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domingo, 7 de fevereiro de 2016

CARNAVAL - TRANSE ALUCINATÓRIO E ALIENANTE

-“Grande, expressiva faixa da humanidade terrena transita entre os limites do instinto e os pródromos da razão, mais sequiosos de sensações do que ansiosos pelas emoções superiores. Natural que se permitam, nestes dias, os excessos que reprimem por todo o ano, sintonizados com as Entidades que lhes são afins. É de lamentar, porém, que muitos se apresentam, nos dias normais, como discípulos de Jesus, preferindo, agora, Baco e os seus assessores de orgia ao Amigo Afetuoso”. Os razoavelmente esclarecidos pelos conteúdos do Espiritismo não tem dificuldade de entender a ponderação do Dr Bezerra de Menezes ao Espírito Manuel Philomeno de Miranda nas páginas do livro NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (alvorada). Numa das cenas capturadas pelo autor, podemos ter uma ideia dos bastidores das grandes concentrações humanas em diferentes localidades brasileiras: -“A cidade, regorgitante, era um pandemônio. A multidão de desencarnados, que se misturava à mole humana em excitação dos sentidos físicos, dominava a paisagem sombria das avenidas, ruas e praças feericamente iluminadas, mas cujas luzes não venciam a psicosfera carregada de vibrações de baixo teor. Parecia que as milhares de lâmpadas coloridas apenas bruxuleavam na noite, como ocorre quando desabam fortes tempestades. Os grupos mascarados eram acolitados por frenéticas massas de seres espirituais voluptuosos, que se entregavam a desmandos e orgias lamentáveis, inconcebíveis do ponto de vista terreno. Uns magotes desenfreados atacavam os burlescos transeuntes, tentando prejudicá-los com as induções nefastas que se permitiam transmitir. Outros, compostos de verdugos que não disfarçavam as intenções, buscavam as vítimas em potencial para alijá-las do equilíbrio, dando início a processos nefandos de obsessões demoradas. Podíamos registar que muitos fantasiados haviam obtido inspiração para as suas expressões grotescas, em visitas a regiões inferiores do Além, onde encontravam larga cópia de deformidades e fantasias do horror de que padeciam os seus habitantes em punição redentora, a que se arrojavam espontaneamente. As incursões aos sítios de desespero e loucura são muito comuns pelos homens que se vinculam aos ali residentes pelos fios invisíveis do pensamento, em razão das preferências que acolhem e dos prazeres que se facultam no mundo íntimo. Fixados como clichês mentais, ressurgem na consciência e são recopiados pelos que lhes estão habituados, recompondo, na extravagância do prazer exacerbado, a paisagem donde procedem e à qual se vinculam. A sucessão de cenas, deprimentes umas, selvagens outras, era constrangedora”. Sinalizando o tanto que parte dos Espíritos fixados em tal comportamento pouco avançaram nos últimos milênios, explica o Benfeitor Espiritual: -“Perdendo-se nos períodos mais recuados, as origens do carnaval podem ser encontradas nas bacanálias, da Grécia, quando era homenageado o deus Dionísio. Anteriormente, os trácios entregavam-se aos prazeres coletivos, como quase todos os povos antigos. Mais tarde, apresentavam-se estas festas, em Roma, como saturnalia, quando se imolava uma vítima humana, adredemente escolhida, no seu infeliz caráter pagão. Depois, na Idade Média, aceitava-se com naturalidade: Uma vez por ano é lícito enlouquecer, tomando corpo, nos tempos modernos, em três ou mais dias de loucura, sob a denominação, antes, de tríduo momesco, em homenagem ao rei da alegria... "Há estudiosos do comportamento e da psique, sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que a carne nada vale, cuja primeira sílaba de cada palavra compôs o verbete carnaval. "Sem dúvida, porém, a festa é o vestígio da barbárie e do primitivismo ainda reinantes, e que um dia desaparecerão da Terra, quando a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real substituírem as paixões do prazer violento e o homem houver despertado para a beleza, a arte, sem agressão nem promiscuidade. Observa ainda: -“Não se creia que todos quantos desfilam nos carros do prazer, se encontrem em festa. Incontáveis têm a mente subjugada por problemas de que procuram fugir, usando o corredor enganoso que leva à loucura; diversos suicidam-se, propositalmente, pensando escapar às frustrações que os atormentam em longo curso; numerosos anseiam por alianças de felicidade que os momentos de sonho parecem prometer, despertando, depois, cansados e desiludidos... (...)   Pessoas responsáveis, portadoras de inquietações que fazem parte do processo de evolução, deixam-se mergulhar na bacanal inconsequente, sem pensarem no dia seguinte... Raros divertem-se, descontraem-se sadiamente, desde que os apelos fortes se dirigem à consunção de todas as reservas de dignidade e respeito nas fornalhas dos vícios e embriaguez dos sentidos. Por isso, os Benfeitores da Humanidade assinalaram a Allan Kardec, que a Terra é um planeta de provas e expiações, onde programamos o crescimento para Deus. "Saturado pelo sofrimento e cansado das experiências inditosas, o homem, por fim, regenerar-se-á ao influxo da própria dor e sôfrego para fruir o amor que lhe lenificará as íntimas inspirações da alma."


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