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domingo, 29 de setembro de 2013

Refletindo Sobre a Crise da Família

-“Uma recrudescência do egoísmo”, prognosticaram os Espíritos Superiores a Allan Kardec quando perguntados sobre “o resultado para a sociedade do relaxamento dos laços de família, na questão 775 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Um século e meio depois, é fácil verificar o acerto de tal afirmativa. Não em toda coletividade humana, pois, o exponencial crescimento de habitantes em nossa Dimensão, a partir do final do século 20, criou em várias regiões, inúmeros outros problemas sociais que impuseram aos seres humanos outras preocupações como a própria qualidade de vida. Contudo, na base de graves problemas, nos variados agrupamentos raciais e humanos, está a família, “a célula básica da sociedade, embrião e modelo desta”, como definido por Augusto Comte. Nas contribuições filtradas pelo médium Chico Xavier na substancial tarefa desenvolvida ao longo do século XX em nome do Espiritismo, encontramos farto material para análises e reflexões. Na obra O CONSOLADOR (feb, 1940), questão 175, o Instrutor Espiritual Emmanuel diz que “o colégio familiar tem suas origens na esfera espiritual, reunindo-se em seus laços todos aqueles que se comprometeram no Além a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva”. Na 179, que “o casamento na Terra é sempre uma resultante de determinadas resoluções, tomadas  antes da reencarnação dos Espíritos, seja por orientações dos Mentores mais elevados, quando a entidade não possui a indispensável educação para manejar suas próprias faculdades, ou em consequência de compromissos livremente assumidos pelas almas, antes de suas novas experiências no mundo”. No livro LEIS DE AMOR (feesp,1963), que “nos elos da consanguinidade (...),cabe-nos revestir de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta doméstica visto que no mundo, o lar é  a primeira escola de reabilitação e do reajuste”. Nos anos 70, diria em VIDA E SEXO (feb), que “a parentela no Planeta faz-se filtro da família espiritual sediada além da existência física, mantendo os laços preexistentes entre aqueles que lhe comungam o clima,  já que “arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compõem, a família terrestre é formada, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes e reajustes indispensáveis, antes as leis do destino”, considerando que “milhões de almas, detidas na evolução primária, jazem no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a Lei de Causa e Efeito e, inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem severos estatutos dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem respeito”. Em 1977, na entrevista reproduzida na obra CHICO XAVIER EM GOIÂNIA (geem), o médium explicaria que “o namoro e o noivado, em muitas ocasiões, estão presididos pelos Espíritos que serão os filhos do casal, os quais omitem as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem afetuosamente uns do outros”, o que explicaria o “esfriamento do interesse entre os cônjuges quando do renascimento dos filhos”. Um dos esclarecimentos mais objetivos encontramos em OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb, 1946), onde André Luiz repassa algumas considerações do Instrutor Barcelos que em sua última existência física se dedicara à atividades ligadas à saúde mental e, abordando a questão dos conflitos familiares e reencarnação, afirma que “os antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente irreconciliáveis entre pais e filhos, esposos e esposas, parentes e irmãos, resultam dos choques sucessivos da subconsciência, conduzida a recapitulações retificadoras do pretérito recente. Congregados, de novo, na luta expiatória ou reparadora, as personagens dos dramas, que se foram, passam a sentir e ver, na tela mental, dentro de si mesmas, situações complicadas e escabrosas de outra época, malgrado os contornos obscuros da reminiscência, carregando consigo fardos pesados de incompreensão, atualmente definidos por “complexo de inferioridade”. Justifica tal argumento dizendo que “no círculo das recordações imprecisas, a se traduzirem por simpatia e antipatia, vemos a paisagem das obsessões transferida ao campo carnal, onde, em obediência às lembranças vagas e inatas, os homens e as mulheres, jungidos uns aos outros pelos laços de consanguinidade ou dos compromissos morais, se transformam em perseguidores e verdugos inconscientes entre si, concluindo que “a extensão do sofrimento humano, nesse sentido, confunde-se com o Infinito”.

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