faça sua pesquisa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL E A LEI DE CAUSA E EFEITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Foram 300 anos de exploração, violência, dores e amores que, certamente, gerou não só dívidas coletivas, mas também individuais para os pioneiros que ajudaram a construir a nação brasileira. Historiadores, por outro lado, consideram que o braço cativo foi o elemento propulsor da nossa economia. Caçados, aprisionados, transportados acorrentados em porões de navios infectos, vendidos em lotes ou individualmente como mercadoria a que se atribuía valor pela dentição ou massa muscular, tratados como animais capazes de gerar crias, castigados cruel e selvagemente, às vezes morriam em função das agressões físicas a que eram submetidos. Fêmeas, como eram tratadas, vítimas de estupros, tinham seus filhotes separados para venda, mal nasciam. Oriundos do Continente Africano estima-se chegassem ao Brasil em torno de 130 mil anualmente, procedentes de Luanda e Benguela, Congo, Guiné Moçambique. Entre seis e nove milhões em três séculos. Como sabemos, a interpretação da Lei de Causa e Efeito explica que além das transgressões cometidas pelo indivíduo, há aquelas que podem ser assumidas por uma família, uma nação, uma raça, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas.. A mediunidade em nossa Dimensão, tem contribuído para o reequilíbrio de muitas criaturas presas a fatos por elas gerados durante a referida época. Na incalculável legião de necessitados que o abordaram ao longo das décadas em que serviu ao próximo em nome do Espiritismo, Chico Xavier, se fez instrumento para que muitos casos dolorosos e enigmáticos pudessem ser avaliados sob a ótica de Lei de Causa e Efeito. Dentre os que ficaram registrados em livro, selecionamos alguns, que apresentaremos começando pelo Efeito, remontando a Causa. CASO 1 – EFEITO – Menino, 10 anos, mudo, conduzido pela mão pelo pai, acometido por convulsões intermitentes epilépticas. CAUSA – Ações em encarnação anterior, em que ele, senhor de escravos, se comprazia em exercitar sua crueldade na boca dos cativos, aplicando ferro em brasa na boca dos coitados. Os acessos que tem são provocados pelo aflorar das lembranças das surras e castigos impostos aos escravos. CASO 2 – EFEITO – Mulher, cujo corpo era acometido de estranha moléstia que lhe impunha constantes cirurgias pelo aparecimento nos tendões nervosos, vermes, provocando-lhe dores atrozes, até serem extraídos pelas operações. CAUSA - Em vida passada, rica fazendeira, ao perceber a atração de seu marido por escrava moça recem comprada, roída pelo ciúme, a enclausurou num dos quartos da Fazenda, em lugar ermo, deixando-a morrer de fome e sede. Localizado o quarto, dias depois, pelo mau cheiro exalado, aberta a porta, foi encontrado o corpo da bela escrava todo coberto de vermes. CASO 3 – EFEITO – Homem, braço direito deformado com uns babados de carne mole, arroxeada, esquisita, mais parecendo um açoite enrolado, cheio de nós. CAUSA – Ações praticadas em encarnação anterior em que na condição de capataz, açoitou uma infinidade de escravos, levando muitos ao desencarne, por sua impiedade. Na existência atual, traz no braço o que lhe está no Espírito, um eco dos açoites irados que deu, impondo sofrimentos indescritíveis nas suas vítimas, que experimentará com o endurecimento gradual dos tais babados que se converterão num câncer que o ajudará a se livrar da culpa que carrega.CASO 4 – EFEITO - Três moças tratadas nos trabalhos de desobsessão no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), uma das quais tinha o estranho hábito de mastigar vidros, o que deixava os anfitriões que as hospedavam em sua casa, assustados e preocupados. CAUSA – Tratamento impiedoso aplicado a escravos de sua propriedade em vida anterior. Como ”Sinhás” da fazenda, usavam a força e o poder através de cruéis capatazes. Uma delas, por motivo fútil, fez enterrar um escravo – o Espirito que se manifestava – deixando apenas a cabeça de fora, mandando a besuntassem com mel, a fim de atrair insetos, onde permaneceu sozinho, em intermináveis sofrimentos, até encontrar a morte. Nas horas finais, em desespero ele clamava: “- Sinhá! Se existe alma depois desta vida, eu vou me vingar”, convertendo-se a jura, atualmente, na forte obsessão que acometera as três jovens...



 

Filmes espíritas, como “Nosso Lar” e outros, costumam mostrar cenas horripilantes de Espíritos em sofrimento, de Espíritos revoltados e violentos. Será que essas cenas não causam mais medo nas pessoas, mais do que ajudam? Será que os espectadores não ficam mais impressionadas com a questão da morte e do que lhes pode acontecer depois?

   Nós não conhecemos a arte cinematográfica para dizer que tais cenas poderiam ser apresentadas de outra maneira. Mas podemos dizer que, geralmente, os filmes procuram mostrar aquilo que vem descrito nos livros.

É claro que uma coisa é você ler, outra você visualizar no filme. Pode parecer que as cenas dos cinemas, por meio das imagens e dos efeitos sonoros, expressem com mais realidade as cenas que os livros descrevem.

Aliás, no cinema, de uma maneira geral e não só em filmes espíritas, tendem ao exagero, justamente para impressionar mais os sentidos dos espectadores.

No entanto, podemos dizer que é o objetivo é mostrar e não causar medo no espectador. Cada qual vai ver, sentir e interpretar da sua maneira.

Por outro lado, não podemos deixar de considerar que o cinema explora muito as cenas de violência nos filmes em geral, principalmente nas ficções e filmes para adolescentes, e de uma maneira exagerada.

Não vemos pais e educadores se manifestarem a respeito, até porque esses filmes predominam nas telas, procurando mostrar que somente a violência vence a violência, coisa em que não acreditamos.

Para os espíritas, e para os espiritualistas em geral, somente o amor vence a violência, e é isso que os filmes procuram mostrar, uma vez que não temos como negar a realidade da violência no mundo.

