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terça-feira, 24 de agosto de 2021

CAMINHOS INUSITADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A reencarnação como apresentada pelo Espiritismo encontra suas afirmações e comprovações através de caminhos os mais inesperados. Certamente o século 21 oferecerá demonstrações cada vez mais frequentes das revelações encontradas nas obras do grande pesquisador que foi Allan Kardec. Um deles, fala da experiência do médico inglês Denys Kelsey que, depois de formado, exerceu a clínica, num hospital militar, onde, de maneira inesperada encontrou-se com os problemas do Espírito. Ante o afastamento de um colega vitimado por uma epidemia de influenza, foi convidado a acumular, tanto quanto possível, os encargos da ala dedicada à Psiquiatria. Conta ele que já na primeira noite, acidental e intuitivamente, hipnotizou um paciente agitadíssimo dificilmente controlado por dois homens, o que abriu para ele um amplo panorama sobre os mistérios do Espírito. Definiu-se pela especialidade da Psiquiatria, associando-a com critério à hipnose. Não demorou muito tempo para se defrontar com a ideia da reencarnação. Relutante, a princípio, acabou por integrá-la ao seu repertório de conhecimentos como autêntico instrumento de trabalho. Essa convicção não lhe chegou subitamente, mas, vagarosamente e por etapas, após dedicar-se por mais de quatro anos em sua clínica particular, Depois de várias evidências, casualmente lera o livro de uma senhora chamada Joan Grant, desconhecida até então, intitulado O FARAÓ ALADO, convencendo-se antes do final que a reencarnação era uma realidade. Disposto a, se necessário percorrer a distância que fosse necessária para conhecer a autora da obra, descobriu morar ela a menos de 50 quilômetros dele.  Um jantar que se desdobrou por horas de conversa, resultou na identificação e casamento com a escritora viúva Joan Grant.  Descobriram-se velhos conhecidos tendo passado algumas experiências muito interessantes no passado remoto. Numa existência na Roma antiga, ela fora dama de grande beleza e vaidade que se apaixonou por um médico – o próprio Kelsey reencarnado - que conheceu e contratou para seu serviço permanente. Orgulhosa ante a não declaração de afeto do jovem médico idealizou mirabolante plano de matar-se, após a compra de belíssimo sarcófago de mármore, um banquete programado com amigos mais próximos e um discurso de despedida, após o que se deitou na urna cheia de água perfumada, por pétalas de rosa que nela boiavam, pedindo, em seguida, que o amado médico lhe abrisse as veias, confiando que ante tal procedimento, ele apaixonadamente vivesse com ele. Entretanto, ele tomou sua determinação ao pé da letra, ocasionando sua morte prematura. Casados na vida atual passaram a trabalhar juntos, enriquecendo suas pesquisas com as faculdades mediúnicas de que Joan era dotada, o que resultou em 1967, num livro de dez capítulos intitulado MUITAS EXISTÊNCIAS, alternando-se capítulo a capítulo nos relatos de suas vivências, ele como médico, ela como médium. Um caso impressionante tratado pelo Dr Kelsey, envolveu um homem de meia idade, profissional liberal de elevado grau de cultura afligido por persistente e invencível homossexualismo. A Psicanálise convencional, mesmo com hipnose, não apresentaram resultados práticos. Apesar das convicções religiosas profundas desenvolvidas na atividade de membro da Igreja Anglicana, na décima quarta consulta, uma sessão de hipnose, afloraram lembranças de uma existência remota entre os hititas, onde, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, exercendo grande influencia sobre o marido, ao sentir-se preterida por ele, negociou com um sacerdote de Baal, o amaldiçoamento dele, acabando, por fim, assassinada, levando para o Além toda a frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece, o episódio trazido do fundo do passado distante repercutia na vida atual, na torturante tendência homossexual.


