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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

PORQUE É DIFÍCIL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Reagir às sugestões do Bem no sentido de trabalhar conscientemente pela própria evolução não é comum em nosso Plano e condição de vida. Os milhares de exemplos reunidos em depoimentos de Espírito encarnados e desencarnados - esses através de testemunhos através de médiuns -, constituem-se numa prova disso. No número de julho de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se vê diante de questão levantada por estudiosos e praticantes do Espiritismo a época. A situação problema colocada foi a seguinte: Muitas vezes vemos Espíritos de natureza má cederem muito prontamente sob a influência da moralização e se melhorarem. Podemos agir do mesmo modo sobre os encarnados, mas com muito mais trabalho. Por que a educação moral dos Espíritos desencarnados é mais fácil que a dos encarnados? Explica Kardec: Esta pergunta foi motivada pelo seguinte fato. Um rapaz, cego há doze anos, tinha sido recolhido por um espírita devotado, empenhado em curá-lo pelo magnetismo, pois os Espíritos haviam dito que a cura era possível. Mas o rapaz, em vez de se mostrar reconhecido pela bondade de que era objeto, e sem a qual teria ficado sem asilo e sem pão, só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter. Consultado a respeito, respondeu o Espírito São Luís: “Como muitos outros, esse jovem é punido por onde pecou e suporta a pena de sua má conduta. Sua enfermidade não é incurável, e uma magnetização espiritual, praticada com zelo, devotamento e perseverança, certamente teria êxito, auxiliada por um tratamento médico destinado a corrigir seu sangue viciado. Já haveria uma sensível melhora em sua visão, que ainda não está completamente extinta, se os maus fluidos de que está cercado e saturado não opusessem um obstáculo à penetração dos bons fluidos que, de certo modo, são repelidos. No estado em que se encontra, a ação magnética será impotente, enquanto não se desembaraçar, por sua vontade e sua melhoria, desses fluidos perniciosos. É, pois, uma cura moral que se deve obter, antes de buscar a cura física. Só um retorno sério sobre si mesmo poderá tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador, que os Espíritos bons se desvelarão em secundar. Caso contrário, deve-se esperar que perca o pouco de luz que lhe resta e que sofra novas e mais terríveis provações. Agi, pois, sobre ele como fazeis com os Espíritos maus desencarnados, que quereis reconduzir ao bem. Ele não está sob a ação de uma obsessão: é sua natureza que é má e, além disso, perverteu-se no meio onde viveu. Os Espíritos maus que o assediam só são atraídos pela similitude existente entre eles; à medida que se melhorar, eles se afastarão. Só então a ação magnética terá toda a sua eficácia. Dai-lhe conselhos; explicai-lhe sua posição; que várias pessoas sinceras se unam em pensamento para orar, a fim de atrair para ele influências salutares. Se as aproveitar, não tardará a lhes experimentar os bons efeitos, pois será recompensado por um mais sensível na sua posição.” Esta instrução nos revela um fato importante, o do obstáculo oposto pelo estado moral, em certos casos, à cura dos males físicos. A explicação acima é de uma lógica incontestável, mas não poderia ser compreendida pelos que só vêem em toda parte a ação exclusiva da matéria. No caso em tela, a cura moral do paciente encontrou sérias dificuldades; foi o que motivou a pergunta acima, proposta na Sociedade Espírita de Paris. Explica Kardec terem sido obtidas seis respostas, todas concordando perfeitamente entre si. Das duas selecionadas para evitar repetições inúteis escolhemos uma: -“Como o Espírito desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos terríveis da vida, compreende com tanto mais rapidez o que o estimula a crer ou a fazer(...) A adversidade amadurece o pensamento. Esta expressão é verdadeira sobretudo para os Espíritos desencarnados, que veem de perto as consequências de sua vida passada.



Por que as pessoas estão procurando a religião mais hoje do que antigamente? (Márcia Denize de Oliveira)


O mundo mudou muito nos últimos 50 anos. Mudou materialmente, mudou socialmente, com forte tendência para mudar espiritualmente. Uma coisa reflete na outra. Adentramos o século 21 com uma perspectiva de espiritualidade maior do que no século 20. O progresso material – sobretudo, o progresso tecnológico, depois da 2ª Grande Guerra – acabou por acelerar o ritmo de vida, causando dois grandes efeitos bastante sintomáticos: primeiro, a percepção que o tempo está passando cada vez mais depressa e, segundo, a sensação de que estamos cada vez mais distantes de Deus.


Até metade do século passado, pensava-se – principalmente nos meios acadêmicos – que o progresso científico e o conforto que a tecnologia vinha proporcionando ao homem trariam o fim da religião. Mas foi justamente o contrário. Não é Deus que precisa do homem; é o homem que precisa de Deus. E ele mergulhou de tal forma no materialismo – ocupando-se quase que exclusivamente com as coisas materiais – que, de repente, se viu diante de uma grande e ameaçadora incerteza: seu destino.


A ciência, por mais extraordinária sejam suas conquistas, não pode dar o homem certeza de nada – nem desta vida e, muito menos, da outra. Não pode nos dar conforto espiritual nos momentos difíceis, nem responder aos anseios de nosso coração e às nossas aspirações de imortalidade. No máximo, ela vai nos proporcionar um bem-estar passageiro, mas não verdadeira segurança e tranquilidade. Por outro lado, a vida vem passando cada vez mais depressa, dando a sensação de que estamos aqui por pouco tempo.


A incerteza, que gera a insegurança, e que nos deixa sozinhos nos momentos cruciais da vida, estimula a necessidade de buscar algo a mais que a vida material, além dela – a necessidade de Deus. Por isso, o homem da segunda metade do século 20, de repente, se viu na contingência de voltar-se novamente para seu interior, na busca de valores que transcendem a matéria. Entretanto, estamos apenas no inicio de uma nova revolução espiritual. Estamos começando a despertar a consciência para as nossas verdadeiras necessidades. O progresso espiritual vai acontecer, de verdade, no transcorrer deste e dos séculos seguintes.

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