Portanto, caro ouvinte, não sabemos como a literatura espírita e o cinema podem abordar essas questões de outra forma.

domingo, 28 de dezembro de 2025

ESQUECIMENTO DO PASSADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A dúvida é bastante comum: - Como pode o homem aproveitar da experiência adquirida em suas anteriores existências, quando não se lembra delas, pois que, desde que lhe falta essa reminiscência, cada existência é para ele qual se fora a primeira; deste modo, está sempre a recomeçar. Suponhamos que cada dia, ao despertar, perdemos a memória de tudo quanto fizemos no dia anterior; quando chegássemos aos 70 anos, não estaríamos mais adiantados do que aos 10; ao passo que recordando as nossas faltas, inaptidões e punições que disso nos provieram, esforçar-nos-emos por evitá-las. Allan Kardec questionado por argumentos semelhantes, com sua costumeira sensatez, explicou: -“Tudo se encadeia no Espiritismo, e, quando se toma o conjunto, vê-se que seus princípios emanam uns dos outros, servindo-se mutuamente de apoio; e, então, o que parecia uma anomalia contrária à justiça e à sabedoria de Deus, se torna natural e vem confirmar essa justiça e essa sabedoria. Tal é o problema do esquecimento do passado, que se prende a outras questões de não menor importância e, por isso, não farei aqui senão tocar levemente o assunto. Se em cada uma de suas existências um véu esconde o passado do Espírito, com isso nada perde ele das suas aquisições, apenas esquece o modo por que as conquistou. Servindo-me ainda da comparação com o aluno, direi que pouco importa saber onde, como, com que professores ele estudou as matérias de uma classe, uma vez que as saiba, quando passa para a classe seguinte. Se os castigos o tornaram laborioso e dócil, que lhe importa saber quando foi castigado por preguiçoso e insubordinado? É assim que, reencarnando, o homem traz por intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em ciência e moralidade. Digo em moralidade porque se, no curso de uma existência, ele se melhorou, se soube tirar proveito das lições da experiência, se tornará melhor quando voltar; seu Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais firmeza; longe de ter de recomeçar tudo, ele possui um fundo que vai sempre crescendo e sobre o qual se apoia para fazer maiores conquistas. A objeção relativa ao aniquilamento do pensamento, não tem base mais segura, porque esse olvido só se dá durante a vida corporal; uma vez terminada ela, o Espírito recobra a lembrança do seu passado; então poderá julgar do caminho que seguiu e do que lhe resta ainda fazer; de modo que não há essa solução de continuidade em sua vida espiritual, que é a vida normal do Espírito. Esse esquecimento temporário é um benefício da Providência; a experiência só se adquire, muitas vezes, por provas rudes e terríveis expiações, cuja recordação seria muito penosa e viria aumentar as angústias e tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida parecem longos, que seria se a eles se juntasse a lembrança do passado? (...) Livre da reminiscência de um passado importuno, viveis com mais liberdade; é para vós um novo ponto de partida; vossas dívidas anteriores estão pagas, cumprindo-vos ter cuidado de não contrair outras. Quantos homens desejariam assim poder, durante a vida, lançar um véu sobre os seus primeiros anos! Quantos, ao chegar ao termo de sua carreira, não têm dito: “Se eu tivesse de recomeçar, não faria mais o que fiz!” Pois bem, o que eles não podem fazer nesta mesma vida, fá-lo-ão em outra; em uma nova existência, seu Espírito trará, em estado de intuição, as boas resoluções que tiver tomado. É assim que se efetua gradualmente o progresso da Humanidade.



  É verdade – disse ele - que Chico Xavier foi processado pela família de Humberto de Campos porque publicou livros psicografados com o nome do escritor falecido?

  Esse foi um dos casos mais extraordinários – com certeza, o único no mundo - não só para o meio espírita, como também para o mundo jurídico, que ocorreu  no ano de 1944, há cerca de 80 anos.

O escritor Humberto de Campos, primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, autor de várias obras durante sua vida no Rio de Janeiro, passou a escrever por Chico Xavier cerca de três anos após seu falecimento.

Na época Chico era um jovem, tinha apenas 27 anos. Seus livros eram publicados pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Os livros atribuídos a Humberto de Campos-Espírito eram Crônicas de Além-Túmulo; Reportagens de Além-Túmulo; Luz Acima; Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho e  Novas Mensagens.

Humberto de Campos, por outro lado, cronista e escritor de renome, deixou algumas dezenas de obras publicadas, sobretudo crônicas e contos.

Mas, sua família – ao saber que as obras psicografadas passaram a ser mais procuradas do que aquelas que ele publicou em vida, entrou com uma ação contra Chico Xavier e contra a editora.

A família alegava que não havia prova de que as obras tinham sido realmente produzidas por Humberto de Campos, não obstante demonstrassem o estilo inconfundível do autor. E, diante disso, ela reivindicava provas concretas fornecidas por críticos literários, e se as ditas obras psicografadas fossem realmente de Humberto-Espírito, que os direitos autorais provenientes da venda dessas obras viessem para a família.

  Na ocasião, para defender o Chico e se defender, a Federação Espírita Brasileira contratou o advogado Miguel Timponi, um nome muito respeitável no meio jurídico. Timponi pediu à FEB uma assessoria doutrinária para provar que as obras psicografadas eram autênticas, o que não foi difícil conseguir, reunindo grandes estudiosos do Espiritismo.

O assunto gerou polêmica na época e repercutiu durante dias nos principais periódicos do país, transformando-se em livro intitulado "A PSICOGRAFIA ANTE OS TRIBUNAIS".

Nessa obra Timponi relata todo o processo – juntando pareceres de críticos literários -  até a decisão final da justiça que reconheceu que, para fins legais, os direitos autorais não poderiam ser atribuídos a um espírito desencarnado.

 A justiça não era competente para resolver a questão da autoria espiritual, uma vez que o assunto está fora de sua alçada e pertence mais à filosofia e à ciência.

A viúva levou o processo ao Tribunal de Apelação do Distrito Federal, onde o relator, Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa, indeferiu o provimento ao recurso, confirmando a sentença. 

Ao analisar o caso, Rodrigo Kaufmann, na obra "Memória Jurisprudencial", acredita que entre os vários casos no qual atuou o ministro Ribeiro da Costa, nenhum ganhou tanto destaque quanto o processo de Humberto de Campos.  

Por outro lado, a mãe de Humberto de Campos, Ana de Campos Veras, ainda encarnada na época, havia reconhecido o estilo do filho nas obras psicografadas, fez amizade com o Chico, e foi entrevistada pela imprensa.

Dona Ana de Campos declarou para o jornal o Globo de julho de 1944: "Não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério (...) Só um homem muito inteligente, muito culto e de fino talento literário poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho ".

Mais tarde, o filho mais velho do autor, Humberto de Campos Filho declarou-se espírita e escreveu um livro a respeito do caso, intitulado “IRMÃO X, MEU PAI”, alusão ao cognome que Humberto de Campos-Espírito passou a utilizar nas várias obras que psicografou posteriormente.