 A pergunta de hoje vem da nossa habitual ouvinte de Garça, Maria Laucene Lecci, que pode ser resumida no seguinte : “ Se o Espiritismo afirma que o Espírito muitas vezes demora para se desprender  após a morte do corpo, como é que ele reage, num caso de doação de órgãos, em             que os médicos já diagnosticaram a morte cerebral, retiram o  órgão a ser doado, mas  o Espírito ainda está ligado ao corpo?”

Antes de responder diretamente sua pergunta, Laucene, permita-nos fazer uma consideração sobre a posição do Espiritismo diante da doação de órgãos, já que muitas são as perguntas que se fazem a respeito.  O Espiritismo vê essa questão com naturalidade.  Doamos um ou mais órgãos de nosso corpo, como podemos doar quaisquer objetos que nos pertencem para ajudar alguém que deles necessitem mais do que nós. Nesse sentido, a doutrina só poderia estimular a doação, principalmente porque as doações em geral acontecem quando o corpo já morreu e, portanto, esses órgãos não terão mais utilidade para o Espírito.

 É claro que, mesmo não havendo nenhuma doação, esse corpo será sepultado e vai se decompor em seus elementos orgânicos básicos, voltando para a terra, onde vai integrar outros corpos vivos, vegetais e/ou animais. Para o Espiritismo, a doação de órgãos, portanto, é um ato de amor ao próximo, de benevolência, de caridade, através do qual os dois serão beneficiados. Será beneficiado aquele que doou – porque a doação lhe fará um grande bem na vida espiritual – e também será beneficiado o que o recebeu – porque este vai precisar do órgão para sobreviver nesta vida. E a vida é importantíssima para o Espírito.

 Você quer saber se a extração do órgão, após a morte cerebral, não pode trazer graves problemas para o Espírito desencarnante, pois sabemos que o Espírito sobrevive com o seu perispírito ou corpo espiritual e pode ainda estar ligado ao corpo. Respondemos que não, Laucene, mas isso com uma única condição: se o doador estava consciente de que seus órgãos seriam aproveitados após a morte, se realmente essa doação fosse a expressão de sua vontade. Nesse caso – ou seja, quando existe essa predisposição de sua parte -  ele está preparado para essa operação, e o que funciona nesse momento é um mecanismo psicológico de desprendimento daquele órgão, que vai ser transplantado em alguém.

 A repercussão negativa ocorreria sim, no caso de a pessoa não querer doar ou não está bem certa disso. Há pessoas que não se sentem em condições de permitir tal doação. Neste caso, devemos respeitá-la, pois ela poderia experimentar um sofrimento moral, em razão de sua negativa e, consequentemente, de sua resistência natural; isto é, do fato de não estar preparada para doar, e poderá sentir-se violentada com  a doação feita pela família sem o seu consentimento, sem a sua permissão, o que poderia repercutir na estrutura de seu perispírito, pois o perispírito é muito suscetível à vida emocional do Espírito.

 Entretanto, mesmo assim, há exceções, Laucene. Chico Xavier psicografou uma mensagem de um jovem desencarnado num acidente automobilístico, que teve morte encefálica. Na ausência da mãe, sua irmã autorizou a doação do seu coração para um necessitado, numa situação de emergência. Mesmo não sendo doador em vida, esse Espírito foi amparado pelo pai e amigos no mundo espiritual. Inicialmente, ele sentiu uma dor na altura do peito que logo foi aliviada pelos espíritos amigos, mas em razão do fato de não estar preparado para esse momento.

 Contudo, depois ele veio a saber que esta dor teve relação com o momento em que seu coração físico estava sendo retirado. Mas com o entendimento no mundo espiritual, pelas explicações de seu pai , ele compreendeu que a atitude da irmã fora correta e via o seu coração perispiritual bater firme e vibrante. O jovem termina a mensagem solicitando à mãe que entendesse o ato da irmã;  e disse mais: que, se novamente reencarnasse, ele doaria todos os seus órgãos. Este episódio se refere ao primeiro caso de transplante cardíaco realizado no Rio Grande do Sul.


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