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sábado, 16 de agosto de 2025

O CHICO XAVIER QUE POUCOS CONHECERAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora reconhecido por sua atuação no campo da psicografia através da qual a Espiritualidade construiu substancial acervo de obras e mensagens documentando a sobrevivência após a morte do corpo físico, a verdade é que Chico Xavier serviu de médium para a ocorrência de outros fenômenos extraordinários no campo dos efeitos físicos confirmando a ação de inteligências invisíveis aos nossos sentidos. Na sequência, apresentamos alguns depoimentos de pessoas que testemunharam alguns fatos pouco conhecidos. 1- Suzana Maia Mouzinho, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977):  -“Certa vez lanchávamos em companhia de Chico, em Uberaba (MG), quando ele passou às minhas mãos uma xícara de café. Em pleno dia, houve então impressionante fenômeno de efeitos físicos; vi, altamente surpreendida, que seus dedos brilhavam e como se fossem de cera a derreter-se com o calor, começou a jorrar perfume. O café ficou perfumado e o chão respingado de agradável perfume que invadiu a sala toda. Ele ocultou a mão, meio sem jeito, e perguntei: -Chico, o que você sente quando isso acontece? Respondeu-me: - Sinto vergonha, minha filha!. Este fato, no meu entender, fala por si só, da humildade e da estatura espiritual desse amado mensageiro de Jesus”. 2- Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER – 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): -“Numa das peregrinações, uma das senhoras visitadas rogou ao Chico entrasse em sua casa, para ver um dos parentes que se encontrava acamado e muito enfermo. O lar era modestíssimo. Entramos em pequeno grupo, que mais o dormitório não comportava. O enfermo, no leito, exalava um odor nauseante, a ponto de fazer um dos visitantes sentir-se mal, obrigando-se à retirada e levando os demais a empreender esforços visíveis para sustentar-se no posto de socorro. O médium rogou por uma prece. Quando as primeiras palavras eram articuladas, na busca do Mundo Maior, uma onda de éter varreu todo o ambiente, seguida por uma brisa perfumada em magnólia, transformando a atmosfera interior num recanto de paz”. 3- Ainda Joaquim Alves: -“Uma onda de perfume. materializa-se o Espirito Scheilla, loira e jovial, falando com seu forte sotaque alemão – lingua exercitada em sua derradeira romagem terrena. Bissoli estabeleceu o diálogo. –Eu me sinto mal – diz Bissoli. Scheilla, graciosa e delicada, informou: -Você come muita manteiga, Bissoli. Vou tirar uma radiografia de seu estomago. A pedido, nosso companheiro levantou a camisa. O Espírito materializado aproxima-se e entrecorre, num sentido horizontal, seus dedos semiabertos sobre a região do estômago de nosso amigo. E tal se lhe incrustasse uma tela de vidro no abdomem, podíamos ver as vísceras em funcionamento. – Pronto!, diz Scheilla, apagando o fenômeno. – Agora levarei a radiografia ao Plano Espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”. 4- Maria Philomena Aluotto, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977): -“Era o dia 9 de novembro de 1974, e, recepcionávamos Chico na sede da  União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, quando subitamente surge alguém empunhando uma arma, bradando: - “Ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo”. Notava-se o desequilíbrio da pessoa(...). A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e, outros tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe-se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da PMMG para junto de ao meio fio e seus ocupantes, vem ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: - “Graças a Deus vocês chegaram. Estamos com problemas lá em cima!. Antes de qualquer explicação, para surpresa nossa, o Chefe da patrulha fala: -Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier foi nos chamar na estação rodoviária, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado”. Fora evidente o fenômeno de bilocação. Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER- 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): “Desmaterializando o Espírito Auta de Souza, a voz de quem dirigia o trabalho se fez ouvir, da Espiritualidade. –“Agora peço aos nossos amigos que abram a porta, para ver o médium”. Atendemos. Descerrada a porta, encontramos o ambiente todo iluminado e Chico, permanecia deitado, atravessado na cama, inanimado. De seu peito, no local do coração, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: AMOR!


 

 – Eu gostaria de uma explicação de duas falas de Jesus. Uma é a seguinte :”E quando jejuardes não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam.” Noutra ocasião, porém, conta-se que os discípulos de João jejuavam e os de Jesus, não. Como é que ele, no sermão, manda jejuar, se seus próprios discípulos não jejuavam?

 

São duas situações diferentes. No sermão da montanha, ele falava ao povo, que era judeu e que, portanto, tinha no jejum uma de suas obrigações religiosas. Nesse caso, ele quis mostrar que a religião não é só aparência. Muitos desfiguravam seu rosto para mostrar que jejuavam, que cumpriam o que a religião determinava. Mas, para Jesus, isso não é religião, porque a verdadeira união com Deus se faz no coração, com autenticidade, sem que ninguém para isso precise ficar sabendo. No entanto, como hoje, havia os que tinham da religião apenas o verniz; preocupavam-se mais em aparecer do que propriamente em amar a Deus e ao próximo.

 

Jesus, porém, já não participava mais do ritual religioso, nem seus discípulos. Todas as vezes, que foi ao templo, ficou do lado de fora. O que ele ensinava, agora, não era mais a parte ritualística da religião (os cerimoniais, as liturgias), mas a parte moral – a mais importante. E essa parte moral devia abranger todas as religiões e todos os modos de adorar a Deus, tanto dos fariseus, saduceus e levitas (que participavam das cerimônias do templo), quanto dos samaritanos, que não iam ao templo. Jesus não fazia acepção de crença, mas ensinava a conduta. Portanto, o que valia mesmo não era freqüentar o templo ou mostrar que faziam jejum ou qualquer outro tipo de penitência, mas, sim, mudar o comportamento para se tornar uma pessoa de bem.

 

  Por isso, seus discípulos não jejuavam ou, pelo menos, não usavam o jejum como uma bandeira religiosa. Estavam interessados em pregar sua doutrina de fraternidade, fazendo o bem e concitando outros a seguir o mesmo caminho. Na religião de Jesus já não havia mais lugar para os cerimoniais pomposos, mas apenas e tão somente a necessidade da prática do bem e da oração, como caminho mais próximo para Deus. A religião de Jesus era toda espiritual e, por isso, livre de qualquer forma exterior de adoração, embora ele respeitasse todas as formas de adoração, adotada pelas diversas religiões.

 

 

 

 

 

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de   entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse  que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”“Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


Fomos abordados por uma mãe, um tanto nervosa, que nos relatou o seguinte: o filho mais velho, depois que entrou para a faculdade veio com uma conversa de que não acredita mais em Deus e não quer saber mais de religião. Ela diz que, desde criança, sempre deu aos filhos uma educação religiosa, e não sabe como ele pode se esquecer disso. Está inconformada e pede orientação.

 

Prezada senhora. Não temos nem o direito de dizer que a senhora não deve se preocupar com essa nova postura de seu filho. Toda mãe se preocupa com os filhos e sempre quer o melhor para eles. Mas podemos aconselhá-la a não sofrer muito por isso. Todos nós, mães e pais, gostaríamos que nossos filhos seguissem o nosso caminho – pelo menos, em matéria de fé – quando temos convicção de que esse é o melhor caminho. Mas isso nem sempre é possível.

 

Se a senhora fez o máximo que podia, se se preocupou em proporcionar a ele condições para que tivesse uma religião – e, agora, ele vem lhe dizer que não quer nada disso – a senhora deve se conformar com a opção dele e, ao mesmo tempo, ficar em paz com a sua consciência, por ter cumprido bem o com seu papel de mãe. O tempo da educação do lar já passou. Agora, que ele é um adulto, ele pode optar, e vem a educação da vida. A vida, como a senhora sabe, costuma nos ensinar muita coisa e de forma muito mais exigente que a própria família.

 

Não sabemos se seu filho está apenas num período de rebeldia ou de deslumbramento com uma idéia nova. Não sabemos quais os conflitos de valores que vem enfrentando. Sabemos, no entanto, que os meios acadêmicos (a senhora diz que ele cursa uma faculdade) costumam semear ateísmo nos jovens, procurando mostrar que a ciência pode explicar tudo e a religião não explica nada. É claro que não existem só professores ateus na universidade, mas os ateus (geralmente pessoas muito inteligentes)  costumam exercer certo fascínio sobre os jovens. Mas isso não quer dizer que sejam pessoas más. Pelo contrário, podem ser pessoas de caráter.

 

Contudo, prezada mãe, o que mais vale na vida é a educação do lar, é a influência do ambiente afetivo da família. Até porque é na infância que os pais mais alcançam a alma dos filhos. Nem tanto a educação de uma determinada religião – porque ninguém está obrigado a manter a mesma crença durante toda a vida – mas os princípios morais, que são comuns a todas elas. Estes sim – os princípios morais -  é que precisam ser levados em conta! É com eles que a senhora mais deve se preocupar, até porque o fato de a pessoa se dizer ateu ou religiosa não faz muita diferença, se a sua conduta na sociedade pauta pelos princípios do respeito, da dignidade e da retidão.

 

Portanto, não sofra muito por isso, nem tampouco fique insistindo ou brigando com seu filho, porque ele não pensa mais como antes. A crença de uma pessoa só pertence a ela própria. Os pais, como dissemos, deram o que podem dar, mas nem tudo que dão é o tudo o que os filhos querem, quando se tornam adultos. Eles são Espíritos livres, que vieram nesta encarnação para exercitar com responsabilidade a liberdade que a vida lhes dá. Se eles fizerem isso com dignidade, mesmo que não sigam a sua opção religiosa, já terão cumprido bem sua missão, já terá valido todo o sacrifício por eles.

 

Ademais, esse surto de ateísmo pode ser até passageiro. Ninguém sabe. E se for, tanto melhor para a senhora, que quer que seu filho siga um caminho religioso. Contudo, se não for, respeite-o em seus valores e faça de tudo para mostrar que a senhora continua inabalável em sua convicção e que o mais importante na crença de cada um não é apenas o rótulo, para ser exibido aos outros, mas a conduta, o respeito, a tolerância e, sobretudo, o amor – que está acima de todas as nossas diferenças.

FASCINANTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. A surpreendente afirmação do Físico Marcelo Gleyser no livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2010, record) abre caminho para inúmeras reflexões e cogitações sobre a realidade em meio à qual vivemos. Nesse sentido, o Espiritismo com mais de 130 anos já oferecia avançada resposta através da questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS quando Allan Kardec reproduz a revelação dos autores espirituais da obra dizendo ser o “Mundo Espiritual mais importante que o Material, pois, de lá tudo procede e retorna”. Chico Xavier tinha tres anos quando na Inglaterra o reverendo George Vale Owen recebeu mediúnicamente uma série de mensagens de sua mãe, enfeixadas em 1920 no livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb)  onde ela detalhava aspectos do Espiritual em que vivia após sua morte. Mais de uma década depois, o médium brasileiro tinha publicada a segunda obra da sua extensa produção mediúnica, onde aquela que foi sua mãe na encarnação encerrada em 2002, contava sua versão do que era a realidade da outra Dimensão encontrada depois de sua desencarnação em 1905. Cerca de nove anos depois, Chico Xavier ampliaria o conjunto dessas informações oferecendo-nos o primeiro da série escrita pelo Espírito do médico oculto no pseudônimo André Luiz, denominada NOSSO LAR minudenciando as interações entre os diferentes Planos Existenciais.  Em meio à recepção dos títulos da dita sequencia, o Espírito do professor, jornalista e cronista mineiro Abel Gomes, daria sua colaboração na ampliação das informações sobre a Vida no Plano Espiritual, em extensa e interessante mensagem incluída no quase desconhecido FALANDO A TERRA (1952, feb). Para se ter uma ideia da riqueza de detalhes da informação, reproduzimos um trecho das mesmas: - As inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou freqüência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a plasmarem paisagem muito semelhante às que o grande vidente florentino descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros 

aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples.



 

– Se eu entendi bem, a mediunidade, de que to Espiritismo fala, não acontece apenas entre os espíritas, mas entre pessoas de todas as religiões e, até mesmo, entre aquelas que não tem religião nenhuma. Segundo o Espiritismo, portanto, a mediunidade é um fenômeno universal, conforme podemos ler na Bíblia, no Alcorão e nos livros sagrados de todas as religiões. O que, no catolicismo, se chama de milagre, no Espiritismo se chama de mediunidade. È assim mesmo que o Espiritismo trata o assunto? (Ouvinte católico)

 

Exatamente. Há mais de 168 anos atrás, o Espiritismo surgiu para estudar e explicar esses fenômenos extraordinários, que vinham sendo visto em todas as épocas, apenas  como derrogação das leis da natureza. Por exemplo: a aparição ou a comunicação de pessoas falecidas, a previsão de fatos futuros, a produção de fenômenos físicos sem causa aparente, curas espirituais que a medicina não pode explicar, entre outros. A religião sempre ensinou que esse tipo de fenômeno contraria as leis naturais e só através deles torna-se possível comprovar a intervenção divina.

 

Isso quer dizer que a natureza e todos os fenômenos comuns da natureza, segundo essa crença, não são suficientes para provar a existência de Deus. Ora, para o Espiritismo a grandeza de Deus não está na derrogação de sua lei; pelo contrário, está no cumprimento dessa lei, porque ela é perfeita. Por isso, milagre acontece diariamente, com um novo raiar de sol, com a chuva, com o vento, com a vida que viceja sobre a terra, com os minerais, com os vegetais e com a flora  - e, principalmente o ser humano, com sua extraordinária inteligência e capacidade de realização.

 

Os fenômenos, chamados espíritas, ao longo da História, por falta de conhecimento sobre a vida espiritual, eram causa de temor. A Doutrina Espírita veio mostrar que eles são naturais, até porque o Espírito pertence à natureza – o Espírito não é sobrenatural, como comumente se pensa.  E mais que isso: nós todos, seres humanos, somos Espíritos – momentaneamente encarnados – porque, depois da morte do corpo, retornamos à nossa condição original de Espíritos desencarnados, mas cada um continua sendo ele mesmo, com sua individualidade e sua maneira de pensar.

 

Conta-se que Dom João Bosco, bispo católico, que viveu no século XIX, certa noite, foi surpreendido por sua mãe conversando no quarto com um desconhecido. Tratava-se de Luís Cômollo, seu amigo que, há muito, tinha falecido. João Bosco tratava essa questão em segredo, certamente receoso de que seu comportamento de médium vidente pudesse ser levado a conta de loucura. Mais tarde, Dona Margarida, sua mãe veio a falecer e, certo dia, ele pôde conversar também com a mãe, que lhe contou ter sofrido bastante, depois de passar por uma região purgatorial, mas que agora encontrava-se no céu.


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O QUE TODOS QUEREM SABER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Convivendo com fatos relacionados ao Mundo Espiritual, natural que se queira mais informações sobre essa realidade invisível ao sentido da visão de que somos dotados. Paulatinamente, desde o surgimento do Espiritismo várias entidades desencarnadas, através de inúmeros médiuns, tem transferido para nossa Dimensão informes tão precisos quanto possível, até pelas restrições de nosso vocabulário para definir e explicar coisas para que ainda não temos palavras. Um deles operoso trabalhador na seara espírita de Belo Horizonte (MG), desencarnado em 1953. Pouco depois, manifestou-se por intermédio de Chico Xavier durante reunião havida no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na noite de 7 de outubro de 1954. Seu nome Efigênio Victor que, enquanto encarnado, funcionou como médium em duas Casas Espíritas da capital mineira. Comentando que alimentou por anos tal curiosidade, recém chegado ao outro Plano, sua primeira comunicação mediúnica não poderia falar de outra coisa que não fosse suas impressões sobre a Vida no chamado Além. Tentando explicar o que fosse possível, diz o Espírito: -“Operamos aqui em bases de matéria noutra modalidade vibratória. Possuímos nossa sede de trabalho em Cidade Espiritual, que se localiza nas regiões superiores da Terra ou, mais propriamente, nas regiões inferiores do Céu. Gradativamente, a Humanidade compreenderá, com dados científicos e positivos, que há no Planeta outras faixas de vida. Na elucidativa mensagem repassada psicofonicamente através de Chico Xavier, Efigênio, a certo trecho diz: -“Acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por ‘cinta densa’, com a profundidade aproximada de 50 quilômetros e, além dela, possuímos a ‘cinta leve’, com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1000 quilômetros acima da Esfera em que os encarnados respiram. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da Humanidade.”. Quase vinte anos antes, o Espírito daquela que foi mãe de Chico Xavier, Maria João de Deus no livro CARTAS DE UMA MORTA (lake), revelou: -““A Terra é o centro, isto é, a sede de grande número de Esferas Espirituais que a rodeiam de maneira concêntrica. Não posso precisar o número dessas esferas, porque elas se alongam até um limite que a minha compreensão, por enquanto, não pode alcançar. Acrescentou também: -“Quanto mais evoluído o Ser, mais elevada será sua habitação, até alcançar o ponto em que essas Esferas se interpenetram com as de outros mundos mais perfeitos”. (...).Temos casas, pássaros, animais, reuniões, institutos como os das famílias terrenas, onde se agrupam os Espíritos através das mais santas afinidades”. Mais à frente, o Espírito André Luiz reproduz no livro OS MENSAGEIROS (1944; feb), uma informação do Instrutor Aniceto de que “há, porém, outros Mundos Sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas Esferas que se interpenetram.  Cada uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos, distinguindo-se por vibrações distintas que se apuram à medida que se afastam do núcleo. Os que estão acima podem transitar pelas esferas que lhe estão abaixo; os que estão nas Esferas Inferiores não podem, sozinhos, passar para as Esferas Superiores”. Se cortarmos uma cebola ao meio, teremos uma ideia de como se superpõem e interpenetram essas Esferas, Planos e Sub-Planos”. 




 A FELICIDADE QUE PODEMOS TER NESTE MUNDO - Os Espíritos disseram a Kardec que não existe felicidade absoluta neste mundo. A felicidade, que podemos obter, é sempre relativa – ou seja, não é bem uma felicidade no seu sentido amplo. São apenas momentos de mais tranquilidade, entremeados de momentos de apreensão e desconforto, porque a condição da humanidade, ainda muito ligada aos interesses terrenos de domínio e poder -  não nos permite ter paz plena.

 

– O LIVRO DOS ESPÍRITOS tem uma longa série de questões sobre a felicidade na Terra – trata-se das questão de 920  a 933.  A explicação por que não gozamos de uma felicidade completa é a própria condição moral da humanidade. Eu, você - todos fazemos parte desta humanidade e, como tal, o bem ou o mal de todos nós acaba repercutindo diária e  diretamente na coletividade, de forma positiva ou negativa. Lembremos de que todos somos aprendizes na escola da vida e, como tais, em processo de aperfeiçoamento.

– Os Espíritos, que reencarnam aqui em nosso planeta – como nós outros -  são aqueles que ainda não conseguiram sair do antro do egoísmo para ir  em direção dos que efetivamente  mais sofrem. Uma grande parte da humanidade ainda é indiferente ao sofrimento alheio, buscando apenas seu próprio bem-estar. Essa parte ainda cultiva muito o egoísmo e o orgulho em seus corações, e tais sentimentos são a principal causa de nossos problemas. Portanto, não há felicidade verdadeira por aqui.

- Na Lei da Natureza tudo observa à  lei de evolução. Assim, um Espírito, que ainda cultiva sentimentos maus no seu coração, só consegue conviver num ambiente onde impera o egoísmo – e nem podia ser diferente. Como a grande maioria da população ainda é capaz de atos de maldade, é neste mundo de provas e expiação que reencarna, para aprender a exercitar o amor em meio ao ódio ainda dominante.

– Aliás, as dificuldades naturais da vida servem para nos ensinar a viver melhor. Nós é que não queremos reconhecer a necessidade desse aprendizado. Sem tais dificuldades, no entanto  – se tudo fosse fácil e se não houvesse problemas para resolver – nós permaneceríamos estacionários e ignorantes, assim como os alunos de escola onde tudo é facilitado e nada se ensina. Neste sentido, o aprendizado depende do educando aprender a superar os obstáculos de seu caminho. Só quem teve uma existência difícil e atribulada, pode sair desta vida com uma formação espiritual mais elevada.

– No livro “Nosso Lar”, André Luiz estranha o fato de o personagem Ricardo, marido de Dona Laura e pai de Lísias, precisar reencarnar novamente e pedir que a sua vida aqui na Terra não seja fácil. Ela sabia que “vida fácil” não ajuda ninguém a crescer e a se superar; pelo contrário, quanto mais a pessoa tem facilidade em mãos, mais ela deixa de se esforçar para aprender mais e mais individualista fica. Eis o nosso principal problema. Por isso é que se costuma dizer que o “ sofrimento é nosso maior mestre”. Sem ele, não haveria nenhum progresso na humanidade.

-  No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz se refere a uma senhora médium, que sofria demais a incompreensão e a aspereza do esposo, que fazia de tudo para que ela não freqüentasse o centro espírita. No entanto, o papel dessa mulher na sessão mediúnica era fundamental, visto que ela era dotada de uma excelente faculdade psicofônica. Quando André Luiz perguntou ao seu mentor espiritual, porque os Espíritos não escolheram uma pessoa com menos problemas para tão importante papel no centro, eles responderam que é a dificuldade que faz com que ela lute com todas as forças para obter bons resultados.

– É por isso que todos nós temos problemas. Cada um tem os seus próprios desafios. E, quando tais problemas crescem, então nos vemos obrigados a procurar uma solução E nessa busca, aprendemos, refletimos e crescemos. Se não tivéssemos problemas, com certeza nem procuraríamos o amparo da religião, que é o nosso último refúgio. Daí a necessidade de não podermos gozar de tranquilidade neste mundo.

 

 

 

 

 

 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

O QUE MAIS GEORGE VIU E SENTIU; EM BUSCA DA VERDADE COM O PTOFESSOR

 Quatro sessões foram necessárias para que o Psiquiatra George Ritchie contasse ao seu paciente a incrível experiência que teve aos 21 anos. Segue sua narrativa lembrando que “ao constatar que o corpo coberto com os braços pendendo ao lado do leito em que se encontrava era igual ao seu, confuso e assustado, entregou-se a raciocínios sobre como conciliar as duas coisas: estar morto e acordado. Preso ao conceito de que a morte era o “nada”, desesperado, afundou na cama, literalmente, pois o corpo ali acomodado, não conseguiu contatar sua própria substância, aumentando-lhe o receio. Sem ter qualquer certeza, percebeu uma mudança na luminosidade do quarto em que estava. Uma luz cada vez mais intensamente brilhante, que não poderia ser produzida pela lâmpada de 15 watts acesa sobre a mesinha de cabeceira, claridade vinda de parte nenhuma, definiu-se numa forma humana, um homem feito de luz. A partir daí sua intensa e perturbadora vivência tornou-se mais impressionante. Alguns dos aspectos mostrando uma face da vida nunca antes cogitada foram os seguintes: 1- Telepaticamente, como se as ideias e conceitos estruturarem-se dentro dele, o Ser iluminado, que, a princípio pensou fosse Jesus, ordenou que levantasse, após o que, ocorreu como que uma recapitulação de toda sua vida, desde a infância, revendo em frações de tempo, detalhes perdidos na memória. 2- Cada pormenor dos 20 anos até ali vividos por ele foi recuperado nos seus pontos positivos, negativos, no habitual e comum, surgindo um questionamento, pensou, originado, como o efeito anterior, do Ser iluminado que tinha diante de si: -“Que fez Você da sua vida?”, pergunta que parecia dizer respeito a valores, e, não a fatos, seguida de outra ante seu silêncio: -“Que tem você para me mostrar daquilo que fez com sua vida?”. 3- Em determinado momento, sentiu-se voar bem alto, sobre a Terra, junto ao Ser iluminado, em direção a um longínquo ponto de luz, impressão diferente da viagem em desdobramento que fizera anos antes, ponto que ganhou as dimensões de uma grande cidade, em que se sentiu descer, em meio à noite. 4- Testemunhou uma população invisível interagindo com outra visível a qual influenciava ou usava, na ânsia, muitas vezes, desesperada de ter acesso àquilo que a ausência do corpo não possibilitava. 5- Com a rapidez do pensamento, viajou com o Ser iluminado de cidade a cidade, por lugares aparentemente familiares, dos Estados Unidos e, possivelmente, do Canadá, regiões que conhecidas, exceto pelos milhares de seres não físicos que, agora, observava ocupando também aquele espaço “normal”. 6- Viu um moço dentro de uma casa, seguindo homem mais velho, repetindo “desculpe, pai! Eu não sabia o que aquilo ia causar à mamãe. Eu não compreendia”; um rapaz que pelos corredores de um colégio, dizendo a uma adolescente “desculpe, Nancy!”; uma mulher de meia idade dirigindo a um homem de cabelos grisalhos, súplicas de perdão; fatos explicados mentalmente pelo Ser iluminado como sendo, “suicidas agrilhoados a cada consequência do ato cometido”. 7- Aos poucos, começou a reparar que todas as pessoas vivas que observava, traziam em torno de si mesmas uma pálida luminescência, semelhante a um campo elétrico que sobrepairava à superfície de seus corpos, acompanhando-as em seus movimentos, como se fosse uma segunda pele, uma luz pálida, quase imperceptível. 8- Num bar-churrascaria sujo para o qual foi conduzido, observou que uma parte dos homens que estavam de pé, eram incapazes de levar os drinques até os lábios, seguidamente, tentando agarrar as doses ao alcance da mão que passava através das canecas, do balcão de madeira e, até dos braços e corpos dos beberrões à volta deles. As descrições do registrado por George na Dimensão em que se via se sucedem compondo uma singular história, surpreendendo a cada linha o leitor da obra VOLTAR DO AMANHÃ (nórdica,1980), escrito em 1978. Por fim, deslocando-se velozmente - sempre acompanhado da Presença luminosa -, se viu de volta ao quarto onde localizara seu corpo, com o anel semelhante ao que carregava num dos dedos da mão. A muito custo, moveu os braços, o que lhe pareceu semelhante a tentar içar barras de chumbo, entrelaçando os dedos, de forma que conseguiu com os da mão direita, tocar o aro com a pedra oval, que estava no anular da mão esquerda, girando-o devagar várias vezes. Descobriu mais tarde que na manhã do dia 21, teve sua morte clinicamente confirmada, após diagnóstico de pneumonia dupla, retornando à vida quando já se iniciavam os preparativos para envio do corpo ao necrotério do Hospital. Para surpresa de todos, nove minutos haviam se passado.



– Por que as pessoas falam todo dia em Deus, mas têm tanta dificuldade de se melhorar? (João Luiz Pires Morgati)

 

Falar em Deus é fácil, João, e se tornou um hábito em nossa vida. Falamos em Deus, quando pensamos em Deus e falamos em Deus, sem pensar. Durante a vida toda falamos de Deus, principalmente no momento crítico, quando não temos mais a quem apelar. Assim, Deus está permanentemente na boca do povo.

 

De uma maneira geral, aprendemos a pronunciar expressões como “Se Deus quiser”, “Graças a Deus”, “Se Deus me ajudar”, “Fique com Deus”, e muitas outras. Muitas vezes, algo frustrado porque não conseguimos nossos intentos, falamos em Deus com raiva ou com revolta. Por vezes, lembrando de Deus, nosso coração se enternece.

 

Portanto, essas manifestações – que podem ser ditas maquinalmente – nem sempre expressam um bom sentimento ou um verdadeiro ato de fé e lealdade ao princípio do amor. Na verdade, o que mais temos feito é pedir a intervenção de Deus em nosso favor. E cada um faz como se Deus lhe pertencesse, como se Ele estivesse a seu inteiro dispor, a qualquer hora e em qualquer lugar. Nessas expressões, portanto, vemos apenas uma reação quase mecânica que temos diante dos acontecimentos da vida.

 

Como é fácil de perceber, João Luiz, apenas falar em Deus ( ou mesmo falar com Deus) não resolve. Se resolvesse, as pessoas religiosas seriam as melhores do mundo – as mais educadas, as mais cordiais, as mais caridosas -  mas infelizmente não é o que acontece. Jesus, no seu tempo, já contemplava essa atitude contraditória do ser humano. Os mais religiosos – ou seja, os que mais falavam em Deus, caso de muitos fariseus – eram justamente aqueles que menos amavam o semelhante e que, segundo Jesus, tinham a religião nos lábios, mas não a tinham no coração.

 

A parábola do samaritano é uma prova indiscutível de que Jesus estava mais preocupado com nossas atitudes e atos diante do próximo do que propriamente com a nossa condição religiosa particular. O homem, ferido na estrada, segundo Jesus, não foi socorrido nem pelo sacerdote e nem pelo levita. Acontece que, de acordo com a crença do povo, eram justamente o sacerdote e o levita que, no templo, se colocavam mais próximos de Deus. Contudo, Jesus preferiu apontar o samaritano como o homem mais próximo de Deus, sendo que o samaritano era o mais criticado, porque nem ao templo comparecia.

 

Portanto, João Luiz, o melhor caminho na vida nem sempre é o daqueles que vivem falando em Deus, mas o daqueles que sabem conviver bem com o seu semelhante. A doutrina de Jesus é exclusivamente moral – ele se preocupou com a nossa conduta e não com o nosso rotulo religioso ou a extensão de nossas orações. Quando se referiu à oferenda diante do altar – ou seja, ao contato com Deus – ele recomendou que, antes, o devoto deveria reconciliar com seu adversário e, só depois, viesse fazer a oferta. Em última análise, isso significa que, sem o coração isento de ódio, de nada vale a oração.


segunda-feira, 11 de agosto de 2025

A LEI QUE FUNCIONA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muito se cita o Carma para justificar ocorrências que fazem no mundo de hoje, questionar-se a existência de Deus. Sua concepção, ao que tudo indica, irradiou-se pelo mundo, a partir dos princípios religiosos introduzidos no nosso Planeta, pelo grupo de Espíritos exilados de Capela reencarnados na região conhecida como Índia. Ao menos é o que revela Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, na obra A CAMINHO DA LUZ. A ideia sofreu ao longo das civilizações deformações, deturpações, até que no lado Ocidental da Terra, foi sendo progressivamente esquecida com o apagar doutro princípio, o da reencarnação, a partir das lamentáveis decisões do Segundo Concílio de Constantinopla, promovido pelo Imperador Justiniano, em 553 DC. Praticamente treze séculos e inúmeras gerações, distanciaram as criaturas humanas da responsabilidade de viver, infundida com as perspectivas do inevitável encontro consigo mesmas e da reparação dos estragos cometidos nos diferentes caminhos da evolução. Coube ao Espiritismo ressuscitar ambas, dentro das exigências de uma Humanidade ávida por respostas sobre porque existimos e sofremos. As pesquisas conduzidas por Allan Kardec nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, desde abril de 1858, resultaram em expressiva coleta de dados, obtidos através de inúmeros entrevistados que se manifestaram por diversos médiuns, sendo muitos desses depoimentos reproduzidos na REVISTA ESPÍRITA, publicada sob a direção do Codificador de janeiro de 1858 a março de 1869. Tal material serviu também para que os aterrorizantes conceitos da morte pudessem ser reformulados objetivamente a partir dos exemplos contidos n’ O CÉU E O INFERNO segundo o Espiritismo. Nele, entra-se em contato com interessantes relatos de personalidades evocadas por Kardec, testemunhando as sensações, impressões e realidades registradas por eles na transição desta para outra dimensão. Analisando-os, o Codificador enumerou 32 artigos do que ele chama de Código Penal da Vida Futura, reproduzido no capítulo 7, da Primeira Parte do livro citado. Mostram por variados ângulos a Lei implícita na afirmação “a cada um segundo as suas obras”. A vida mostra-se como uma única realidade, apesar de desenvolver-se em duas dimensões. Toma-se conhecimento, através desse conteúdo, que as leis espirituais que controlam o indivíduo aplicam-se à família, à nação, às raças, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. As faltas do indivíduo, as da família, as da nação, qualquer seja o seu caráter, se expiam em virtude da mesma Lei. Comentando o aspecto, Kardec considera que “a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar,(...) até que o progresso os haja completamente transformado”. Acrescenta que “não se pode duvidar haver famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas por instintos de orgulho, egoísmo, ambição, enveredam pelo caminho errado, fazendo coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente. Uma família se enriquece a custa de outra; um povo subjuga outro povo, levando-lhe a desolação e a ruína; uma raça se esforça por aniquilar outra raça. Essa a razão por que há famílias, povos e raças sobre os quais desce a pena de Talião”. Identificando cinco exemplos de provas e expiações, individuais e coletivas, destacamos alguns do extraordinário acervo construído por Kardec ou pelo trabalho do médium Chico Xavier. Didaticamente os alinharemos mostrando o efeito e a correspondente causa determinante. CASO 1 Efeito - Industrial, morto doze horas após explosão de caldeira em sua empresa, envolvendo seu corpo em verniz fervente nela contida. Socialmente queridíssimo pela postura pessoal, em toda sua cruel agonia, não se lhe ouviu um só gemido, uma só queixa, apesar das dores lancinantes resultantes das profundas queimaduras sofridas. CausaAção assumida 200 anos antes, quando, na condição de juiz e inquisidor italiano condenou a morrer queimados os envolvidos numa conspiração visando a politica clerical, entre os quais uma jovem entre 12 e 14 anos, contra a qual os executores se recusavam cumprir a sentença, tornando-se ele, além de juiz, o carrasco que ateou fogo na quase menina. CASO 2 – Efeito – Antonio B., escritor, morto repentinamente ( provavelmente um ataque cataléptico), teve seu corpo encontrado virado de bruços durante exumação feita 15 dias após o sepultamento, procedimento efetuado para que familiares recuperassem medalhão por acaso esquecido no caixão. Causa – Ação em vida anterior em que descoberta infidelidade da esposa, a enterrou viva num fosso. CASO 3Efeito - João Fausto Estuque, desencarnado em 16/10/1976, em acidente aéreo com avião de pequeno porte, na região de Votuporanga, SP. Causa – Ter sido protagonista 300 anos antes, em ações objetivando conquistar destaque nas posições da finança e do poder,  que culminaram na morte de várias pessoas de vasta comunidade humana, precipitadas em penhascos, sem que seus delitos fossem descobertos ou punidos.