Para se conhecer o caso, que teve vários desdobramentos, e também o processo movido contra o médium e a editora, você, prezado ouvinte, deve ler os livros “PSICOGRAFIA ANTE OS TRIBUNAIS”, “NOVAS MENSAGENS”, este último como várias cartas enviadas por Humberto-Espírito aos seus familiares, mais o livro  ‘IRMÃO X, MEU PAI” de Humberto de Campos Filho.


sábado, 27 de dezembro de 2025

CASAMENTO E COMPROMISSO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Dos 20 CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO (Nova Cultural,1971) reunidos em 1966 no livro do mesmo título, pelo psiquiatra canadense Ian Stevenson, dois foram coletados no Brasil. Curiosamente numa mesma família, residente em Dom Feliciano, Estado do Rio Grande do Sul. Um deles, o da jovem Maria Januária de Oliveira que, na véspera de sua morte por tuberculose contraída pelo desinteresse pela vida ao ver frustrados seus sonhos afetivos por intransigência do pai, prometeu à amiga Ida Lorenz que retornaria e renasceria como sua filha, predizendo ainda que quando começasse novamente a falar, contaria muitas coisas sobre a vida que estava abandonando voluntariamente. Dez meses após sua morte, Ida deu à luz a uma menina batizada Marta, que, efetivamente, ao atingir os dois anos e meio, começou, para espanto dos familiares, a falar sobre fatos da vida de Sinhá. O outro caso é de Paulo que, como destaca o Dr Stevenson, responsável pela cadeira de Psiquiatria na Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos da América do Norte, ilustra, primeiro “uma diferença de sexo nas duas personalidades”; segundo, “uma personificação altamente desenvolvida da primeira, por parte da segunda pessoa”; e, terceiro, “a manifestação, nas segunda personalidade, de um talento especial para a costura que, embora nada tendo em si de incomum, foi nesta família, na verdade, grande e quase especificamente desenvolvido nestes dois filhos, em mais nenhum outro, numa família de 13 filhos”. Paulo seria a reencarnação de Emília, a segunda filha do casal Ida e Francisco Valdomiro Lorenz. Apurou o professor Stevenson que “Emília em sua curta existência foi uma pessoa profundamente infeliz, sentindo-se constrangida como menina e, alguns anos antes de sua morte, disse, a vários de seus irmãos e irmãs, mas não aos pais, que se existisse reencarnação, ela retornaria como homem. Disse também que desejava morrer solteira, e, embora tenha tido várias propostas de casamento, recusou todos os pretendentes. Cometeu várias tentativas de suicídio. Em uma delas, tomou arsênico, cuja ação foi neutralizada pela grande quantidade de leite que a fizeram tomar. Afinal tomou cianureto, em consequência do que morreu aos 19 anos, em 12 de outubro de 1921”. Na época da morte de Emília, Ida Lorenz já tinha tido doze filhos, e, embora não esperasse engravidar novamente, o fato se repetiu e, pouco mais de uma ano e meio depois da morte de Emília, deu à luz a um menino a que deram o nome Emílio, tratado na intimidade familiar de Paulo. Nos primeiros quatro ou cinco anos de vida, Paulo recusou resolutamente usar roupas de menino. Usava de menina ou nenhuma. Brincava com meninas e bonecas.  Quando tinha quatro ou cinco anos, fizeram-lhe um par de calças de uma saia que havia sido de Emília, o que agradou-lhe, consentindo, desde então, em usar roupas de menino. Fez vários comentários, confirmando sua identidade com Emília, tendo também em comum vários outros traços ou interesses como Emília. Na personalidade de Emília, demonstrava talento para costura, ultrapassando muito em competência suas irmãs mais novas e a própria mãe, Ida, que não gostava de coser, nunca tendo usado uma máquina de costura, que compraram para Emília que a usou bastante. Depois da morte de Emília, fracassaram as tentativas de ter uma sucessora para ela e, mesmo as que aprenderam, não demonstraram a mesma habilidade da irmã. Ao contrário, Paulo manifestou real habilidade antes de ter recebido qualquer instrução, quando tinha menos de 5 anos, pois após a mudança no sentido do desenvolvimento mais masculino, não prosseguiu demonstrando a perícia em costurar, praticamente esquecida na fase adulta. Segundo Stevenson, aos 39 anos, quando o conheceu, Paulo conservava uma tendência mais feminina que muitos homens de sua idade, não tendo se casado e lidando pouco com mulheres, exceto suas irmãs. Submetido a teste específicos, o Dr Stevenson concluiu que, “embora Paulo estivesse com menos tendência à feminilidade do que quando criança, persistia nele um grau definitivamente maior de tal tendência do que em homens de sua idade”.



 Dizem que o casamento é um compromisso muito sério, que foi firmado na espiritualidade antes desta vida. Se isso é verdade, para o Espiritismo, as separações não têm sentido, porque mais cedo ou mais tarde, mulher e marido voltarão a se encontrar, mesmo que seja depois desta vida. Então, pergunto, não vale mais aquele juramento que diz “até que a morte os separe”?

O casamento ou a união realizada aqui na Terra pode ser um compromisso do passado. Mas esse compromisso nem sempre significa que marido e mulher tiveram boa convivência em existência anterior.

Às vezes, a união do casal em forma de casamento é para resolver problemas que ainda não foram resolvidos. Nesse caso, sempre um dos parceiros está mais preparado para buscar entendimento.

Mas, essa experiência pode ser apenas uma tentativa, que nem sempre dá certo. Já viveram juntos e não se entenderam. Voltam para numa nova experiências juntos e não conseguem se conciliar, separando de novo.

Um caso de tentativa frustrada encontramos no livro AÇÃO E REAÇÃO de André Luiz, onde o autor conta o caso do casal MARCELA e ILDEU. Apesar do sacrifício de Marcela, retornando à vida terrena para ajudar o marido, todos os esforços foram em vão.

Por outro lado, existem aqueles casos em que o casal vem para realizar uma tarefa importante, uma verdadeira missão, seja junto aos filhos, ao restante da família e até mesmo no seio da comunidade onde vão viver.

Não é difícil perceber quando isso acontece, até porque as relações entre eles são boas e geralmente eles estão dispostos a renunciar pela causa que abraçam.

Porém, a reaproximação daqueles que não se entenderam, como marido e mulher, não precisa vir necessariamente por meio do casamento. Muitos Espíritos retornam para reconciliarem em outras circunstâncias, como pais e filhos ou mesmo como irmãos.

Desse modo não é sempre verdadeira aquela afirmação de que, separando nesta encarnação, deverão voltar na outra como marido e mulher para completar a jornada.

