“-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.
Por que ainda nos alimentamos da carne animal? Já não era tempo de o ser humano ter superado esta fase?
Se tivéssemos entendido e seguido Jesus há
mais tempo – pelo menos uma parte da humanidade – talvez estivéssemos superado em
muito a fase da alimentação animal.
Mas a evolução não segue uma linha reta. Ela se dá
ao longo de muito tempo por meio de avanços e recuos, talvez porque sejamos
seres complexos e precisemos de tempo para nos adaptar às mais diversas situações.
A superação da alimentação
animal só vai ocorrer quando tivermos uma compreensão mais ampla da vida e de
nosso papel diante da natureza. Milhões de anos de uma dieta animal não podem
ser superados de um momento para outro.
No entanto, hoje estamos
presenciando uma fase auspiciosa, à medida que entendemos nossos deveres para
com os animais, fato que há cem anos atrás era completamente desconsiderado.
A mentalidade está mudando
aos poucos e a própria legislação vem dando outro tratamento à questão, estabelecendo
crimes contra os animais e obrigando a população a ser mais cuidadosa nesse
ponto.
Sobre isso lembramos de uma afirmação de
Leonardo Da Vinci, há mais de 400 anos atrás, quando disse: “Haverá um dia em que os homens conhecerão o
íntimo dos animais, e, nesse dia, um crime contra um animal será considerado um
crime contra a humanidade.”
A profecia de Da Vinci há se de cumprir na
medida em que a presença do animal na vida humana vai se tornando necessária, e
ele pode contemplá-lo com outros olhos.
Enquanto isso, resta a atitude individual
diante dessa questão, tanto quanto a multiplicação de grupos ativistas que
passam a fazer reinvindicação nesse sentido em todo o mundo.
A par dessa movimentação, a Doutrina Espírita,
através de seus seguidores, pode dar sua contribuição à medida em que espalha
seus princípios, situando os animais como nossos irmãos em plano menor na obra
da criação.

