 

– Sei que o Espiritismo não admite a ressurreição da carne. Mas, os evangelhos contam que Jesus ressuscitou ao terceiro dia e se apresentou com seu corpo, tanto para as mulheres no tumulo, como para seus discípulos algumas vezes. Um dos apóstolos, Tomé, não acreditou senão quanto viu Jesus e pôs as mãos em suas feridas. Como se explica isso?

 

– Na antiguidade, a crença na ressurreição não foi exclusiva do povo judeu, como muita gente supõe. A História nos informa que essa crença nasceu na Pérsia, séculos antes de Cristo, com o Zoroastrismo, religião que não só acreditava na ressurreição da carne, como também no fim do mundo e no juízo final. Os judeus, que viveram muito tempo sob o domínio dos persas, acabaram trazendo vários elementos do zoroastrismo para sua religião, absorvendo essa crença.

 

– Na Palestina, com exceção dos saduceus e de grupos menores, todos acreditavam na imortalidade e na ressurreição ao tempo de Jesus, tanto quanto no fim do mundo e no juízo final, quando todos seriam ressuscitados.  Entretanto, tais crenças não existiam nesse povo antes do domínio persa. Não existiam, por exemplo, no tempo de Abraão e de Moisés. Aliás, naquela época nem se cogitava da sobrevivência da alma ou da vida após a morte. Basta examinar a Bíblia e consultar a história, para ver como o pensamento religioso do povo hebreu veio se transformando ao longo dos séculos, até Jesus.

 

– Quando Jesus se apresentou às mulheres e depois aos apóstolos, após sua morte na cruz, ele vinha comprovar uma verdade que sempre ensinara: que a vida não termina com a morte e que, portanto, toda sua doutrina moral tinha razão de ser. Valia a pena amar e sofrer por amor ao semelhante e até se sacrificar pelo ideal do bem, porque a vida não se resumia numa só, mas teria continuidade após a morte.

 

  - A notícia das aparições de Jesus após a morte não só causou um grande espanto, como se propagou logo, chegando aos ouvidos das dezenas de seus discípulos e que haviam fugido de medo ante o espetáculo covarde e deprimente de sua crucificação. Muitos dos que, abalados, já haviam perdido a crença em Jesus, compreenderam que ele tinha razão, porque voltara da morte. Entenderam esse fenômeno como a ressurreição de que ele própria falara. A palavra “ressurreição” provém do verbo “ressuscitar”, que tem o sentido de “ressurgir “, ou seja, surgir de novo, aparecer novamente.

 

– Mas, com exceção de alguns mais observadores, a maioria tomou essa volta como “ressurreição do corpo que já morrera ”, principalmente em razão do episódio de Tomé , que teve a oportunidade, não só de ver Jesus, mas de tocar-lhe o corpo e sentir-lhes as feridas. Para a Doutrina Espírita, o que aconteceu foi o que chamamos comumente de “materialização do espírito”, um fenômeno muito conhecido nos meios espíritas, e que se caracteriza pela aparição do desencarnado num corpo aparentemente de carne mas que, na verdade, é constituído de uma matéria sutil – o mesmo que o apóstolo Paulo chamou de “corpo espiritual”, em sua primeira carta aos Coríntios.

 

- No conhecido episódio da transfiguração, narrado por três evangelistas, você vai encontrar um fato inusitado. Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus, sob a observação de Pedro, João e Tiago. Ora esses personagens, que tinham vivido séculos antes de Jesus, ali estavam com seus corpos espirituais, ou seja, ressuscitados.

 

– Mais tarde, Paulo, na carta citada, deixa bem clara sua posição a respeito desse fenômeno, afirmando: ”Semeia-se o corpo material, ressuscitará o corpo espiritual. Se há corpo material, há também corpo espiritual”, conforme lemos no capítulo 15, versículo 44. Paulo, era um homem culto no seu tempo e percebeu o verdadeiro sentido da ressurreição, quando Jesus lhe apareceu subitamente, no Caminho de Damasco, concitando-o a seguir e propagar sua doutrina.

 

– Se remontarmos aos fatos mediúnicos que aconteceram no Monte Tabor, quando Jesus foi orar em companhia de alguns apóstolos, vamos perceber que ali se materializaram dois Espíritos, Moisés e Elias. Então, perguntamos se Moises e Elias não eram Espíritos ressuscitados.  Apenas que os judeus não entendiam o fenômeno e julgavam, como muitos religiosos julgam ainda hoje, se tratava de um milagre.

 

– Portanto, prezado ouvinte, o Espiritismo não nega a “ressurreição” de Jesus, mas entende que ele voltou com seu corpo espiritual, o corpo com o qual todos nós ressuscitaremos um dia, depois que passarmos desta para a outra dimensão da vida. No Espiritismo, no entanto, a esse corpo espiritual Kardec deu o nome de perispírito. Em sessões de materialização, ele se torna tão sólido e palpável como o nosso corpo e, muitas vezes, com detalhes mínimos de que o corpo físico era dotado. Desse modo, podemos entender como Tomé pode tocar o corpo de Jesus.

 

– O tema, contudo, é complexo e teríamos muito mais a falar, mas o tempo não nos permite, de modo que o convidamos a ler alguma coisa nesse sentido em obras espíritas, que tratam das sessões de materialização ou ectoplasmia. Há um livro muito especial sobre fenômenos dessa natureza, intitulado “FATOS ESPÍRITAS”, autoria do eminente físico inglês, William Crookes.


domingo, 10 de agosto de 2025

DEPENDENCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A contribuição do médium Chico Xavier para a confirmação da continuidade da vida além da morte do corpo físico, contem importantes informações para nossas reflexões. A principal que o Espírito conserva em si (refletindo-as no corpo espiritual ou períspirito), as desarmonias derivadas das dependências que desenvolvemos com a adoção de comportamentos reconhecidos pelas ciências como altamente prejudiciais ao corpo humano e a vida em sociedade. Um deles, resultado do consumo de bebidas alcóolicas, que por ser de acesso fácil e liberado, estimulado pela pressão exercida pela propaganda maciça, resulta, a médio prazo, na viciação. Conservando além dessa vida o anseio de satisfazer sua necessidade de sensação característica do vicio, busca se associar a encarnados que igualmente o possuem, em maior ou menos grau.  Como a visão transferida por inúmeros depoimentos, é de que a existência cumprida nessa dimensão é apenas parte de um processo muito mais amplo objetivando nossa evolução, ou seja, o desenvolvimento de nossas potencialidades e atributos (memoria, inteligência, consciência, livre-arbítrio, vontade), o intervalo entre as diferentes encarnações não elimina os prejuízos impostos pela própria criatura no uso desse instrumento de trabalho incrível chamado corpo humano. Dessa forma, natural que as predisposições mórbidas abafadas pelo anestesiar da memória do passado, encontrem campo para se manifestar novamente a partir de estímulos gustativos, visuais ou auditivos. Há no Ser que renasce, a influência da hereditariedade genética, mas também da hereditariedade psicológica que prepondera sobre a primeira já que cada um de nós possui uma vibração característica (como um sinal eletromagnético), impregnado com nossos dados pessoais que, por sua vez, sintonizará a matriz genética da qual resultará a fecundação. Dessa Dimensão sairemos mais dia, menos dia, conservando os condicionamentos viciosos adquiridos (ou reforçados) aos quais deveríamos resistir ou que voltamos para eliminar através da resistência resultante da força de vontade que não conseguimos geralmente sustentar. Como o exemplo vale mais que mil palavras, destacaremos a seguir, um para ilustrar essa situação. Possível? Fantasia? Pense!..., Registrado num apartamento no bairro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro. Na sala principal, vamos encontrar o dono da casa, Claudio Nogueira, lendo um dos jornais do dia com atenção, portando entre os dedos da mão que descansava à beira do sofá em que se acomodava, um cigarro fumegante, quase rente ao móvel sobre o qual um cinzeiro repleto era silenciosa advertência contra o abuso da nicotina. O ambiente, apesar de modesto, denotava bom gosto no mobiliário e decoração, destoando apenas uma garrafa de uísque sobre uma mesa, emanando o aroma que podia ser notado no hálito do personagem descrito. Sem que percebesse, no mesmo ambiente, só que em outra faixa vibratória, dois desencarnados ali faziam sua morada agindo protegidos pela invisibilidade. Um deles tateou - lhe um dos ombros e gritou insolente: - Beber, meu caro, quero beber! Claudio, porém, não registrou o mínimo som, mantendo-se atento à leitura. Inalterável. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não demorou. Desviou a atenção do artigo político em que se entretinha, sem que talvez, conseguisse explicar o súbito desinteresse pela matéria, enquanto o outro insistia “- Beber! Beber!”, levando-o a abrigar a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque exclusivamente para si. O pensamento se lhe transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de força.  “Beber,beber!”, e a sede de aguardente se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso coçou-lhe os gorgomilos. Indefinível secura constrangiu-lhe a garganta. O amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. Carícia leve, abraço envolvente, depois associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. Algo semelhante ao encaixe perfeito. Claudio-homem absorvia o desencarnado, a guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente incorporados um ao outro, na área estreita arrebatando o delgado frasco. Difícil especificar de quem era o impulso inicial, se a Claudio que admitia a instigação ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular. Ambos os dispsônamos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea. Desmanchou-se a parelha e, Claudio, desembaraçado, se dispunha a sentar, quando o outro colega, que se mantinha a distância, investiu sobre ele e protestou: “- eu também, eu também quero!”. Reavivou-se-lhe no ânimo a sugestão que esmorecia e, absolutamente passivo diante da incitação que o assaltava, reconstituiu mecanicamente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo o fenômeno da conjugação completa. Encarnado e desencarnado a se justaporem. Duas peças conscientes, reunidas em sistema irrepreensível de compensação mútua. Uma analise sobre até que ponto Claudio sofreria mentalmente com aquele processo de fusão, revelaria que ele continuava livre no íntimo, não experimentando qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro, simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria, nenhuma simbiose em que se destacasse por vítima. Associação implícita, mistura natural. Apelo e resposta, cordas afinadas no mesmo tom. No desencarnado, o pedido; no encarnado a resposta. Cedendo ao desejo do segundo, Claudio sorveu mais um gole e, desimpedido, estirou-se novamente no divã e retomou o jornal”. A descrição contida na obra SEXO E DESTINO (feb),  reproduzindo informações do Espírito André Luiz, através de Chico Xavier, demonstra na prática a informação obtida por Allan Kardec na questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS segundo a qual “os Espíritos nos influenciam os pensamentos e atos muito mais que imaginamos e, invariavelmente, são eles que nos conduzem”. Estudando a revelação, Kardec, anos depois, n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, definiria a obsessão como sendo um fato comum na vida de todos os seres humanos, graças à percepção que denominou mediunidade. No caso citado, enquadrar-se-ia na chamada obsessão simples. Como se pode perceber, as influências resultantes do álcool persistem além da vida, após a morte física..


 

-  Se eu orar por um familiar que já reencarnou, será que, mesmo assim, ele vai receber minha oração?

 

– Não temos dúvida que sim. Nesse caso, oração ou prece é uma emissão de pensamentos em direção àquela pessoa com quem você mantém laços afetivos. Se a sua prece é sincera – capaz de emitir bons sentimentos em favor de alguém – com certeza, essa pessoa alcançará o familiar querido, onde estiver e em quaisquer condições em que se encontra.  Se ela ainda estiver no plano espiritual, com certeza, essa mensagem de amor a alcançará com mais facilidade, até porque os desencarnados são mais sensíveis aos efeitos do pensamento do que os encarnados, conforme podemos ver nas obras de André Luiz. Mas, se esse Espírito já estiver reencarnado, ainda que de forma inconsciente, receberá essa prece, que lhe proporcionará sensação de bem-estar. As preces jamais são perdidas. Na verdade, prezada ouvinte – como já dizia um famoso químico francês do século XVIII – na natureza nada se perde. Pensamentos são criações mentais. Quando bons, eles tendem a produzir efeitos positivos e agradáveis. O pensamento, como emissão de energia é semelhante às ondas eletromagnéticas, produzidas pelas emissoras e captadas pelos aparelhos de rádio e televisão. Tais ondas de propagam rapidamente em direção à pessoa que se quer favorecer. Se ela estiver receptiva, será beneficiada. Kardec explica que a prece é, portanto, uma emissão de bons pensamentos – no caso em tela – em favor de alguém.  O papel da prece, nesse caso, é o de abrir um canal de comunicação, favorecendo a intervenção da Espiritualidade em benefício desse alguém. Quando oramos para Jesus, para Deus ou para uma entidade que respeitamos, pedindo sua intercessão por alguém, estamos sendo intermediários dessa intercessão, criando condições para que a proteção espiritual aconteça.