Os casamentos, hoje, tendem a durar muito pouco, em face do reconhecimento dos direitos da mulher. No passado, a mulher suportava o marido, porque tinha medo de se separar, por causa da pressão das famílias e da sociedade.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

TATUAGENS E PIERCINGS- REFLEXÃO LÓGICA E SIMPLES ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O Espiritismo revela que o Espírito em grande parte de sua caminhada evolutiva se reveste de um corpo sutil denominado por Allan Kardec períspirito. Na verdade, o mesmo corpo espiritual citado por Paulo de Tarso em suas cartas ou corpo astral das tradições hindus. Segundo a Doutrina Espírita, não apenas mero veículo de manifestação, mas, intermediário de impressões do Espírito e do corpo físico através de complexo de comunicação que se serve do sistema endócrino no corpo físico e os chamados centros de força - ou chackras -, no perispirito. Serve para a constatação da individualidade do Espírito sem o corpo material, fazendo dele um Ser distinto dos outros, como explicado n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Acrescentando informações sobre as linhas morfológicas dos desencarnados, o Espírito André Luiz informa no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (1958, feb), serem “comumente aquelas que trouxeram do mundo, a evoluírem, contudo, constantemente para melhor apresentação, toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados”. Acrescenta que “a forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante”, visto que “fora do arcabouço físico, a mente se exterioriza no veículo espiritual com admirável precisão de controle espontâneo sobre as células sutis que o constituem”. Ressalva que “se o progresso mental não é positivamente acentuado, mantém a personalidade desencarnada, nos planos inferiores, por tempo indefinível, a plástica que lhe era própria entre os homens, sofrendo nos planos relativamente superiores, processos de metamorfose, mais lentos ou mais rápidos, conforme suas disposições íntimas”. Exemplifica citando o “caso da alma desenleada do envoltório físico transferida para a moradia espiritual, em adiantada senectude, a qual gastará algum tempo para desfazer-se dos sinais de ancianidade corpórea, desejosa de remoçar o próprio aspecto, que deverá esperar o auxílio do tempo - caso da maioria esmagadora de Espíritos desencarnados -, por não disporem ainda de bastante aperfeiçoamento moral e intelectual, condição imprescindível para revelar o poder plástico sobre as células que lhes entretecem o instrumento de manifestação”. Sabemos através de Allan Kardec que “conforme o Espírito for mais ou menos puro e liberto das atrações materiais, o meio em que estiver, o aspecto das coisas, as sensações que experimentar, as percepções que possuir, determinará não apenas infinitas possibilidades de seu estado feliz ou infeliz no Plano Espiritual situando-o em diferentes moradas, não localizadas nem circunscritas”, sabe-se hoje, agrupadas segundo os impositivos da afinidade, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram, conforme explicações do Espírito Abel Gomes, através do médium Chico Xavier, que aduz “existirem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam em colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou conscienciais os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico já que cada mente vive na Dimensão com que se harmonize”. Tais comentários  tornam compreensíveis imagens oferecidas pelo Espírito Luiz Sérgio no livro MAIS ALÉM DO MEU OLHAR (2001, recanto), psicografado pela médium Irene Pacheco Machado, relatadas no capítulo seis descrevendo incursão pelo Vale dos Tatuados, situado em faixas espirituais sombrias existentes ao redor do Planeta Terra. Cita contato com jovem desencarnado ostentando uma “tatuagem de Jesus, com lenço amarrado na boca, amordaçado para que não o convertesse”, dizendo ser visitante frequente do Plano físico por “gostar demais de ficar intuindo caras que fazem tatuagens, para que sejam mais criativos”. Viu jovens mulheres com o corpo todo marcado por tatuagens, uma das quais não adepta dos “piercings” que considerava uma agressão ao corpo, indicando alguém que morreu de “câncer na língua, tantos “piercings” colocou nela”. Descreve cenas impactantes do que vê acompanhando a equipe em transito por aquele quase surreal Vale, tendo sua atenção atraída, em dado instante, para “várias mulheres com “piercings” nos lugares mais estranhos, exibidos em meio a gargalhadas, tendo a língua caída até o busto, pelo peso dos adornos nela implantadas quando encarnadas”. Afastando-se daquele cenário dantesco, foi seguro pelas pernas por jovem implorando lhe fosse removida de seu corpo perispiritual tatuagem em que se via a figura de Satanás batendo no Cristo, imagem, segundo ela, escolhida para chamar a atenção do grupo em que se enturmara, o que lhe valeu a liderança do mesmo. Ponderando sobre o assunto, Luiz Sérgio lembra que “antes a tatuagem era usada somente por presidiários e marinheiros, tornou-se modismo, pelo desejo de muitos Espíritos de agredir a sociedade, por sinal, em sua maioria, oriundos de lares desajustados”. Por representar opção assumida no exercício consciente do livre arbítrio, e no uso da mente na definição das imagens gravadas no próprio corpo, entende-se por que após a morte, tais inscrições conservam-se no corpo espiritual.



                                                                                 Ultimamente tenho visto algumas cartas psicografadas de pessoas famosas, que a imprensa publica. Será que essas cartas são verdadeiras? Como saber?

O médium que se destacou no Brasil no recebimento de cartas psicografadas foi Chico Xavier.  Acreditamos que recebeu milhares de cartas, cada uma endereçada a familiares.

Na última etapa de sua mediunidade, era comum comparecerem centenas de pessoas à Casa Espírita da Prece, em Uberaba, buscando contato com familiares desencarna

A maioria delas era de jovens que voltavam para atender aos apelos dos pais, sobretudo das mães, que pretendiam uma prova de que seus filhos tinham sobrevivido à morte e estavam bem.

Chico Xavier, porém, foi um caso muito especial na história da mediunidade, que se impôs pela sua conduta e pelo seu espírito cristão, fazendo-se respeitar por todos os cantos do Brasil.

Isso não quer dizer, porém, que não existam outros médiuns que possam receber cartas psicografadas, mas não podemos desconsiderar que a moral do médium é um dos atestados mais autênticos das comunicações que recebem.

De fato, temos visto algumas dessas cartas de gente famosa, mas não temos elementos para dizer se são autênticas ou não.

Quem pode dizer melhor sobre a autenticidade das cartas é a família do desencarnado, até porque os Espíritos, quando querem se fazer reconhecer, sempre deixam alguma marca especial para se fazerem reconhecidos.

Famosos, que se dirigem ao público e especialmente a seus admiradores, nas cartas que pudemos ler, geralmente falam de forma muito generalizada e superficial que, em si, não trazem novidades.

Não sabemos se esses Espíritos de famosos se dirigem diretamente aos seus familiares. O ideal seria que isso acontecesse, porque facilitaria o reconhecimento.

Por outro lado, sabemos que, muitas vezes, não é fácil para um Espírito conseguir um médium com quem se afine, pois, em matéria de comunicação mediúnica, a sintonia entre o Espírito e o médium é fundamental.

Desse modo, antes de questionarmos se a carta é autêntica ou não, porque não temos elementos comprobatórios, devemos considerar o teor da mensagem e verificar se ele traz alguma mensagem que possa ser bem utilizada por todos.

O mais importante, numa mensagem da espiritualidade, porém, é a mensagem em si, se ela é séria, sóbria e construtiva; se vai servir para ajudar os admiradores desses famosos a acreditar em Deus e na vida após a morte.

 

 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

ILUSÃO DAS APARÊNCIAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

As chamadas reuniões de tratamento da obsessão poderão se constituir em fonte inesgotável de confirmação dos Princípios da Reencarnação, bem como dos mecanismos do instrumento que os regula que é a Lei de Causa e Efeito. O caso do Espírito Joaquim tratado no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), enquadra-se na situação. Segundo o dirigente encarnado dos trabalhos ali realizados em favor da desobsessão, a entidade manifestou-se numa das reuniões através do médium Chico Xavier, revoltada e infeliz. Dizia-se molestado por fortes jatos de água fria, alegando estar sendo dissecado vivo numa aula de anatomia numa Faculdade de Medicina. Afirmava sentir pavoroso sofrimento, repetindo, a cada passo, entre lágrimas: -“Como é possível aplicar semelhante procedimento a um homem vivo? Não há justiça na Terra?”. Meses depois, retornaria, segundo ele, para trazer ao grupo notícias suas. Na comunicação preservada em um gravador disponibilizado por admirador daquelas tarefas e depois transcrita, Joaquim conta o seguinte: -“Minha derradeira máscara física era a de um pobre homem, que tombou na via pública, num insulto cataléptico. Tão pobre que ninguém lhe reclamou o suposto cadáver. Conduzido à laje úmida, não consegui falar e nem var, contudo, não obstante a inércia, meus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de mim mesmo, estavam vigilante. Impossível para mim descrever-nos o que significa o pavor de um morto-vivo. Depois de muitas horas de expectação e agonia moral, carregaram-me seminu para a câmara fria. Suportei o ar gelado, gritando intimamente sem que a minha boca hirta obedecesse. Não posso enumerar as horas de aflição que me pareceram intermináveis. Após algum tempo, fui transportado para certo recinto, em que grande turma de jovens me cercou, em animada conversação que primava pela indiferença à minha dor. Inutilmente procurei reagir. Achava-me cego, mudo, paralítico... Assinalava, porém, as frases irreverentes em torno e conseguia ajuizar, quanto à posição dos grupos a se dispersarem junto de mim... Mais alguns minutos de espera ansiosa e senti que lâmina afiada me rasgava o abdômen.  Protestei com mais força, no imo de minha alma, no entanto, minha língua jazia imóvel. Tolerando padecimentos inenarráveis, observei que me abriam o tórax e me arrebatavam o coração para estudo. Em seguida, um hoque no crânio para a trepanação fez-me perder a noção de mim mesmo e desprendi-me, enfim, daquele fardo de carne viva e inerte, fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo, sem rumo... Não tenho palavras para expressar a perturbação a que me reduzira. E, até agora, não sou capaz de imaginar, com exatidão, as horas que despendi na correria martirizante. Trazido, porém, à vossa casa, suave calor me requentou o corpo frio. Escutei vossas advertências e orações. E braços piedosos de enfermeiros abnegados conduziram-me de maca a um hospital que funciona como santa retaguarda, além do campo em que sustentais abençoada luta. Banhado em águas balsâmicas, aliviaram-se-me as dores. Transcorridos alguns dias, implorei o favor de vir ao vosso núcleo de prece, solicitando-vos cooperação para que todos os cadáveres, constrangidos aos tormentos da autopsia, recebessem, por misericórdia, o socorro de injeções anestésicas (...). Em resposta, porém, à minha alegação, um de vossos amigos, que considero agora também por meus amigos e benfeitores -, numa simples operação magnética, mergulhou-me no conhecimento da realidade e vi-me, em tempo recuado, envergando o chapéu de um mandarim principal. O rubi simbólico investia-me na posse de larga autoridade. Revi-me, numa noite de festa, determinando que um de meus companheiros, por mero capricho de meu orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado. Ao amanhecer, recomendei lhe furtassem os olhos. Mandei algemá-lo qual se fora um potro selvagem, embora clamasse compaixão. Impassível, ordenei fosse ele esfolado vivo. Depois, quando o infeliz se debatia nas vascas da morte, decidi fosse o seu crânio aberto, antes de entregue aos abutres, em pleno campo. Exigi, ainda, lhe abrissem o abdômen e o tórax. Reclamei-lhe o coração numa bandeja de prata. O toque magnético impusera-me o conhecimento de minha dívida”.


Sabemos que todos nós estamos no lugar certo, passando o que realmente precisamos passar, sofrendo o que realmente precisamos sofrer, porque tudo isso é Lei do Carma. Pergunto: pensando assim, por que ajudar as pessoas nos seus problemas, por que procurar minorar o sofrimento do próximo quando é pelo sofrimento que ele deve aprender? Não estamos interferindo indevidamente no seu carma?

Quando madre Teresa de Calcutá passou a trabalhar pelos pobres e abandonados da Índia, logo teve contra si os religiosos hindus, que usavam desse mesmo argumento.

Hinduísmo, que é reencarnacionistas e muito mais antigo que o Cristianismo, afirma que não devemos ajudar as pessoas que sofrem, porque estaríamos interferindo no seu carma e impedindo sua evolução.

Não é assim que o Espiritismo entende. O Espiritismo segue Jesus e acredita num Pai bom e misericordioso. A reencarnação é uma oportunidade de que o Espirito desfruta para avançar.

Contudo, a lei divina não é tão implacável, a ponto de esquecer o nosso sofrimento. Ao longo da reencarnação pode contar com o auxílio daqueles que se propõem a nos ajudar nesse caminho evolutivo.

O auxílio dos outros, portanto, ao invés de ser um mal ( como pensam os hindus) é um bem, que acaba contribuindo para que aprendamos a importância da caridade nesse caminhar.

Portanto, essa conduta cristã, a caridade, tem dois grandes objetivos: ajudar quem necessidade e nos dar ensejo de aprender a praticar o bem.

É por isso que Jesus ensinou o amor ao próximo, pois este é o seu ideal, a construção de uma sociedade fraterna, onde as pessoas se amem e se entreajudem, não só em situações extremas – como a miséria, a fome, a doença – mas do dia a dia de nossas relações.

- Um aluno, que está com dificuldade nos estudos, não merece ser ajudado para aprender a vencer certos conteúdos? Um trabalhador, que não está dando conta do serviço, não precisa de uma orientação para desenvolver suas atividades?

Logo, ajudar alguém não é interferir no seu carma ou atrapalhar sua jornada. Pelo contrário. Ajudar alguém é estimulá-lo a caminhar mais depressa em busca de suas metas de aperfeiçoamento, e também para que aprenda a amar ao se sentir amado.

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

O QUE MAIS GEORGE VIU E SENTIU; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Quatro sessões foram necessárias para que o Psiquiatra George Ritchie contasse ao seu paciente a incrível experiência que teve aos 21 anos. Segue sua narrativa lembrando que “ao constatar que o corpo coberto com os braços pendendo ao lado do leito em que se encontrava era igual ao seu, confuso e assustado, entregou-se a raciocínios sobre como conciliar as duas coisas: estar morto e acordado. Preso ao conceito de que a morte era o “nada”, desesperado, afundou na cama, literalmente, pois o corpo ali acomodado, não conseguiu contatar sua própria substância, aumentando-lhe o receio. Sem ter qualquer certeza, percebeu uma mudança na luminosidade do quarto em que estava. Uma luz cada vez mais intensamente brilhante, que não poderia ser produzida pela lâmpada de 15 watts acesa sobre a mesinha de cabeceira, claridade vinda de parte nenhuma, definiu-se numa forma humana, um homem feito de luz. A partir daí sua intensa e perturbadora vivência tornou-se mais impressionante. Alguns dos aspectos mostrando uma face da vida nunca antes cogitada foram os seguintes: 1- Telepaticamente, como se as ideias e conceitos estruturarem-se dentro dele, o Ser iluminado, que, a princípio pensou fosse Jesus, ordenou que levantasse, após o que, ocorreu como que uma recapitulação de toda sua vida, desde a infância, revendo em frações de tempo, detalhes perdidos na memória. 2- Cada pormenor dos 20 anos até ali vividos por ele foi recuperado nos seus pontos positivos, negativos, no habitual e comum, surgindo um questionamento, pensou, originado, como o efeito anterior, do Ser iluminado que tinha diante de si: -“Que fez Você da sua vida?”, pergunta que parecia dizer respeito a valores, e, não a fatos, seguida de outra ante seu silêncio: -“Que tem você para me mostrar daquilo que fez com sua vida?”. 3- Em determinado momento, sentiu-se voar bem alto, sobre a Terra, junto ao Ser iluminado, em direção a um longínquo ponto de luz, impressão diferente da viagem em desdobramento que fizera anos antes, ponto que ganhou as dimensões de uma grande cidade, em que se sentiu descer, em meio à noite. 4- Testemunhou uma população invisível interagindo com outra visível a qual influenciava ou usava, na ânsia, muitas vezes, desesperada de ter acesso àquilo que a ausência do corpo não possibilitava. 5- Com a rapidez do pensamento, viajou com o Ser iluminado de cidade a cidade, por lugares aparentemente familiares, dos Estados Unidos e, possivelmente, do Canadá, regiões que conhecidas, exceto pelos milhares de seres não físicos que, agora, observava ocupando também aquele espaço “normal”. 6- Viu um moço dentro de uma casa, seguindo homem mais velho, repetindo “desculpe, pai! Eu não sabia o que aquilo ia causar à mamãe. Eu não compreendia”; um rapaz que pelos corredores de um colégio, dizendo a uma adolescente “desculpe, Nancy!”; uma mulher de meia idade dirigindo a um homem de cabelos grisalhos, súplicas de perdão; fatos explicados mentalmente pelo Ser iluminado como sendo, “suicidas agrilhoados a cada consequência do ato cometido”. 7- Aos poucos, começou a reparar que todas as pessoas vivas que observava, traziam em torno de si mesmas uma pálida luminescência, semelhante a um campo elétrico que sobrepairava à superfície de seus corpos, acompanhando-as em seus movimentos, como se fosse uma segunda pele, uma luz pálida, quase imperceptível. 8- Num bar-churrascaria sujo para o qual foi conduzido, observou que uma parte dos homens que estavam de pé, eram incapazes de levar os drinques até os lábios, seguidamente, tentando agarrar as doses ao alcance da mão que passava através das canecas, do balcão de madeira e, até dos braços e corpos dos beberrões à volta deles. As descrições do registrado por George na Dimensão em que se via se sucedem compondo uma singular história, surpreendendo a cada linha o leitor da obra VOLTAR DO AMANHÃ (nórdica,1980), escrito em 1978. Por fim, deslocando-se velozmente - sempre acompanhado da Presença luminosa -, se viu de volta ao quarto onde localizara seu corpo, com o anel semelhante ao que carregava num dos dedos da mão. A muito custo, moveu os braços, o que lhe pareceu semelhante a tentar içar barras de chumbo, entrelaçando os dedos, de forma que conseguiu com os da mão direita, tocar o aro com a pedra oval, que estava no anular da mão esquerda, girando-o devagar várias vezes. Descobriu mais tarde que na manhã do dia 21, teve sua morte clinicamente confirmada, após diagnóstico de pneumonia dupla, retornando à vida quando já se iniciavam os preparativos para envio do corpo ao necrotério do Hospital. Para surpresa de todos, nove minutos haviam se passado.


- Ao afirmar que “fora da caridade não há salvação”, o Espiritismo quer dizer que basta a gente ajudar os pobres e socorrer os que precisam de nós, sem necessidade de religião, e a gente já está salvo?

Não é bem assim, caros ouvintes. Há, pelo menos três pontos que devemos considerar para explicar esse lema escolhido por Kardec. Primeiro, o que é caridade?

A maioria entende que caridade é dar alguma coisa a alguém, principalmente bens materiais, como roupa, alimento, calçado, etc. No Espiritismo, a caridade implica em praticar a benevolência, ser indulgente para os erros alheios e o perdão da ofensa.

Só aí já dá para perceber que a caridade não é apenas ser benevolente. Faltam a compreensão para com os erros alheios e o perdão das ofensas, o quer já pode ser vivenciado no dia a dia, a partir das relações com os mais próximos, principalmente familiares.

Em segundo lugar, salvação não apenas é obter um céu depois da morte, como geralmente asa pessoas imaginam,  mas reabilitar-se espiritualmente agora, nesta vida, vencendo o egoísmo e o orgulho, através do exercício do amor, pois somente o amor nos identifica com Deus.

No dizer de Chico Xavier, dar comida ao faminto, fornecer agasalho ao pobre, socorrer o doente, etc. são ferramentas, que Deus nos dá, para que com elas possamos aprender a amar. O objetivo da vida é o amor.

Se não estivermos aprendendo a amar, essas ferramentas ( ou seja, essas oportunidades de fazer bem ) estarão sendo mal aproveitadas. Elas podem, sim,  ajudar os outros a quem socorremos, mas não nos ajudarão a nós mesmos crescer espiritualmente.

  Logo, como não é difícil perceber, o mérito não está propriamente em ajudar, mas em como ajudar. Por que? Porque podemos servir aos outros, mas  com indiferença ou desprezo, para alimentar nosso orgulho. Neste caso, estamos deixando de praticar a caridade para nós mesmos.

Desse modo, é fácil compreender que a finalidade da prática do bem ( de ajudar os pobres e necessitados) é primeiramente de exercitar nossos sentimentos para o bem e desse modo sairmos desta vida numa condição espiritual melhor do que quando aqui chegamos.

É claro que auxiliar os outros sempre terá algum mérito, mas se seguirmos Jesus quando disse “não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita”, ou seja, fazendo o bem para ostentação (isto é, com orgulho) e não o fazendo com humildade, deixaremos de obter o melhor resultado com as nossas boas ações.

