faça sua pesquisa

terça-feira, 10 de agosto de 2021

ÚTEIS À EVOLUÇÃO E À INSTRUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Se queimas o dedo, isso é apenas a consequência de tua imprudência e da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução estão previstos”, responderam a Allan Kardec na questão 859-a - Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade dos Espíritos não pode evitar?-, os Instrutores Espirituais que ajudaram a construir O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a base do Espiritismo. Fatos registrados na vida de muitas histórias de vida confirmam essa informação. Na obra O DESCONHECIDO E OS PROBLEMAS PSÍQUICOS (feb), o autor Camille Flammarion  preserva o de um Juiz e Político de nome Bérard que, obrigado por necessidade a pernoitar numa estalagem de segunda categoria em viagem que empreendia entre montanhas selváticas, presenciou, em sonhos, todos os detalhes de um assassinato que havia de ser cometido, três anos mais tarde, no quarto que ocupava, e de que foi vítima o advogado Victor Arnaud. E, graças à lembrança desse sonho é que o Sr. Bérard ajudou a descobrir os assassinos. Esclarecendo dúvidas sobre o processo pelo qual somos avisados de certos acontecimentos, geralmente importantes e graves, a se realizarem conosco, e que muitas vezes se cumprem como os vimos em sonhos ou em visões, o Orientador Espiritual Charles, explicou à médium Yvonne Pereira, explicou existirem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro da sua vida, todos, porém condicionados a certo mérito ou desenvolvimento psíquico do que recebe o aviso. Diz que um amigo espiritual, um parente, alguém para isso designado, tentam preparar os envolvidos, para o evento, geralmente grave e doloroso, normalmente em linguagem figurada, seja através de sonhos ou intuitivamente. Pode ocorrer também que o próprio indivíduo recorde acontecimentos delineados no Plano Espiritual entre os preparativos para a reencarnação, objetivando sua reabilitação perante as Leis Divinas. A própria Dona Yvonne conta no seu excelente RECORDAÇÕES DA MEDIUNIDADE (feb, 1966), algumas passagens de sua existência tão marcada por duras provas. Uma delas quando ela contava 39 anos, passando a sonhar ao longo de seis meses de forma frequente, com uma cerimônia de concorrido enterro, com todas as características de realidade, tendo à frente um homem carregando uma linda coroa de flores naturais. Via-se acompanhando o féretro logo após o esquife mortuário, banhada em lágrimas e sentindo o coração angustiado, ignorando a identidade do morto. Médium de desdobramento, contemplava as mesmas cenas, sistematicamente. Certa noite, viu os acompanhantes pararem, apoiando o caixão sobre uma banqueta. Reconheceu o local da cena: certa rua da cidade de Barra do Piraí (RJ), onde residia sua mãe. Aproximando-se, por irresistível automatismo, ao levantarem a tampa do caixão, reconheceu sua mãe. Meses depois, em setembro sua genitora adoeceu gravemente, vindo a desencarnar no dia 18 do mês seguinte, repetindo-se conforme antevira inúmeras vezes as cenas visualizadas de forma minuciosa. Relata também a experiência da amiga Rosa Amélia S.G.,  que residindo no interior fluminense, às vésperas do casamento, sonhara que, ao abrir a caixa entregue pelo correio, contendo o vestido de noiva que encomendara  a conhecida casa de modas da cidade do Rio de Janeiro (RJ), cercada por ansiosos e curiosos familiares, encontra um traje completo de viúva, inclusive com o véu negro em uso à época. Emitindo um grito de horror, acordou chorando convulsivamente. Absorvida pelos preparativos, esqueceu o pesadelo, recebendo a encomenda certa na semana da cerimônia. Dois meses após o casamento, o marido em viagem ao Rio de Janeiro, contraiu uma infecção tífica, morrendo dias após regressar à sua casa, em estado grave. Somente na missa do sétimo dia, Dona Rosa Amélia, ao se reconhecer trajada exatamente como o sonho profetizara, se lembraria do mesmo. Por fim, o caso da senhora N.C, que residente em famosa cidade mineira, fora ao Rio de Janeiro a fim de se submeter a melindrosa cirurgia, deixando para traz a família, inclusive o filho mais moço, então com 15 anos. Três dias após a operação, sem que soubesse os 120 alunos do colégio interno em que o jovem estudava, aproveitando uma bela manhã de domingo, excursionaram à represa de água que abastecia a cidade. Temerariamente, acompanhados pelos professores, ao tentarem em massa atravessar frágil ponte de madeira, esta não resistiu ao peso, ruindo, atirando às águas numerosos alunos, dentre os quais o filho da enferma, que com mais quatro colegas morreu afogado. Temerosos de informarem à enferma, silenciaram sobre a ocorrência, esperando seu restabelecimento. Cinco dias após o desastre, contudo, ainda no quarto do hospital, a convalescente, na penumbra viu formar como que uma cerração, tendo a impressão que ela se elevava do leito de um grande rio, vendo o filho elevar-se do fundo das águas, dizendo, após ter sido reconhecido: -“Mamãe, venho participar à senhora que no domingo, pela manhã, morri afogado na represa de...”.  Revelada a estranha experiência aos familiares, tiveram de confirmar o acontecimento, suportado, ao que parece, pela pobre mãe com resignação. 