sábado, 9 de agosto de 2025

PENSE NISSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A resposta à questão 459 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS revela a integração entre o Mundo dos Espíritos desencarnados e o nosso, ressaltando ser a influência dele sobre nossa realidade maior do que imaginam as criaturas humanas. A confirmação poderia ser encontrada em obras futuramente publicadas como A VIDA ALÉM DO VÉU do religioso inglês George Vale Owen ou do acervo resultante do trabalho mediúnico de Chico Xavier. Além do CARTAS DE UMA MORTA de Maria João de Deus, as obras de André Luiz são manancial impressionante de como somos objeto da – às vezes – sutil ação de Benfeitores ou mal-intencionados Espíritos que se valem de nossa vulnerabilidade mental, instabilidade emocional, enfim, invigilância sobre o que pensamos. Na sequência reunimos alguns exemplos para reflexões: Caso 1- NA VIA PÚBLICA: “No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muitos se dependuravam a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Assustei-me. Não havia notado tais ocorrências nas excursões anteriores ao círculo carnal. (...) Não dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras e posso assegurar que o número de entidades inferiores, invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas, em continuo vaivém (...). Tinha a impressão nítida de havermos mergulhado num oceano de vibrações muito diferentes, onde respirávamos com certa dificuldade”. (M; 34) CASO 2 NUMA RESIDÊNCIA COMUM  - A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivassem tomando alimentos por absorção. (...) Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico. (...) Familiares diversos, que os próprios encarnados retem com as suas pesadas vibrações de apego doentio. As almas se reúnem obedecendo a circunstância de que cada Espírito tem as companhias que prefere. A mesa familiar é sempre um receptáculo de influenciação de natureza invisível. Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso. São muito grandes. Onde não existe organização espiritual. Não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento.(ML,11)  CASO 3 - NA ENFERMARIA DE UM HOSPITAL - A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, infringindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os. Seria inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para suas mazelas orgânicas, competindo-nos apenas irradiar boa vontade e praticar o Bem, tanto quanto fosse possível, sem, contudo, violar as posições de cada um. (OVE; 18) CASO 4 - NUM RESTAURANTE - Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcóolatras impenitentes. Informou o orientador. Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar”. (NDM, 138) CASO 5 – NUMA “BALADA” - No Salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocavam; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não viam. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos de companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis. Atitudes simiescas surdiam aqui e ali, e , de quando em quando, gritos histéricos feriam o ar”. (NMM,14)

CASO 6 – NA SALA DE UM APARTAMENTO COMUM - “Desencarnados infelizes, surgiram de repente, abordaram Claudio e agiram sem cerimonia. Um deles lhe tateou um dos ombros e gritou insolente: -Beber, meu caro, quero beber!. A voz escarnecedora, não foi percebida pelo encarnado, atento a leitura. Contudo, se não trazia tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo, abrigando sem saber porque a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque somente para si, ganhando forma a sede de aguardente que se lhe articulou na ideia. (...). A entidade sagaz lhe  percebendo a adesão, colou-se a ele. De começo a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (...). Claudio homem absorvia o desencarnado, à maneira de sapato que se ajusta ao pé.  Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual, Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. (SD, 26)



 

-  No filme “Nosso Lar” e  nos livros de André Luiz, recebidos pelo médium Chico Xavier, a vida dos Espíritos, no plano espiritual, é bem parecida com a nossa. Os Espíritos também têm corpos, andam e trabalham. Mas, quando eles estão junto de nós (e dizem que sempre há Espíritos ao nosso lado), nós não esbarramos neles, não sentimos sua presença e nem conseguimos vê-los, mas eles podem nos ver? Gostaria de saber como é que isso funciona ? (José Mário)

 

André Luiz, em vários momentos, afirma de sua dificuldade em transmitir para nós suas impressões do plano espiritual. Por isso, ele o faz sempre em termos de comparação com a nossa realidade material, a fim de que possamos fazer uma idéia – a mais aproximada possível do que ele descreve - num esforço de imaginação. A grande dificuldade para compreender o que ele diz, está na diferença significativa entre as duas dimensões da vida: a dimensão dos encarnados e a dimensão dos desencarnados ( ou, se quiserem, o mundo físico e o mundo espiritual).

 

Primeiramente, temos a considerar que os Espíritos estão numa dimensão ou num plano superior ao que nos encontramos. Por essa razão, a condição de percepção deles está acima da nossa: eles podem nos ver, mas nós não podemos vê-los. Vamos fazer uma comparação, tentando explicar o que queremos dizer. Quando você vê uma cena de sua família numa fotografia, por exemplo, você vê ali pessoas ( que você reconhece), móveis, casa, árvores, paisagem, etc. No entanto, tudo na foto está num plano único: isso quer dizer que,  embora a cena pareça real, ela está apenas impressa na superfície plana do papel fotográfico.

 

O mesmo acontece quando você vê a cena de uma novela na tela de seu televisor. Os personagens e todo o cenário, onde eles se encontram, dão impressão de uma situação real, onde você tem, inclusive, a noção de profundidade – ou seja, você percebe o que está mais próximo ou mais distante do ponto em que você se encontra. Mas, na verdade, esta profundidade que você vê na tela,  é apenas ilusória. Ela não existe, pois as figuras todas estão num mesmo plano, que é a  tela da TV. Dizemos que a cena da novela se encontra na segunda dimensão. Aliás, usando óculos para um sistema 3D (terceira dimensão), dá para notar com tal nitidez a profundidade, que temos a impressão que a gente se encontra no meio da cena. Mas é apenas ilusão ótica.

 

  Além da segunda dimensão, que está no plano, temos a terceira dimensão, que é esta onde nos encontramos com o nosso corpo sólido, que ocupa um lugar no espaço. Dizemos terceira dimensão, porque todos os corpos do mundo físico podem ser medidos em três dimensões: comprimento, largura e altura, que constituem o volume dos corpos. Na foto ou no filme, na realidade, só existem duas dimensões: não existe esta terceira. Desse modo, nosso corpo não pode entrar na segunda dimensão ( no plano), mas pode observar o que se passa nesse plano.  Nem, tampouco, o personagem da tela pode nos alcançar. Por isso, se fosse possível alguém estar naquela dimensão ( ou seja, na dimensão da tela da TV), esse alguém não nos perceberia fora, porque estamos além de sua dimensão.

 

É mais ou menos isso que acontece conosco em relação aos desencarnados. Só que os Espíritos estariam numa quarta dimensão, numa dimensão a mais que a nossa, que é a terceira. Por isso, não podemos percebê-los, mas eles podem nos ver, da mesma maneira que nós (na terceira) podemos ver a segunda e os da segunda não podem perceber os da terceira. Na verdade, pelo fato de estarmos na terceira dimensão, a quarta não existe para nós.

 

Entretanto, embora encarnados, nós também somos Espíritos, e a única via que temos de entrar na quarta dimensão é pelo pensamento, pois o pensamento é produto do Espírito. É por isso que podemos receber influência dos Espíritos, tanto quanto podemos influenciá-los pelo pensamento. Mas não há contato físico entre esses dois planos, a não ser em caso excepcionais, quando entra a figura do médium, que estabelece essa ponte, entre um plano e outro, entre uma e outra dimensão. A mediunidade, portanto, é a única via de contato, que conhecemos, entre os planos físico e espiritual.