Cavalcante, um personagem do livro OBREIROS DA VIDA ETERNA, foi preparado em Nosso Lar para vir à Terra e atuar no meio católico como tarefeiro do bem.

Ele, de fato, se dedicou com muito empenho a atividades caritativas da Igreja, permanecendo a maior parte do tempo junto aos pobres. No entanto, Cavalcante negligenciou o lar, não tratou a esposa como deveria e acabou se separando dela.

Quando chegou o momento de seu desencarne, ele estremeceu. Pensando na esposa que, inclusive, já estava desencarnada, passou a amargar um profundo sentimento de culpa, que o impedia de desencarnar em paz.

Entre a morte e a desencarnação, com o corpo que já iniciara a decomposição, houve um largo período de sofrimento que levou o médico a pensar na possibilidade da eutanásia.

Devido aos seus méritos, no entanto, os Espíritos protetores conseguiram interceder em seu favor, facilitando a presença de sua esposa, com que ele finalmente pôde conversar e se entender.

Somente assim, aliviado do enorme peso moral da culpa que o retivera ao corpo, Cavalcante conseguiu desencarnar.  


domingo, 21 de dezembro de 2025

PRECE FUNCIONA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

“-Fui induzida a contemplar o que podemos chamar de aura da Terra. Meu guia exclamou: - Busca ver como a Humanidade se une pelo pensamento aos Planos Invisíveis. O teu golpe de vista abrangeu a paisagem, procure agora os detalhes. Fixando atentamente o quadro, notei que filamentos estranhos, em posição vertical, se entrelaçavam nas vastidões sem se confundirem. Não havia dois iguais e suas cores variavam do escuro ao claro mais brilhante. Alguns se apagavam, outros se acendiam em extraordinária sucessão e todos eram possuídos de movimento natural, sem uniformidade em suas particularidades. ‘-Esses filamentosdisse com bondade -, são os pensamentos emitidos pelas personalidades encarnadas. Esses raros que aí vês, e que se caracterizam pela sua alvura fulgurante, são os emitidos pela virtude e quando nos colocamos em imediata relação com uma dessas manifestações, que nos chegam dos Espíritos da Terra, o contato direto se verifica entre nós e a individualidade que nos interessa’.  Aguçada minha curiosidade, quis entrar em relação com um pensamento luminoso que me seduzia, abandonando todos os outros, que nos circundavam, para só fixar a atenção sobre ele. Afigurou-se-me que os demais desapareciam, enquanto me envolvia nas irradiações simpáticas daquele traço de luz clara e brilhante. Ouvi comovedora prece, vendo igualmente uma figura de mulher ajoelhada e banhada em pranto. Num átimo de tempo, por intermédio de extraordinária interfluência de pensamentos, pude saber qual a razão das suas lágrimas, das suas preocupações e como eram amargos seus sofrimentos. Sensibilizada, instintivamente enviei-lhe pensamentos consoladores. Como se houvera pressentido, via-a meditar por instante com o olhar cheio de estranho brilho, levantando-se reconfortada para enfrentar a luta, sentindo grande alívio”. O curioso depoimento pertence ao Espírito Maria João de Deus que possibilitou a reencarnação a Chico Xavier, na condição de mãe, e que, em 1935, atendendo-lhe pedido começou a escrever CARTAS DE UMA MORTA (lake), concluído no ano seguinte. Pesquisando a prece, Allan Kardec, entrevistando os Espíritos que o auxiliaram a viabilizar a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, obteve, entre outras, a informação na questão 662 que “pela prece aquele que ora, atrai os bons Espíritos que se associam ao Bem que deseja fazer”, comentando que “possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea”. N’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Kardec escreveu que “a prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o Ser a que nos dirigimos(...). As dirigidas a Deus são ouvidas pelo Espíritos  encarregados da execução dos seus desígnios(...). O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento (...). Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no Fluido Universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do Fluido Universal se ampliam ao Infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum Ser, na Terra ou no Espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. É assim que “a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, que então nos transmitem suas inspirações”. Abordando o poder da prece diz que “está no pensamento, e não depende das palavras,  do lugar, nem do momento em que é feita, podendo-se orar em qualquer lugar e a qualquer hora, a sós ou em conjunto”. Afirma que a “prece em comum tem ação mais poderosa”. Nas “reportagens” escritas através de Chico Xavier pelo Espírito conhecido como André Luiz, encontramos inúmeros ensinos a propósito da prece.  No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), o Ministro Clarêncio afirma que a “prece, qualquer que ela seja, é ação provocando reação. Conforme sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo a finalidade a que se destina.”. André aprende existir a oração refratada, ou seja, aquela cujo impulso luminoso teve sua direção desviada, passando a outro objetivo”. Tal prece, no livro, fora formulada por adolescente órfã, 15 anos, rogando auxílio à mãe desencarnada, supondo que ela se encontrasse junto a Deus, quando na verdade, inconformada e atormentada, ela se mantinha na invisibilidade do próprio lar que deixara compulsoriamente pelo fenômeno da morte física. Mais à frente, ouve que “a oração é o meio mais seguro para obter-se a influência espiritual que se faz através do pensamento, no canal da intuição”, sendo ainda “o remédio eficaz de nossas moléstias íntimas”, abrindo um caminho de reajuste para o que ora.




O que vemos atualmente na televisão principalmente é essa busca frenética do prazer, a preocupação excessiva com a aparência (começando pelos artistas) e também com a condição social. Isso não pode ser por influência de entidades que querem impedir a chegada do mundo de regeneração?

Quando o ser humano estiver preocupado mais com a sua espiritualidade, essa preocupação com as aparências e essa busca do prazer sensual sofrerá significativa queda.

Mas nós ainda estamos distantes dessa condição e, muitas vezes, ao invés de caminharmos em direção ao nosso crescimento espiritual, vamos em sentido contrário; preferimos fugir de nós mesmos na busca de vantagens no mundo exterior, numa sociedade cada vez mais materialista.

Não estamos subestimando os cuidados com a aparência, tampouco as experiências prazerosas que fazem parte da vida. Não é isso. Estamos nos referindo ao excesso, àquilo que fere o bom senso e que acaba afetando demasiado a nossa vida emocional por causa da dessa saciedade sem limites e das frustrações.

Tudo aquilo que nos prende demasiado ao mundo material, tudo que ultrapassa os limites do bom senso, do equilíbrio, além de nos atormentar a mente, acaba nos levando ao individualismo e à disputa de poder uns diante dos outros e, por isso mesmo, é prejudicial ao espírito.

Mais cedo ou mais tarde, o corpo fica e o espírito vai. Se ele ainda estiver muito apegado a esses valores transitórios, como a exaltação da aparência física e a busca desenfreada do prazer, certamente sofrerá essa perda e poderá ser vítima de muitos tormentos.