Atendendo à ouvinte, Maria Francisca Gabriel, que nos perguntou a respeito de sonhos recorrentes, na semana passada, temos a dizer o seguinte:

 Os sonhos, Maria Francisca, tanto podem mostrar o nosso mundo interior ( afeições, idéias, preocupações, insegurança, medo, desejos), quanto podem atestar que estivemos nos comunicando com  o plano espiritual, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Os Espíritos disseram a Kardec há 150 anos, atrás que, quando dormimos, adentramos o nosso mundo interior, ou seja, penetramos no Espírito, que constitui a nossa essência, o nosso verdadeiro ser. Nesses momentos é como estivéssemos, de certa forma, desencarnando, porquanto nos distanciamos do mundo material, voltando a atenção para a espiritualidade.

 Para o corpo, o sono é um repouso – momento de refazimento e de reequilíbrio; para o espírito, momento de fuga ou enfrentamento de problemas, mas, sobretudo, de avaliação e aprendizado, através dos sonhos. Na verdade, os sonhos – ainda bem pouco conhecidos pela ciência – têm muito a nos ensinar e, no contexto da vida, eles têm uma importância fundamental. Por isso, devemos analisá-los e tentar aproveitar o que de bom e oportuno eles nos trazem. Na verdade, eles nos fornecem importantes elementos de aprendizado. De um lado, fazendo com que vivenciamos nossos anseios e desejos ou, então, busquemos o sentido da vida, levando-nos, através de imagens e representações, às soluções de problemas.

 Por outro lado, Maria Francisca, durante o sono, no seu nível mais profundo –  o chamado sono REM, que possibilita maior emancipação da alma -  podemos ter contato com Espíritos, particularmente entes queridos ou adversários, aqueles a quem estamos ligados por laços de afetividade ou de compromisso. Podemos, sim, ter contato com eles, até porque são esses os momentos mais propícios para encontros espirituais. Entretanto, temos dificuldade em nos lembrar desses sonhos, pois, eles acontecem em nível inconsciente. E, como o inconsciente tem uma linguagem simbólica, quase sempre temos de decifrar as imagens que nos acorrem à memória, depois que acordamos.

 Adenauer Novaes, no livro “SONHOS,  MENSAGENS DA ALMA” analisa essa questão, tanto do ponto de vista da psicologia como do Espiritismo, utilizando de sua longa experiência clínica como psicólogo. Segundo ele, a interpretação do sonho só pode ser feita realmente pelo sonhador. Um profissional ou outra pessoa habilidosa pode ajudá-lo, mas as imagens, que surgem no sonho, têm um significado especial somente para aquele que sonha. É ele que vai tentar lembrar o que sonhou, questionar o que significa as imagens ou as situações que vivenciou, do ponto de vista de sua própria experiência de vida.

 Por exemplo: o fato de uma pessoa sonhar reiteradas vezes com uma casa vazia e nela encontrar entes queridos desencarnados, sem que haja qualquer diálogo entre eles, pode ser uma representação de uma mensagem que esses Espíritos estão querendo lhe transmitir. Como ler essa mensagem? Perguntando a si mesmo o que lhe significa uma casa, que experiências de vida uma casa ou aquela determinada casa lhe faz lembrar? A quê estariam associadas tais lembranças? E o vazio? O que o vazio da casa pode estar querendo lhe dizer, do ponto de vista espiritual?

 Em suas obras, André Luiz relata alguns casos de encontros espirituais através de sonhos. E conta de que a pessoa se lembrava quando acordou. Em geral, o que ficou na sua memória são imagens que surgiram da conversa que tiveram no plano espiritual, mesmo porque a grande parte da lembrança é ocupada apenas por imagens que, na verdade, têm um significado próprio para aquela pessoa, diante das situações de vida e principalmente dos problemas pelos quais está passando. É sempre oportuno lembrar que os Espíritos, que nos querem bem, só nos dão bons conselhos. Por isso, quando insistem em aparecer para nós é porque só podem estar nos ajudando a encontrar um caminho novo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário