-se aos diálogos em casa sobre questões espirituais, fomentados muitos pela frequência e integração ao Centro Espírita Irmã Francisca a que se ligavam na cidade em que viviam. Revela detalhes que antecederam e sucederam a interrupção de sua vida física, a acolhida de sua avó materna Maria José – fato que confirma a informação dada na questão 160 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS a respeito da assistência que familiares e amigos nos prestam na passagem desta para a outra vida -; refere-se a situações particulares relacionadas à vida em família, detalhes que não poderiam ser do conhecimento prévio do médium Chico Xavier. Na quinta carta, escrita em 26 de fevereiro de 1986, Luiz Ricardo afirma que “para muitos de nós aqui, na Vida Maior, a ansiedade de penetração no passado é um trabalho árduo, a fim de conhecer-nos melhor, para nosso próprio proveito”, acrescentando crer que “devassar o pretérito será reencontrar-nos, tais quais éramos para saber tais quais somos”. Conta que “num sono hipnótico provocado por mim mesmo, caí na corte de Henrique VIII”, nas Ilhas Britânicas. Continua, dizendo: -“Fui como que “atraído” por sua perversidade singular. Foram dias que me vi com todas as características de todos os que nascem nas margens do Avon. Conheci de perto o monarca. Não foi pouco tudo aquilo que presenciei. Rememorar, sinto até medo em exprimir-me com referência a esses dias. Acrescento até que desejaria não ter visto coisa alguma. Porém necessário se fez e se faz, conforme já disse antes. Com temor assisti a decapitação de Ana Bolena. Fala-se hoje em violência, na defesa das esposas mortas. Porém tudo é muito pouco em relação à realidade vivida no clima de intenso terror dessa época, e da qual somos frutos. E lá estando, senti-me possuído de um misto de sentimentos que não sei definir. Só esmoreci, restituindo-me a tranquilidade quando vi o exemplo da Rainha Maria Stuart. Sim, vi o exemplo de Maria Stuart em sua moradia da Escócia, quando, a soberana católica, por amor à união de seu povo que não devia se desagregar, entregou a cabeça ao machado do carrasco que lhe arrasou o corpo e a vida. Porque tudo isto aconteceu, ainda não sei. Penso que estaremos, alguns membros de nossa família, e eu mesmo, ligados à existência da Rainha sacrificada. Desde essa hora terrível que a vi doando o próprio sangue sem reação, por dedicação aos outros, o choque me fez acordar da hipnose a que me confiara”. Luiz Ricardo acrescenta ainda: -“O que sei, meu pai, é que prosseguirei nas minhas investigações, mas sabendo que os grandes vultos da História, com exceções, é claro, não escaparam à criminalidade, à ambição, à guerra por injustiças, ao ódio de família e de raça, e aos piores sentimentos que infelicitam a Humanidade”.

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