No entanto, temos de considerar que a humanidade, ao longo de sua evolução, sempre esteve sujeita às mais variadas influências que a distanciaram da espiritualidade.

Através dos séculos tivemos momentos muito propícios ao cultivo de valores materiais e que não nos ajudaram a crescer espiritualmente. Ao contrário, sempre foram causa de disputas individuais, de autodestruição e até de tragédias.

Jesus de Nazaré, o Cristo, foi o maior propagador da espiritualidade no mundo ocidental, Buda e outros mestres destacaram as qualidades do espírito no mundo oriental, mas a  lembrança deque esses mestres ensinaram ainda ecoa nos recônditos da consciência coletiva.

  A influência espiritual sobre nós nesse sentido certamente existe, mas os Espíritos são apenas homens desencarnados, que levaram daqui suas experiências e, por isso, ainda sentem as sensações dos momentos que viveram na Terra, podendo agir sobre os encarnados no anseio de compartilhar com eles essas sensações.

Por outro lado, o mundo tem urgência em retomar o caminho da ascensão espiritual, retomando os princípios de vida ensinados pelos mestres da antiguidade e isso só vai conseguir despertando para a triste realidade que vivemos e a necessidade de nos organizarmos para conter o avanço do materialismo e a disseminação das ações solidárias.

O que você está fazendo, dentro de sua casa, para melhorar a convivência e estabelecer a paz? O que você pode fazer no âmbito de sua comunidade para vivenciar o amor e espalhar o bom exemplo? O que estamos fazendo para que o  mundo seja melhor e a humanidade mais feliz?


sábado, 20 de dezembro de 2025

VAMPIRISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O assunto acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs em várias versões o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, conhecido hoje como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias através de entidades chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando através de inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, nos quais descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas e ouvindo que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”; que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA VIDA e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.



 

  Falando dos seres humanos  em uma das últimas edições do programa, dissemos: O que são bons? o que são maus?, para responder uma pergunta trazida por um ouvinte, fizemos a seguinte colocação.

Alguns são bons, responsáveis e solidários. Outros são maus, egoístas e violentos. No entanto, para Deus, todos somos seus filhos, passando pelos diversos graus de evolução. O Espiritismo nos dá essa visão e procura nos convencer de que ninguém é melhor que ninguém.

À propósito, a nossa colega de equipe, Giuliana, fez o seguinte comentário.

 Tenho tentado aprimorar o conceito sobre "bom e mau", principalmente dentro do aspecto religioso. Percebo que no fundo ele traz no bojo uma "autorização" para separação, mesmo que inconsciente - isso tanto do ponto de vista meu para com o outro, como eu comigo (temos dificuldade de ver nossa parte "complicada", nossa sombra).

 ( ... e continua)  No fundo ninguém é totalmente "bom" ou "mau" - somos as duas coisas juntas, e com comportamentos bons e outros maus, num processo de entendimento e amadurecimento para que nosso "Cristo interno" (Self) prevaleça.

  Essa ideia – ela conclui -  me ajuda a evitar julgamentos precipitados, no trabalho do sentimento instintivo de repulsa que temos pelo "mau".

Respondendo à pergunta da Giuliana podemos dizer que precisamos entender que a linguagem humana tem suas limitações. Isso quer, em linhas gerais, que nem sempre conseguimos, por meios de palavras, dizer exatamente o que pensamos. Este é um fato que devemos considerar quando falamos em bons e maus.

Em segundo lugar, além de nos esforçarmos para dizer o que pensamos, devemos considerar que nossos ouvintes nem sempre estão sintonizados com o nosso pensamento e podem ter entendimento diferente daquele que queremos dizer.

Em terceiro lugar, precisamos considerar a cultura do lugar e da época em que as palavras são ditas. Por exemplo: na época de Kardec, havia uma forma de dizer ao referirmos a bons e maus. Hoje, dentro de nosso ambiente cultural, podemos usar outra mais explicativa.

  Jesus, no seu tempo, usou esses termos “bons” e “maus” quando disse, por exemplo:  Porque (o Pai)  faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.

Ora, neste caso, para traduzirmos com mais fidelidade o que ele quis dizer quando falou de bons e maus, precisamos levar em conta como ele via e tratava as pessoas, o que significa dizer “o que eram as pessoas para ele”.

Quem eram os bons e quem eram os maus a que se referia?  Os bons, na concepção do povo (Jesus falava a linguagem do povo), são aqueles que que costumavam demonstrar compreensão, amabilidade e generosidade para com o próximo por meio de atitudes ou ações solidárias.

Os maus, ao contrário, seriam os que demonstrassem publicamente atos desumanos, indiferentes e cruéis, que não se importavam em causar qualquer tipo de sofrimento a quem quer que seja.

Jesus sabia separar o ato da pessoa. O ato é um indicador do caráter da pessoa, mas não é a pessoa. Um ato de maldade está dizendo apenas que aquela pessoa é capaz de causar algum sofrimento contra alguém.

Do mesmo modo o bom. Uma boa ação revela algo da pessoa que a praticou, mas a ação não é pessoa. É possível que agora ela pratique uma boa ação agora, mas é possível também que essa mesma pessoa venha a praticar um ato de maldade.

Por isso, Jesus via a pessoa e não o ato, razão pela qual recomendou que não julgássemos uns aos outros, pois não sabemos o que está por trás do ato praticado.

Certa vez, trouxeram-lhe uma mulher, que cometera adultério, à frente de Jesus, quando a multidão já se preparava para apedrejá-la. Perguntaram a Jesus era legítimo ou se era justo o ato de lapidá-la conforme a lei mosaica.

Diante da multidão, que se preparava para atirar pedras contra a mulher, Jesus levantou e disse: “Atire a primeira pedra quem estiver sem pecado”.

Naquele momento, ele desarmou a multidão, porque todos têm pecado e, se temos pecado ( ou seja, se cometemos erros) perdemos a autoridade para julgar alguém que também erre.

  O desfecho desse episódio foi mais interessante ainda: “Mulher, onde estão seus acusadores? Eles não te condenaram?”

  “Não, senhor”- ela respondeu. “Pois também não te condeno. Vai e não erres mais”.

Alguns estudiosos do comportamento humano afirmam que o ato de julgar é complicado, porque geralmente não separamos o indivíduo do ato que ele cometeu; ou seja, julgamo-lo pelo ato.

Eles chamam de julgamento descritivo aquele que não confunde a pessoa com o ato. Uma coisa é a pessoa, outra o ato que ela pratica.

  Julgamento apreciativo é o que julga a pessoa e não o ato. O julgador confunde a pessoa com o ato que ela praticou.

Essa reflexão se aplica perfeitamente ao caso de se classificar pessoas como boas ou más. No fundo, não deveria ser assim, pois Deus não discrimina ninguém, para Ele todos somos seus filhos amados independente dos atos que praticamos.